Almanaque Raimundo Floriano
Fundado em 24.09.2016
(Cultural, sem fins comerciais, lucrativos ou financeiros)


Raimundo Floriano de Albuquerque e Silva, Editor deste Almanaque, também conhecido como Velho Fulô, Palhaço Seu Mundinho e Mundico Trazendowski, nascido em Balsas , Maranhão, a 3 de julho de 1936, Católico Apostólico Romano, Contador, Oficial da Reserva do Exército Brasileiro, Funcionário Público aposentado da Câmara dos Deputados, Titular da Cadeira nº 10 da Academia Passa Disco da Música Nordestina, cuja patrona é a cantora Elba Ramalho, Mestre e Fundador da Banda da Capital Federal, Pesquisador da MPB, especializado em Velha Guarda, Música Militar, Carnaval e Forró, Cardeal Fundador da Igreja Sertaneja, Pioneiro de Brasília, Xerife nos Mares do Caribe, Cordelista e Glosador, Amigo do Rio das Balsas, Inventor da Descida de Boia, em julho de 1952, Amigo da Fanfarra do 1° RCG, autor dos livros O Acordo PDS/PTB, coletânea de charges, Sinais de Revisão e Regras de Pontuação, normativo, Do Jumento ao Parlamento, com episódios da vida real, De Balsas para o Mundo, centrado na navegação fluvial Balsas/Oceano Atlântico, Pétalas do Rosa, saga da Família Albuquerque e Silva, Memorial Balsense, dedicado à história de sua terra natal, e Caindo na Gandaia, humorístico apimentado, é casado, tem quatro filhos, uma nora, dois genros e dois netos e reside em Brasília, Distrito Federal, desde dezembro de 1960.

Dad Squarisi - Dicas de Português domingo, 18 de março de 2018

MÃO DE TINTA? DEMÃO DE TINTA?

 

Mão de tinta? Demão de tinta?

O pintor deu duas mãos de tinta na parede. Correto? Não. A turma apela para o menor esforço. Uma sílaba é mais fácil que duas. Mas nem sempre dá certo. Deixe a preguiça pra lá. O pintor deu duas demãos de tinta. A dissílaba quer dizer camada de cal, tinta ou verniz que se estende em uma superfície.  
 

Aguar: conjugação

Plantas precisam de água. Daí nasceu o verbo aguar. Como conjugá-lo? Olho no acento. Presente do indicativo e presente do subjuntivo pregam peças. Bobear é proibido: águo, águas, água, aguamos, aguam; aguei, aguaste, aguou, aguamos, aguastes, aguaram; aguava, aguavas, aguava, aguávamos, aguavam; que eu águe, águes, águe, aguemos, águem. E por aí vai.  
 
 

Erramos

“O Brasil, há um bom tempo, está mergulhado nos abismos de seu próprio inferno”, escrevemos na pág. 12. Reparou na redundância? Seu e próprio exercem a mesma função. Melhor economizar: O Brasil, há um bom tempo, está mergulhado nos abismos do próprio inferno.
 

Dad Squarisi - Dicas de Português sábado, 17 de março de 2018

A VEZ DO MAIS BEM E MAIS MAL

 

A vez do mais bem e mais mal

“O Rio não é o estado pior classificado no tocante à violência”, disse o repórter.  Telespectadores ouviram. Uiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiii! Sentiram forte pancada nos ouvidos. A razão: antes de particípio, melhor e pior não têm vez. Mais bem e mais mal pedem passagem: O Rio não é o estado mais mal classificado. João apresentou a redação mais bem redigida. Nós somos os mais bem vestidos do Brasil.
 

Fofoca: dois recursos linguísticos

Você conhece algum fofoqueiro? Preste atenção à fala dele. Pra não ir pro xilindró, o amante da vida alheia se defende. Apela pra dois recursos da língua. Um: o futuro do pretérito. O outro: o dizem que. Com essas armas, ele solta o veneno. E safa-se de processo. A grande vítima é a verdade.
 

Chavão: ironia de Machado de Assis

“As frases feitas são a companhia cooperativa do espírito. Dão o trabalho único de as meter na cabeça, guardá-las e aplicá-las oportunamente, sem dispensa de convicção, é claro, nem daquele fino sentimento de originalidade que faz um molambo seda.”  
 

É que: invariável

“É nas páginas de um livro que podemos viajar sem sair de casa e conhecer a alma humana.” O emprego do “é que” está correto? Está. A língua deu a vez a penetra pra lá de ousado. Trata-se da partícula é que. Expletiva, ela pode ser jogada fora. Exemplo não falta: Onde (é que) você mora? 
 

Dad Squarisi - Dicas de Português sexta, 16 de março de 2018

MORTA A TIROS. SEM CRASE. POR QUÊ?

 

Vereadora foi morta a tiros: sem crase por quê?

A crase é feminista. Excluindo-se o caso dos pronomes demonstrativos (aquele, aquilo), o sinalzinho grave só tem vez antes de palavra feminina, clara ou subentendida: Obedecemos à lei. Assisti à novela O outro lado do paraíso. O cão é fiel à dona. Fui à Editora Geração, não à (editora) José Olympio. Canta à (moda de) Caetano Veloso. 
 

 

 

Ganha-pão & cia.: plural

O plural de ganha-pão? É ganha-pães. A dupla joga no time de guarda-roupas, beija-flores e lustra-móveis. Na composição de verbo mais substantivo, só o nome se flexiona. O companheiro fica no bem-bom.  
 

Quantia de dinheiro? Nãooooooooo

O povo sabido diz que um é pouco, dois é bom, três é demais. Com a língua, a história muda de enredo. Um é suficiente. Por isso, não diga quantia de dinheiro. É redundância. Basta quantia.  
 

