Almanaque Raimundo Floriano
Fundado em 24.09.2016
(Cultural, sem fins comerciais, lucrativos ou financeiros)


Raimundo Floriano de Albuquerque e Silva, Editor deste Almanaque, também conhecido como Velho Fulô, Palhaço Seu Mundinho e Mundico Trazendowski, nascido em Balsas , Maranhão, a 3 de julho de 1936, Católico Apostólico Romano, Contador, Oficial da Reserva do Exército Brasileiro, Funcionário Público aposentado da Câmara dos Deputados, Titular da Cadeira nº 10 da Academia Passa Disco da Música Nordestina, cuja patrona é a cantora Elba Ramalho, Mestre e Fundador da Banda da Capital Federal, Pesquisador da MPB, especializado em Velha Guarda, Música Militar, Carnaval e Forró, Cardeal Fundador da Igreja Sertaneja, Pioneiro de Brasília, Xerife nos Mares do Caribe, Cordelista e Glosador, Amigo do Rio das Balsas, Inventor da Descida de Boia, em julho de 1952, Amigo da Fanfarra do 1° RCG, autor dos livros O Acordo PDS/PTB, coletânea de charges, Sinais de Revisão e Regras de Pontuação, normativo, Do Jumento ao Parlamento, com episódios da vida real, De Balsas para o Mundo, centrado na navegação fluvial Balsas/Oceano Atlântico, Pétalas do Rosa, saga da Família Albuquerque e Silva, Memorial Balsense, dedicado à história de sua terra natal, e Caindo na Gandaia, humorístico apimentado, é casado, tem quatro filhos, uma nora, dois genros e dois netos e reside em Brasília, Distrito Federal, desde dezembro de 1960.

O Globo quarta, 14 de setembro de 2022

COPA DO BRASIL 2022: FLAMENGO E SÃO PAULO SE ORIENTAM POR RECEITAS E CIÊNCIA PARA IR À FINAL

 

Por Diogo Dantas e Laís Malek

 

Flamengo e São Paulo se orientam por receitas e ciência para ir à final da Copa do Brasil
Patrick e Gabi, destaques de São Paulo e Flamengo Divulgação

Mapa da mina, mapa de calor. Finalistas dos torneios continentais desta temporada, Flamengo e São Paulo protagonizam hoje às 21h30 o segundo embate valendo vaga na decisão da Copa do Brasil, com dois pontos em jogo que estão por trás do resultado: receitas e ciência. O prêmio em dinheiro para o vice-campeão é de R$25 milhões, enquanto quem levantar a taça embolsa R$60 milhões. Isso sem falar no valor acumulado pelos dois até agora, de quase R$15 milhões nas fases classificatórias da competição, o que beira em premiações os R$ 80 milhões. O montante é um dos fatores que tem feito com que o rubro-negro carioca e o tricolor paulista priorizem a competição eliminatória em detrimento do Brasileiro por pontos corridos, especialmente em um ano em que o Flamengo ainda não bateu a meta com venda de atletas, diferentemente do São Paulo, que persegue outras cifras previstas em orçamento. A outra razão é uma gestão de elenco baseada na prevenção de lesões para a disputa das principais competições.

Com necessidades financeiras menores do que o rival ainda afogado em muitas dívidas, o Flamengo está mais perto do que o São Paulo de ver a cor de mais dinheiro. Além da vantagem de decidir em casa, fez bonito no Morumbi e bateu o São Paulo por 3 a 1. Com a vaga na final da Libertadores, o total do faturamento só com premiações no ano já faz o clube carioca se aproxima dos R$84 milhões, isso sem levar em conta os cerca de R$ 30 milhões hoje garantidos pela posição ocupada no Brasileiro. Se confirmar a vaga na final na Copa do Brasil, o valor salta para quase R$109 milhões, e se for campeão das duas competições, deve levar cerca de R$195 milhões — os valores são aproximados porque o prêmio do torneio continental é feito em dólar, com U$13,55 milhões de dólares em premiação acumulada para o vice, e U$23,55 milhões para o vencedor. A meta do orçamento para premiações seria facilmente ultrapassada, pois prevê R$ 130 milhões ganhos de acordo com desempenho nos torneios .


O Globo terça, 13 de setembro de 2022

JEANÇLUC GODARD SE ENCANTOU: CINEASTA MORREU POR SUICÍDIO ASSISTIDO, AOS 91 ANOS DE IDADE

 

 

Jean-Luc Godard morreu por suicídio assistido: 'Ele não estava doente, apenas esgotado'
O cineasta Jean-Luc Godard morreu aos 91 anos Reprodução

O cineasta franco-suíço Jean-Luc Godard, morto nesta terça-feira, 13, aos 91 anos, teve acesso ao suicídio assistido, um recurso legal na Suíça. "Ele não estava doente, apenas esgotado", disse a família ao jornal Libération. "Foi decisão dele e é importante que se saiba". Outras pessoas próximas confirmaram a informação ao jornal francês.

 

Godard é um ícone do cinema moderno. Foi um dos líderes da Nouvelle Vague francesa, movimento que revolucionou o cinema. Nascido na Suíça em 1930, ele mudou as regras convencionais do cinema já em seu primeiro filme, "Acossado" (1959).

Sempre ativo até os últimos anos de vida, o cineasta já havia explicado em uma entrevista que poderia recorrer ao suicídio assistido. "Não estou ansioso de perseguir a qualquer preço. Se estiver doente demais, não tenho vontade alguma de ficar sendo arrastado em um carrinho de mão", disse ele em uma entrevista em 2014.

Recentemente, o ator Alain Delon, contemporâneo de Godard (e que trabalhou com o cineasta no filme "Nouvelle Vague", de 1990) afirmou que também pretendia fazer recurso ao suicídio assistido.

Alain sofreu um duplo AVC em 2019 e vem se recuperando aos poucos desde então. Embora seu estado de saúde seja considerado bom, recentemente, ele pediu para seu filho, Anthony, 57 anos, organizar todo o processo e acompanhá-lo em seus últimos momentos.


O Globo segunda, 12 de setembro de 2022

SAÚDE: ALIMENTAÇÃO SAUDÁVEL É MAIS POSITIVA PARA O CORAÇÃO DO QUE OUTRAS MUDANÇAS NO ESTILO DE VIDA

Por O GLOBO — Rio de Janeiro

 

Alimentação saudável é mais positiva para o coração do que outras mudanças no estilo de vida, revela novo estudo
Dieta saudável faz bem para a saúde do coração. Freepik.com
 

Quando o assunto é diminuir os riscos de ataques cardíacos e derrames, várias são as mudanças no estilo de vida indicadas por profissionais de saúde. Um novo estudo, feito por pesquisadores da Universidade da Califórnia, em São Francisco, sugere que adotar uma dieta saudável para o coração pode trazer mais efeitos positivos para a saúde cardíaca de hipertensos em estágio inicial da doença do que outras mudanças no estilo de vida.

