Almanaque Raimundo Floriano
Fundado em 24.09.2016
(Cultural, sem fins comerciais, lucrativos ou financeiros)


Raimundo Floriano de Albuquerque e Silva, Editor deste Almanaque, também conhecido como Velho Fulô, Palhaço Seu Mundinho e Mundico Trazendowski, nascido em Balsas , Maranhão, a 3 de julho de 1936, Católico Apostólico Romano, Contador, Oficial da Reserva do Exército Brasileiro, Funcionário Público aposentado da Câmara dos Deputados, Titular da Cadeira nº 10 da Academia Passa Disco da Música Nordestina, cuja patrona é a cantora Elba Ramalho, Mestre e Fundador da Banda da Capital Federal, Pesquisador da MPB, especializado em Velha Guarda, Música Militar, Carnaval e Forró, Cardeal Fundador da Igreja Sertaneja, Pioneiro de Brasília, Xerife nos Mares do Caribe, Cordelista e Glosador, Amigo do Rio das Balsas, Inventor da Descida de Boia, em julho de 1952, Amigo da Fanfarra do 1° RCG, autor dos livros O Acordo PDS/PTB, coletânea de charges, Sinais de Revisão e Regras de Pontuação, normativo, Do Jumento ao Parlamento, com episódios da vida real, De Balsas para o Mundo, centrado na navegação fluvial Balsas/Oceano Atlântico, Pétalas do Rosa, saga da Família Albuquerque e Silva, Memorial Balsense, dedicado à história de sua terra natal, e Caindo na Gandaia, humorístico apimentado, é casado, tem quatro filhos, uma nora, dois genros e dois netos e reside em Brasília, Distrito Federal, desde dezembro de 1960.

Dad Squarisi - Dicas de Português segunda, 10 de setembro de 2018

SETEMBRO AMARELO: SUICIDAR-SE

 

Setembro Amarelo: suicidar-se

Publicado em português

Ops! Setembro se veste de amarelo. A cor não tem nada a ver com as comemorações da Independência. O objetivo é chamar a atenção para assunto pra lá de delicado. Trata-se do suicídio. O autoextermínio cresce no Brasil e no mundo. Tornou-se caso de saúde pública. Mas pouco se fala sobre ele. A razão é simples e compreensível: teme-se que a divulgação de histórias e números estimulem a prática. Valha-nos, Deus!

Falar sobre o tema trouxe um problema adicional. Ele se refere à gramática, não à psicologia. A questão: suicidar-se é sempre pronominal? É. Quem conhece a origem da palavra acha estranho. O verbo vem do latim. É formado de sui (= de si, a si) e cídio (= matar). Significa matar a si mesmo. No duro, não precisaria do se. Mas o teimoso bate pé. Exige o pronome e não abre. Como diz o outro, manda quem pode, obedece quem tem juízo: eu me suicido, ele se suicida, nós nos suicidamos, eles se suicidam.


Dad Squarisi - Dicas de Português domingo, 09 de setembro de 2018

CASA GEMINADA OU GERMINADA?

 

Casa geminada ou germinada?

Publicado em português

As casas são geminadas (de gêmeos), não germinadas (de germinação).


Dad Squarisi - Dicas de Português domingo, 09 de setembro de 2018

GÊMEOS: SIGNIFICADO E CURIOSIDADE

 

Gêmeos: significados e curiosidade

Publicado em português

Gêmeos designa as pessoas nascidas do mesmo parto ou cada uma delas (gêmeo): Maria deu à luz gêmeos. Um gêmeo morreu logo depois do parto.

Quando nascem três, são trigêmeos; quatro, quadrigêmeos ou quádruplos; cinco, quíntuplos; seis, sêxtuplos; sete, sétuplos; oito, óctuplos; nove, nônuplos; dez, décuplos.

Curiosidade

Gêmeos é o terceiro signo do horóscopo. São dois menininhos que estão sempre juntos. Um se chama Castor. O outro, Pólux. Eles nasceram de um ovo como as aves. A mãe deles, a linda princesa Leda, casou-se com Tíndaro, rei de Esparta.

Um dia, ela foi tomar banho no rio. Zeus, o deus dos deuses, a viu nadando. Apaixonou-se. Como de costume, disfarçou-se de animal. Virou um lindo cisne de pescoço beeeeeeeeem comprido. Encantada, ela o pôs no colo e acariciou as penas brancas e macias.

Meses depois, Leda sentiu dor de parto. Da barriga dela saíram dois ovos. Cada um tinha duas crianças. Do primeiro nasceram Castor e Helena. Do segundo, Pólux e Clitemnestra. Helena e Pólux eram filhos de Zeus. Não morriam nunca. Castor e Clitemnestra, de Tíndaro. Morriam como nós.

Castor e Pólux ficaram amigões. Fortes e corajosos, expulsaram os piratas que matavam de medo a população da ilha onde moravam. Os dois pediram a Zeus que não os separasse nunca. Zeus os atendeu. Transformou-os em estrelas. Os gêmeos brilham no céu até hoje.

 


Dad Squarisi - Dicas de Português domingo, 09 de setembro de 2018

GÂNGSTER & CIA. ESTRANGEIRA: O PORQUÊ DO ACENTO

 

Gângster & cia. estrangeira: o porquê do acento

Publicado em português

 

A inglesinha gangster se naturalizou portuguesa. Daí por que ganhou acento como as palavras do time ao qual passou a pertencer. Paroxítona terminada em r, faz companhia a líder e fêmur. No plural, vira proparoxítona (gângsteres). Outras estrangeirinhas foram atrás — integraram-se à língua e à equipe. É o caso de hambúrguer (hambúrgueres), poliéster (poliésteres) e pôster (pôsteres).


Dad Squarisi - Dicas de Português sábado, 08 de setembro de 2018

FURTA-COR: FLEXÃO

 

Furta-cor: flexão

Publicado em português

Furta-cor tem plural? Tem. É furta-cores: seda furta-cor, sedas furta-cores.

De Mário Quintana

Ela era branca, branca, branca
Dessa brancura que não se usa mais
Mas tinha a alma furta-cor.

 


Dad Squarisi - Dicas de Português sexta, 07 de setembro de 2018

QUE E O QUAL: QUANDO USAR

 

Que e o qual: quando usar

Publicado em português

Use o qual se o pronome for antecedido de preposição com mais de uma sílaba. Se não for, prefira queO livro de que lhe falei está esgotado. Guardou a caneta com que escreveu o trabalho. A obra sobre a qual lhe falei está esgotada. O público perante o qual se pronunciou se manteve indiferente.


Dad Squarisi - Dicas de Português quinta, 06 de setembro de 2018

FORMAR OU FORMAR-SE?

 

Formar ou formar-se?

Publicado em português

Formar joga no time de aposentaracenderaprontar. Em algumas construções, o verbo é pronominal. O sujeito e o objeto são a mesma pessoa: A universidade forma o aluno, mas o aluno se forma. Assim como eu me formo, ela se forma, nós nos formamos, eles se formam. O INSS aposenta o trabalhador, mas o trabalhador se aposenta, eu me aposento, nós nos aposentamos, eles se aposentam. O menino acende a luz, mas a luz se acende. Maria apronta o trabalho, mas ele se apronta, eu me apronto, nós nos aprontamos, eles se aprontavam.


Dad Squarisi - Dicas de Português quarta, 05 de setembro de 2018

FÊNIX: PLURAL E CURIOSIDADE

 

Fênix: plural e curiosidade

Publicado em português

O plural de fênix? É fenix. Que bicho é esse? Fênix era um pássaro fabuloso. Enorme, parecia uma águia pra lá de especial — com penas vermelhas, azuis e douradas. Só havia uma fênix na face da Terra. Sem companheiro, cadê filhotes? Ela inventou, então, um jeito de se manter viva. Ao ficar velhinha, enganava a morte. Ia pra floresta e selecionava plantas cheirosas e ervas mágicas. Fazia um ninho bem gostosinho. Aí, punha fogo na obra e saltava para o meio da fogueira. Virava cinza. Ops! Milagre! Das cinzas nascia outra fênix. Era a fênix renascida. E começava tudo de novo.

 


Dad Squarisi - Dicas de Português terça, 04 de setembro de 2018

CORÃO E BÍBLIA: MESMO SIGNIFICADO

 

Corão e Bíblia: mesmo significado

Publicado em português

Corão, o livro sagrado dos muçulmanos, quer dizer a mesma coisa que Bíblia. Ambos significam livro. O primeiro em árabe, o segundo, em grego.


Dad Squarisi - Dicas de Português segunda, 03 de setembro de 2018

CONCORDÂNCIA: VERBO SER

 

Concordância: verbo ser

Publicado em português

É ou são? Ops! Trata-se do verbo ser. Ele é complacente. Ora aceita uma forma, ora outra. Ora as duas. Especial, recebe tratamento diferenciado. Na concordância, a gramática lhe reserva capítulo à parte.

Hoje é 2 de setembro? Ou são 2 de setembro? Cem reais é muito? Ou são muito? É quase duas horas? Ou são quase duas horas? Dúvidas. Muitas dúvidas.

 Sem rigidez

O verbo ser tem a cintura mais flexível do português. Nunca toma posição firme. Ora considera o sujeito simpático. Vai pro lado dele. Ora o predicativo o atrai mais. Eterno infiel, passa pro lado de lá.

Nem tudo é flores ou nem tudo são flores? O verbo olha para flores. Acha-as simpáticas, coloridas e cheirosas. Decide: Nem tudo são flores. Em outras horas, lembra-se do que aprendeu na escola (o verbo concorda com o sujeito). Muda de lado: Nem tudo é flores.

Qual a forma correta? Ambas.

Jogo duplo

Com o ser, quase sempre as duas construções estão corretas. Há apenas três casos em que ele é durão. Inflexível, aceita apenas um número — ou é singular, ou é plural.

  1. É uma hora. São três horas.

Na indicação de horas, o verbo só tem olhos para o predicativo. Concorda com o número que diz as horas: É meio-dia e meia. Seria uma hora da tarde. Eram umas 11 horas da noite.

Cuidado. Às vezes o número é antecedido por expressões que indicam aproximações. Fique frio. O verbo continua o mesmo: Seriam quase duas horas quando ele chegou. São cerca de seis horas de voo. Eram mais ou menos três horas quando o presidente fez o anúncio.

  1. Um é pouco, dois é bom, três é demais.

Deu-se conta? As expressões de quantidade, medida, peso, valor, tempo — como é muito, é pouco, é suficiente, é caro, é barato — são invariáveis. Não ligam para o sujeito. Com elas, só o singular tem vez.

Veja exemplos: Dois mil reais é muito. Vinte quilos é suficiente. Dois minutos é muito para quem está com dor de dente. Vinte reais é menos do que o produto vale.

  1. Eu é que digo. Nós é que sabemos.

A expressão é que se chama expletiva. Significa que pode cair fora. Desprezada, não concorda com nada nem com ninguém Mantém-se invariável: As rosas (é que) são belas. Nós (é que) somos patriotas. Eles (é que) sabem a resposta.

É isso. Na língua como na vida, nem todos são iguais perante as regras. Alguns são mais iguais. É o caso do verbo ser. As três letrinhas nadam de braçadas nos privilégios.


