Almanaque Raimundo Floriano
(Cultural, sem fins comerciais, lucrativos ou financeiros)


Raimundo Floriano de Albuquerque e Silva, Editor deste Almanaque, também conhecido como Velho Fulô, Palhaço Seu Mundinho e Mundico Trazendowski, nascido em Balsas , Maranhão, a 3 de julho de 1936, Católico Apostólico Romano, Contador, Oficial da Reserva do Exército Brasileiro, Funcionário Público aposentado da Câmara dos Deputados, Titular da Cadeira nº 10 da Academia Passa Disco da Música Nordestina, cuja patrona é a cantora Elba Ramalho, Mestre e Fundador da Banda da Capital Federal, Pesquisador da MPB, especializado em Velha Guarda, Música Militar, Carnaval e Forró, Cardeal Fundador da Igreja Sertaneja, Pioneiro de Brasília, Xerife nos Mares do Caribe, Cordelista e Glosador, Amigo do Rio das Balsas, Inventor da Descida de Boia, em julho de 1952, Amigo da Fanfarra do 1° RCG, autor dos livros O Acordo PDS/PTB, coletânea de charges, Sinais de Revisão e Regras de Pontuação, normativo, Do Jumento ao Parlamento, com episódios da vida real, De Balsas para o Mundo, centrado na navegação fluvial Balsas/Oceano Atlântico, Pétalas do Rosa, saga da Família Albuquerque e Silva, Memorial Balsense, dedicado à história de sua terra natal, e Caindo na Gandaia, humorístico apimentado, é casado, tem quatro filhos, uma nora, um genro e dois netos e reside em Brasília, Distrito Federal, desde dezembro de 1960.

Correio Braziliense terça, 18 de abril de 2023

VIOLÊNCIA: ENFRENTAMENTO DO BULLYING NAS ESCOLAS DEVE COMEÇAR EM CASA

 

Enfrentamento ao bullying nas escolas deve começar em casa

Especialistas ouvidos pelo Correio falam sobre combate e prevenção ao bullying, uma violência que pode gerar graves consequências psicológicas e comprometer o futuro de crianças e de adolescentes

MF
Mila Ferreira
postado em 18/04/2023 06:00
 
 
 (crédito: Caio Gomez)
(crédito: Caio Gomez)
 

O bullying gera graves sequelas psicológicas em crianças e adolescentes e está relacionado a atos de violência no ambiente escolar. A prática consiste em atos constantes de intimidação, como xingamentos, agressões e humilhações em geral, que podem ser verbais ou físicas. No Distrito Federal, após recentes ameaças, a Secretaria de Educação (SEEDF) tem oferecido acolhimento e ações pedagógicas para combater esse tipo de conduta nas unidades de ensino.

Lorrana conta que superou os abusos sofridos graças ao tratamento psicológico e ao apoio da família. "A terapia tirou a angústia que eu sentia dentro do meu coração. Na terapia, eu me sentia livre, porque podia contar o meu lado da história. Com isso, consegui superar o bullying e colocar um ponto final naquilo que me machucava", relata. "Meus pais sempre estiveram ao meu lado. Minha avó foi quem mais me ajudou. Ela ia sempre na escola conversar com os professores e com a coordenação. Ela me acolhia quando eu estava mal e me apoiava em tudo", destaca.

amparo da escola também foi fundamental, segundo Lorrana. "Quando eu relatava os abusos sofridos, a diretora me chamava para conversar e eu contava tudo. Eles me levavam para a sala de apoio para conversar com a terapeuta, realizavam palestras sobre bullying, chamavam pais de alunos que me humilhavam, falavam com a turma etc.", descreve. Para a estudante, guardar mágoas não é a melhor solução. "Já quis muito me vingar, mas, com ajuda da minha família, amigos e terapeuta, vi que o melhor troco é não dar ouvidos e seguir em frente. Foi o que fiz. Eu levei tudo como um aprendizado", finaliza Lorrana.

Reflexo

A psicóloga Jhanda Siqueira afirma que os alunos que praticam bullying na escola geralmente têm problemas com os pais. "Nenhuma criança que pratica esse tipo de ato tem em casa uma boa base e amor incondicional. Uma boa base é quando a criança é aceita, vista, ouvida, onde ela pode ser criança e pode errar sem sofrer severas consequências", explica. "Uma criança muito criticada se sente insuficiente. Ela tem a sensação de que só merece amor se for perfeita, então, está sempre com a sensação de que está devendo. A criança que foi muito criticada ou muito negligenciada fica sem liberdade para ser quem ela é e acaba criando uma energia concentrada de raiva por estar sempre sentindo que está inadequada. Um sentimento de inadequação e de invisibilidade faz com que ela vá para a escola com a tentativa de ser vista por meio do bullying", completa.

Paz nas escolas

Em março de 2022, a Secretaria de Educação do Distrito Federal (SEEDF) implementou o Plano de Urgência pela Paz nas Escolas. A Portaria nº 281 institui uma comissão encarregada de discutir, propor e criar ações para promover a paz nas unidades da rede pública de ensino. O documento também prevê acolhimento e iniciativas pedagógicas relacionadas à mediação de conflitos, incluindo o combate ao bullying e à comunicação violenta.

Esse grupo é o encarregado de oferecer propostas buscando o fortalecimento da escola como espaço para reflexão e enfrentamento das várias formas de violência — física, psicológica e sexual — no contexto escolar. Entre as ações, estão a distribuição para todas as instituições do Caderno de Convivência Escolar e Cultura de Paz, a criação de um canal direto entre os coordenadores das Regionais de Ensino e a Polícia Militar, o reforço do efetivo do Batalhão Escolar, a continuidade da operação de revista nas portas das escolas e nas salas de aula.

As ações para a promoção da cultura de paz nas escolas estão sendo feitas por meio de equipes de psicólogos, profissionais especializados em mediação de conflitos e comunicação não violenta, além de apoio à saúde emocional da comunidade escolar, tanto estudantes, como professores e servidores, com acolhimento e seções de escuta solidária em projetos de gerenciamento de estresse.

Opinião

Patricia Mey Carmo, psicopedagoga institucional e clínica

O bullying se tornou um problema de ordem estrutural. Há de ser analisado de forma sistêmica. Tenho trabalhado em educação há 40 anos, dentro e fora de escolas de classe média alta. Minha vasta experiência enquanto educadora de crianças e adolescentes brasileiros e estrangeiros residentes no Brasil, tem sido positiva visto que é desenvolvido um trabalho preventivo ao bullying, não apenas remediativo.

O trabalho desenvolvido com crianças da educação infantil ao ensino fundamental 2 (6º ao 9º ano) de prevenção e combate ao bullying é primordial para conscientização dos alunos da necessidade de inclusão e aceitação das diferenças. A ideia é que somos todos diferentes, e isso nos torna iguais.

Desde os três anos de idade se faz necessário falar (e fazer refletir) sobre a importância de valorizar e respeitar a si mesmo, o outro, como pensa, veste-se e comporta-se, mesmo que eu não concorde com ele. Isto é fundamental na formação de uma sociedade mais inclusiva. Parece cedo, mas não é. Valores morais, ética, respeito ao próximo, regras sociais, direitos e deveres em casa, na escola e na comunidade devem ser ensinados, discutidos (não impostos), construídos e seguidos dentro da família e da escola. Os pais precisam ser parceiros nesse processo de educação sócio-emocional de seus filhos.


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