O trabalho, apresentado em um evento da Sociedade Americana do Coração sobre descobertas científicas acerta da hipertensão, aponta que uma alimentação focada na redução da hipertensão, chamada de dieta DASH, seria mais eficaz para reduzir os eventos cardiovasculares ao longo de um período de 10 anos do que mudanças como perda de peso e atividade física para adultos jovens e de meia-idade com hipertensão estágio 1.

Nesse estágio, o paciente apresenta número sistólico (superior) de 130-139 mmHg ou um número diastólico (inferior) de 80-89 mmHg, ou seja, a pressão seria "13 por 8". Pessoas com hipertensão estágio 1 geralmente são tratadas com mudanças no estilo de vida em vez de medicamentos.

"Nossos resultados fornecem fortes evidências de que modificações de comportamento saudável em larga escala podem prevenir futuras doenças cardíacas, complicações relacionadas e custos excessivos de saúde", disse a co-pesquisadora Kendra D. Sims, estudante de pós-doutorado na Universidade da Califórnia, em um comunicado.

Os pesquisadores usaram dados de estudos publicados anteriormente e evidências de meta-análises sobre os efeitos de redução da pressão arterial de mudanças no estilo de vida para simular doenças cardíacas e eventos de acidente vascular cerebral, taxas de mortalidade e custos de saúde de 2018 a 2027 para pessoas de 35 a 64 anos com estágio 1 não tratado de pressão alta. Essas mudanças no estilo de vida incluíram mudanças na dieta, atividade física, cessação do tabagismo, perda de peso sustentada e redução do consumo de álcool.

 

Eles descobriram que fazer mudanças no estilo de vida que resultaram na redução da pressão arterial para menos de 130 mmHg sistólica ou 90 mmHg diastólica poderia ter benefícios econômicos e de saúde substanciais. O modelo estimou que as mudanças no estilo de vida evitariam 2.900 mortes e 26 mil eventos cardiovasculares, como derrames ou ataques cardíacos, durante o período simulado. O estudo também previu que essas mudanças poderiam economizar US$ 1,6 bilhão em custos de saúde associados.

Adotar a dieta DASH teria o maior benefício, prevenindo cerca de 15 mil eventos cardiovasculares entre homens americanos e 11mil entre mulheres americanas. Ela foi desenvolvida para ajudar a controlar os níveis de pressão arterial e enfatiza o consumo de frutas, verduras, carnes magras, nozes, sementes e grãos e limita o consumo de carne vermelha, sódio, açúcar e bebidas açucaradas.

“Infelizmente, a disponibilidade e acessibilidade de fontes de alimentos saudáveis ​​não permitem que as pessoas sigam facilmente a dieta DASH”, disse Sims. "Os médicos devem considerar se seus pacientes vivem em desertos alimentares ou lugares com acessibilidade limitada. O aconselhamento de saúde deve incluir a abordagem desses desafios específicos ao controle da pressão arterial".

Os resultados do estudo são preliminares e seu conteúdo ainda será revisado por pares.


O Globo domingo, 11 de setembro de 2022

ROCK IN RIO 2022: ENCERRAMENTO TEM LINE-UP 100% FAMININO

 

Por Mari Teixeira — Rio de Janeiro

 

Dia delas: encerramento do Rock in Rio tem line-up 100% feminino
Para o show final, o Rock in Rio apostou na Dua Lipa, popstar de 27 anos, cinco de carreira, dois álbuns lançados JULIEN DE ROSA / AFP

Exatos 64 minutos foi o tempo que levou para que todos os ingressos do Rock in Rio disponíveis para hoje se esgotassem. Com a cantora britânica e fenômeno pop mundial Dua Lipa como grande atração da noite, o domingo de encerramento foi intitulado “Dia delas”. Isso porque o line-up é 100% feminino nos quatro principais palcos da Cidade do Rock: Mundo, Sunset, New Dance Order e Favela. Passando pelo pop, soul, axé e funk, além de Dua, nomes como Ivete Sangalo, Megan Thee Stallion, Ludmilla, Macy Gray e Liniker fazem parte da programação que promete encerrar o evento já deixando saudades, ou melhor, nostalgia.

 Para o show final, o Rock in Rio apostou numa popstar de 27 anos, cinco de carreira, dois álbuns lançados, que é o pacote completo do que se espera de uma diva pop. Dua Lipa dispõe de bailarinos, figurino exuberante, energia, atitude e músicas dançantes como elementos da turnê “Future nostalgia”, que a artista levou para São Paulo na quinta-feira e que deve reproduzir na apresentação desta noite.

— A gente pode esperar um verdadeiro espetáculo — diz a crítica musical Yolanda Reis. — Ela é a mulher mais ouvida do mundo no Spotify e a terceira artista mais famosa na plataforma. Teremos uma apresentação memorável para o Rock in Rio, para a Dua Lipa e para a história das mulheres na música.

Pelos vídeos de shows anteriores disponíveis na internet, dá para ter um spoiler do que vai acontecer no Palco Mundo quando Dua entoar hits como “Break my heart”, “Levitating”, “Physical”, “New rules” e “Sweetest pie”. Este último tem feito ainda mais sucesso nas redes sociais, afinal Megan The Stallion, rapper que canta o single com Dua, terá se apresentado no mesmo palco momentos antes, e os fãs clamam por um encontro das duas.

 

Para a diretora artística nacional do Palco Mundo, Marisa Menezes, o dia é uma “homenagem ao empoderamento feminino”.

— É importante para mostrar o quanto somos fortes e competentes, e que podemos, sim, eliminar o preconceito e deixar bem claro que o mundo é das mulheres — diz a diretora, que escolheu Ivete como uma das principais atrações brasileiras. — Ela é um legítimo exemplo de tudo o que está em discussão nestes novos tempos. Representa a força da mulher, uma artista completa e engajada.

Esta é a 17ª vez de Ivete no Rock in Rio (incluindo edições internacionais) — Foto: Fabio Rocha/O Globo

Esta é a 17ª vez de Ivete no Rock in Rio (incluindo edições internacionais) — Foto: Fabio Rocha/O Globo

Esta é a 17ª vez de Ivete no Rock in Rio (incluindo edições internacionais) e, de acordo com a cantora, será um dos shows mais especiais de sua carreira.

— Energeticamente, a força feminina vai costurar o show de nós todas. Mas essa ideia de que a força feminina é poderosa tenho desde o início da minha existência e aplico isso na minha vida e nos meus shows — diz a baiana.

No Palco Sunset, o line-up não somente é completo de mulheres, como todas são pretas: Liniker, Luedji Luna e, numa homenagem a Elza Soares, Majur, Agnes Nunes, Mart’nlia, Gaby Amarantos e Larissa Luz, além de Macy Gray e Ludmilla.

— Quando soube que tocaria num dia só de atrações femininas, pensei logo que precisaria mudar um pouco o show. Quando tem essa especificidade e significado, você quer empolgar as pessoas. Me deu muitas ideias — diz Macy. 