Dad Squarisi - Dicas de Português domingo, 02 de setembro de 2018

HERÓI TEM ACENTO. HEROICO, NÃO. POR QUÊ?

 

 

Herói tem acento. Heroico não. Por quê?

Publicado em português

O pai de toda a confusão é o ditongo oi. As letrinhas podem ter duas pronúncias. Uma: aberta. Aí a duplinha será acentuada se aparecer nas oxítonas ou nos monossílabos tônicos (herói, lençóis, dói). Nas paroxítonas, o grampinho não tem vez (heroico, paranoico, joia, jiboia, eu apoio). A outra: fechada. Nada de acento. É o caso de comboio ou do substantivo apoio.


Dad Squarisi - Dicas de Português sábado, 01 de setembro de 2018

ACENTUAÇÃO GRÁFICA: LETRAS MAIÚSCULAS

 

Acentuação gráfica: letras maiúsculas

Publicado em português

Tamanho é documento? Nem sempre. Na língua de Camões, as letras maiúsculas não gozam de privilégio. Acentuam-se normalmente: África, Índia, Érica.


Dad Squarisi - Dicas de Português sexta, 31 de agosto de 2018

PROPRIEDADE VOCABULAR: DEFENDER

 

Propriedade vocabular: defender

Publicado em português

E a febre do defender continua. Eta modismo persistente! Já me insurgi, em artigo de três anos atrás, contra o uso abusivo desse verbo. Mas não tem jeito. Defender virou ônibus: sempre cabe mais um.

O uso insistente de um único verbo para expressar situações diferentes é, no fundo, sintoma de pobreza vocabular. O natural de uma língua é enriquecer com o passar do tempo. Novos vocábulos vão-se juntando aos existentes até formar um léxico gigantesco. Estranhamente, a língua brasileira, em lugar de se tornar mais rica, empobrece. Para cada novo vocábulo que entra no circuito, uma dúzia dos antigos sai da boca do povo pra recolher-se na poeira dos dicionários. É pena.

 

Chamada Estadão 27 ago 2018

Volto a sugerir ao distinto leitor que, caso esteja pra cair na tentação de usar defender no sentido de preconizar, pense em substitui-lo por outro mais sugestivo.

Na chamada do Estadão, ficaria mais elegante dizer, por exemplo, que «Dallagnol propõe não votar em envolvidos…». Essa é apenas uma possibilidade. Há dezenas. Uma lista (não exaustiva) de verbos que podem ‒ nesse caso e com vantagem ‒ substituir defender está aqui:

Preconizar, aconselhar, orientar, recomendar, sugerir, propor, indicar, alvitrar, prescrever, estimular, insinuar, pregar, solicitar, apregoar, elogiar, lembrar, requerer, exigir, instilar, postular, exaltar, pedir, louvar, aventar, enaltecer, propagandear.

Cada um deles carrega nuance diferente. Na hora de usar, basta escolher o que melhor convier.

Ah! É bom ter sempre em mente o que doutor Dallagnol “defende”. Votar em corrupto? Só faltava.

(José Horta Manzano)


Dad Squarisi - Dicas de Português quinta, 30 de agosto de 2018

PÉ-FRIO: FLEXÃO

Pé-frio: flexão

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Pé-frio é pão-duro. Tem plural, mas poupa no feminino: Ele é pé-frio. Ela é pé-frio. Eles são pés-frios. Elas são pés-frios.

 

 

Dad Squarisi - Dicas de Português domingo, 26 de agosto de 2018

CESÁREA OU CESARIANA: GRAFIA E CURIOSIDADE

 

Cesárea e cesariana: grafia e curiosidade

Publicado em português

Cesárea e cesariana se escrevem assim: o primeiro com e, o segundo com i.

Curiosidade

Há versões que, de tão repetidas, viram fatos. Ou quase. É o caso da cirurgia em que se abre a barriga da mãe pra tirar o bebê. Espalhou-se que o imperador romano Júlio César teria nascido de parto cesariano. Daí o nome. Não acredite. A palavra vem do latim caedere (cortar). O francês a adotou. Deu-lhe o nome de césarienne. Nós a naturalizamos cesárea ou cesariana.


Dad Squarisi - Dicas de Português sábado, 25 de agosto de 2018

CERTIFICAR: REGÊNCIA

 

Certificar: regência

Publicado em português

Certificar tem dupla regência:

a) objeto direto de pessoa e indireto daquilo que se certifica: Certifiquei-o da punição que lhe fora impostaCertificamos João da Silva da decisão judicial. O professor certificou o aluno da possível premiação.

b) objeto direto da coisa certificada e indireto de pessoa: Certifiquei-lhe o ocorridoCertificamos a presença aos interessados. A escola certifica aos estudantes as regras para a participação no concurso.

 


Dad Squarisi - Dicas de Português sexta, 24 de agosto de 2018

NOS DOMINGOS? AOS DOMINGOS?

 

Nos domingos? Aos domingos?

Publicado em português

Aos domingos significa todos os domingosVou à missa aos domingos. comércio abre aos domingos. Você trabalha aos domingos?

Os outros dias da semana não fogem à regra. Pedem a preposição a quando indicam ação que se repete: Meu plantão é às quintas-feiras (todas as quintas). Os museus fechamàs segundas-feiras (todas as segundas). Vejo meus filhos às quintas-feiras.

A preposição em (no domingo, no sábado, na segunda) dá o seguinte recado: o fato ocorrerá uma só vez ou de vez em quando. Nada de repetições regulares: Paulo se casano sábado. Vi Maria no domingo. O filho deles nasceu na quarta-feira.

A escolha

A língua é um sistema de possibilidades. Tem jeitos diferentes de dizer a mesma coisa. Você pode escolher: Vou à missa aos domingos. Vou à missa todos os domingos. Encontro Maria às segundas-feiras. Encontro Maria todas as segundas-feiras.

Não morra na praia. Para indicar ação que se repete regularmente, o pronome todo(toda) precisa estar no plural. E acompanhado do artigo osas. “Janto fora todos os sábados” é a forma correta. Se você disser “Janto fora todo sábado”, sua mensagem será outra. Estará dizendo: “Janto fora qualquer sábado”. O recado vai pro beleléu.

 


Dad Squarisi - Dicas de Português quinta, 23 de agosto de 2018

DESAPERCEBIDO E DESPERCEBIDO: DIFERENÇA

 

Desapercebido e despercebido: diferença

Publicado em português

O candidato passou despercebido no meio da multidão? Ou passou desapercebido? Olho vivo, moçada. Uma letra faz a diferença. Despercebido significa ignorado, sem ser notado. Desapercebido quer dizer desprevenido: O candidato passou despercebido. O contrabando atravessa a fronteira do país despercebido. No supermercado, encheu o carrinho de compras. Na hora de pagar, cadê? Estava desapercebido. A carteira tinha ficado em casa. Ufa!


Dad Squarisi - Dicas de Português quarta, 22 de agosto de 2018

CRASE: 4 DICAS PARA ACERTAR SEMPRE

 

Crase: 4 dicas para acertar sempre

Publicado em português

Ferreira Gullar disse que a crase não foi feita pra humilhar ninguém. Pode ser. Mas que dá nó nos miolos, isso dá. Como desatá-lo? É fácil como andar pra frente.

Primeiro passo: desvendar o segredo do acentinho

Crase é como aliança no dedo esquerdo. Avisa que estamos diante de ilustre senhora casada. A preposição a se encontra com outro a. Pode ser artigo ou pronome demonstrativo. Os dois se olham. O coração estremece. Aí, não dá outra. Juntam os trapinhos e viram um único ser.

Segundo passo: descobrir se existem dois aa

Para que a duplinha tenha vez, impõem-se duas condições. Uma: estar diante de uma palavra feminina. A outra: estar diante de um verbo, adjetivo ou advérbio que peçam a preposição a:

Vou à escola das crianças.

O verbo ir pede a preposição a (a gente vai a algum lugar).

O substantivo escola adora o artigo (a escola das crianças).

Resultado: a + a = à

João é fiel à namorada.

O adjetivo fiel reclama a preposição a (a gente é fiel a alguém).

Namorada se usa com artigo (a namorada de João).

Resultado: a + a = à

Relativamente à questão proposta, nada posso informar.

O advérbio relativamente exige a preposição a (relativamente a alguém ou a alguma coisa).

Questão pede o artigo a (a questão ainda não tem resposta)

Resultado: a + a = à

Terceiro passo: recorrer ao macete

Na dúvida, peça ajuda ao tira-teima. Substitua a palavra feminina por uma masculina. (Não precisa ser sinônima.) Se no troca-troca der ao, é crase na certa:

Vou à escola. Vou ao clube.

João é fiel à namorada. Carla é fiel ao namorado.

Relativamente à questão, nada posso fazer. Relativamente ao problema, nada posso fazer.

Visitou a amiga. Visitou o amigo.

 


Dad Squarisi - Dicas de Português terça, 21 de agosto de 2018

AZUL-MARINHO TEM PLURAL?

 

Azul-marinho tem plural?

Publicado em português

Flexionar azul-marinho rouba pontos e compromete reputações. A duplinha é invariável: calça azul-marinho, calças azul-marinho, sapato azul-marinho, sapatos azul-marinho; carro marinho, carros marinho, bicicleta marinho, bicicletas marinho.


Dad Squarisi - Dicas de Português segunda, 20 de agosto de 2018

MAL E MAU: DIFERENÇA E EMPREGO

 

Mal e mau: diferença e emprego

Publicado em português

Como não confundir mal e mau? Mal é o contrário de bemMau, o oposto de bom. Na dúvida, apele para o troca-troca: mal-humorado (bem humorado), mal-estar (bem-estar), mau humor (bom humor), mau português (bom português).


Dad Squarisi - Dicas de Português domingo, 19 de agosto de 2018

ÓRFÃO TEM DOIS ACENTOS? NÃO!

 

Órfão tem dois acentos? Não!

Publicado em português

Órgão e órfã têm dois acentos? Não. Na nossa linguinha, as palavras com mais de uma sílaba têm acento tônico. Todas. É a sílaba que soa mais forte. Nas oxítonas, ele cai na última sílaba (urubu). Nas paroxítonas, na penúltima (casa). Nas proparoxítonas, na antepenúltima (tâmara).

O acento tônico pode ter acento gráfico. (Aí entram aquelas regras que a gente aprende na escola.) Em português só há dois: o agudo (avó) ou o circunflexo (avô). Eles são altamente seletivos. Recaem na sílaba tônica. O agudo informa que o som é aberto. Manda escancarar a boca (sofá, café, fósforo). O circunflexo fecha o timbre (lâmpada, você, complô).

E o til? É sinal de nasalidade. Diz que o nariz entra na jogada. Ao pronunciar a sílaba, por ele sai parte do ar (compare: Irma, irmã). Se a palavra não tiver acento (agudo ou circunflexo), o til faz a festa. Cai na sílaba tônica. É o caso de coração, cidadã. Com acento, cessa tudo que a musa antiga canta. O sinalzinho perde a majestade. O acento é que indica a sílaba tônica. Órgão órfã são exemplos. A sílaba tônica é ór.

E o acento grave (`)? Ele não tem nada a ver com a sílaba tônica. Sua função é outra: indicar a fusão de dois aa (crase). É isso. Com os acentos, vale a regra: um é bom, dois é demais.