Xô, ambiguidade

As palavras gozam de plena liberdade. Passeiam na frase com desenvoltura. Às vezes, o sujeito aparece no início da oração. Outras, no meio. Aqui e ali, no fim. As voltinhas não se restringem ao sujeito. Boa parte dos termos lança mão do privilégio sem cerimônia. Mas o vai e vem tem limite. 
 

Azul-marinho & cia.: invariável

Sabia? Há uma gangue especializada em roubar pontos e reputações. São três criaturas com uma característica — escrevem-se com azul. Diante delas, abra os olhos, limpe os ouvidos e vá em frente. Azul-marinho (ou marinho), azul-celeste e azul-ferrete são invariáveis: blusa azul-celeste, blusas azul-celeste, vestido azul-ferrete, vestidos azul-ferrete; calça azul-marinho, calças azul-marinho, sapato azul-marinho, sapatos azul-marinho; carro marinho, carros marinho, bicicleta marinho, bicicletas marinho.  
 

Bastante ou bastantes? Depende

Bastante é palavra encapetada. Pode ser adjetivo ou advérbio: Quando adjetivo, modifica o substantivo e se flexiona em número: motivos bastantes, bastantes vezes, bastantes recursos. Quando advérbio, é invariável: comer bastante, bastante caros, bastante tarde. Superdica: na dúvida, substitua bastante por muito. Se for adjetivo, o dissílabo se flexiona (motivos muitos, muitas vezes, muitos motivos). Se advérbio, mantém-se invariável (comer muito, muito caro, muito tarde).
 

Dad Squarisi - Dicas de Português quinta, 15 de março de 2018

BIÓPSIA OU BIOPSIA – 7 DICAS PARA ESCREVER UM TEXTO

 

Biópsia ou biopsia?

Ora, se ouve biópsia. Ora, biopsia. E daí? As duas formas existem. Prefira biópsia, mais usual. A razão: a língua é como a mulher de César. A primeira-dama imperial não só tem de ser honesta. Tem de parecer honesta. A linguinha nossa de todos os dias não só tem de ser correta. Tem de parecer correta.  
 

Bimensal e bimestral: diferença

Bimensal é duas vezes por mês, quinzenal (revista bimensal). Bimestral significa uma vez a cada dois meses: prestações intermediárias bimestrais.  
 

Troca-troca partidário: plural

Abriu-se a janela partidária. Parlamentares podem mudar de sigla. É uma festa. Na farra, pintou a dúvida: qual o plural de troca-troca? A duplinha não goza de privilégios. Segue a regra do casal formado por palavras repetidas. Só a última ganha s. É o caso de pula-pulas, quebra-quebras, quero-queros, tico-ticos. E, sem dúvida, troca-trocas.
 

A vírgula na guerra dos sexos

Desde que nasceu, a vírgula provoca discussões. Alguns dizem que empregá-la é questão de gosto. A gente põe o sinalzinho onde tem vontade. Outros afirmam que basta ler a frase. Parou pra respirar? Pronto. Taca-lhe a marca da pausa. Aí surge um problema. Como os gagos e os asmáticos se virarão? Há, também, os exagerados. Esbanjadores, usam todas as vírgulas a que têm direito.
 

7 dicas para escrever um texto

1.Seja natural: converse no papel. Imagine que o leitor esteja à sua frente, comendo um sanduíche e tomando um suco. 2. Mantenha a objetividade: sem encher linguiça, vá direto ao assunto. Dê o recado. 3.Respeite a concisão: diga o que deve ser dito com o número de palavras suficiente. Nem mais. Nem menos. 4. Use frases curtas: Uma frase longa, ensinou Vinicius, não é nada.
 

Palavra falada: perigo

Conhece o teste do telefone? Ele funciona mais ou menos assim. Um grupo de pessoas se senta ao lado uma da outra. A primeira lê uma história cheia de pormenores. A segunda, sem ler, cochicha a narrativa no ouvido do vizinho. A terceira faz o mesmo. E, assim, sucessivamente. O resultado é espantoso. O último texto não tem nem parentesco com o primeiro. Quer um […]
 

Erramos

“Não há porque deixar de votar questões constitucionais”, escrevemos na pág. 7. Ops! Tropeçamos de novo no emprego do porquê. Quando for substituível por “a razão pela qual”, o dissílabo escreve-se por que. Assim: Não há por que deixar de votar questões constitucionais.
 

 

 

Hífen: pré

Na era de lançamento de candidaturas, entra em cartaz o sufixo pré-. Acertar o emprego do pequenino muitas vezes depende da sorte. A razão: ora, ele aparece separado por hífen (pré-candidato, pré-estreia, pré-vestibular). Ora, sem o tracinho (preanunciação, preaquecer, precondição, predefinido, predeterminado, predisposto). Como lidar com ele? Só há um jeito: na dúvida, consultar o dicionário. O pai de todos nós está sempre às ordens.
 

 

 

Dad Squarisi - Dicas de Português quarta, 14 de março de 2018

MARCHA A RÉ É SEM CRASE E SEM HÍFEN

 

Marcha a ré é sem-sem: sem crase e sem hífen

Dá uma vontade danada de pôr o acentinho indicador de crase na expressão marcha a ré. Resista. Se duvidar, consulte o dicionário. Marcha a ré se escreve assim, livre e solta — sem hífen e sem crase.
 

1% dos brasileiros aprova ou aprovam?