A cantora Ludmilla, que fecha o Palco Sunset desta edição, tem tudo programado para o que promete ser um show de milhões, figurativa e literalmente — a cantora revelou em entrevista ter gastado em torno de R$ 2 milhões.

A cantora Ludmilla fecha o Palco Sunset desta edição — Foto: Divulgação

A cantora Ludmilla fecha o Palco Sunset desta edição — Foto: Divulgação

Lud tem mantido segredo sobre os detalhes de sua apresentação desta noite, mas adianta que o público pode esperar três momentos definidos.

— Vocês vão poder ver uma nova era da Ludmilla, um alter ego mesmo — diz. — Além dos três pilares musicais que me trouxeram até aqui: o pagode, que agora tem me abraçado generosamente com o “Numanice”, o funk, que foi o ritmo que me possibilitou realizar o sonho de ser cantora, e o pop. Eu e toda a minha equipe estamos vivendo para este show nos últimos tempos. Queremos entregar ao público algo à altura desta conquista. Vai ser uma apresentação emocionante e cheia de significados.

O “Dia Delas” marca uma conquista de espaço das mulheres na indústria musical, que, além de tudo, reflete a configuração dos bastidores do festival. Segundo o Rock in Rio, 65% dos cargos de liderança na empresa são ocupados por mulheres e 63% de todo o quadro de funcionários do Rock in Rio Brasil é composto por mulheres.

Já embaixo dos holofotes, entre as atrações dos palcos Mundo e Sunset, 39% são femininas, o que demonstra avanço quando comparado ao festival Lollapalooza deste ano, que apresentou 24%. (ambos possuem o mesmo número de atrações total quando considerados os dois palcos principais do Rock in Rio).

— Acho que qualquer portinha que se abre é válida, às vezes a gente tem que entrar por frestas e, querendo ou não, não é nem uma fresta, são vários palcos. Tenho certeza que todas as mulheres que estarão lá, vão representar no discurso.

Curadora musical e fundadora da plataforma WME (Women’s Music Event), dedicada à participação feminina na indústria musical, Monique Dardenne, concorda com Titi que a iniciativa do Rock in Rio abre espaços.

— Alguns produtores do mercado ainda tem um pensamento retrógrado de que “mulheres não vendem ingresso”, por isso, um festival como o Rock in Rio dedicar um dia de line up 100% feminino, que se esgotou em uma hora, reverbera para outros festivais e incentiva mudanças desse mindset — diz Monique, que criou em 2021 o selo Igual, com o objetivo de garantir equidade de gêneros das programações de eventos e nas equipes de empreendimentos musicais. — A indústria ainda é muito dominada por homens que tem dificuldade em abrir espaço, se colocar como igual numa tomada de decisão e dar credibilidade a mulheres, isso é uma condição estrutural da sociedade… O mercado musical só vai mudar, quando isso também mudar.


O Globo sábado, 10 de setembro de 2022

REINO UNIDO: CHARLES III É OFICIALMENTE PROCLAMADO REI

 

Por André Duchiade

 

Charles III é oficialmente proclamado rei
 

O rei Charles III foi formalmente proclamado para seu o novo cargo na manhã deste sábado, em uma cerimônia altamente coreografada que começou com tons graves e sombrios pela morte da rainha e foi concluída com exaltações vivazes à ascensão do novo soberano.

 Charles se tornou o novo soberano britânico automaticamente com a morte da mãe, Elizabeth II, na quinta-feira, mas seu novo papel foi oficialmente proclamado neste sábado a partir das 10h (6h de Brasília )em uma cerimônia no Palácio de St. James. A coroação, porém, ainda vai demorar meses.

Pela primeira vez, a cerimônia de proclamação no palácio, uma residência real da dinastia dos Tudor perto do Palácio de Buckingham, foi televisionada. O evento foi realizado em duas partes. A primeira incluiu uma reunião do Conselho Privado do rei, composto por um grupo de conselheiros do monarca que normalmente atingiram altos níveis de cargos públicos.

Lá estavam todos os ex-primeiros-ministros britânicos vivos — Tony Blair, David Cameron, Gordon Brown, Theresa May e Boris Johnson — o líder da oposição, Keir Starmer, e também a nova premier do país, Liz Truss, empossada pela rainha Elizabeth II na terça-feira, dois dias antes de sua morte no Castelo de Balmoral, na Escócia, o último compromisso público da monarca.

Durante essa cerimônia, da qual o novo rei não participou, o Conselho de Adesão o proclamou o novo soberano britânico. Em seguida, o conselho aprovou formalmente vários arranjos necessários ao próximo reinado.

Na segunda parte da cerimônia, o rei Charles III se reuniu com o Conselho Privado e fez seu juramento e quatro declarações públicas tradicionais, também feitas por gerações de monarcas antes dele.

— É meu mais doloroso dever anunciar a vocês a morte de minha amada mãe, a rainha. Eu sei o quão profundamente vocês e toda a nação, e acho que posso dizer que o mundo inteiro, se solidarizam comigo pela perda irreparável que todos sofremos — disse Charles III. — Estou profundamente ciente desta grande herança e dos deveres e pesadas responsabilidades de soberania que agora me passaram. Ao assumir essas responsabilidades, devo me esforçar para seguir o exemplo inspirador que me foi dado ao defender o governo constitucional e buscar a paz, a harmonia e a prosperidade dos povos dessas ilhas e dos reinos e territórios da Comunidade Britânica em todo o mundo.

Charles acrescentou que "ao cumprir a pesada tarefa que me foi confiada, à qual dedico o que me resta da minha vida, eu oro pela orientação e ajuda do Deus Todo-Poderoso.”

As declarações de posse — pessoais e políticas — no passado teriam acontecido em uma cerimônia fechada com o texto publicado posteriormente na London Gazette, o registro oficial do governo.

Charles também fez um juramento para defender a Igreja da Escócia. O encontro inclui uma litania de proclamações oficiais para o rei Charles III assinar, incluindo uma que torna o dia do funeral da rainha um feriado em todo o Reino Unido. Após a sua assinatura, também assinaram documentos assumindo seus novos papéis Camilla, a rainha consorte, e William, o príncipe de Gales.

Rei Charles III fazendo seu juramento oficial — Foto: Reprodução

Rei Charles III fazendo seu juramento oficial — Foto: Reprodução

A proclamação foi feita a partir da varanda do Palácio de St. James pelo rei de armas da Jarreteira, o principal conselheiro real para temas cerimoniais e heráldicos. O cargo existe desde 1415, e atualmente é ocupado por David White.

O texto lido foi o mesmo para o Conselho de Adesão, e emprega um vocabulário em desuso:

— Considerando que agradou a Deus Todo-Poderoso chamar à sua misericórdia nossa falecida soberana rainha Elizabeth II, de abençoada e gloriosa memória, por cujo falecimento a coroa da Grã-Bretanha e Irlanda do Norte é única e legitimamente concedida ao príncipe Charles Philip Arthur George — declarou White. — Nós, portanto, os senhores espirituais e temporais deste reino, e membros da Câmara dos Comuns, juntamente com outros membros do Conselho Privado de sua falecida majestade e representantes dos reinos e territórios, vereadores, cidadãos de Londres e outros, com uma voz e consentimento de língua e coração publicamos e proclamamos que o príncipe Charles Philip Arthur George, vem agora, pela morte de nossa falecida soberana de memória feliz, tornar-se nosso único suserano legal e feliz, Charles III.