Dad Squarisi - Dicas de Português sábado, 18 de agosto de 2018

A VER X HAVER

 

A ver X haver

Publicado em português

Haver é o verbo: Há muitos candidatos disputando cargos eletivos.

A ver significa ter relaçãoMinha história tem tudo a ver com a de Paulo. Este fato não tem nada a ver com aquele. O que uma coisa tem a ver com a outra?


Dad Squarisi - Dicas de Português sexta, 17 de agosto de 2018

A MEU VER? AO MEU VER?

 

A meu ver? Ao meu ver?

Publicado em português

Ops! Expressões usadas com pronome possessivo dispensam o artigo: a meu ver, a meu lado, a seu pedido, a nosso bel-prazer (não: ao meu ver, ao meu lado, ao seu pedido).


Dad Squarisi - Dicas de Português quinta, 16 de agosto de 2018

POR QUE, POR QUÊ, PORQUE, PORQUÊ: EMPREGO

 

Por que, por quê, porque, porquê: emprego

Publicado em português
  1. Por que: nas perguntas diretas: Por que você se atrasou?
  2. Quando puder ser substituído por a razão pela qualExplique por que (a razão pela qual) ele se atrasou.

     Por quê: só no fim da frase: Você chegou atrasado por quê? Ele chegou atrasado. Gostaria de saber por quê.

     Porque: nas respostas a perguntas ou na indicação de causa: Cheguei atrasado porque acordei tarde“Eu canto porque o instante existe”, escreveu Cecília Meireles.

    Porquê: só tem vez quando o porquê for substantivo (em geral estará acompanhado de artigo, numeral ou pronome). Flexiona-se em número: Eis o porquê da vitória do partido. Nunca responde aos meus porquês. Este porquê é fácil.


Dad Squarisi - Dicas de Português quarta, 15 de agosto de 2018

RESPONDER: REGÊNCIA

 

Responder: regência

Publicado em português
  1. No sentido de dar resposta a alguém ou a alguma coisa, use a preposição a(responder à carta, responder ao ofício, responder às acusações, responder ao desafio, responder ao professor).
  2. Na acepção de dizer em resposta, dispense a preposição: O diretor respondeu que não aceitaria as acusações. O premiado responderá o que quiser.

 


Dad Squarisi - Dicas de Português terça, 14 de agosto de 2018

REPÚBLICA, MAIÚSCULA, MINÚSCULA, ETIMOLOGIA E SIGNIFICADO

 

República: maiúscula, minúscula, etimologia e significado

Publicado em português

Inicial maiúscula no sentido de Brasil ou na data comemorativa: o presidente da República, Dia da República, Proclamação da República. Mas: a república dos estudantes.

Curiosidade

A palavra república vem do latim res publica (coisa pública). É sistema de governo cujo poder emana do povo, em vez de outra origem como a hereditariedade, os golpes de Estado ou o direito divino, próprios da monarquia, da ditadura e das teocracias. Modernamente, segundo Roque Antônio Carrazza, entende-se república como “o tipo de governo, fundamentado na igualdade formal das pessoas, em que os detentores do poder político o exercem em caráter eletivo, representativo, transitório, com responsabilidade”.


Dad Squarisi - Dicas de Português segunda, 13 de agosto de 2018

DIA DOS PAIS: ORIGEM

 

Dia dos Pais: origem

Publicado em português

Viva! Hoje é o Dia dos Pais. Todos os dias deveriam ser dedicados a ele. Talvez sejam. Mas o calendário escolheu o segundo domingo de agosto. Por quê? A história vem de longe. Dizem que a homenagem nasceu na Babilônia. Mas, modernamente, veio à luz nos Estados Unidos em 1909.

Sonora Louise Dodd criou a data para provar que se orgulhava do pai. John Bruce Dodd perdeu a mulher em 1898. Cuidou, sozinho, dos seis filhos. A menina escolheu o dia do aniversário dele, 19 de junho, para a comemoração. A iniciativa ganhou apoio. Em 1966, o então presidente Lyndon Johnson bateu o martelo. Oficializou o terceiro domingo de junho como Dia dos Pais nos States.

No Brasil

Aqui, paizinhos e paizões ganharam seu dia em 1953. A primeira festa foi em 14 de agosto. A escolha não se deve ao acaso. Coincide com o aniversário de São Joaquim, pai de Maria e avô de Jesus. Depois a data foi transferida para o segundo domingo de agosto. Por quê? Por três razões. Uma: fica mais fácil de lembrar. Outra: a maioria das pessoas não trabalha. A última: o comércio, claro, fatura mais.

 


Dad Squarisi - Dicas de Português domingo, 12 de agosto de 2018

DIA DOS PAIS: CITAÇÕES

 

Dia dos Pais: citações

Publicado em português

“Fazer um filho não é difícil. Difícil é ser pai.” (Wilhelm Bush)

“Ser pai é ensinar ao filho curioso o nome de tudo.” (Lêdo Ivo)

“Sábio é o pai que conhece o próprio filho.” (Shakespeare)

“Não há amor que mais facilmente perdoe, e mais benignamente interprete e dissimule defeitos, que o amor de pai.” (Padre Antônio Vieira)

Para compreender os pais, é preciso ter filhos.” (Sofocleto)

“Um pai vale mais do que uma centena de mestres-escola.”

(George Herbert)

“Não me cabe conceber nenhuma necessidade tão importante durante a infância de uma pessoa que a necessidade de sentir-se protegido por um pai.” (Sigmund Freud)
 


Dad Squarisi - Dicas de Português sábado, 11 de agosto de 2018

NÚMEROS: GRAFIA, EMPREGO E CURIOSIDADE

 

Números: grafia, emprego e curiosidade

Publicado em português

Números cardinais:

1. Separe por ponto as classes (exceto em datas): 4.316, 1.324.728, mas 1994.

2. Só faça aproximação com números redondos: cerca de 300 pessoas (nunca cerca de 92 pessoas).

3. Use algarismos e palavras para números redondos: 40 mil, 24 milhões, 7 bilhões.

4. No início do período, dê passagem ao numeral por extenso: Vinte e cinco textos foram produzidos nas últimas horas. (Sempre que possível, dê novo torneio à frase para não iniciar o período com o numeral: Nas últimas horas, foram produzidos 25 textos.

Números ordinais:

Na numeração de artigos de leis, decretos, medidas provisórias & gangue, use o ordinal até nove. De 10 em diante, o cardinal: artigo 1º, artigo 9º, artigo 10, artigo 17. O primeiro dia do mês é 1º, não um.

Números romanos:

Os números romanos oferecem mais dificuldade de leitura que os arábicos. São uma pedra no caminho. Evite-os sempre que puder. Mas dê-lhes vez em texto de lei e o nome de papas, reis e nobres: Bento XVI, D. João VI, Dom Pedro II, Parágrafo 1º, V.

No mais, abra alas para os algarismos arábicos: século 20, capítulo 3º, anexo 1, 1ª Guerra Mundial, 4º Congresso de Educação a Distância, 3ª República.

Curiosidade

Árabes e romanos ajudaram a definir os números tais como os conhecemos hoje. Os romanos foram os primeiros a usar os dedos da mão para estabelecer o padrão do sistema decimal, já que os dedos foram a primeira e mais prática forma de contar. Tudo isso começou 300 anos a.C., quando ainda não havia o zero, cuja invenção é considerada um dos maiores avanços da humanidade. Mas só por volta do século 16 os números chegaram ao desenho atual.

 


Dad Squarisi - Dicas de Português sexta, 10 de agosto de 2018

NENHUM E NEM UM: EMPREGO E CONCORDÂNCIA

 

Nenhum e nem um: emprego e concordância

Publicado em português

Nenhum = contrário de algum. Nem um = nem um sequer, nem um ao menos: Nenhum atleta chegou atrasado ao treinoEstava tão despreparado que não conseguiu nem um ponto na prova.

Nenhum exige o verbo no singular: Nenhum dos filhos seguiu a profissão do pai. Nenhuma das atrizes decorou o papelNenhuma das tantas palavras foi memorizada.


Dad Squarisi - Dicas de Português sexta, 10 de agosto de 2018

NENHUM E QUALQUER: QUANDO USAR

 

Nenhum e qualquer: quando usar

Publicado em português

Em frases negativas, dê passagem ao nenhum, não ao qualquerNão disse nenhuma palavra (não: qualquer) antes de sairNão tem nenhuma ideia das consequências do ato que praticou. Não há nenhum risco de proliferação da doença.


Dad Squarisi - Dicas de Português quinta, 09 de agosto de 2018

LÍDER OU LIDERANÇA?

 

Propriedade vocabular: líder e liderança

Publicado em português

Liderança = a qualidade do líder, o espírito de chefia: O regimento prevê voto de liderança. O chefe deve ter liderança. O técnico, sem liderança, não conseguiu evitar o conflito. Esta é a sala da liderança do partido.

Líder = pessoa que exerce a liderança: Os líderes (não: as lideranças) do Congresso discutiram o projeto hoje. O presidente vai negociar com os líderes (não: lideranças) que se opõem ao projetoHá partidos que têm mais líderes que liderados.

 


Dad Squarisi - Dicas de Português quarta, 08 de agosto de 2018

DIABETE, DIABETES: GÊNERO E NÚMERO

 

Diabete, diabetes: gênero e número

Publicado em português

O diabete, a diabete. O diabetes, a diabetes. Masculino ou feminino, tanto faz. Com s ou sem s, tanto faz. Mas com um pormenor. Mesmo com s, é singular. Exige artigo e adjetivo no singular: diabetes renal, o diabetes sacarino, a diabetes sacarina.


Dad Squarisi - Dicas de Português terça, 07 de agosto de 2018

PARÊNTESES: EMPREGO E PONTUAÇÃO

 

Parênteses: emprego e pontuação

Publicado em português

Os parênteses são as grandes vítimas da escola. “Errou e não pode apagar? Ponha entre parênteses”, ensinam os professores. Os alunos aprendem a lição. Repetem-na ao longo da vida. Resultado: dão informações falsas, perdem pontos em concursos, são reprovados no vestibular. Vamos combinar? O prejuízo não vale a pena. Escapar dele é fácil como andar pra frente.

Ao usar os parênteses, você dá um recado: o que está dentro deles não faz falta. É secundário, acessório. Entrou ali de carona. Em geral, trata-se de uma explicação, uma circunstância incidental, uma reflexão, um comentário ou uma observação. Veja:

Recife (ou o Recife) prepara-se para o carnaval.

A maioria dos aeroportos brasileiros não tem (quem diria!) sistema de controle de bagagem.

Dom Casmurro (de Machado de Assis) é obra-prima da literatura brasileira.

A capital da França (Paris) virou algo constante de ataques terroristas.

Pontuação

Leia as frases pulando os parênteses. Viu? O que está lá dentro acrescenta algo à declaração, porém não faz falta. Embora dispensável, o autor achou legal brindar o leitor com a informação. OK. O texto é dele. Mas pinta uma pergunta. Como fica a pontuação?