“Segundo várias pesquisas de opinião, 85% dos brasileiros, em média, aprova a decisão.” A concordância verbal está correta? Não. Na indicação de percentagem, o verbo tem duas saídas. Uma: concordar com o número (85). A outra: concordar com o complemento (brasileiros). No caso, ambos estão no plural. A alternativa é plural. Ou plural. 
 

Erramos

“Ao Correio, o político goiano ainda não crava se irá concorrer”, escrevemos na pág. 4. Ops! Pisamos o futuro. A indicação do porvir tem duas formas. Uma: futuro simples (concorrerei). A outra: futuro composto, formado pelo presente do verbo ir + o infinitivo do verbo (vou concorrer). Melhor corrigir: Ao Correio, o político goiano ainda não crava se vai concorrer.
 

Dad Squarisi - Dicas de Português terça, 13 de março de 2018

O DIMINUTIVO DE PAI É PAIZINHO. E DE PAÍS?

 

O diminutivo de pai é paizinho. E de país?

O diminutivo de pai é paizinho. O plural de paizinho, paizinhos.O diminutivo de país é paisinho (com s). Viu? Paisinho se escreve com s porque a letra figura no radical. Pai não tem s. Pede, por isso, ajuda à consoante de ligação (z) pra colar o sufixo -inho.  
 

Pequena maioria e grande maioria: correto?

Maioria é metade mais um. Se 100 eleitores votarem e um candidato obtiver 51 votos, oba! Ele ganhou. Por pequena maioria, é verdade, mas ganhou. Se obtiver 98, viva! Venceu por grande maioria. Só faltaram dois pra alcançar a unanimidade. Nelson Rodrigues costumava repetir que a unanimidade é burra. Se é verdade…
 

Multidão de pessoas: pleonasmo?

No substantivo multidão, estão incluídas as pessoas. Daí as definições dos dicionários. O Dicionário etimológico Nova Fronteira diz que multidão é “grande aglomeração de pessoas, o povo”. O Aurélio, “grande quantidade de pessoas ou coisas”. O Houaiss, “grande quantidade de seres (pessoas, animais ou coisas)”. Viu? As pessoas estão contidas na definição. Ao dizer “uma multidão aguardava o presidente”, ninguém perguntará multidão de quê. 
 

Vírgula antes do e? Às vezes

O e detesta excessos. Por isso, dispensa a vírgula: Trabalho e estudo. Vou a Pernambuco e depois à Paraíba. Só num caso vai de dose dupla. Aí, impõe duas condições. Uma: as orações têm que ter sujeitos diferentes. A outra: a possibilidade de provocarem confusão. Veja: O Estado Islâmico atacou Palmira, e a Síria reagiu. Percebeu? O período tem orações com sujeitos diferentes. 
 

Prefiro uma coisa a outra? Do que outra?

Prefiro ser assim do que não fazer nada. Prefiro ser assim a não fazer nada. Qual a frase nota 10? A regência é um dos assuntos mais espinhosos da língua. Por isso existem dicionários de verbos e regimes. Ali está: a gente prefere alguma coisa a outra: Preferimos cinema a teatro. Ele prefere andar a correr. Prefiro ser assim a não fazer nada.
 

Devia ou deveria?

Ele devia comprar uma casa. Ele deveria comprar uma casa. Qual a forma correta? A língua de terno e gravata usa deveria. A simples, que anda de camiseta e chinelo, devia. Você escolhe — de olho no contexto.  
 

Eu banhei em água fria? Eu me banhei em água fria?

Alguns dizem “eu banhei com água gelada”. Outros, “eu me banhei com água gelada”. E daí? Ao entrar debaixo do chuveiro, a gente banha ou se banha? Os verbos são seres pra lá de ardilosos. Inconstantes, viram a casaca como nós trocamos de camiseta. É o caso de banhar. Ora ele pede pronome. Ora o dispensa. Como saber? Analise o período: Maria banha o filho.
 

Dad Squarisi - Dicas de Português segunda, 12 de março de 2018

AMBOS OS FILHOS, OU AMBOS FILHOS?

 

Ambos os filhos ou ambos filhos?

Sem economia, moçada. Depois de ambos, o substantivo deve ser antecedido de artigo: ambos os alunos, ambos os países, ambas as provas.
 

Alto e bom som? Em alto e bom som?

 A expressão “alto e bom som” não tem a preposição em (em alto e bom som): O presidente anunciou a medida alto e bom som. Proclamou os vencedores alto e bom som. O delegado disse alto e bom som o que pensava do episódio.    
 

Estrato ou extrato?

Temer prometeu divulgar os … estratos bancários ou extratos bancários? A pronúncia é a mesma. Mas os significados não se conhecem nem de elevador: Estrato, com s, quer dizer camada: estrato social. Extrato, com x, tem a acepção de extraído: extrato de tomate, extrato da conta bancária. 
 

Tratam-se de? Nãooooooooooo

Ouvi nos telejornais muitas notícias sobre a quebra do sigilo bancário do presidente Temer. Uma me chamou a atenção. Todos leram esta passagem que estaria na explicação dos advogados sobre o acesso a dados que não deveriam ser divulgados. Ei-la: “Isso fez que os advogados deduzissem que se tratavam de processos”. Ops! Pisada de bola. 
 

Dad Squarisi - Dicas de Português domingo, 11 de março de 2018

FORTUNA E FAMA: DIVINDADES CONTEMPORÂNEAS

 

Fortuna e Fama: divindades contemporâneas

“Por que eu?”, pergunta Temer ao saber que o Supremo tomou decisão inédita. Mandou quebrar o sigilo das contas bancárias de Sua Excelência. “Por que eu?”, questiona Lula na iminência de ver o sol nascer quadrado. “Por que eu?”, indaga a personagem da novela ao descobrir que tem câncer no rim. Explicação:  A perplexidade diante do inesperado não vem de hoje. 
 