O rei de armas da Jarreteira, David White, lê a proclamação de Charles III da varanda do Palácio de St. James — Foto: Daniel Leal/AFP

O rei de armas da Jarreteira, David White, lê a proclamação de Charles III da varanda do Palácio de St. James — Foto: Daniel Leal/AFP

White então exclamou:

— Deus salve o rei!

Os membros do Coldstream Guards — a mais antiga tropa de infantaria de elite do Exército britânico em atuação e que faz a guarda do Palácio de Buckingham — tiraram seus longos chapéus pretos de pele de urso e exclamaram três vezes:

— Hip-hip, húrra!

Os membros da Colstream Guards tiram seus chapéus de pele de urso para celebrar a ascensão do novo rei — Foto: Daniel Leal/AFP

Os membros da Colstream Guards tiram seus chapéus de pele de urso para celebrar a ascensão do novo rei — Foto: Daniel Leal/AFP

Uma procissão então saiu pelas ruas de Londres, com arautos encarregados de transmitir a proclamação por todo o país.

Após a leitura da Proclamação Principal da sacada do Palácio de St. James, as tropas do rei efetuaram disparos de 41 armas no Hyde Park e de 62 armas na Torre de Londres para marcar a ascensão de Charles III.

A pompa e a cerimônia têm resquícios de uma época antiga, e os procedimentos, consagrados na lei, remetem às fundações do Estado britânico moderno.

A segunda proclamação foi feita na Bolsa de Valores, na City, o centro financeiro de Londres, uma hora depois. A fanfarra soou e houve então um pedido de silêncio. O oficial de armas Tim Duke, que liderava os arautos, leu a mesma proclamação, e novamente houve o grito de “Deus salve o rei!”. A fanfarra tocou o primeiro verso do hino britânico, e três novos vivas foram dedicados a Charles, antes dos aplausos do público.

As bandeiras foram hasteadas a pleno mastro após a proclamação principal, depois de serem hasteadas a meio mastro desde que a morte da rainha foi anunciada no final da tarde de quinta-feira. Elas ficarão 26 horas a pleno mastro, e então serão abaixadas novamente uma hora após as proclamações no domingo. (Com The New York Times)


O Globo sexta, 09 de setembro de 2022

SELEÇÃO BRASILEIRA: TITE CONVOCA PEDRO E ÉVERTON RIBEIRO EM PENÚLTIMA LISTA ANTES DA COPA

 

Por Diogo Dantas e Caio Blois

 

Tite convoca Pedro e Éverton Ribeiro em penúltima lista antes da Copa do Mundo
Tite Agência O Globo
 

Após uma série de observações no futebol brasileiro e internacional, o técnico Tite anunciou nesta sexta-feira a penúltima convocação da seleção brasileira para a Copa do Mundo. O atacante Pedro, do Flamengo, foi a principal novidade. O lateral-esquerdo Alex Telles, os zagueiros Bremer, Ibañez, o meia Éverton Ribeiro foram surpresa. Antony e Firmino retornaram à lista, que tem nove atacantes. Phillipe Coutinho ficou de fora, assim como Gabriel Jesus e Daniel Alves.

A lista de 26 nomes será para jogos contra Gana e Tunísia, dias 23 e 27 de setembro, nos últimos amistosos antes da convocação final para o Mundial do Catar. A convocação final ocorrerá na semana entre os dias 7 e 10 de novembro e também terá 26 atletas.

A última convocação de Pedro foi para os duelos contra Venezuela e Uruguai, pelas eliminatórias para a Copa do Mundo de 2022, nos dias 13 e 17 de novembro de 2020. Depois de atuar por 15 minutos na vitória sobre a Venezuela, no Morumbi, o jogador passou por exames e foi cortado por desgaste devido ao excesso de jogos pelo clube. Em 2021, nova frustração. Pedro foi chamado para disputar as Olimpíadas, mas o Flamengo desta vez não liberou o jogador, por não se tratar de data Fifa.

- Pedro já fez parte. Inclusive jogou, estava convocado antes do Richarlison, mas teve aquele problema do joelho. Ele é uma parte integrante dessa lista de 50 atletas que estamos sempre fomentando estar no mais alto nível. Compete a nós, e não é demagogia, mostrar ao atleta aquilo que ele precisa fazer para estar no seu melhor. Eu como ex-atleta queria: diga o que eu quero, o que eu preciso para estar no meu melhor. Depois sim são as escolhas, o nosso papel. Mas compete à preparação, e nisso somos extremamente leais, a dar essa condição. Depois é da vida - afirmou Tite sobre a a volta de Pedro.

 Em seguida, o técnico explicou o que quer com o jogador em campo:

- Ele é um 9, de área, terminal. É o jogador da conclusão. Ele é o Fred atual. Jogador que tem capacidade de finalização, constrói, e pega uma equipe que está muito atrás, fechada, invariavelmente precisa de bolas de lado que permitam conclusão de cabeça. O gol que ele fez de empate contra o Velez representa bem o que estou dizendo. Então ele empresta essa característica.

Grande atração, o centroavante Pedro fez o técnico levar mais atacantes do que nas listas anteriores (nove), de maio e março, quando teve oito e sete jogadores no setor, respectivamente. Desde o último chamado de Tite, para os amistosos contra o Japão e a Coreia do Sul, em junho, Pedro decolou no Flamengo. Antes da lista, o atacante havia marcado seis gols na temporada 2022. Com a chegada de Dorival Júnior, se tornou titular e fez outros 18 gols nas 28 partidas seguintes.

A lista completa:

Alisson, Ederson, Weverton

Danilo, Alex Sandro, Alex Telles

Bremer, Eder Militão, Marquinhos, Ibañez e Thiago Silva

Bruno Guimarães, Casimiro, Everton Ribeiro, Fabinho, Fred, Lucas Paquetá

Antony, Firmino, Matheus Cunha, Neymar, Pedro, Raphinha, Richarlison, Rodrygo e Vini Jr

 


O Globo quinta, 08 de setembro de 2022

ROCK IN RIO 2022: DEZ DICAS DE OURO PARA CURTIR A CIDADE DO ROCK

 

Por Gilberto Porcidonio

 

Vai ao Rock In Rio? Veja as nossas 10 dicas de ouro para curtir a Cidade do Rock
Público do Rock In Rio durante o show da Luísa Sonza Hermes de Paula
 

Após a primeira semana dos primeiros dias de Rock In Rio e com mais quatro dias de festival por vir a partir desta quinta-feira (8), nós, aqui do SAIDEIRA, estivemos lá e, como bons "rockinriólogos", entregamos para vocês as dicas de ouro que nós mesmos seguimos para que se aproveite o festival ao máximo. Acompanhe logo abaixo:

SAIA CEDO

 

Parece óbvio porque é, mas é preciso repetir: como o trânsito do entorno da Cidade do Rock é intenso, saia cedo para garantir que você não chegará no local em cima da hora, ou até depois, do artista que você quer ver lá. Leve em conta também o tempo de deslocamento que fará assim que sair do transporte.

