Almanaque Raimundo Floriano
(Cultural, sem fins comerciais, lucrativos ou financeiros)


Raimundo Floriano de Albuquerque e Silva, Editor deste Almanaque, também conhecido como Velho Fulô, Palhaço Seu Mundinho e Mundico Trazendowski, nascido em Balsas , Maranhão, a 3 de julho de 1936, Católico Apostólico Romano, Contador, Oficial da Reserva do Exército Brasileiro, Funcionário Público aposentado da Câmara dos Deputados, Titular da Cadeira nº 10 da Academia Passa Disco da Música Nordestina, cuja patrona é a cantora Elba Ramalho, Mestre e Fundador da Banda da Capital Federal, Pesquisador da MPB, especializado em Velha Guarda, Música Militar, Carnaval e Forró, Cardeal Fundador da Igreja Sertaneja, Pioneiro de Brasília, Xerife nos Mares do Caribe, Cordelista e Glosador, Amigo do Rio das Balsas, Inventor da Descida de Boia, em julho de 1952, Amigo da Fanfarra do 1° RCG, autor dos livros O Acordo PDS/PTB, coletânea de charges, Sinais de Revisão e Regras de Pontuação, normativo, Do Jumento ao Parlamento, com episódios da vida real, De Balsas para o Mundo, centrado na navegação fluvial Balsas/Oceano Atlântico, Pétalas do Rosa, saga da Família Albuquerque e Silva, Memorial Balsense, dedicado à história de sua terra natal, e Caindo na Gandaia, humorístico apimentado, é casado, tem quatro filhos, uma nora, um genro e dois netos e reside em Brasília, Distrito Federal, desde dezembro de 1960.

MPB da Velha Guarda segunda, 04 de julho de 2022

WALTER LEVITA E O CARNAVAL
WALTER LEVITA E O CARNAVAL

Raimundo Floriano

 

 

 

                                Do fundo do baú do esquecimento, taí Walter Levi, campeoníssimo nos Carnavais de 1956, 1961 e 1963.

 

                        Walter, Levita, cantor e compositor, nasceu na Bahia, em 1920, e faleceu em setembro de 2010, aos 90 anos, em casa, em consequência de uma queda. Morava em Brasília, onde foi enterrado, no Cemitério Campo da Esperança, após passar longos anos de conforto, já distante havia muito do meio artístico, domiciliado numa grande casa em Itapoã.

 

                        Os dados constantes desta matéria foram pinçados do Dicionário Cravo Albin da Música Popular Brasileira.

 

                        Atuou nas décadas de 1950, 1960 e 1970. Estreou em discos em 1952, na gravadora Star, lançando o baião Vamô Misturá, de sua autoria e Mary Monteiro, cantado em dueto com Maria Celeste, e o samba Dilema, de Ataulfo Alves e Aldo Cabral. No mesmo ano, teve o samba Uma Mulher É Pouco, com Ernâni Seve, gravado na RCA Victor por Francisco Carlos, e, na Copacabana, o samba-canção Disfarce, com Mary Monteiro, registrado pelo cantor Hélio Chaves.

 

                        Em 1953, foi contratado pela Odeon e gravou, com acompanhamento de orquestra, os xaxados Xaxado Não É Baião, de sua autoria e Rodrigues Filho, e Não Me Condenes, de Altamiro Carrilho e Armando Nunes. Em seguida, gravou, também com acompanhamento de orquestra, o foxe Chora, de Kolman e Lourival Faissal, e o samba-canção Não Devemos Fingir, de José Batista e Jorge Faraj. No ano seguinte, gravou o bolero Sinceridade, de G. Perez e Ghiaroni, e a toada Meu Erro, Meu Castigo, de Orlando Trindade e José Batista.

 

                        Gravou, com acompanhamento de orquestra e coro, em 1955, a marcinha Montanha Russa, de Arlindo Marques Jr. e Roberto Roberti, e o samba-canção Falam Tanto de Mim, de Alcyr Pires Vermelho e Ivon Cury. Em seguida, gravou, com acompanhamento de conjunto, coral e orquestra, de Severino Filho, a toada Vento Malvado, de Orlando Trindade e José Batista, e o samba-canção Drama Conjugal, de Armando Nunes e Cícero Nunes. Sua interpretação da marchinha Montanha Russa foi incluída no LP Cantando Para Você, que a Odeon lançou, com a participação de astros como Joel de Almeida, Roberto Luna, e Alcides Gerardi, entre outros.