  1. O ponto vai fora quando a palavra ou expressão encerradas nos parênteses for um pedaço da oração: Estão com a corda no pescoço três estados brasileiros (Rio, Minas e Rio Grande do Sul). Ameaçam o abastecimento de água de Brasília os lotes próximo à Barragem do Descoberto (muitos deles irregulares). Brasília (a capital do Brasil) tem 3 milhões de habitantes.
  2. O ponto vai dentro quando os parênteses englobam toda a oração: Meninas de hoje perseguem os meninos até concretizarem o romance. (Vão em cima com tudo sem se importar se eles querem ou não.) As pessoas determinadas investem tudo para obter o que desejam. (Elas não querem perder.) Donald Trump brinca de presidente dos Estados Unidos. (Não está nem aí para a importância do cargo.)

Dad Squarisi - Dicas de Português sábado, 04 de agosto de 2018

LENDÁRIO E LEGENDÁRIO: DIFERENÇA

 

Lendário e legendário: diferença

Publicado em português

Embora tenham a mesma origem, legendário e lendário usam-se em contextos diferentes. Ayrton Senna, legenda do esporte, é personagem legendário. O Negrinho do Pastoreio é lenda gaúcha, e ele, o Negrinho, personagem lendário.


Dad Squarisi - Dicas de Português sexta, 03 de agosto de 2018

CADA LIVRO E CADA OBJETO CONTA? CONTAM?

 

Cada livro e cada objeto conta? Contam?

Publicado em português

Ora veja! A concordância prega cada peça… Uma delas trata do pronome cada.  O verbo fica no singular se os núcleos do sujeito composto forem precedidos de cada. Assim: Na estante, cada livro, cada dicionário, cada enfeite deve ficar no lugar certo. Cada gesto, cada movimento, cada palavra implica alegria e saudade. Cada livro e cada objeto conta.


Dad Squarisi - Dicas de Português quinta, 02 de agosto de 2018

HÍFEN: AUTO-

 

Hífen: auto-

Publicado em português

Autoescola ou auto-escola?  O prefixo auto- pede hífen antes de h e o. No mais, é tudo junto: auto-hipnose, auto-observação, autoajuda, autoescola, autorregulação, autossuficiência.


Dad Squarisi - Dicas de Português quarta, 01 de agosto de 2018

EX: OLHO NO TEMPO

 

Ex: olho no tempo

Publicado em português

Hélio Bicudo morreu. No obituário, apareceu a informação “um dos autores do pedido de impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff”. Nada feito. É verdade que o tempo passa. O atual vira ex. Mas, enquanto não vira, é atual. Se estamos falando do passado, temos de nos colocar no passado. Dilma é ex-presidente hoje. Não era quando corria o processo para lhe cassar o mandato. Melhor: um dos autores do pedido de impeachment da presidente Dilma Rousseff. Ops! Pessoas desinformadas podem pensar que Dilma ainda é presidente? Há saída. Recorra ao então: um dos autores do pedido de impeachment da então presidente Dilma Rousseff.


Dad Squarisi - Dicas de Português terça, 31 de julho de 2018

VOLTAR ATRÁS: PLEONASMO?

 

Voltar atrás: pleonasmo?

Publicado em português
A grita foi geral. Resultado: fica o dito pelo não dito. A Agência Nacional de Saúde Suplementar voltou atrás. Revogou a norma que avançava no bolso dos segurados — previa a cobrança de até 40% de coparticipação dos procedimentos dos clientes de planos de saúde e definia regras para a aplicação de franquia em convênios médicos. Ops! Pintou a dúvida. Voltar atrás é pleonasmo? Não. Para ter o sentido de retroceder, o verbo voltar necessita do atrás.

Dad Squarisi - Dicas de Português segunda, 30 de julho de 2018

TER E VIR: GRAFIA E CONJUGAÇÃO

 

Ter e vir: grafia e acentuação

Publicado em português

Parecido não é igual. Mas confunde. Ter e vir são fregueses da troca de Germano por gênero humano. A 3ª pessoa do plural dos dois verbinhos não tem nada a ver com a turma do ver, ler, crer e dar. Ela não dobra o e. E tem acento: ele tem, eles têm; ele vem, eles vêm.


Dad Squarisi - Dicas de Português domingo, 29 de julho de 2018

PERDOAR: REGÊNCIA E CONJUGAÇÃO

 

Perdoar: regência e conjugação

Publicado em português

O vício de Deus? É perdoar. Daí a generosidade do verbo. Ele pode jogar em quatro times:

  1. Intransitivo, sem complemento:Perdoa para seres perdoado.
  1. Transitivo direto (perdoar alguém ou alguma coisa):Deus perdoa as ofensas. Perdoai os nossos pecados, Senhor. O pai perdoa o filho.

       3. Transitivo indireto (perdoar a alguém): A Receita perdoa aos devedores. Deus perdoa aos pecadores. Perdoou aos assassinos do filho.

  1. Transitivo direto e indireto (perdoar alguma coisa a alguém):O patrão perdoou aos empregados as falhas cometidas. Deus lhes perdoou os pecados. A lei perdoou a dívida aos devedores.

A regência muda. Mas a conjugação se mantém. Perdoar pertence à equipe dos verbos terminados em –oar. É o caso de voar, abençoar & cia.: perdoo (voo, abençoo), perdoa (voa, abençoa), perdoamos (voamos, abençoamos), perdoam (voam, abençoam). E por aí vai.


Dad Squarisi - Dicas de Português terça, 24 de julho de 2018

ABREVIATURA: ABECEDÁRIO

 

Abreviatura: abecedário

Publicado em português

Como abreviar o abecedário? É á-bê-cê ou abecê. Plural: á-bê-cês e abecês: Ele ainda estuda o á-bê-cê (abecê).

 


Dad Squarisi - Dicas de Português terça, 24 de julho de 2018

ABOLIR: CONJUGAÇÃO

 

Abolir: conjugação

Publicado em português

Abolir é verbo defectivo. Só se conjuga nas formas em que o l é seguido de e ou i. Por isso não tem a primeira pessoa do singular do presente do indicativo (abolo), o presente do subjuntivo (derivado da 1ª pessoa do presente do indicativo) e o imperativo negativo (formado do presente do subjuntivo): aboles, abole, abolimos, abolem; aboli, aboliu, abolimos, aboliram; abolia, abolias, abolíamos, aboliam; abolisse; abolirei; aboliria. E por aí vai.


Dad Squarisi - Dicas de Português terça, 24 de julho de 2018

DÁ OU DAR? ESTÁ OU ESTAR? DEPENDE

 

Dá ou dar? Está ou estar? Depende

Publicado em português

Muitos não querem pecar contra a conjugação. Mas, sem saber como agir, apostam no “mamãe mandou”. Quase nunca acertam. É que a Lei de Murphy está em pleno vigor. O que pode dar errado dá.

Quando usar o infinitivo ou o presente do indicativo? Dois verbos encabeçam a dúvida. Um é dar. O outro, estar. Resposta: o infinitivo (dar e estar) detesta a solidão. Anda sempre acompanhado: eu posso dar (estar), ele deve dar (estar), nós vamos dar (estar), eles conseguem dar (estar), eu comecei a dar (estar).

 e está são formas conjugadas. Trata-se da 3ª pessoa do singular do presente do indicativo: eu dou, ele dá; eu estou, ele está.

 


Dad Squarisi - Dicas de Português terça, 24 de julho de 2018

PÔR E DERIVADOS: GRAFIA E CONJUGAÇÃO

 

Pôr e derivados: grafia e conjugação

Publicado em português

Eta família maltratada! Ela sofre mais que escravo no tronco. Apanha na grafia e na conjugação. Mas, como nesta vida tudo passa, o martírio do clã pode chegar ao fim. Basta aprender duas regras:

  1. Só o s tem vez. As formas em que soa o fonema z escrevem-se com s (pus, pôs, pusemos, puser, pusesse, compuser, depuséssemos). Por quê? Sem aparecer no infinitivo (pôr), a lanterninha do alfabeto não tem vez na conjugação. É intrusa. O mesmo ocorre com querer (quis, quiser, quisesse).
  1. Olho no subjuntivo. O pretérito e o futuro do sofisticado subjuntivo se formam da 3ª pessoa do plural do pretérito perfeito do indicativo sem o –am final. Assim:

Pretérito perfeito: pus, pôs, pusemos, puser(am)

Futuro do subjuntivo: se eu puser, ele puser, nós pusermos, eles puserem

Pretérito do subjuntivo: se eu pusesse, ele pusesse, nós puséssemos, eles pusessem

Os filhotes do paizão conjugam-se do mesmo jeitinho: eu ponho (componho, disponho, deponho, reponho), ele põe (compõe, dispõe, depõe, repõe), nós pomos (compomos, dispomos, depomos, repomos); eu pus (compus, dispus, depus, repus); eu punha (compunha, dispunha, depunha, repunha); que eu ponha (componha, disponha, deponha, reponha). Etc. e tal.

 


Dad Squarisi - Dicas de Português segunda, 23 de julho de 2018

PLURAL DA MODÉSTIA: QUANDO E COMO USAR

 

Plural de modéstia: quando e como usar

Publicado em português

A Copa acabou. Mal a França levantou a taça, a campanha eleitoral entrou no
ar. Os candidatos querem fazer bonito. Contratam marqueteiros. Fantasiam-se
de bonzinhos, trabalhadores e competentes. Ensaiam o discurso. Esbanjam
próclises e mesóclises. Treinam formas rizotônicas e arrizotônicas.
Sobretudo evitam o eu.

O pronomezinho dá a impressão de arrogância. Saída? Os loucos pelo poder
recorrem a truques. O mais popular: o plural de modéstia. Em vez do eu,
usam nós. É mentirinha. O nós continua eu. Por isso, o emprego da
falsa modéstia impõe regras. O verbo vai para o plural. Mas adjetivos e
substantivos ficam no singular:

Ciro disse:
— Nós somos candidato preparado e experiente.
Alkmin não deixou por menos:
— Nós somos modesto e corajoso.

Se o sujeito fosse sincero, o nós se referiria a mais de uma pessoa. Aí,
as frases seriam: “Nós somos candidatos preparados e experientes. Nós somos
modestos e corajosos”.

É isso. Como diz o outro, as aparências enganam. A língua, generosa,
colabora. Olho vivo!


Dad Squarisi - Dicas de Português segunda, 23 de julho de 2018

ELEITO OU ELEGIDO: QUANDO USAR

 

Eleito e elegido: quando usar

Publicado em português

Eleito ou elegido? Depende. Com os auxiliares ter e haver, elegido pede
passagem. Com ser e estar, eleitoO deputado foi eleito duas vezes. Ele
está eleito. O povo havia elegido o governador no 1º turno. O brasileiro
tem elegido bons políticos? 


Dad Squarisi - Dicas de Português segunda, 23 de julho de 2018

DE FORMA QUE? DE FORMAS QUE?

 

De forma que? De formas que?

Publicado em português

A campanha eleitoral está nas ruas e no ar. Preste atenção aos discursos.
Nove entre 10 candidatos têm especial apreço por locuções conjuntivas.
Dizem a torto e a direito “de formas que”, de “maneiras que”. Os ouvidos
dos eleitores reclamam. Os doidinhos por excelência não estão nem aí.

De forma que e de maneira que são locuções conjuntivas. Jogam no time
das conjunções. Invariáveis, não aceitam o plural nem com ameaça de morte: Fez
o pronunciamento de maneira que agradasse aos ouvintes. Preencheu a ficha
de modo que não deixasse margem a dupla interpretação.