USE FILTRO SOLAR

E isso se estende também para o uso de chapéus, bonés e roupas com proteção UV, pois o inverno derrubou bem as altas temperaturas mas continua sendo "tipo Rio" .

VÁ COM CALÇADOS CONFORTÁVEIS

No Rock In Rio anda-se e anda-se bem – só da entrada até o Palco Mundo são 1.336 passos. Por isso, vale sacrificar um pouco o look e investir naquele tênis de academia no lugar do calçado fashion que você terá vontade de zunir na primeira oportunidade.

LEVE REMÉDIOS E LISTA DE MEDICAÇÕES QUE PODE USAR

Não é excesso de zelo. Na hora de uma emergência, isso pode agilizar o processo para a equipe de enfermagem e para os demais procedimentos que forem necessários.

PROGRAME-SE E CONTROLE A F.O.M.O.

Está com vontade de ver tudo ao mesmo tempo? Então saiba de antemão que isso é impossível até para os mais "maratonistas". Por isso, é bom eleger, logo de cara, os lugares e atrações que deseja ir na Cidade do Rock pela maior proximidade entre eles. O palco do Rock District, pro exemplo, é mais próximo do Palco Favela e do New Dance Order. Já o Gourmet Square e o Palco Sunset também estão mais próximos e praticamente formam um "corredorzão" em direção ao Palco Mundo.

COMA PELAS BEIRADAS

Não madrugou, saiu cedo ou correu o suficiente para chegar na frente do palco? Um bom macete para chegar próximo da "fila do gargarejo" é ir pelos cantinhos do palco, próximo de onde saem as gruas da transmissão de TV. Isso não garante que se fique diretamente, "de cara pro gol", mas que deixa próximo, deixa.

LASER VERDE: SINAL VERMELHO PARA O CELULAR

Não, não é lenda urbana. O laser verde, que é utilizado em alguns shows, principalmente, de música eletrônica, pode danificar a câmera de alguns smartphones. O indicado é não direcionar a lente deles para os feixes que saírem dos palcos. E isso independentemente do seu aparelho.

FÉ NA DOLEIRA

A boa a velha companheira de viagem é muito útil para se colocar a carteira e os pertences menores para evitar o risco de ser furtado. Ah, e coloque ela sempre do lado de dentro da roupa, claro.

ENCARE O BALCÃO OU LEVE DINHEIRO TROCADO

Além das filas estarem sendo maiores por conta da praticidade, são raros os ambulantes que estão vendendo cerveja, água e refrigerantes via cartão. Por isso, vale encarar a fila, que segue mais rápido por conta da praticidade, das lojas que ficam no entorno dos palcos. Do contrário, leve dinheiro em espécie e trocado.

A UNIÃO FAZ A FORÇA

Para sair da Cidade do Rock, o ideal é sair sempre em grupos, já que os pontos dos transportes não são tão próximos assim da saída.


O Globo quarta, 07 de setembro de 2022

LIBERTADORES: FLAMENGO BUSCA FINAL E PODE GARANTIR MELHOR CAMPANHA DO TORNEIO NESTE SÉCULO

 

Por Breno Angrisani — Rio de Janeiro

 

Flamengo busca final e pode garantir melhor campanha da Libertadores neste século
Jogadores do Flamengo comemoram gol em Buenos Aires JUAN MABROMATA/AFP

Flamengo e Vélez Sarsfield voltam a se enfrentar nesta quarta-feira, no Maracanã, após a goleada por 4 a 0 do clube brasileiro, na Argentina. Mesmo com a classificação bem encaminhada, o rubro-negro pode alcançar uma marca importante nesta partida. Em caso de vitória, o time de Dorival Júnior garantiria a melhor campanha desta edição e o recorde neste século, independente da final.

A equipe que somou mais pontos em uma Libertadores neste século foi o Atlético Nacional-COL, em 2016, com 33 pontos — vale ressaltar que nessa época não existia final única, portanto os times faziam no máximo 14 jogos.

O Flamengo já somou 31 nesta edição do torneio, contando a fase de grupos e o mata-mata. E se vencer o Vélez, novamente, chegaria aos 34, ultrapassando os colombianos, com duas partidas a menos.

O segundo colocado na classificação geral do campeonato da Conmebol deste ano é o Palmeiras. Mesmo fazendo a melhor campanha da fase de grupos, os dois empates contra o Atlético-MG e a derrota para o Athletico em Curitiba permitiram que o Flamengo o ultrapassasse. Por essa razão, o time de Abel Ferreira não alcança o rubro-negro na pontuação nem se ganhar todas as partidas restantes.

O melhor retrospecto de um campeão da Libertadores desde 2000 foi do Palmeiras em 2020, com 10 vitórias, dois empates, apenas uma derrota e 82% de aproveitamento. No entanto, o time carioca tem uma porcentagem maior do que o Verdão, com 94,2%. Em 11 jogos, o Flamengo venceu dez e empatou apenas uma vez.

Embora o técnico Dorival Júnior tenha mantido cautela sobre uma possível vaga na final da Libertadores, para o matemático da Universidade Federal de Minas Gerais Gilcione Costa, o Flamengo possui 99,96% de chances de chegar à decisão da competição, após o placar construído na Argentina.


O Globo terça, 06 de setembro de 2022

BEM-ESTAR: PÍLULA ANTIRRESSACA COMEÇARÁ A SER VENDIDA NO BRASIL

 

Por Bernardo Yoneshigue

 

Pílula antirressaca começará a ser vendida no Brasil
Pílula antirressaca que começou a ser vendida no Reino Unido em julho em breve chegará ao Brasil. Leo Martins / Agência O Globo
 

Desde que começou a ser comercializada no mundo, há dois meses, a Myrkl já está disponível para envio a 18 países por meio do site oficial. Consumidores de lugares como Austrália, Nova Zelândia, Alemanha e França já podem garantir a pílula, lista que contará com o Brasil até o fim de novembro.

A caixa, com 30 unidades, é vendida no Reino Unido pelo valor de 30 libras, o que na cotação comercial desta terça-feira equivale a cerca de 180 reais – seis reais por comprimido, sem contar com o frete. De acordo com a De Faire Medical, a dose indicada é de duas pílulas antes da bebida alcoólica.

 A Myrkl promete quebrar o álcool no intestino antes que ele chegue ao fígado, reduzindo assim a metabolização da substância e a quantidade na corrente sanguínea. Isso porque o fígado quebra a molécula do álcool em ácido acético e acetaldeído, que são os responsáveis no dia seguinte pelo mal-estar, além de sobrecarregar o órgão.