Dad Squarisi - Dicas de Português sábado, 10 de março de 2018

TEMERÁRIO OU TEMEROSO? DEPENDE

 

Temerário ou temeroso? Depende

Uiiiiiiiiiiii, medão! O temor bate à porta. A palavra é antiga, dos tempos em que Adão e Eva usavam fraldas. Nasceu do latim timor. Lá e cá quer dizer medo, susto. Ao longo da vida, formou senhora família. Atemorizar, destemido, destemor, temente, temeridade são alguns de seus membros. Dois deles geram enorme confusão. Um: temeroso. O outro: temerário. Temerário = arriscado, imprudente. Temeroso = tem medo.
 

Tem ou têm

O verbo TER tem companhia. Como nas formas do verbo VIR, acentua-se na 3ª pessoa do plural do presente do indicativo:  ele tem, eles têm; ele vem, eles vêm.  
 

Tanto faz é invariável

A duplinha tanto faz não tem plural. Com ela e tudo igual: Tanto faz um ou dois filhos. Tanto faz duas ou três anotações.      
 

Tampouco ou tão pouco? Depende

Tampouco = também não, muito menos. Tão pouco = muito pouco: Maria não fez a prova e tampouco deu explicações. O candidato falou tão pouco que surpreendeu. Comeu tão pouco que deixou a mãe preocupada. Peço tão pouco!    
 

Tal & cia.

Tal concorda com o substantivo ou pronome a que se refere: Que tal um cineminha? Que tais os filmes em cartaz? A duplinha tal qual concorda com o substantivo ou pronome a que se refere: Queria que o filho fosse tal quais os tios. As meninas querem ser tais quais as amigas. (Escritores modernos mantêm a duplinha invariável porque entendem que equivale a como. 
 

Dad Squarisi - Dicas de Português sexta, 09 de março de 2018

TABUADA E CALCULAR: HISTÓRIA CURIOSA

 

Tabuada e calcular: história curiosa

A palavra tabuada vem de tábua. Daí o u. Na Grécia antiga, usavam-se tábuas de argila ou pedra para fazer cálculos. Elas funcionavam como gabaritos para tornar mais rápidas as transações comerciais. Pitágoras, filósofo e matemático grego do século VI a.C., criou uma tabela que permite efetuar as operações de multiplicação da tabuada tradicional. O Museu do Cairo guarda um exemplar da invenção, escrita numa tábua.
 

Figura de linguagem: hipérbole

Hipérbole? Trata-se de figura de linguagem que se caracteriza pelo exagero. É o caso de chorar rios de lágrimas, tomar baldes de florais, mover céus e terras.  
 

Hífen: hidro

A greguinha hidro deita e rola na nossa língua de todos os dias. Sempre que aparece – e como aparece – quer dizer água. É o caso de hidroavião (avião que pousa na água), hidrofobia (aversão à água), hidroginástica (ginástica na água), hidromassagem (massagem na água). E por aí vai. Hidro pede hífen quando seguido de h ou o. No mais, é tudo junto: hidro-herderita.
 

Haver e a ver: emprego

Haver e a ver soam do mesmo jeitinho. Mas não se conhecem nem de elevador. Como não confundi-los? Faça o jogo do troca-troca. Se for substituível por que, a ver pede passagem. Caso contrário, é a vez de haver: Este caso não tem nada a ver (que ver) com aquele. Minha história tem tudo a ver (que ver) com a de Paulo. Vai haver expediente.
 

Caixa dois ou caixa 2?

O dinheirinho escondido que ninguém declara? Ele tem um nome e duas grafias: caixa dois ou caixa 2.
 

Caixa postal: indicação

Vai indicar a caixa postal? Abra os olhos para dois itens. Um: o número dispensa a vírgula. O outro: quando acompanhado de número, vira nome próprio. Escreve-se com as iniciais grandonas: Não encontrei a caixa postal. Caixa Postal 95.  
 

Hora: abreviatura

Atenção, marinheiros de muitas viagens. Nesta alegre Pindorama, fala-se português. Por isso, a abreviatura não suporta dois pontos (2:15), coisa de gringo. Aqui a redução segue regras próprias. É sem-sem-sem — sem plural, sem espaço e sem ponto: 5h, 5h10, 5h10min40.  
 

Milhar, milhão & cia. são masculinos sim, senhores

Milhão é substantivo. Masculino convicto, não muda de sexo nem com reza braba. Como qualquer substantivo, obriga o numeral a concordar com ele: dois alunos, duas alunas; um milhão de pessoas, dois milhões de pessoas. Foram processados mais de dois milhões de declarações do Imposto de Renda. Milhar, bilhão, trilhão e outros ões são irmãos gêmeos de milhão. Invejosos, funcionam do mesmo jeitinho.
 

Numerais: 2  dicas

No mundo do corre-corre, queremos textos curtos, precisos e prazerosos. Rapidez de leitura fisga. Facilidade também. É impossível gravar fileirinhas de algarismos. Que tal amaciar a vida do leitor?1.  Separe por ponto as classes: 4.316, 1.324.728.       Exceção? Só uma. As datas dispensam o ponto. Xô! Melhor: 1500, 1994, 2005, 2018.       2. Só faça aproximação com números redondos: cerca de 300 pessoas.
 