Dad Squarisi - Dicas de Português segunda, 23 de julho de 2018

IMPRIMIDO OU IMPRESSO: QUANDO USAR

 

Imprimido e impresso: quando usar

Publicado em português

O candidato pergunta ao secretário:

— O santinho está pronto?

— Já está imprimido.

A dúvida pintou: imprimido ou impresso? A questão procede. Imprimir é verbo
generoso. Tem dois particípios. Um: imprimido. O outro: impresso. Quando
usar um ou outro? Depende do auxiliar. Com ter e haver, imprimido pede
passagem. Com ser e estar, impressoQuando o deputado chegou, a editora
já tinha (havia) imprimido o santinho. O santinho é (está) impresso.


Dad Squarisi - Dicas de Português domingo, 22 de julho de 2018

SEU, SUA: LIVRE-SE DA PRAGA

 

Seu, sua: livre-se da praga

Publicado em português

Os possessivos seu e sua são aparentemente inofensivos. Mas causam senhores estragos à frase. Sabe por quê? Às vezes, dão duplo sentido à declaração. Você diz uma coisa. A pessoa entende outra. Ou fica confusa. É o caso do diretor que tinha o secretário que os chefes pedem a Deus.

Ele chegava entes da hora. Saía depois. Almoçava ali mesmo, ao lado do computador. De repente, não mais que de repente, mudou o comportamento. Passou a fazer o que todos fazem: obedecer ao horário.

Intrigado, o diretor contratou um detetive para decifrar o mistério. Dois dias depois, o espião trouxe a resposta:

— Seu servidor sai ao meio-dia, pega o seu carro, vai até sua casa, namora sua mulher, come a sua comida, bebe o seu vinho, fuma seus charutos cubanos e volta ao trabalho.

O diretor, satisfeito, achou tudo normal. O investigador pediu licença para mudar o pronome. Eis o que deu:

— Seu servidor sai ao meio-dia, pega o teu carro, vai até tua casa, namora tua mulher, come a tua comida, bebe o teu vinho, fuma teus charutos cubanos e volta ao trabalho.

Outro exemplo

presidente garantiu aos parlamentares que o seu esforço levaria à aprovação das reformas.

Esforço de quem? Dos parlamentares? Do presidente? A frase é ambígua. Permite dupla leitura. O que fazer? Partir para o troca-troca. Substituir seu pelo pronome dele:

O presidente garantiu aos parlamentares que o esforço dele (ou deles) levaria à aprovação das reformas.

Xô! Xô! Xô!

Certas palavras rejeitam o possessivo. Aproximá-los é briga certa. Evite confusões. Não o use com:

  1. as partes do corpo: Na batida, quebrou a perna (nunca sua perna). Arranhou o rosto. Fraturou os dedos.
  2. os objetos de uso pessoal: Calçou os sapatos (não seus sapatos). Pôs os óculos. Vestiu a saia.
  3. 3as qualidades do espírito: Perdeu a consciência (não sua consciência). Mudou a mentalidade. Alterou o comportamento.

Dica: em 90% dos casos, o possessivo é desnecessário. Se é desnecessário, sobra: Paulo fez a (sua) redação. Pegou o (seu) jornal. Perdeu as (suas) chaves.

É isso. Escrever é cortar. Ou trocar.

 


Dad Squarisi - Dicas de Português domingo, 22 de julho de 2018

EU, PARTICULARMENTE, ACHO: ACHISMO

 

Eu, particularmente, acho: xô, achismo

Publicado em português

O João pensou, pensou, pensou. Depois, ficou encucado. O uso do “particularmente” na expressão “eu, particularmente, acho” não é demais? Sobra?

Sobra. O eu já é particular. Sabe o que mais? O acho também excede. Com ele, o enunciado vira achismo. Fica fraco, sem seriedade. Experimente começar a frase sem o “eu acho que”. Ela fica enxuta e convincente:

(Eu acho que) O país vai crescer se forem aprovadas as reformas modernizadoras.

(Eu acho que) O comércio deve vender mais este ano do que no ano passado.

Viu? Opinião é uma coisa. Achismo, outra.


Dad Squarisi - Dicas de Português domingo, 22 de julho de 2018

ESTILO ENXUTO: XÔ, ARTIGO INDEFINIDO

 

Estilo enxuto: xô, artigo indefinido

Publicado em português

Um texto limpo não cai do céu. Nem salta do inferno. Nasce de trabalho, humildade, desapego. E muita faxina. Como diz o outro, 10% de inspiração e 90% de transpiração.

A escrita agradável tem muitos segredos. Um deles: fugir do artigo indefinido. Umumaunsumas fazem estragos. Tornam o substantivo impreciso e molengão. Mais ou menos como Sansão sem cabelo. Quer ver?

Fugitivos africanos morreram em (um) acidente no Mediterrâneo.

Deus é (um) poder supremo.

(Um) outro bate-boca ocorreu ontem entre o marido e a mulher.

Falava com (um) tal cuidado que parecia medir as sílabas.

Ele revelava (uma) certa satisfação.

Para que os artigos? Só pra estragar a frase. Eles detonam o esforço de planejamento e redação. Fora!

 


Dad Squarisi - Dicas de Português domingo, 22 de julho de 2018

PLEONASMO: TODOS

 

Pleonasmo: todos

Publicado em português

Há pleonasmos pra lá de conhecidos. É o caso de subir pra cima, descer pra baixo, entrar pra dentro, sair pra fora, elo de ligação, habitat natural, panorama geral. Só se sobe pra cima, só se desce pra baixo, só se entra pra dentro, só se sai pra fora, todo elo é de ligação, todo habitat é natural, todo panorama é geral. Melhor mandar a gordura passear na terra do cruz-credo. Basta dizer subir, descer, entrar, sair, elo, habitat, panorama.

Mas há redundâncias espertas. Enganam o bobo na casca do ovo. Vale o exemplo de “todos foram unânimes”. Unânime é relativo a todos. Use um ou outro. Diga: Os líderes foram unânimes. Todos concordaram.

Outro espertinho – “todos os dois”. Valha-nos, Deus. Usá-lo dá alergia. É espirro pra todos os lados. Diga os dois ou ambos.


Dad Squarisi - Dicas de Português sábado, 21 de julho de 2018

ARTIGOS DE LEI: NUMERAL ORDINAL OU CARDINAL?

 

Artigos de lei: numeral ordinal ou cardinal?

Publicado em português

Na numeração de artigos de leis, decretos, medidas provisórias & gangue, use o ordinal até nove. De 10 em diante, o cardinal: artigo 1º, artigo 9º, artigo 10, artigo 17.


Dad Squarisi - Dicas de Português sábado, 21 de julho de 2018

QUÊ: QUANDO ACENTUAR

 

Quê: quando acentuar

Publicado em português

O quezinho aparece enchapelado em duas situações:

  1. Quando for substantivo. Aí, tem plural: O noivo tem um quê provinciano. Não sei os quês dos porquês. A letra quê tem charme. A modelo tem um quê sedutor. Nenhum dos quês recebeu a resposta adequada.
  2. Quando está no fim (no fim mesmo) da frase: Você saiu por quê? Os americanos estão irritados com quê? Quê! Você por aqui? O quê? Repita, por favor. Ela estava triste, mas não disse por quê. Trabalho muito, mas não sei por quê.

Dad Squarisi - Dicas de Português sábado, 21 de julho de 2018

CHEGAR: REGÊNCIA

 

Chegar: regência

Publicado em português

 

Chego em Brasília? Chego a Brasília?  A gente chega a algum lugar: Chega a Brasília. Chega a São Paulo. Chega ao estádio. Chega ao clube. Chega ao cinema.


Dad Squarisi - Dicas de Português sábado, 21 de julho de 2018

EIS: SIGNIFICADO E EMPREGOS

 

Eis: significado e empregos

Publicado em português

Mistérios cercam o eis. Pra início de conversa, ninguém sabe ao certo de onde vêm as três letrinhas. Palpiteiros afirmam que talvez provenham de heis ou haveis. Talvez. Certeza não há.

Além da curiosidade sobre o pai e a mãe da criatura, fica outra questão. A que classe gramatical ela pertence? Ninguém sabe. Sem se enquadrar na turma dos advérbios nem em nenhuma outra, classifica-se como palavra que denota designação. Acompanham-na outras desamparadas. As que denotam exclusão (só, somente, unicamente), inclusão (outrossim), situação (quase, casualmente), retificação (aliás).

Significado

O que as três letrinhas significam? Eis o significado: aqui está. A presença delas reforça a posição: Eis aqui o livro que você pediu.

Emprego

Ao empregar o eis, a pessoa que fala indica ao ouvinte o que está perto no tempo, no espaço ou simplesmente o que vai dizer. Jesus disse à mãe:”Mulher, eis o teu filho”. Eis, senhores, a resposta tão esperada.

Eis que

A locução dá ideia de surpresa ou imprevisto: Quando menos se esperava, eis que Paul McCartney voltou ao palco. Eis que surge finalmente um ator à altura do papel. Quando menos se esperava, eis que pintou confusão.

Olho vivo

Não use eis que na acepção de causa. Em vez da duplinha, prefira uma vez que ou porque. Assim: Ele deve passar no vestibular uma vez que estuda muito (não eis que). O candidato deve ser selecionado porque sobressaiu no teste (não eis que). O recurso vai ser rejeitado porque não tem fundamento jurídico. Eles merecem melhores salários eis que trabalham com dedicação. O imóvel não pode ser vendido eis que está hipotecado. O Corinthians será o campeão nacional eis que o segundo colocado está com quatro pontos perdidos.

Pronome

Unem-se a ele os pronomes pessoais átonos me, te, se, o, a, nos, vosEis-me aqui, senhor. Ei-lo, com saúde pra dar, vender e emprestar. Ei-nos prontos pra encarar o que der e vier.

Ufa! 


Dad Squarisi - Dicas de Português sexta, 20 de julho de 2018

HÍFEN: COR-DE-LARANJA OU COR DE LARANJA?

 

Hífen: cor-de-laranja ou cor de laranja

Publicado em português

A reforma ortográfica cassou o hífen de palavras compostas. Entre elas, as formadas de dois ou mais vocábulos ligados por preposição, conjunção, pronome. Pé de moleque, mão de obra, tomara que caia, mula sem cabeça, dor de cotovelo & cia. se escreviam com tracinho. Agora estão soltinhas da silva. (Nome de bichos e plantas mantêm o hífen – joão-de-barro, castanha-do-pará.)

As cores entraram na faxina. Antes, cor de laranja, cor de carne, cor de vinho, cor de abóbora e tantas outras se grafavam com o tracinho de ligação. Agora, mandaram-no plantar batata no asfalto. Mas cor-de-rosa manteve o hífen. É exceção que confirma a regra.


Dad Squarisi - Dicas de Português sexta, 20 de julho de 2018

PLURAL: OLHOS CASTANHO-ESCUROS OU CASTANHOS-ESCUROS?

 

Plural: olhos castanho-escuros ou castanhos-escuros?

