Almanaque Raimundo Floriano
(Cultural, sem fins comerciais, lucrativos ou financeiros)


Raimundo Floriano de Albuquerque e Silva, Editor deste Almanaque, também conhecido como Velho Fulô, Palhaço Seu Mundinho e Mundico Trazendowski, nascido em Balsas , Maranhão, a 3 de julho de 1936, Católico Apostólico Romano, Contador, Oficial da Reserva do Exército Brasileiro, Funcionário Público aposentado da Câmara dos Deputados, Titular da Cadeira nº 10 da Academia Passa Disco da Música Nordestina, cuja patrona é a cantora Elba Ramalho, Mestre e Fundador da Banda da Capital Federal, Pesquisador da MPB, especializado em Velha Guarda, Música Militar, Carnaval e Forró, Cardeal Fundador da Igreja Sertaneja, Pioneiro de Brasília, Xerife nos Mares do Caribe, Cordelista e Glosador, Amigo do Rio das Balsas, Inventor da Descida de Boia, em julho de 1952, Amigo da Fanfarra do 1° RCG, autor dos livros O Acordo PDS/PTB, coletânea de charges, Sinais de Revisão e Regras de Pontuação, normativo, Do Jumento ao Parlamento, com episódios da vida real, De Balsas para o Mundo, centrado na navegação fluvial Balsas/Oceano Atlântico, Pétalas do Rosa, saga da Família Albuquerque e Silva, Memorial Balsense, dedicado à história de sua terra natal, e Caindo na Gandaia, humorístico apimentado, é casado, tem quatro filhos, uma nora, um genro e dois netos e reside em Brasília, Distrito Federal, desde dezembro de 1960.

MPB da Velha Guarda quinta, 20 de outubro de 2016

VIOLETA CAVALCANTI

VIOLETA CAVALCANTI

Raimundo Floriano

 

Violeta Cavalcanti

 

                        Violeta Cavalcanti, cantora, nasceu em Manaus (AM), no dia 1.7.1923, e faleceu no Rio de Janeiro (RJ), no dia 14.2.2014, aos 90 anos de idade.

 

                        Mudou-se para o Rio de Janeiro, juntamente com a família, aos 9 anos. Estudava na Escola Paraná, no Bairro carioca de Madureira, quando conheceu Villa-Lobos, passando a integrar o Conjunto Orfeônico Infantil. Com apenas 10 anos, foi selecionada pelo Maestro para cantar no Coral, organizado por ele e integrado por crianças das Escolas Públicas do Rio de Janeiro, Apresentando-se no Teatro Municipal como solista no Canto do Pajé.

 

                        Em 1940, com apenas 17 anos, participou do Programa de Calouros de Ary Barroso, onde se apresentou cantando O Samba e o Tango, de Armando Régis, um sucesso de Carmen Miranda, cantora de quem era fã. A interpretação impecável, sem imitar Carmen, garantiu-lhe o primeiro lugar, contestado pelo próprio Ary Barroso, que afirmou: – Ganhou, mas não leva! Você já é herdeira de Carmen Miranda, portanto, profissional, e o prêmio é para calouros!

 

                         Foi grande a dificuldade para convencer Ary Barroso de que aquela era a primeira vez que a moça se apresentava no rádio. A ida de Carmen Miranda para os Estados Unidos favoreceu o início de sua carreira radiofônica, onde passou a cantar os sucessos da Pequena Notável, compensando o espaço deixado e a saudade dos fãs de Carmen.

 

                        Trabalhou nas Rádios Tupi, Educadora e Ipanema, onde assinou seu primeiro contrato, consagrando-se principalmente pela interpretação original do samba Camisa Listrada, de Assis Valente, outro sucesso de Carmen.

 

                        Gravou o primeiro disco em 1940, com as marchinhas Vou Sair de Pai João, de J. Cascata e Leonel Azevedo, e Pulo do Gato, de J. Cascata e Correia da Silva, pela Victor. Em 1941, gravou a marchinha Mama, Meu Netinho, com arranjo de Pixinguinha e Jararaca, o samba Homem Chorando é Novidade, de Alvarenga e Osvaldo Santos, com o qual fez algum sucesso, e o frevo- canção Você Não Nega Que É Palhaço, de Nelson Ferreira.

 

                        Ainda em 1940, assinou contrato com a Rádio Nacional, onde permaneceu por 16 anos, e gravou, também com sucesso, o samba Meu Dinheiro Tem, de Germano Augusto e Zé Pretinho. Em 1942, gravou o frevo-canção O Coelho Sai, de Nelson Ferreira e Ziul Matos, e a valsa-frevo Vovô, Vovó, Eu e Você, de Nelson Ferreira.

 

                         Em 1945, foi contratada pela Continental, onde estreou com o samba Aumento de Salário, de Ernâni Alvarenga e Paquito, e a marchinha Cheque à Granel, de Ernâni Alvarenga, Paquito e Antenor Gargalhada. No mesmo ano, gravou, da dupla Roberto Martins e Mário Rossi, o samba Vou Tratar de Mim, e a marchinha Tem Tamanduá no Baile, destacando-se, ainda, com a marchinha Leilão da Baiana, de Max Bulhões e Gustavo de Oliveira.

 

                        Em 1946, gravou o samba Aproveita, Seu Aristeu, de Ernâni Alvarenga, Paquito e Mabial João Diniz, e o chorinho Ontem, Hoje e Amanhã, de Aldo Cabral e Benedito Lacerda com acompanhamento de Benedito e Seu Conjunto Regional.

 

 

                        Em 1950, gravou, como vocalista, com Raul de Barros e Sua Orquestra, o choroinho Faísca, de Lauro Maia e Penélope. No mesmo ano, gravou, na Sinter, a marchinha É Carinho Que Falta e o samba Sabe Lá o Que É Isso, ambos de Joubert de Carvalho.