Dad Squarisi - Dicas de Português quinta, 08 de março de 2018

PLURAL DE DIMINUTIVOS: SOFISTICAÇÃO

 

Plural de diminutivos: sofisticação

Palavras que fazem o diminutivo com o sufixo -zinho têm plural pra lá de sofisticado. São três etapas:  Uma: pôr a palavra primitiva no plural. Outra: retirar o s. A última: acrescentar o sufixo –zinhos ou -zinhas: mulher — mulhere(s) — mulherezinhas flor — flore(s) — florezinhas animal — animai(s) — animaizinhos botão — botõe(s) — botõezinhos cão — cãe(s) —  cãezinhos homem — homen(s).
 

Hífen: pré

O pré tem manhas no emprego. Ora se usa com hífen, ora sem: pré-escola, pré-vestibular, pré-estreia, mas preanunciação, preaquecer, precondição, predefinido, predelineado, predeterminado, predisposto, preestabelecido, preexistente, prefigurado, prefixado. As causas do emprego de um e outro não são claras. Por isso, na dúvida, consulte o dicionário.
 

Numerais: três manhas

Não caia no simplismo. O primeiro dia do mês tem privilégios. Só ele é ordinal. Os demais embarcam na canoa do cardinal: Primeiro de janeiro abre as portas do ano-novo. Os gregos não tinham o 1º dia do mês. Viajou no dia 2.      2. Há numerais que sofrem de alergia. Um deles é dois. Ele não tolera o pronome todos. Todos os dois? Saia!
 

Mil não tem plural

Os numerais são mágicos. Número determinado vira indeterminado. É o caso do cardinal mil. Desde os começos da língua, ele se presta pra expressar indeterminação exagerada. Olho vivo. O pequenino não tem plural: Em abril, chuvas mil. Fez promessas mil durante a campanha. Apresentou propostas mil pra vender o produto.  
 

Zero à esquerda? Xô!

Menor é melhor. Menos é mais. Eis as regras de ouro do estilo. Zero à esquerda não combina com elas. É nulidade. Poupe tempo e espaço. Em datas, em vez de 07.03.2018, escreva 7.3.18 ou 7.3.2018. Viu? A informação não perde nada. A mesma economia vale para escrita de numerais em geral: Em vez de havia 02 pessoas na sala, fique com havia 2 pessoas.
 

Erramos

“Antes do jogo, ele nos diz como ganhar e, depois, porque perdemos”, escrevemos na pág. 4 de Diversão&Arte. Viu? Tropeçamos no porquê. Quando o dissílabo é substituível por “a razão pela qual”, fica um pedaço lá e outro cá: Antes do jogo, ele nos diz como ganhar e, depois, por que (a razão pela qual) perdemos.
 

Cheque e xeque: diferença e curiosidades

Xeque e cheque se pronunciam do mesmo jeitinho. Mas têm significados pra lá de diferentes: Xeque = lance no jogo de xadrez (xeque-mate), chefe de tribo ou soberano árabe, risco, perigo, contratempo. Cheque = documento bancário. Pôr em xeque – pôr em dúvida o valor, o mérito, a importância: As investigações põem em xeque o depoimento do ministro. Empregos: Cheque vem do inglês to check (conferir, verificar). Xeque-mate.
 

Shampoo ou xampu?

A inglesinha shampoo ganhou nacionalidade verde-amarela. É xampu. 
 

Dad Squarisi - Dicas de Português quarta, 07 de março de 2018

X: QUANDO USAR

 

X: quando usar?

Use x depois de ditongo (caixa, baixa, ameixa, baixela, faixa, frouxo, peixe, trouxa, rouxinol). Exceção? Só uma: caucho (árvore que dá certo tipo de látex do qual se produz borracha). Daí recauchutar e recauchutagem.
 

X: letra com maior número de pronúncias

O xis é a letra com o maior número de pronúncias em português. Em certas palavras, pronuncia-se ch (enxoval). Em outras, z (exame). Em outras, ainda, s (excelência). Chega? Não. Há os casos em que a gloriosa soa ks (táxi). Ufa!    
 

“Em vez de” pode ser “ao invés de”

  Em vez de? Ao invés de? Embora parecidas, elas são ilustres estranhas. A semelhança funciona como armadilha que pega os desavisados pelo pé. Pra não cair na cilada, guarde isto: Ao invés de significa ao contrário de. É contrário mesmo, oposição: Saiu ao invés de ficar em casa. Comeu ao invés de jejuar. Há religiões que pregam a morte ao invés de pregar a vida.
 

Erramos

“Excelentíssimo Senhor Cristovam Buarque”, escrevemos na pág. 13. Bobeamos. O pronome de tratamento senhor não tem pedigree. Vira-lata, grafa-se com a inicial pequenina. Melhor: Excelentíssimo senhor Cristovam Buarque.
 

Prejuízo: acento por quê?

Casamento é bom? Muita gente gosta. Junta os trapinhos e compartilha alegrias, tristezas, sucessos, fracassos. Mas, como repetia Nelson Rodrigues, a unanimidade é burra. Há os que rejeitam a união desde sempre. E há os que se arrependem no caminho. O jeito? Um vai pra lá; o outro, pra cá. É o caso de prejuízo. A duplinha ui forma ditongo. Inseparáveis, as duas letras.
 

Georreferência se grafa com rr. Por quê?

Por que georreferência se escreve com rr? A duplinha homenageia a pronúncia. Referência, ao se colar a geo- não pede hífen. Pra manter o som rr, só há uma saída — dobrar a letra. O mesmo ocorre com s. Pra que não soe z, a dose dupla entra em cartaz: minissaia, microssistema, antissemita.
 

Temer sucedeu Dilma ou sucedeu a Dilma?

A regência do verbo suceder dá nó nos miolos de falantes e escritores. Temer sucedeu Dilma? Sucedeu a Dilma? As duas formas aparecem a torto e a direito. Mas a norma culta tem preferência. Morre de amores pela preposição a. Na acepção de substituir, vir depois, o objeto indireto é pra lá de bem-vindo. Assim: Temer sucedeu a Dilma. A noite sucede ao dia. 
 