 

                        Para o carnaval de 1956, lançou, com acompanhamento de orquestra e coro, o samba Eu Sou a Fonte, de Monsueto Menezes, Geraldo Queiroz e José Batista, que foi incluído também no LP Carnaval!... Carnaval!..., da gravadora Odeon, e a marchinha Cabeça Prateada, de Aldacir Louro, Edgard Cavalcanti e Anísio Bichara, uma das mais tocadas no Carnaval daquele ano.

 

                        Ainda em 1956, fez sucesso com o samba Favela, de Roberto Martins e Valdemar Silva. Gravou, ainda, para o Carnaval de 1957, os sambas Até Você Chorou e Comissário Valdemar, ambos de Haroldo Lobo e Raul Sampaio.

 

                        Para o Carnaval de 1960, gravou, pela Discobras, a marchinha A Maria Tá, com a qual se tornou um dos campeões do ano, e o samba Primeiro Amor, ambas de Haroldo Lobo, Milton de Oliveira e Jair Noronha.

 

                        Para o Carnaval de 1961, gravou, pela Continental, com acompanhamento de orquestra carnavalesca, as marchinhas Vaca de Presépio e Índio Quer Apito, ambas de autoria da dupla Haroldo Lobo e Milton de Oliveira. Esta última, aproveitando a efervescência reinante no país com a recente inauguração de Brasília, onde se dizia ser habitada por índios, foi o grande sucesso na época, e, mesmo posteriormente, além de incluída no LP Carnaval de 1961, que a gravadora Continental lançou com diversos artistas. Adiante a capa desse LP e de uma das regravações: 

 

                        Para o Carnaval de 1962, gravou, na Continental, a marchinha Nega do Congo, de Haroldo Lobo e Milton de Oliveira, e o samba Incerteza, de Jorge Martins, José Garcia e Maragogipe. No mesmo ano, lançou, pela gravadora Copacabana, o bolero Até Sempre, de Mário Clavel e Teixeira Filho, e o samba Vai, Tristeza, de Haroldo Lobo e Milton de Oliveira.

 

                        Ainda 1962, participou dos dois volumes da série Carnaval de 1962 lançados pela Continental, com a presença de nomes como Ângela Maria, Jorge Goulart, Gordurinha, Risadinha, e Jamelão, entre outros. Foram suas as interpretações das marchas

 

                        No Carnaval de 1963 suas interpretações para as marchinhas Garota Que Vai Pra Lua, de João de Barro e Jota Júnior, e Metade Homem, Metade Mulher, de Haroldo Lobo e Milton de Oliveira, foram incluídas no LP Carnaval de 1963 produzido pela gravadora Continental, com a participação de vários artistas. Com essas duas marchinhas, bombou naquele ano.

 

 

                        No mesmo ano, gravou o rock-balada Faz Tanto Tempo, de Tepper e Bennet, em versão de Carlos Imperial, e os sambas de meio de ano Julgo-me, de Umberto Silva, Luiz Mergulhão e Toso Gomes, Tindô-le-lê, de sua autoria e Renato Mendonça, e Ora Meu Bem, de Henrique de Almeida e Carlos Marques.

 

                        Pouco depois, lançou, pelo pequeno selo Athena, o samba-canção Dilúvio, de Wilson Batista e Jorge de Castro, e o samba Eu Quis Amar, de Haroldo Lobo e Milton de Oliveira, e as marchinhas Ora, Meu Bem, de Henrique de Almeida e Carlos Marques, e Espeta o Vudu, de Haroldo Lobo e Milton de Oliveira, foram incluídas no LP Carnaval de 1964, da gravadora Continental.

 

                        Nessa época, especializou-se definitivamente em gravar músicas destinadas ao repertório carnavalesco, participando de inúmeras coletâneas do gênero. Em 1964, participou de duas coletâneas destinadas ao carnaval: no LP Carnaval de Ontem e de Hoje, do selo Audience, com a marchinha A Maria Tá, de Haroldo Lobo e Milton de Oliveira, e do LP Carnaval RIO/65, da Continental, para o qual gravou especialmente as marchinhas Strip-tease, de Haroldo Lobo e Milton de Oliveira, e Vaca Malhadinha, de sua autoria e Fernando Noronha.

 

                         Em 1966, participou dos dois volumes da série Carnaval RCA 1967, da RCA Camden, lançados para o carnaval do ano seguinte, gravando, para o Volume 1 a marchinha Quando Vira a Maré, de sua autoria, Aloísio Vinagre e João Laurindo, e, para o Volume 2, a marchinha Bananeira, de Rutinaldo e Milton de Oliveira.