 

                        Em 1951, gravou, pelo selo Star, o samba Cansei de Chorar, de Carvalhinho e Francisco Neto, e a marchinha Não Vou Trabalhar, de Carvalhinho, Mário Rossi e Buci Moreira. No mesmo ano, lançou, pelo selo Carnaval, o samba Rainha da Lapa, de Rubens Silva e Grande Otelo.

 

                        Em 1953, estreou na Odeon com o beguine Mundo Encantador, de Romberg e Hammerstein II, versão de Guido Douglas, e o baião Minha Morena, de Henrique Almeida, Rômulo Paes e Braga Filho.

 

                        Em 1954, gravou o samba Vou Levando, de Valsinho e Domício Costa, e a marchinha Vaga-lume, de Victor Simon e Fernando Martins, que fez tremendo sucesso no Carnaval carioca, já que comentava a crônica falta de água e de luz no Rio de Janeiro. Essa música, aliás, foi escolhida para representar suas criações fonográficas no show Estão Voltando as Flores, em que atuou ao lado de Carmélia Alves, Carminha Mascarenhas e Ellen de Lima, entre 2001 e 2003, excursionando por todo o país.

 

                        Em 1955, gravou, com o Trio Irakitan, a valsa Deixa Eu, Nêgo..., de Carson, Hill e Ghiaroni. No mesmo ano, lançou o samba Nossa Terra, Nosso Samba, de Bruno Marnet e Zimbres, e o samba-canção Cartas, de Ismael Neto e Antônio Maria, que fez sucesso com arranjos do então jovem maestro Antônio Carlos Jobim.

 

                        Em 1956, gravou a marchinha De Baixo Pra Cima, de Raul Sampaio e Dantas Ruas, e os sambas Trabalhou, Trabalhou, de Herivelto Martins e José Messias, e Fita Meus Olhos, de Peterpan. No mesmo ano, gravou, com destaque, o samba-canção Só Louco, de Dorival Caymmi.

 

                        Em 1957, gravou os sambas Vou Perder a Cabeça, de William Duba, Raul Sampaio e Ivo Santos, e Pagou, de Klécius Caldas e Armando Cavalcânti. No mesmo ano, gravou Dono dos Teus Olhos, de Humberto Teixeira, e a toada Cajueiro Doce, de Manezinho Araújo e Antônio Maria.

 

                        Em 1958, gravou seu último disco, antes de abandonar a carreira, a fim de se casar, interpretando o foxtrote No Azul Pintado de Azul, de Modugno e Migliacci, versão de David Nasser, e o foxe Por Que Chorar?, de T, Snyder, B. Kalmar e H. Ruby, versão de Juvenal Fernandes.

 

                        Em 1977, retornou à carreira artística após longo afastamento, quando foi convidada por Albino Pinheiro para shows da Série Seis e Meia, onde se apresentou com Paulinho da Viola.

 

                        Em 1988, passou a integrar o Grupo Vocal As Cantoras do Rádio, juntamente com Nora Ney, Rosita Gonzalez, Zezé Gonzaga, Ellen de Lima, Carmélia Alves e Ademilde Fonseca, do qual foi gravado o LP As Eternas Cantoras do Rádio.

 

 

                        Em 13 de junho de 2001, estreou, ao lado de Carmélia Alves, Carminha Mascarenhas e Ellen de Lima o show As Cantoras do Rádio: Estão Voltando as Flores, com roteiro e direção de Ricardo Cravo Albin, no Teatro-Café Arena, em Copacabana, no Rio. Nesse show, Violeta personificava Elizeth Cardoso, Aracy de Almeida, Nora Ney e Dalva de Oliveira, cantando alguns dos sucessos que marcaram as carreiras dessas cantoras, como Mulata Assanhada, de Ataulfo Alves, e Não Me Diga Adeus, de Paquito, L. Soberano e J.C. Silva.

 

                        Os discos acima mencionados, além de 37 faixas remasterizadas de bolachões 78 RMP, são facilmente encontráveis nos sites especializados.

 

                        Segundo Ricardo Cravo Albin, Violeta Cavalcanti era a "Clementina de Jesus Branca".

 

                        Muito antes, em 1985, a FENABB – Federação Nacional de Associações Atléticas Banco do Brasil lançou um projeto que ficará para sempre na memória dos amantes da MPB. Trata-se de Velhos Sambas, Velhos Bambas, Volume 1, com três elepês, e Volume 2, este em 1989, com dois. Além de resgatar alguns intérpretes tradicionais, trouxe-nos, com grande orquestra e arranjos modernos, a fina flor do que ainda restava da Velha Guarda de nosso cancioneiro sambista: Roberto Silva, Gilberto Milfont, Ademilde Fonseca, Roberto Paiva, Zezé Gonzaga, Adoniran Barbosa, Adeilton Alves, Luiz Cláudio, Núbia Lafayette, e, como não poderia faltar, Violeta Cavalcanti.

 

 

                        E é com essa nova roupagem que escolhi cinco números para mostrar um pouco do talento e desse grande ídolo da Velha Guarda:

 

                        Comigo Não, samba de Heitor Catumbi e Valentim Biosca:

 

 

                        Mulher de Malandro, samba de Heitor dos Prazeres:

 

 

                        Cansei de Pedir, samba de Noel Rosa:

 

 

                        Inimigo do Batente, samba de Wilson Batista e Germano Augusto:

 

 

                        Ganha-se Pouco, Mas É Divertido, samba de Wilson Batista e Ciro dos Santos:

 

 


Escreva seu comentário

Busca


Leitores on-line

Carregando

Arquivos


Colunistas e assuntos


Parceiros