Doar & cia.: conjugação

Falta sangue nos hemocentros. Campanhas para incentivar a doação invadem as redes sociais. A moçada quer fazer o bem sem olhar a quem. Pra fazer bonito, deu uma espiadinha na conjugação do verbo doar. Descobriu que o dissílabo joga no time de voar, perdoar, abençoar & cia. No presente do indicativo, a equipe dá nó nos miolos. A razão: a reforma ortográfica cassou o acento
 

Maria Clara Machado: dica para escrever

Numas férias arrumei um namorado em Vitória, o mais lindo e cobiçado da turma. Durante todo o ano foi uma troca de cartas esperadíssimas — e minha palavra tinha que ser suficientemente sedutora para fazer com que aquele garoto me esquecesse e suspirasse pela minha volta. Alguém quer melhor motivação para a escrita? No ano seguinte, outros gatos, em outros cenários, faziam parte do grêmio.
 

José Lins do Rego ensina

“A gramática, como os andaimes, tem grande utilidade enquanto se está construindo a casa ou adestrando o estilo. Depois, a sua grande serventia é a ausência."
 

Dad Squarisi - Dicas de Português terça, 06 de março de 2018

AUTOESCOLA SE GRAFA EM HÍFEN. POR QUÊ?

 

Autoescola se grafa sem hífen. Por quê?

Auto- figura na vala comum. Pede hífen em duas oportunidades: 1. quando seguido de h (auto-história). 2. quando seguido de o. É a tal história dos iguais que se rejeitam. Duas letras iguais? Uma fica lá, a outra cá (auto-observação, micro-ondas, super-resistente, mini-inquérito, contra-argumento). 3. No mais, é tudo colado: autoescola, autodidata, autoconhecimento.
 

Hífen: prefixo co-

Com a reforma ortográfica, lidar com o prefixo co- ficou fácil como tirar chupeta de criança. Ele não aceita hífen nem a pedido dos deuses do Olimpo. Fica sempre coladinho à palavra que vem depois dele: coordenação, coerdeiro, coautor, coeleitor.  
 

Hífen: geral

A reforma ortográfica enquadrou o adjetivo geral. O danadinho sempre se usa com hífen: direção-geral, diretor-geral, secretaria-geral, secretário-geral, procuradoria-geral, procurador-geral. E por aí vai.  
 

Hífen: auxílo-moradia & cia.

Auxílio-moradia, auxílio-maternidade e outros auxílios se escrevem com hífen? Sim. Com auxílio, não basta ficar um lá e outro cá. É necessária uma separação maior. No caso, o hífen. Veja: auxílio-doença, auxílio-enfermidade, auxílio-funeral, auxílio-reclusão, auxílio-gás, auxílio-combustível, auxílio-moradia. E por aí vai.  
 

Hífen: prefixo trans-

Qual a regra para usar o prefixo trans? Trans é pra lá de fácil. Alérgico, o pequeno se enche de brotoejas diante do tracinho. Com ele é tudo colado: transnacional, trasamazônica, transumano, transregional, transubjetivismo.    
 

Formação de palavras: s, ç, z

  O infinitivo na formação de palavras: 1. verbos terminados em -dir formam substantivos escritos com s: dividir (divisão), confundir (confusão), aludir (alusão), iludir (ilusão). 2. verbos terminados em -uzir formam substantivos terminados em -ção: seduzir (sedução), conduzir (condução), traduzir (tradução). 3. verbos terminados em -ar ora se grafam com s, ora com z. Por quê? A desinência formadora de verbos é -ar: martelo (martelar), […]
 

Grafia: g e j, s e z

  1. Se o infinitivo tem j no nome, sempre que o gê soar, o j pede passagem: viajar (viajo, viaja, viajamos, viajam; que eu viaje, ele viaje, viajemos, viajem). 2. Se o infinitivo tem g no nome, sempre que o gê soar, o g ganha banda de música e tapete vermelho. Pra manter a pronúncia, se necessário, o g vira j: agir (ajo, age, […]
 

Hífen: sem

Quando formam substantivos ou adjetivos, as três letrinhas (sem) gozam da inseparável companhia do hífen: sem-teto, sem-terra, sem-justiça, sem-Deus, sem-limite, sem-celular, sem-banco. Fora isso, grafam-se como as demais preposições do universo de Camões, Pessoa ou Machado: Saiu sem pedir licença. Sem dinheiro, nada de compras. O crime se classifica em culposo ou doloso. O doloso é o cometido sem intenção de matar. Olho vivo. Sem […]
 

Hífen: não

O acordo ortográfico cassou o hífen diante do não. Adeus, indesejado das gentes e das palavras. Doravante, sem elo, é um lá e outro cá. Assim: não agressão, não alinhamento, não conformismo, não fumante, não intervenção, não participação, não alinhado, não beligerante, não combatente, não conformista, não engajado, não intervencionista, não ferroso, não verbal, não viciado.  
 

Dad Squarisi - Dicas de Português segunda, 05 de março de 2018

O OSCAR E A LÍNGUA

 

 

 

O Oscar e a língua: Nique e Tique

Viva! Hoje é a festa do cinema. Atores, atrizes, diretores, figurinistas, compositores & cia. talentosa disputam a estatueta que todos amam e todos desejam. O Oscar abre portas, turbina carreiras e engorda a conta bancária.  A entrega Para chegar lá, os artistas firmam um pacto com os deuses da mitologia grega. E aguardam. Os vencedores recebem o troféu das mãos de Nike. A deusa da […]
 

Assistir o filme? Assistir ao filme?