 

                        Participou, no ano de 1967, da coletânea Carnaval de Verdade 1968, Volumes 1 e 2, da gravadora Philips, que reuniu, entre outros, os nomes de Orlando Silva, Blecaute, Marlene, Dircinha Batista, e Zé Keti. Para o Volume 1, gravou a marchinha Deixa o Coração Cantar, de Luís Bonfá e Maria Helena Toledo, e, para o Volume 2, marchinha Felicidade, de Francis Hime e Vinicius de Moraes.

 

                        Em 1968, participou de nova coletânea, gravada no segundo semestre do ano, visando ao Carnaval do ano seguinte. Assim, pela RCA Camden, gravou a marchinha Adão Ficou Tantã – Marcha da Pílula Anticoncepcional –, de Antônio Almeida. Em 1969, participou do LP Festival de Carnaval da Polydor, registrando as marchinhas A Lua Conquistada, de Milton de Oliveira e Roberto Jorge, que glosava com a chegada do homem à lua, e Bela Napolitana, de Milton de Oliveira e Élton Menezes.

 

                        Em 1970, gravou as marchinhas Um, Dois, Três – O Que É Que Faz Com Ele? –, de Moacir Paulo e Fernando Noronha, e Benvenuta, Garota Enxuta, de Milton de Oliveira, para o LP Carnaval 1971, da Entré/CBS. Em 1972, participou do LP Carnaval de Vanguarda, da Premier/RGE, interpretando a marcha Boneca de Alode, de Milton de Oliveira. No mesmo ano, gravou um disco solo, interpretando canções românticas: o LP Uma Seresta na Fossa, do selo Itamaraty/CID, no qual cantou as músicas Inimigo Ciúme, de Umberto Silva e O. Trindade, A Serenata Que Ela Não Ouviu, de Jacobina e Taba, Fracasso, de Mário Lago, Chão de Estrelas, de Silvio Caldas e Orestes Barbosa, Da Cor do Pecado, de Bororó, Você É Todo Mal Que Me Faz Bem, de Paulo Aguiar, Umberto Silva e M. Vieira, Dilema, de Ataulfo Alves e Aldo Cabral, Mais Uma Ilusão, de Jacobina e Taba, Até Breve, de Ataulfo Alves e Cristóvão de Alencar, Suburbana, de Silvio Caldas e Orestes Barbosa, Ponta de Rua, de W. Tourinho, N. Wanderley e O. Trindade, e Molambo, de Jaime Florence "Meira" e Augusto Mesquita.

 

                        Em 1976, num momento em que as músicas carnavalescas já se encontravam em pleno declínio voltou a participar de uma coletânea do gênero, no LP Carnaval 76, da Musicolor/Continental, para o qual interpretou a marchinha Brinca Com o Meu Coração, de Cid Magalhães e Milton de Oliveira.

 

                        Três anos depois, gravou as marchinhas Não É Disco Voador, de Dozinho e Cláudio Paraíba, e O Burro Sou Eu, de Cláudio Paraíba, para o LP Gandaia Carnaval de 1980, uma gravação independente.

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                        Para o Carnaval de 1981, já residindo aqui em Brasília, surpreendi-me com o samba Chorei, Sim, pela beleza da melodia e da letra, passei a tocá-lo nos cordões e nos clubes, e, só muito depois, vim a saber que se tratava de autoria de Walter Levita, em parceria dom Rômulo Marinho e gravação de Edson Lima, pratas da casa brasiliense. 

 

                        Como amostra de seu trabalho, escolhi estas 5 faixas, que ficaram na memória dos foliões de ontem e de sempre: 

                        Cabeça Prateada, marchinha de Aldacyr Louro e E. Cavalcante, de 1956:

 

                        Índio Quer Apito, marchinha de Haroldo Lobo e Milton de Oliveira, glosa de piada muito em voga na época, supercampeã absoluta em 1961 e presente nos Carnavais seguintes, faixa obrigatória em qualquer coletânea e até hoje cantada pelos foliões de todas as idades: 

 

                        Garota Que Vai Pra Lua, marchinha de João de Barro e Jota Jr., de 1963:

  

                        Metade Homem e Metade Mulher, marchinha de Haroldo Lobo e Milton de Oliveira, de 1963: 

 

                        Chorei, Sim, samba candango de Walter Levita e Rômulo Marinho, na voz Edson Lima, para o Carnaval de 1981. A orquestra é a Banda do Sol, do Maestro Zuza, maranhense, meu amigo, pioneiro de Brasília, na época Sargento do BGP, que animava a maioria das festas carnavalescas nos clubes e nos palanques da Capital da República:

 

 

 


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