A pílula chegou a ser testada em um estudo, publicado na revista científica Nutrition and Metabolic Insights, em junho, que acompanhou 24 participantes. Eles tomaram dois comprimidos entre uma e 12 horas antes de ingerir duas doses de destilado. Em comparação com outro grupo, que não recebeu o suplemento, foi observada uma redução de 70% do álcool no sangue uma hora após as bebidas.

O produto era anunciado pela De Faire Medical como “o primeiro na história a quebrar o álcool de forma efetiva”. Porém, teve que reavaliar a propaganda devido às normas britânicas referentes à divulgação de suplementos alimentícios.

Uma série de relatos nas redes sociais e publicados por jornalistas britânicos que experimentaram o produto apontam de fato benefícios em impedir sintomas incômodos do álcool após a ingestão de baixas doses. Porém, há quem não tenha observado efeitos significativamente relevantes, e alguns especialistas criticam a evidência científica por trás da pílula pelo baixo número e diversidade dos participantes.


O Globo segunda, 05 de setembro de 2022

DIVERSÃO: CIRQUE DU SOLEIL ESTREIA ESPETÁCULO *BAZZAR* NO BRASIL

 

Por Laura Mariano

 

Cirque du Soleil  estreia espetáculo 'Bazzar' no  Brasil
Cirque du Soleil estreia "Bazzar" no Brasil Ale Frata/Live Imagens
 

Depois de um hiato de quase três anos e de entrar em um processo de recuperação judicial por causa das dificuldades financeiras impostas pela pandemia de Covid-19, o Cirque du Soleil volta ao Brasil. A partir de quinta-feira, “Bazzar” será apresentado em São Paulo, em tendas instaladas no Parque Villa-Lobos. Dois meses depois, o espetáculo, que estreou mundialmente na Índia, em 2018, chegará ao Rio, no estacionamento do Riocentro.

— Com o novo espetáculo, quis trabalhar a coletividade tanto através da colaboração dos artistas uns com os outros como também pela interatividade com o público, criando algo como uma sinfonia — diz o diretor-artístico Johnny Kim.

O GLOBO viu três números da atração, com patins, cordas e trapézio. No palco, o “Bazzar” de Kim é ocupado por 29 acrobatas e quatro músicos. Suas cores, vibrações e acrobacias remetem, ele conta, aos primórdios do Cirque, criado em 1984, quando os artistas se apresentavam nas ruas de Montreal, no Canadá. O espetáculo, de seis atos, é inspirado justamente no caos criativo daqueles primeiros shows e no tilintar dos mercados árabes, os bazares, vendendo temperos, artesanatos, tapetes.

Logo no primeiro ato, patinadores e ciclistas acrobáticos se movem buscando oferecer a sensação de que tudo na história se conecta. A ideia é que a plateia experimente a vibração e a sensação rítmica do picadeiro. Liderados por um personagem batizado de Maestro, os acrobatas esbanjam virtuosismo. A narrativa, pensada antes da pandemia e fortalecida com os perrengues por ela causados, é centrada na rotina dos artistas e em uma passagem de bastão: um personagem batizado de “Mini-maestro” precisa compreender as habilidades do protagonista para se afirmar e dar sequência ao espetáculo.

 — São dois personagens que se complementam e, para enfatizar (seus desafios em cena), incluímos novos elementos da prática circense — diz Kim.

“Bazzar” apresenta ao público técnicas inéditas para o Cirque, entre elas o hairceau, manobra em suspensão feita com uma corda amarrada a um aro e ao cabelo de um dos componentes, e o mallakhamb, movimento de origem indiana em que uma dupla se exibe no trapézio. Não por acaso, a estreia, em agosto de 2018, aconteceu em Mumbai. De lá para cá, o espetáculo mudou um pouco: o Maestro agora interage com o público, e, na parte das manobras, aumentaram os números aéreos e a altura em que eles ocorrem, “ficando ainda mais surpreendente”, diz o diretor.

“Bazzar” conta com a participação de dois brasileiros, o acrobata Helder Vilela, que faz números no ar com panos e já participou de edições anteriores do grupo, e o percussionista Fred Selva.

— Para o “Bazzar”, eles queriam um percussionista brasileiro que desse um sotaquezinho musical e “abrazucasse” a apresentação — diz Selva, que incluiu na seção instrumental o pandeiro e o timbau.

Helder Vilela, que jogou futebol nas divisões de base do São Paulo, faz um solo suspenso com panos. Em 2018, ele foi convidado para uma audição do Cirque du Soleil no Brasil e integrou o elenco de “Cosmos” em uma turnê europeia da companhia.

— O fato de ter sido atleta acabou me ajudando, inclusive para o novo solo que faço — diz o acrobata.

Os preparativos de “Bazzar” no Brasil marcam a retomada dos ensaios da trupe desde a interrupção causada pela pandemia. Em crise financeira, a trupe se viu obrigada a dispensar quase todos os funcionários — cerca de quatro mil, entre técnicos e artistas — e deu entrada no processo de concordata, com pedido de recuperação judicial ao governo canadense. Mas o Cirque agora ensaia a volta por cima.

 

— Recomeçamos as turnês em dezembro do ano passado e alguns integrantes chegaram a ficar 30 meses afastados dos palcos. Ninguém sabia como estariam física e emocionalmente. Por isso, e após um trabalho árduo, será especialmente emocionante reencontrar o público — diz Frank Hanselman, diretor sênior da turnê.

“Bazzar” fica em cartaz de 8 de setembro a 27 de novembro em São Paulo, e de 8 a 31 de dezembro no Rio. Os ingressos em São Paulo variam de R$ 140 a R$ 690, e no Rio de R$ 61,50 a R$ 690, on-line, pela plataforma Eventim.

(*) Estagiária, sob orientação de Eduardo Graça


O Globo domingo, 04 de setembro de 2022

IGREJA CATÓLICA: PAPA FRANCISCO BEATIFICA JOÃO PAULO I, O *PAPA SORRIDENTE*

 

Por AFP — Roma

 

Papa Francisco beatifica João Paulo I, o 'papa sorridente'
O papa Francisco e uma foto de seu antecessor, João Paulo I, durante a cerimônia de beatificação AFP
 

Papa Francisco beatificou, neste domingo em Roma, João Paulo I, conhecido como "o papa sorridente", que em 1978 ocupou o trono de Pedro por 33 dias, em um dos pontificados mais curtos da história.

 Milhares de fiéis, incluindo o presidente italiano Sergio Mattarella, assistiram à missa de beatificação na Praça de São Pedro sob chuva. A missa é a etapa anterior à canonização que eleva um fiel católico falecido à dignidade de santo.

Durante a cerimônia, uma grande tapeçaria representando João Paulo I foi pendurada em uma das paredes da Basílica de São Pedro.