Publicado em português

Como lidar com o adjetivo composto? Ele tem manhas. Pra não cair na cilada, preste atenção à classe gramatical das palavras que o compõe. São dois casos:

  1. Adjetivo + adjetivo ou palavra invariável + adjetivo: só o segundo se flexiona (olho castanho-escuro, olhos castanho-escuros, símbolo verde-amarelo, símbolos verde-amarelos, camiseta verde-amarela, camisetas verde-amarelas).

Exceção: azul-marinho e azul-celeste, que são invariáveis – sapato azul-marinho, sapatos azul-marinho; blusa azul-celeste, blusas azul-celeste.

  1. Adjetivo + substantivo ou substantivo + adjetivo: ambos permanecem invariáveis (saia azul-turquesa, saias azul-turquesa, papel verde-mar, papéis verde-mar, uniforme verde-oliva, uniformes verde-oliva, bandeira amarelo-canário, bandeiras amarelo-canário, vestido rosa-claro, vestidos rosa-claro, bolsa castor-escuro, bolsas castor-escuro).

Dad Squarisi - Dicas de Português sexta, 20 de julho de 2018

FILEIRINHA DE DÊS: OBSCURIDADE

 

Fileirinha de dês: obscuridade

Publicado em português

Termos longos ligados por uma fileira de dês constituem pedra no caminho do leitor. De um lado, pecam pela abstração. De outro, pela dificuldade de serem entendidos. Vale tudo para descarrilhar o trenzinho. A melhor estratégia: transformar substantivos e adjetivos em verbos. Veja:

O progresso dos estudantes de instituições de ensino do governo é lento.

Ruim, não? O período, além da fileirinha de dês, parece manco. A razão: o sujeito tem 22 sílabas. O predicado, três. Vamos harmonizá-lo? Busquemos o verdadeiro sujeito e usemos verbo de ação: Os estudantes de escolas públicas progridem lentamente.

 


Dad Squarisi - Dicas de Português sexta, 20 de julho de 2018

CONCISÃO: PALAVRAS DESNECESSÁRIAS

 

Concisão: palavras desnecessárias

Publicado em português

A frase adora lipoaspiração. Gordurinhas aqui e ali sobram. E, porque sobram, tornam o enunciado obeso e obscuro. Melhor recorrer ao bisturi. Elimine palavras ou expressões desnecessárias:

processo de adaptação: adaptação

decisão tomada no âmbito da diretoria: decisão da diretoria

trabalho de natureza temporária: trabalho temporário

problema de ordem sexual: problema sexual

curso em nível de pós-graduação: curso de pós-graduação

lei de alcance federal: lei federal

doença de característica dermatológica: doença dermatológica


Dad Squarisi - Dicas de Português quinta, 19 de julho de 2018

INTERMEDIAR & CIA: CONJUGAÇÃO

 

Intermediar & cia.: conjugação

Publicado em português

Sai dia, entra dia, a história se repete. Desvendam-se esquemas montados para assaltar os cofres públicos. Eles têm um denominador comum — os intermediários. Podem ser doleiros, empresas, escritórios de advocacia. Todos conjugam o verbo intermediar. Ele, como os profissionais da corrupção, é cheio de manhas. Uma delas: a conjugação.

Intermediar pertence à gangue do MARIO. O nome da perigosa organização se formou com a letra inicial dos membros que a compõem: mediar, ansiar, remediar, intermediar e odiar. Todos obedecem ao chefe. Odiar manda. Os outros vão atrás.

Conjugam-se do mesmo jeitinho: odeio (medeio, anseio, remedeio, intermedeio), odeia (medeia, anseia, remedeia, intermedeia), odiamos (mediamos, ansiamos, remediamos, intermediamos), odeiam (medeiam, anseiam, remedeiam, intermedeiam). E por aí vai.


Dad Squarisi - Dicas de Português quinta, 19 de julho de 2018

COSTA E COSTAS: DIFERENÇA

Costa e costas: diferença

Publicado em português

 Qual a diferença entre costa e costasCosta é litoral (costa brasileira, costa africana). Costas, parte posterior do corpo: dor nas costas.

 


Dad Squarisi - Dicas de Português quinta, 19 de julho de 2018

EM VEZ DE E AO INVÉS DE: DIFERENÇA E EMPREGO

 

Em vez de e ao invés de: diferença e emprego

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Qual a diferença entre em vez de e ao invés de?

Ao invés de = ao contrário de: Morreu ao invés de viver. Comeu ao invés de jejuar. Ao invés de pobre, era rica. Ao invés de rir, chorou. Dormiu ao invés de ficar acordado.

Em vez de = em lugar de: Escreveu em vez de ler. Foi ao teatro em vez de ir ao cinema. Em vez de Portugal, visitou a Espanha. Comprou carne em vez de peixe.

Superdica: deixe ao invés de pra lá. Em vez de vale por dois: Morreu em vez de viver. Dormiu em vez de ficar acordado.


Dad Squarisi - Dicas de Português quinta, 19 de julho de 2018

JAVALI: POR QUE DISPENSA O ACENTO

 

Javali: por que dispensa o acento

Publicado em português

Os meninos que ficaram presos em caverna da Tailândia formavam o time Javalis Selvagens.  Por que javali não tem acento? No português nosso de todos os dias, as palavras terminadas em i são oxítonas. Dispensam acento: tupi, guarani, aqui, ali, buriti, abri-lo, dividi-lo. E, claro, javali.

Algumas trocam de time. Abandonam as oxítonas e se tornam paroxítonas ou proparoxítonas. Aí, sim, recebem grampo ou chapéu para indicar a mudança: táxi, álibi.


Dad Squarisi - Dicas de Português quarta, 18 de julho de 2018

GOVERNADOR CANDIDATO OU CANDIDATO GOVERNADOR?

 

Governador candidato ou candidato governador?

Publicado em português

A Copa acabou. É hora de prestar atenção às eleições. Candidatos pululam pra dar, vender, e emprestar. Algumas caras são novas. Outras pra lá de conhecidas. Muitos disputam a reeleição. É o caso do governador do Distrito Federal. Rodrigo Rollemberg quer se manter à frente do Executivo da capital do Brasil. O jeito? É disputar o voto do eleitor.

Vale, pois, a questão. Rollemberg  é governador candidato ou candidato governador? Parece jogo de palavras. Mas não é. Questão semelhante quebrou a cabeça dos brasileiros no século 19. Em Memórias póstumas de Brás Cubas, Machado de Assis escreveu: “Não sou um autor defunto, mas um defunto autor”.

Ao afirmar “não sou um autor defunto”, Machado se disse diferente dos demais escritores. Camões, José de Alencar, Clarice Lispector, Nélson Rodrigues escreveram em vida. Morreram depois de publicar os livros. São autores defuntos. Brás Cubas fez uma mágica. Escreveu as memórias depois de morto. É defunto que virou autor. E Rollemberg? É governador candidato. Em outras palavras: governador que se tornou candidato.


Dad Squarisi - Dicas de Português quarta, 18 de julho de 2018

HÍFEN: COAUTOR OU CO-AUTOR?

 

Hífen: coautor ou co-autor?

Publicado em português

A presidente do Supremo Tribunal Federal acabou com a festa dos planos de saúde. Suspendeu os aumentos bem acima da inflação propostos por eles. O usuário seria garfado com 40% ao fazer qualquer procedimento. A novidade recebeu o nome de coparticipação.

Ao escrever o palavrão, pintou a dúvida. Com hífen? Sem hífen? A resposta é fácil como andar pra frente. O prefixo co- nunca aceita hífen. Com ele, é tudo colado. Quando seguido de r ou s, dobra as consoantes para manter a pronúncia do vocábulo: coautor, cooperação, coerdeiro, comorador, coinquilino, coprodução, corréu, correpresentante, cossecante. E, claro, coparticipação.

 


Dad Squarisi - Dicas de Português quarta, 18 de julho de 2018

ORDEM DIRETA: A MELHOR

 

Ordem direta: a melhor

Publicado em português

Por que ordem direta? Na leitura rápida, a memória funciona a curto prazo. É como quando alguém diz a placa do carro ou o número do telefone. Para não esquecê-los, temos duas saídas — repeti-los muitas vezes, ou anotá-los. Mais: a cabeça retém melhor o que vem primeiro. Daí a importância da ordem direta. Na frente, o mais significativo. Atrás, o secundário. Sujeito + verbo + complemento é a fórmula:

 Neymar fez o teatro do cai-cai nas partidas de que participou na Copa da Rússia.

A ideia substantiva — o teatro do cai-cai — abre o enunciado. É ela que ficará retida na memória. O complemento tem importância secundária. Se algum pormenor se perder, não comprometerá o recado.

Compare:

 Nas partidas de que participou na Copa da Rússia,  Neymar fez o teatro do cai-cai.

A informação mais importante perdeu-se na rabeira da frase. Azar do leitor.

 


Dad Squarisi - Dicas de Português terça, 17 de julho de 2018

PALAVRAS: PREFIRA AS CURTAS E SIMPLES

 

Palavras: prefira as curtas e simples

Publicado em português

Entre dois vocábulos, fique com o mais curto. Entre dois curtos, o mais simples. Fuja dos antipáticos e pretensiosos. Só ou somente? Só. Colocar ou pôr? Pôr. Casamento ou matrimônio? Casamento. Precipitação pluviométrica ou chuva? Chuva. Lombada ou obstáculo transversal? Lombada. Chefe do Executivo ou presidente? Presidente. Contabilizar ou somar? Somar. Equalizar ou igualar? Igualar. Fidelizar ou conquistar? Conquistar. Agilizar ou apressar? Apressar. Flexibilizar ou modificar? Modificar. Comercializar ou vender? Vender. Priorizar ou dar prioridade? Dar prioridade.


Dad Squarisi - Dicas de Português terça, 17 de julho de 2018

ESCRITA ENXUTA: SUBSTANTIVOS E VERBOS

 

Escrita enxuta: substantivos e verbos

Publicado em português

Substantivos e verbos são a roupa e o sapato da frase. As demais classes gramaticais, os acessórios. Escreva com a convicção de que no idioma só existem nomes e verbos. Adjetivos, advérbios, conjunções & cia. devem ser usados com cuidado e parcimônia. “Nos grandes mestres”, ensinou Monteiro Lobato, “o adjetivo é escasso e sóbrio — vai abundando progressivamente à medida que descemos a escala de valores”.

 


Dad Squarisi - Dicas de Português segunda, 16 de julho de 2018

JUSTIÇA: GRAFIA

 

Justiça: grafia

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Justiça com letra maiúscula ou minúscula? Depende. Com a inicial grandona, a trissílaba quer dizer Poder Judiciário. Nos demais casos, só a pequenina tem vez: A Justiça ordenou o imediato retorno ao trabalho. Queremos justiça. Faz justiça com as próprias mãos.


Dad Squarisi - Dicas de Português segunda, 16 de julho de 2018

SENTENÇA E PARECER: DIFERENÇA

 

Sentença e parecer: diferença

Publicado em português

Sentença ou parecer? Olho vivo. No âmbito da Justiça, trocar os papéis pega mal como furar a fila, dirigir sem cinto de segurança ou deixar de dar bom-dia ao entrar no elevador. Só a Justiça é competente para proferir sentença. Ministro, desembargador, juiz condenam, absolvem, ordenam, determinam, impõem. Parecer é coisa do Ministério Público.