Que tal um cineminha? Pra lá de legal, não? A fim de tornar o programa perfeito, uma condição se impõe: tratar o verbo assistir com engenho e arte. O trissílabo tem manhas. Pode ou não ser acompanhado de preposição: Assistir, soltinho, sem preposição, significa prestar assistência, ajudar, socorrer: O médico assiste os doentes. O governo assistiu os desabrigados pela chuva. A ONG assistirá crianças vulneráveis. 
 

Palavras que encolheram

Muitas palavras começaram compridas e encolheram. No começo da vida, extra era extraordinário. Pronunciar palavra tão comprida? Ah, que preguiça. Entrou em campo a lei do menor esforço. A polissílaba se tornou dissílaba. Cinema, que virou cine, já foi cinematográfico. Cruz-credo! Imagine convidar o amado para ir ao cinematográfico. O amor, que é cego, mas não é surdo, bate asas e voa. 
 

cinéfilo: etimologia

Você é louco por cinema? Então é cinéfilo. A palavra tem duas partes, ambas greguinhas. Uma é cinema (cine), que quer dizer movimento. A outra, philos, que significa amigo.  
 

Sétima arte: origem

A história começou em 1911. O italiano Ricciotto Canudo, teórico e crítico de cinema, divulgou o Manifesto das Sete Artes. O documento tinha um objetivo claro: desconstruir a ideia de que o cinema era espetáculo para o povão. Impunha-se integrá-lo ao status das Belas Artes — música, pintura, escultura, arquitetura, poesia e dança. O cinema, para ele, era uma arte síntese das demais.
 

Dad Squarisi - Dicas de Português domingo, 04 de março de 2018

PRONÚNCIAS TRAIÇOEIRAS

 

Pronúncias traiçoeiras

Eta calos doloridos! Quatro pronúncias fazem a gente perder prestígio e enterrar amores. Ei-las: Recorde se pronuncia como concorde. A sílaba tônica é cor. Rubrica é paroxítona como fabrica. A sílaba fortona: bri. Ruim é dissílaba – ru-im. A sílaba tônica: im. O S de subsídio se pronuncia como o de subsolo.
 

Obrigado, obrigada

Obrigado joga no time de agradecido. Ele diz agradecido. Diz, também, obrigado. Ela diz agradecida. Pode preferir obrigada. Ambos respondem por nada.
 

Acendido e aceso: quando usar?

Acendido = usa-se com os auxiliares ter e haver. Aceso = usa-se com os auxiliares ser e estar: Antes de entrar, tinha (havia) acendido a luz. A luz foi (está) acesa com antecedência. Olho no verbo pronominal: Alguém acende a luz, mas a luz se acende: Maria acendeu a luz. Sem que ninguém percebesse, a luz se acendeu. Terminado o ato, as cortinas se fecharam […]
 

Aceitado e aceito: emprego

Use aceitado com os auxiliares ter e haver (havia aceitado, tinha aceitado) e aceito com os verbos ser e estar (foi aceito, estava aceito).  Por quê? A língua tem verbos generosos. Abundantes, eles oferecem dois particípios. Um, terminado em –ado ou –ido, é regular (amado, vendido, partido). O outro, mais curtinho, irregular. Como usá-los? Depende da companhia. Com os auxiliares ser e estar, é a […]
 

Acaso ou caso?

Caso e acaso indicam condição. Mas têm empregos diferentes. Acaso pede a conjunção se; caso dispensa-a: Se acaso você chegasse a tempo, poderia ir à festa. Se acaso você antecipar o trabalho, resolverá o problema. Caso você chegasse a tempo, poderia ir à festa. Caso você antecipe o trabalho, resolverá o problema.  
 

Acabamento final? É pleonasmo

Acabamento final joga no time de subir pra cima, descer pra baixo, entrar pra dentro, sair pra fora, elo de ligação, habitat natural. É senhor pleonasmo. Basta acabamento. 
 

Dad Squarisi - Dicas de Português sábado, 03 de março de 2018

AZUL-MARINHO JOGA NO TIME DE ULTRAVIOLETA

 

Azul-marinho joga no time  de ultravioleta

Azul-marinho, como ultravioleta, é invariável — sem feminino, masculino, singular ou plural: blusa azul-marinho, blusas azul-marinho, sapato azul-marinho, sapatos azul-marinho.
 

Ultravioleta é invariável

O adjetivo ultravioleta não tem plural. Com ele é tudo igual: raio ultravioleta, raios ultravioletas.
 

Uniforme verde-oliva. Uniformes…

Os adjetivos compostos referentes a cores são invariáveis quando o segundo elemento da composição é substantivo: uniformes verde-oliva, blusas azul-turquesa, canários amarelo-ouro, sapatos verde-garrafa, vestidos vermelho-sangue, toalha azul-pavão.  
 

Adjetivo anteposto e posposto a mais de um substantivo: concordância

Adjetivo anteposto a mais de um substantivo concorda com o mais próximo, ou seja, o primeiro deles: má hora e lugar, sérios encargos e obrigações. Exceção: Quando os substantivos são nomes próprios ou nomes de parentesco, o adjetivo vai sempre para o plural: O Brasil admira os denodados Caxias e Tamandaré. O professor elogiou as aplicadas tia, prima e sobrinha. 2. Adjetivo posposto a dois […]
 

Adiar para depois? É pleonasmo

Adiar é deixar a realização de algo para depois. Por isso, abra os dois olhos. “Adiar para depois” é pleonasmo: O presidente adiou a reunião. O diretor adiou a viagem para a próxima quarta-feira. Que tal adiar o casamento?  
 