— Com seu sorriso, o Papa Luciani conseguiu transmitir a bondade do Senhor. Uma Igreja de rosto alegre, sereno e sorridente é bela, que nunca fecha suas portas, que não endurece os corações, que não se queixa nem guarda ressentimentos, que não está zangado ou impaciente, que não se apresenta com dureza nem sofre de nostalgia do passado —, disse o Papa Francisco durante a homilia.

Albino Luciani, que assumiu o nome de João Paulo quando foi eleito papa em agosto de 1978, aos 65 anos, era uma figura popular e próxima dos paroquianos.

Na madrugada de 29 de setembro de 1978, uma freira descobriu seu corpo sem vida, sentado na cama, com os óculos e algumas folhas nas mãos. Não foi realizada uma autópsia para confirmar a causa da morte.

O anúncio de sua morte foi cercado de inconsistências e informações falsas e até alimentou a teoria de um assassinato por envenenamento para impedi-lo de colocar ordem nos negócios da Igreja e, em particular, no banco do Vaticano, onde havia sido detectado desvio financeiro .

Mas esta "hipótese da conspiração" deveu-se sobretudo à "comunicação calamitosa" do Vaticano, segundo Christophe Henning, jornalista e autor do livro "Petite vie de Jean Paul Ier" (Vida curta de João Paulo I).

Assim como Henning, muitos especialistas rejeitam essa hipótese, considerando que ela se baseia mais em um conjunto de coincidências do que em elementos tangíveis.

 

Gentil com todos

 

Albino Luciani nasceu em 1912 no norte da Itália, em uma família modesta da classe trabalhadora. Foi seminarista e doutorou-se em Teologia. Em 1969 Paulo VI o nomeou Patriarca de Veneza e em 1973 foi elevado a Cardeal.

Considerado um homem de consenso, ele conseguiu durante seu breve pontificado imprimir um estilo mais simples no exercício de sua missão, embora permanecesse isolado dentro da Cúria, o governo do Vaticano.

Ele defendeu a oposição da Igreja ao aborto e métodos contraceptivos, enquanto iniciava a reforma interna. Muito sensível à pobreza, ele também afirmou a importância de dar um "salário justo" a todos.

Com "grande simplicidade e uma forte fibra pastoral", João Paulo I "humanizou o ofício [papal] e simplificou tudo o que era protocolar", disse Christophe Henning à AFP.

A Irmã Margarita Marín, que ajudou João Paulo I nos aposentos papais, lembra-se de um homem "gentil com todos".

— Ele tratava seus colaboradores com muito respeito, pedindo desculpas por incomodá-los. Nunca o vi ficar impaciente com ninguém —, lembrou a freira na sexta-feira em entrevista coletiva.

A beatificação requer o reconhecimento de um milagre. O atribuído a Albino Luciani é a cura em 2011 em Buenos Aires de uma menina de 11 anos que estava morrendo, mas que se recuperou graças às orações de um padre invocando João Paulo I.

Para ser canonizado, o Vaticano deve reconhecer um segundo milagre.

Entre os papas recentes, foram canonizados os italianos João XXIII (1958-1963) e Paulo VI (1963-1978) e o polonês João Paulo II (1978-2005).


O Globo sábado, 03 de setembro de 2022

ROCK IN RIO 2022: OS BRINDES MAIS DISPUTADOS NA CIDADE DO ROCK

 

Por Roberta de Souza e Thayssa Rios — Rio de Janeiro

 

Rock in Rio 2022: Saiba quais são os brindes mais disputados na Cidade do Rock
Brindes do stand do TikTok O GLOBO

No primeiro dia do Rock in Rio diversas marcas ofereceram brindes para quem visitava os stands e participava das ativações. Colecioná-los se tornou objetivo de quem foi curtir o festival. Os brindes variam de copos e tirantes, até vouchers, presentes e NFTs. Saiba quais são os principais brindes oferecidos no festival.

 

 

Brinde no espaço do Globoplay — Foto: O GLOBO

Brinde no espaço do Globoplay — Foto: O GLOBO

O TikTok está distribuindo viseiras na cor rosa e azul, além de diversos pins colecionáveis, enquanto a Coca-Cola oferece copos personalizados. Quem quiser um broche especial do Rock in Rio pode visitar o espaço do Kit Kat.

No espaço do iFood, grupos de 12 pessoas entram e escolhem uma bag de entrega. Quando o som da entrega tocar, todos ganham brindes variados. Além de pares de meias com desenhos de pizzas e capas de chuva, os visitantes podem receber vouchers de 20 ou 50 reais para gastar na lojinha online e receber o produto em casa. Há também vouchers de 20 e 30 reais para utilizar no aplicativo e comprar com marcas parceiras, como a Heineken.

No stand do Doritos, quem se aventurar em participar do Escape 60 pode ganhar uma selfie highlight se vencer o desafio. Se perder, o visitante ganha um pin da marca ou um tirante. Na Volkswagen, o brinde é um pouco diferente. Quem responder corretamente ao quiz sobre consumo consciente de combustível ganha um NFT.

Uma experiencia imersiva aguarda os fãs no espaço da Natura, onde o visitante ganha um hidratante para as mãos de Tukumã. Quem quiser conhecer diferentes tipos de camisinhas pode visitar o stand da Olla. Além de distribuir preservativos, o local possui um uma máquina para pegar brindes que variam de lubrificante íntimo à pochete.

Espaço da Olla no Rock in Rio — Foto: O GLOBO

Espaço da Olla no Rock in Rio — Foto: O GLOBO

Basta responder um quiz no aplicativo on-line para ganhar brindes do stand do Itaú. Os fãs podem ganhar um bucket na cor laranja e um copo temático. No espaço da Tim, foram distribuídos capas a prova d'água para celular e tirantes que acendem na cor azul, a cor da marca.

Na Gerdau, o brinde para quem visita o stand é um chaveiro no formato do Palco Mundo. Já na Movida, o fã pode ganhar um travesseiro inflável para viagens e uma cartela de adesivos com figuras temáticas com o bordão "para na boa".

— Eu e minha esposa só estamos aqui para caçar brindes, nem estamos vendo o show hoje — comentou Valmir Junior, de 41 anos, ferroviário.

Uma ação no Rock in Rio 2022 chamou a atenção dos fãs presentes na Cidade do Rock. O stand Recycle Rock Braskem está trocando material de lixo reciclável por brindes. Um sistema de pontos permite os presentes a trocar garrafas d'água por mochilas, câmeras e até ingressos para os próximos dias. Na verdade, os 4 ingressos disponíveis como brinde foram os primeiros brindes a esgotar, mas as pessoas continuam levando lixo para o espaço.


O Globo sexta, 02 de setembro de 2022

RIO: ARTESÃ TIJUCANA FAZ LUMINÁRIAS QUE COLOREM E EMBELEZAM OS AMBIENTES

 

Por Regiane Jesus — Rio de Janeiro

 

Artesã tijucana faz luminárias que colorem e embelezam os ambientes
A artesã Rosana Colombo produz luminárias coloridas Acervo pessoal

A função básica de um abajur é iluminar. Mas pelas mãos da artesã Rosana Colombo, o acessório ganha outro objetivo: embelezar o ambiente. Presença constante nas feiras de artesanato das praças Saens Peña, Afonso Pena e Xavier de Brito, todas na Tijuca, a moradora do bairro faz sucesso com várias peças, entre elas a luminária Órbita.