 


Dad Squarisi - Dicas de Português segunda, 16 de julho de 2018

EXPRESSÕES LATINAS: GRAFIA

 

Expressões latinas: grafia

Publicado em português

A semana usou e abusou de duas expressões latinas. Uma delas: habeas corpus. A duplinha é o nome da lei inglesa que garante a liberdade individual. Em português claro, quer dizer “que tenhas o corpo livre para te apresentares ao tribunal”. A outra: dura lex, sed lex. Tradução: a lei é dura, mas é lei.

Reparou? As expressões latinas não têm acento nem hífen. Se aparecer um ou outro, elas perdem a originalidade. Entram, então, na vala comum dos compostos. Ganham hífen. Compare: via crucis, via-crúcis.

 


Dad Squarisi - Dicas de Português segunda, 16 de julho de 2018

TRATAMENTO DADO A JUIZ: EXCELÊNCIA

 

Tratamento dado a juiz: excelência

Publicado em português

O tratamento dado a juiz? É excelência sim, senhores.


Dad Squarisi - Dicas de Português segunda, 16 de julho de 2018

RAPIDEZ: O PORQUÊ DO Z

Rapidez & cia.: o porquê do z

Publicado em português

“Falta rapidez à Justiça”, dizem baianos, goianos & cia. verde-amarela. E não é de hoje. Há processos rolando desde os primórdios do século passado. E daí? Enquanto a agilidade não vem, vale matar a curiosidade da leitora Janaína Bordes. Ela pergunta por que rapidez se escreve com z.

A resposta: porque as palavras têm pai e mãe. Rapidez é filho de adjetivo (rápido). Substantivos abstratos derivados de adjetivo se grafam com a lanterninha do alfabeto: mudo (mudez), surdo (surdez), límpido (limpidez), sensato (sensatez), honra (honradez).

 


Dad Squarisi - Dicas de Português quinta, 12 de julho de 2018

VOZ, PALAVRA E LINGUAGEM DO CORPO

 

Voz, palavra e linguagem do corpo

Publicado em português

Harmonizar a linguagem do corpo com as palavras. Ao falar, a gente se comunica por inteiro. A expressão do rosto, os gestos, o olhar, a respiração, a voz, o vestir-se – tudo conta. Segundo pesquisa da Universidade de Stanford, o corpo responde por 45% da mensagem. O tom da voz, 20%. As palavras, 20%.


Dad Squarisi - Dicas de Português quarta, 11 de julho de 2018

A OU LHE?

 

A ou lhe?

Publicado em português

Ops! Ambos são pronomes pessoais do caso oblíquo. Quando empregar um e outro?

Lhe tem duas funções. Uma: objeto indireto — complementa verbo transitivo indireto. É o caso de oferecer, agradecer, obedecer: Ofereci-lhe um cafezinho (a gente oferece alguma coisa a alguém). Agradeço-lhe o favor (a gente  agradece alguma coisa a alguém). Obedecemos-lhe sem discussão (a gente obedece a alguém).

A outra: funciona como adjunto adnominal. Substitui o possessivo seusua, dele, delaAcariciou-lhe os cabelos (acariciou seus cabelos). Invejou-lhe o vestido (invejou vestido dela). Encheu-lhe os bolsos de balas (encheu seus bolsos de balas).

*

a e o o funcionam como objeto direto: João ama Maria. (João a ama). O diretor cumprimentou os funcionários (o diretor os cumprimentou). Comprei o material exigido pela escola (comprei-o). Vi a professora entrando no shopping (vi-a entrando no shopping).

 

 


Dad Squarisi - Dicas de Português quarta, 11 de julho de 2018

A OU À: QUANDO USAR

 

A ou à: quando usar

Publicado em português

Epa! O acento grave não deixa dúvidas. Trata-se da craseA danada ocorre se dois aa se encontrarem. O casório se dá quando a preposição a encontra o artigo definido a, ou o demonstrativo a, ou o a inicial dos pronomes demonstrativos aquele, aquela, aquilo: O êxito é obstáculo à liberdade. Entreguei o relatório àquele homem.

Excluindo-se o caso dos pronomes demonstrativos, só haverá crase antes de palavra feminina, clara ou subentendida: Obedecemos à lei. Fui à Editora Nacional e à (editora) José Olympio. Canta à (moda de, maneira de) Roberto Carlos

*.

Forma fácil de descobrir se ocorre crase é substituir a palavra feminina por uma masculina (não precisa ser sinônima, mas precisa ser do mesmo número — singular ou plural). Apareceu ao? Sinal de acento grave: Por exemplo: Fui a cidade. Com crase ou sem crase? Trocando-se cidade por teatro, temos: Fui ao teatroLogo, fui à cidade.

Outros exemplos: Obedecemos à lei (ao regulamento). Dirigiu-se à cidade (ao parque). Comprou as obras (os livros). Prêmio natural às ambições espirituais (aos trabalhos). Fez referência à tradução (ao texto) à qual (texto ao qual) nos temos dedicado.

 


Dad Squarisi - Dicas de Português quarta, 11 de julho de 2018

INTERNET: MAIÚSCULA OU MINÚSCULA?

 

Internet: maiúscula ou minúscula?

Publicado em português

Na origem, internet era nome próprio. Escrevia-se com a inicial maiúscula. Agora, dá nome a uma mídia, como rádio, jornal, televisão. Tornou-se substantivo comum. Sem pedigree, é senhora vira-lata. Grafa-se com letras pequeninas.


Dad Squarisi - Dicas de Português terça, 10 de julho de 2018

BASTA DE BRIGAS? BASTAM DE BRIGAS?

 

Basta de brigas? Bastam de brigas?

Publicado em português

Cuidado com a concordância quando o sujeito vem depois do verbo: Bastam algumas horas (algumas horas bastam), Bastam-me duas horas para concluir o trabalho (duas horas me bastam para concluir o trabalho).

Seguido da preposição de, bastar é impessoal. Mantém-se na 3ª pessoa do singular: Basta de brigas. Basta de lamúrias. Basta de promessas.

 


Dad Squarisi - Dicas de Português terça, 10 de julho de 2018

BENEFICÊNCIA? BENEFICIÊNCIA?

 

Beneficência? Beneficiência?

Publicado em português

Não exagere, por favor. Beneficência tem dois is. Não a sobrecarregue com mais um. Ao escrever, lembre-se que, para a bondosa, um é pouco, dois é bom, três é demais: Beneficência Portuguesa, campanha beneficente.


Dad Squarisi - Dicas de Português terça, 10 de julho de 2018

BIÓPSIA OU BIOPSIA

 

Biópsia ou biopsia

Publicado em português

A retirada de fragmentos de tecidos para exames microscópicos tem as duas formas – com acento e sem acento. Biópsia é mais usual.

 


Dad Squarisi - Dicas de Português terça, 10 de julho de 2018

BRASIS: QUANDO USAR MAIÚSCULAS OU MINÚSCULAS

 

Brasis ou brasis: quando usar maiúscula e minúscula

Publicado em português

No sentido de território brasileiro, grafa-se com inicial minúscula: Viajamos muitos meses por esses brasis.

Na acepção de plural de Brasil, escreve-se com inicial maiúscula: Você falou em dois Brasis. A qual deles tece críticas?

 


Dad Squarisi - Dicas de Português segunda, 09 de julho de 2018

GABRIEL GARCÍA MÁRQUEZ ESCREVEU

 

Gabriel García Márquez escreveu

Publicado em português

“A inspiração não avisa.”

 


Dad Squarisi - Dicas de Português segunda, 09 de julho de 2018

NOVE NOVIDADES DA LÍNGUA PORTUGUESA

 

Nove curiosidades sobre a língua portuguesa

Publicado em português

A língua é das pessoas e para as pessoas. Como possuidor e destinatário são pra lá de interessantes, o mais fácil código de comunicação não poderia ser diferente. É cheio de curiosidades. Conta histórias, faz piadas, explica o inexplicável.Quer ver? Aprecie.

Psiquê e Cupido

Cupido e Psiquê se casaram. Antes, combinaram que ela nunca veria o rosto do deus do amor. Uma noite, a mulher não resistiu. Enquanto ele dormia, ela acendeu uma vela. Ficou tão encantada com a linda figura que deixou cair cera quente no corpo do amado. Ele acordou. E se foi. Até hoje Psiquê chora. Sofre de tristeza, arrependimento e saudade. O jeito é procurar profissional que cura as dores da alma. É o psicólogo, cujo nome nasceu de Psiquê.

Realeza

J, Q e K são três cartas do baralho com imagem. Elas têm iniciais em inglês: j (de jack, valete). Q (de queen, dama ou rainha) e K (de king, rei).

 Pirata

Quem primeiro usou o termo pirata para descrever os que pilhavam navios e cidades costeiras foi Homero, na Odisseia. A pirataria marítima começou com os gregos que roubavam mercadorias dos fenícios e assírios. Isso em 753 a.C. Uma série de características marcou os ladrões dos mares: a bandeira com a caveira e dois ossos ou duas espadas cruzadas, o tapa-olho, o chapéu tricórnio, os ganchos nas mãos, as pernas de pau, os papagaios (que eles capturavam pra vender). A palavra continua viva até hoje: rádio pirata, navios piratas.

Exceções

Em português, pouquíssimas palavras terminam com n. Entre elas, hífen, éden, abdômen. Elas pregam senhora peça na acentuação gráfica. A regra diz que ganha grampo ou chapéu a paroxítona terminada com n. A que se finaliza com ns não tem nada com a história. Fica solta e livre, sem lenço nem documento: hifens, edens, abdomens.

100% nacional

A jabuticaba é considerada a fruta mais brasileira que existe. Raramente consegue ser cultivada em outros países. Uma curiosidade: ao que se saiba, é a única árvore no mundo que se aluga. Isso mesmo: em algumas cidades, como Sabará, em Minas Gerais, os proprietários cobram por hora. O inquilino paga e come a gostosura até quando aguentar. Especialistas de Europa, França e Bahia se renderam à pretinha. É o caso do chef Paul Bocuse: “A jabuticaba não é para o bico de todo mundo. Extraordinária! Em Reinações de Nartizinho, Monteiro Lobato dedica um capítulo inteiro à frutinha.

Origem

Ideias não surgem do nada, mas do acúmulo de informações. Segundo o neurocientista Henrique Del Nero, da USP, a criatividade é proporcional ao repertório. “A mente calcula qual a melhor jogada a partir da maior taxa de informações com a menor redundância”. Por isso, fique esperto. Enriqueça seu banco de dados com atividades que, além de despertar a imaginação e a fantasia, gerem novas imagens. É o caso de leituras, viagens e atividades artísticas.

Os pontinhos dos ii

Vamos pôr os pontos nos ii? A expressão não deixa dúvida. Refere-se ao esclarecimento rigoroso de determinada situação. Ela nasceu há muito tempo — na época em que só se escrevia à mão. Pra evitar que dois ii fossem confundidos com u, passou-se a acentuar o i. No século 16, pontos substituíram os grampinhos. Daí os pontos nos ii.

O &

O símbolo & tem nome. É e comercial. O criador: Marcus Tulius Tiro, encarregado de transcrever os discursos feitos no Senado de Roma. A criatura, que veio ao mundo 63 anos antes de Cristo, tinha uma função – tornar a escrita mais rápida. O & substituía o et (e em português). Com o tempo, o sinalzinho se especializou. Deixou os políticos pra lá e entrou, triunfal, no universo das empresas.