Adentro: grafia

Adentro escreve-se assim, coladinha: Fugiu mato adentro. A discussão prosseguia noite adentro.
 

Adentrar: regência

Adentrar? Não use. Você pode substituí-lo por entrar. Se usar, prefira a regência transitiva direta: O time adentrou o campo.  
 

Ademais: significado

Ademais significa além disso, de mais a mais: O dia estava frio; ademais, ele estava sem agasalho.  
 

Ad nutum: significado e história

A duplinha latina ad nutum significa a qualquer momento. Funcionário demissível ad nutum pode perder o emprego sem aviso prévio. É o caso de ministros e secretários de estado. Curiosidade Em 1808, a família real chegou ao Brasil. Com ela, veio a corte portuguesa. Onde abrigar tanta gente? O jeito foi desalojar os moradores das casas mais ajeitadas. A forma era simples. Colava-se na porta […]
 

Acontecer: emprego e abusos

As palavras, como as pessoas, têm manias. Combinam. Brigam. Fazem exigências. Armam ciladas. Um verbo cheio de caprichos é o acontecer. Elitista, ele tem poucos empregos. E quase nenhum amigo. Mas, por arte do destino, os colunistas sociais o adotaram. A moda se espalhou como notícia ruim. O pobre virou praga. Tudo acontece. Até pessoas: Neymar está acontecendo no noticiário. O casamento acontece na catedral. O […]
 

Dad Squarisi - Dicas de Português sexta, 02 de março de 2018

ACIDENTE E INCIDENTE: DIFERENÇA

Acidente e incidente: diferença

Acidente = fato imprevisto, em geral desastroso (acidente de trânsito, acidente aéreo, acidente que matou 10 pessoas). Incidente = episódio, atrito, fato de importância menor (incidente diplomático, incidente entre os irmãos
 

 

 

Acerca de , cerca de, a cerca de, há cerca de: quando usar

Acerca de = sobre, a respeito de: Pronunciou-se acerca da oscilação do dólar. Cerca de = aproximadamente: Recebeu cerca de R$ 500. Há cerca de indica contagem de tempo passado (faz aproximadamente): Viajou há cerca de dois meses. A cerca de exprime tempo futuro: Viajará daqui a cerca de dois meses. A cerca de sete meses das eleições, regras do pleito podem ser mudadas.  
 

Órfão tem dois acentos? Nãooooooo

Órgão e órfã têm dois acentos? Não. Na nossa linguinha, as palavras com mais de uma sílaba têm acento tônico. Todas. É a sílaba que soa mais forte. Nas oxítonas, ele cai na última sílaba (urubu). Nas paroxítonas, na penúltima (casa). Nas proparoxítonas, na antepenúltima (tâmara). O acento tônico pode ter acento gráfico. (Aí entram aquelas regras que a gente aprende na escola.) Em português só há dois: […]
 

Acento ou assento? Depende

Acento: sinal gráfico (agudo, grave, circunflexo). Assento: lugar onde se senta (assento preferencial, assento na ABL, assento dianteiro).  
 

Desde e a partir de: quando usar

A partir de é expressão de tempo. Quer dizer a começar em. Por isso, a partir de não combina com o verbo começar. É pleonasmo escrever “Os novos ônibus vão começar a circular a partir de 1º de dezembro”. Diga assim: Os novos ônibus vão começar a circular em 1º de dezembro. Ou assim: Os novos ônibus vão circular a partir de 1º de dezembro. […]
 

Os deuses e a língua: Marte e março

Adeus, fevereiro. Bem-vindo, março. O nome do mês tem origem pra lá de especial. O pai dele é nada mais, nada menos que Marte. O deus da guerra é forte, valente e mau. Está sempre preparado pra luta. Dia e noite usa armadura e capacete. Na mão esquerda, carrega um escudo. Na direita, uma espada. Onde há confrontos, lá está ele. Aparece de surpresa, num […]
 

Nome de mês e dia da semana: grafia

Mês e dia da semana não têm pedigree. Vira-latas, escrevem-se com a inicial minúscula: Ontem fevereiro se despediu de 2018. Estamos na quinta-feira 1º de março.
 

Palavras de Gabriela Mistral

“Todo país escravizado por outro ou outros países tem na mão, enquanto souber ou puder conservar a própria língua, a chave da prisão onde jaz.”  
 

Data venia e sic: significado e emprego

Expulsaram o latim da escola. Não adiantou. Ele vive assombrando a língua. É o caso de data venia e sic. A expressão data venia significa com o devido consentimento. Sic, por sua vez, quer dizer assim, desse jeitinho. Vem, entre parênteses, depois de uma palavra com grafia incorreta, desatualizada ou com sentido inadequado ao contexto. Com ela, damos este recado ao leitor: o texto original […]
 

Dois-pontos: maiúsculas e minúsculas

Depois de dois-pontos, ora se usa letra maiúscula, ora minúscula. Depende do que vem depois: 1. se for enumeração ou explicação, é a vez da pequenina: A questão era esta: perdera a eleição. Na livraria, comprou as seguintes obras: o dicionário do Houaiss, a gramática do Celso Cunha e o livro Raízes do Brasil. 2. Se for citação ou a frase de alguém, a grandona […]
 
 

Dad Squarisi - Dicas de Português quinta, 01 de março de 2018

TAREFAS MONSTRO OU TAREFAS MONSTROS?

Tarefas monstro ou tarefas monstros?

Como adjetivo, monstro é invariável: tarefa monstro, tarefas monstro, esforço monstro, esforços monstro, congestionamento monstro, congestionamentos monstro. 
 

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