Na frente do cemitério
Tem uma maternidade,
Achei que era muito sério
Aquela fatalidade,
Infeliz coincidência
Ou total incompetência?
Quem sabe, falta de sorte,
Ficar em contrapartida
De um lado a casa da vida
Do outro a casa da morte.
Na primeira a esperança
Renova-se a cada instante,
Vindo à luz uma criança
Do ventre de uma gestante,
Dando o seu primeiro passo
Para um futuro brilhante,
Traz confiança e alegria,
Que momento interessante!
Na segunda, é a tristeza,
Que ali vive impregnada,
Os prantos rolam nas faces,
A saudade faz morada,
Onde se escuta lamentos
De dor e de sofrimentos
E é ali que a criatura
Deixou a missão cumprida
E o corpo baixa sem vida
Numa fria sepultura.
Assim em lados opostos
Situações diferentes,
A primeira traz a vida
Que nos deixa bem contentes,
Na segunda, menos sorte,
É a casa que abriga a morte
Pra o descanso eternamente.