Caraoquê

A japonesinha karaokê ganhou forma portuguesa. É caraoquê. Uma e outra têm o mesmo sentido. Querem dizer espaço vazio. A razão? Trata-se de casa noturna em que os clientes podem cantar acompanhados de músicos ou gravações. A voz deles preenche o vazio do espaço.


Dad Squarisi - Dicas de Português quinta, 05 de julho de 2018

VERDE-AMARELO: GRAFIAS

Verde-amarelo: grafias

Publicado em português

Na festa da bola, as cores entram em cartaz. Deixam de ser apenas cores. Tornam-se símbolos. Verde e amarelo é Brasil. Vermelho e verde, Portugal. Azul e amarelo, Colômbia. Azul, Uruguai.

Dizem as más línguas que o Brasil tem mania de grandeza. Será? Pelo sim, pelo não, vale lembrar a grafia das cores que o representam. Há dois jeitinhos de escrevê-las. Um: verde-amarelo. O outro: verde e amarelo.


Dad Squarisi - Dicas de Português quinta, 05 de julho de 2018

TEATRO DE NEYMAR: PREÇO

 

Teatro de Neymar: preço

Publicado em português

O Brasil jogou um bolão na segunda. Acertou duas na rede mexicana e saiu de campo invicto. O Neymar, claro, fez seu teatro. Jogou-se no chão, gritou, gemeu e fez contorções com a agilidade de serpente. Convenceu? A cena, tantas vezes repetida, lembrou a fábula da ovelha e do lobo. Conhece?

Uma ovelhinha adorava chamar a atenção. Um dia, gritou: “Olha o lobo! Ele quer me comer!” Todos correram para socorrê-la. Ela adorou a notoriedade. Volta e meia, reprisava a história. Sempre falsa. Numa manhã luminosa, o bichão apareceu. A branquinha pediu ajuda. Ninguém se abalou. Resultado: a peluda virou carne de banquete.

E o Neymar? Continua inteiro. Mas se transformou em objeto de gozação. Uma piada viralizou na internet. A mãe, em resposta à preguiça do filho de se despedir da cama a tempo de ir à escola, diz ao garoto: “Bora levantar, porque quem ganha dinheiro deitado é só o Neymar”.

O preço

A encenação do craque ganhou destaque nacional e internacional. E fez estragos. Comentarista do programa GloboNews em Pauta disse: “Neymar paga preço muito caro pelo teatro”. Bobeou. Caro e barato estão subentendidos no substantivo preço.

O preço é alto ou baixo. O bem ou o serviço é que são caros ou baratos: As passagens de avião estão caras. O preço das passagens está alto. A consulta do médico está barata. Os remédios estão pra lá de caros. A diária em hotel de luxo custa caro.

 


Dad Squarisi - Dicas de Português quinta, 05 de julho de 2018

EMBAIXADINHAS: ETIMOLOGIA

 

Embaixadinhas: etimologia

Publicado em português

Em dias de Copa, sobram jogadores pra lá de hábeis. São capazes de dar sucessivos toques na bola – com os pés, as coxas, os ombros ou a cabeça – sem que ela tenha contato com o chão.  O espetáculo se chama embaixada. Mas o nome não tem nada a ver com representação diplomática, Itamaraty & cia. Tem a ver com a forma como se toca na pelota – por baixo. Malandro, o pé começa a manobra embaixo da redonda.


Dad Squarisi - Dicas de Português quarta, 04 de julho de 2018

ASPIRAR: REGÊNCIA

 

Aspirar: regência

Publicado em português

O Brasil aspira ao hexa? Aspira o hexa?

Aspirar joga em dois times. É transitivo direto na acepção de inalar (aspirar o ar, aspirar o perfume, aspirar o pó). É transitivo indireto no sentido de pretender, desejar: aspirar à felicidade, aspirar à promoção, aspirar ao emprego, aspirar a prêmios, aspirar ao hexa.


Dad Squarisi - Dicas de Português quarta, 04 de julho de 2018

CORÃO OU ALCORÃO?

 

Corão ou Alcorão?

Publicado em português

O livro sagrado dos muçulmanos aceita as duas grafias. O al, de Alcorão, é o artigo definido árabe. Ele aparece na maior parte dos vocábulos que nasceram nas Arábias e viajaram mundo afora. É o caso de algodão, alface, alfafa, alfaiate, almofada, almeirão, almirante, álcool, alfinete, algarismo, álgebra, algazarra. E tantas outras.


Dad Squarisi - Dicas de Português quarta, 04 de julho de 2018

ASSISTIR AO JOGO? O JOGO?

 

Assistir ao jogo? O jogo?

Publicado em português

O verbo mais conjugado durante a Copa? É ele mesmo – assistir. Com ele todo  o cuidado é pouco. Ao menor descuido, tornamos real o risco referido por Mário Quintana: “A gente pensa uma coisa, escreve outra, o leitor entende outra, e a coisa propriamente dita desconfia que não foi dita”. Melhor prevenir. Como? Usar o verbo com a regência adequada:

Assistir = prestar assistência, ajudar, socorrer: O médico assiste o doente. Várias nações assistem os garotos que ficaram presos em caverna na Tailândia. O governo assiste as vítimas do temporal.

Assistir a = comparecer ou presenciar: Assisti a todos os jogos do Brasil. Você assistiu à partida de segunda? Há muito deixei de assistir a novelas. Vocês assistiram ao show?


Dad Squarisi - Dicas de Português segunda, 02 de julho de 2018

CAMISETA: GIORGIO ARMANI ESCREVEU

 

Giorgio Armani escreveu

Publicado em português

 

“Sempre considerei a camiseta o alfa e o ômega do alfabeto fashion.”


Dad Squarisi - Dicas de Português segunda, 02 de julho de 2018

FUTEBOL E LÍNGUA: VOCATIVO E HÍFEN

 

Futebol e língua: vocativo e hífen

Publicado em português

Eta semana emocionante! A quarta-feira bateu recorde. No mesmo dia, duas sensações diferentes. Uma delas: o gostinho da revanche. A história começou com a derrota da Alemanha. Os campeões do mundo voltaram pra casa na primeira fase. Brasileiros se divertiram.

Uns disseram que os germânicos são esbanjadores. Desperdiçaram todos os gols contra o Brasil. Não pensaram no futuro. Outros lembraram a falta de foco. O país investiu em educação, saúde, transporte e segurança. Esqueceu o futebol. Deu no que deu.

Vamos, Brasil

A outra sensação não poderia ser outra: o sabor da vitória. Premiou os grandalhões sérvios com dois gols. Não levou nenhum. Os brasileiros vibraram. Em coro, gritavam: “Vamos, Brasil”. Viu? Brasil é o ser a quem os torcedores se dirigem. É o vocativo. Daí a vírgula. Há exemplos pra dar, vender e emprestar: Maria, vem cá. Deus do céu, escutai a nossa prece. Pra frente, Brasil.

 Ao hexa

O Brasil conquistará a sexta estrela? Vamos torcer. Se chegar lá, estejamos preparados para lidar com a grafia do hexa. A desejada dos brasileiros pede hífen? Ou dispensa o tracinho? Ela pede o elo quando seguida de h e a. Nos demais casos, vem tudo junto: hexa-homenagem, hexa-advertência, hexacampeão, hexadecimal, hexarreator, hexassubstituto 

 


Dad Squarisi - Dicas de Português segunda, 02 de julho de 2018

PLURAL DE GOL

 

Gol: plurais

Publicado em português

O plural de gol? Nós preferimos gols. Os portugueses ficam com golos. Há, também, gois.


Dad Squarisi - Dicas de Português sábado, 30 de junho de 2018

MAIÚSCULAS E MINÚSCULAS: PROJETO DE LEI

 

Erramos: maiúsculas e minúsculas

Publicado em português

“O Congresso Nacional aprovou a legislação via Projeto de Lei”, escrevemos na pág. 7. Projeto de lei & cia são substantivos comuns. Escrevem-se com inicial minúscula. Só ganham pedigree quando têm número ou nome (Projeto de Lei 44.510, Lei das Licitações). Melhor: O Congresso Nacional aprovou a legislação via projeto de lei.


Dad Squarisi - Dicas de Português sexta, 29 de junho de 2018

HEXA: HÍFEN

 

Erramos 2: hexa (hífen)

Publicado em português

“À medida que vai convencendo o país de que tem qualidade técnica para disputar o título de hexa campeão do mundo, a Seleção Brasileira nos une na vitória”, escrevemos na pág. 2. Ops! Bobeamos na grafia de hexacampeão. Hexa pede o tracinho quando seguido de h ou a.No mais, é tudo colado: hexa-homenagem, hexa-advertência, hexacampeão, hexadecimal, hexarreator, hexassubstituto.

 


Dad Squarisi - Dicas de Português sexta, 29 de junho de 2018

TROCADILHO DO BARÃO DE ITARARÉ: CALÇA E BOTA

 

O Barão de Itararé brincou

Publicado em português

“O português é uma. língua muito difícil. Tanto que calça é uma coisa que se bota, e bota é uma coisa que se calça.


Dad Squarisi - Dicas de Português sexta, 29 de junho de 2018

CASTANHA-DO-PARÁ, BANHO-MARIA & CIA

 

Castanha-do-pará, banho-maria & cia: por que letra minúscula?

Publicado em português

Os nomes próprios se escrevem com inicial grandona. É o caso de João, Maria, Pará, Colônia, Brasil. Às vezes, porém, eles entram na composição de substantivos comuns. O resultado é um só. Tornam-se vira-latas: joão-de-barro, castanha-do-pará, água-de-colônia, pau-brasil, banho-maria, maria vai com as outras.

Nome de disciplinas tem pedigree. Português, Inglês, Francês, Espanhol, quando matéria estudada na escola, ganham inicial grandona. As mesmas palavras, ao dar nome a idioma, perdem a majestade. Escrevem-se com a inicial pequenina: No Brasil, fala-se português. O português, o francês, o espanhol são línguas latinas.

Norte, Sul, Leste, Oeste, quando pontos cardeais, são nomes próprios. Mas, se definem direção ou limite geográfico, cessa tudo que a musa antiga canta. As moçoilas põem o rabinho entre as pernas e entram na vala comum: O leste dos Estados Unidos tem grande influência latina. O carro avançava na direção sul. Cruzou o país de norte a sul, de leste a oeste.

 


Dad Squarisi - Dicas de Português sexta, 29 de junho de 2018

GRAFIA DE SIGLAS

 

Erramos 3: grafia da sigla

Publicado em português

“Com o colapso do socialismo, o plano da Grande Sérvia deu lugar à recidiva de sua balcanização após os bombardeios da OTAN em 1999”, escrevemos na pág. 2. Viu? Bobeamos na grafia da sigla. Por quê?

Escrevem-se todas as letras maiúsculas:

1. se a sigla tiver até três letras: Organização das Nações Unidas (ONU), Ministério da Educação (MEC), unidade de terapia intensiva (UTI), Polícia Militar (PM).

2. se todas as letras forem pronunciadas: Instituto Nacional de Seguridade Social (INSS), Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB).

Nos demais casos, só a primeira letra é grandona: Departamento de Trânsito (Detran), Organização do Atlântico Norte (Otan).


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