— Há dez anos, eu montei a primeira peça e não parei mais. Este entrelaçado feito com plástico para cúpula de abajur e revestido com tecidos lisos ou coloridos dá um tom moderno ao ambiente. Para confeccionar a luminária Órbita, não uso cola. É uma espécie de origami (técnica de produção de objetos por meio de dobras). Esta peça pode ser usada no teto, como pendente, ou em uma mesinha — diz Rosana.

Clássico, o abajur de tripé é outro destaque na produção artesanal da tijucana.

O clássico abajur com tripé é sucesso de vendas nas feiras de artesanato da Tijuca — Foto: Acervo pessoal

O clássico abajur com tripé é sucesso de vendas nas feiras de artesanato da Tijuca — Foto: Acervo pessoal

— Este tipo de luminária vende tanto quanto a Órbita. O grande diferencial do meu trabalho é que uma peça fica sempre diferente da outra — diz Rosana, que recebe encomendas pelo número de WhatsApp 99462-3776.


O Globo quinta, 01 de setembro de 2022

BEM-ESTAR: DUAS XÍCARAS DE CHÁ POR DIA REDUZEM RISCO DE MORTE, MOSTRA ESTUDO

 

Por O GLOBO

 

Duas xícaras de chá por dia reduzem risco de morte, mostra estudo; saiba qual
Duas xícaras de chá por dia reduzem risco de morte. Pixabay

Beber duas xícaras de chá preto por dia está associado a um risco menor de morte, mesmo com adição de açúcar, mostra um novo estudo conduzido por pesquisadores do Instituto Nacional do Câncer dos Estados Unidos, publicado na revista científica Annals of Internal Medicine.

 Os responsáveis pelo trabalho analisaram informações de 498.043 pessoas, com idades entre 40 e 69 anos, disponibilizadas entre 2006 e 2010 no banco de dados de saúde britânico UK Biobank. Eles monitoraram, então, a ingestão de chá e a mortalidade por todas as causas – incluindo doenças cardiovasculares, câncer e problemas respiratórios – durante um período de aproximadamente 11 anos.

Ao fim da análise, os pesquisadores identificaram que, entre frequências que variavam de uma xícara ou menos até dez ou mais, o consumo de duas xícaras de chá preto por dia foi relacionado a uma redução de 13% na taxa de mortalidade.

“A maior ingestão de chá foi associada a menor risco de mortalidade entre aqueles que bebiam 2 ou mais xícaras por dia, independentemente da variação genética no metabolismo da cafeína. Esses achados sugerem que o chá, mesmo em níveis mais altos de ingestão, pode fazer parte de uma dieta saudável”, escreveram os autores no estudo.

 De acordo com o Instituto Nacional do Câncer, trabalhos anteriores já haviam demonstrado esse benefício, embora de forma modesta. Porém, eram majoritariamente conduzidos com populações de países asiáticos, cujo consumo é maior de chá verde.

O novo estudo, porém, analisou o impacto do chá preto na mortalidade, o que não era bem estabelecido. A associação foi observada independentemente da temperatura da bebida, da adição de leite ou açúcar e de variações genéticas que afetam a taxa na qual as pessoas metabolizam a cafeína, destacou o instituto.

 


O Globo quarta, 31 de agosto de 2022

COMIDA O ROCK IN RIO: QUANTO VAI CUSTAR UM LANCHE NO EVENTO?

 

 

Por Raphaela Ribas — Rio

 

Quanto vai custar o lanche no Rock in Rio? Evento terá pela 1ª vez lojas de conveniência
Fogos no Palco Mundo no final do evento teste do Rock in Rio Silvio Essinger

Rock in Rio começa nesta sexta-feira, com preços salgados como pizza a R$ 40, pipoca a R$ 55 e cerveja a R$ 15. Mas quem quiser fugir das comidas e lanches mais caros pode encontrar opções mais em conta nesta edição: as lojinhas.

 

Como se fossem um mercadinho, Americanas S.A. e Pão de Açúcar investiram em um modelo de negócio cuja proposta é de preços não tão altos. Os "mercadinhos" também venderão doces e bebidas.

Na Americanas S.A., os preços são os mesmos praticados que na loja fora do evento, conforme observa o analista de suporte técnico Vinícius Oliveira Viana, de 27 anos, que foi ao evento teste nesta terça-feira.

- Em 2017 e 2019 eu comprei comida aqui e era muito mais caro. Fiquei surpreso de ter estas coisas mais acessíveis. Às vezes, a pessoa não tem condições, juntou o dinheiro para o ingresso e é bom ter produtos que não sejam o olho da cara - diz ele, enquanto escolhe o salgadinho de R$ 1,99.

Também são vendidos biscoitos entre R$ 2,99 e R$ 6,99 e barras de chocolate a R$ 5,99 além de absorventes, curativos e escovas de dente e de cabelo. As bebidas têm preço tabelado do evento. 

Já na lojinha do Pão de Açúcar, as prateleiras oferecem versões mais saudáveis de lanches. Potinhos de amendoim e castanhas de caju e do Pará custam entre R$ 18 a R$ 40, dependendo da gramatura. Sanduíches naturais saem por R$ 20 e 190 gramas de frutas cortadas serão vendidas a R$ 10.

Veja abaixo os preços de alguns itens:

 

Bebidas

 

Os preços são tabelados

 

  • Água (350 ml): R$ 6
  • Refrigerante (350 ml): R$ 9
  • Matte (300 ml): R$ 9
  • Suco Dell Vale: R$ 9
  • Energético (250 ml): R$ 12
  • Chope (400 ml): R$ 15
  • Milk-shake (400 ml): R$ 20

 

 

Comida

 

Bob´s

 

  • Combos de sanduíche com bebida e batata: de R$ 42 a R$ 55
  • Combos de sanduíche só com bebida: de R$ 36 a R$ 42

 

Vulcano Sandwich

 

  • Sanduíches com preços que variam de R$ 28 a R$ 40
  • Anéis de cebola: R$ 10 (com combo) e R$ 20 (só os anéis)

 

Nasaj

 

  • Kebab: R$ 29
  • Esfiha: R$ 12
  • Chocolate: R$ 5
  • Snack: R$ 13

 

Cinemark

 

  • Pipocas com preços que variam de R$ 25 a R$ 55 (sem combo)
  • Com combo, preços variam de R$ 30 a R$ 70

 

Açougue vegano

 

  • Coxinha de jaca de espinafre: R$ 13
  • Coxinha doce de nutella: R$ 10
  • Hambúrguer: R$ 35
  • Cachorro quente: R$ 35
  • Sorvete: R$ 10
  • Cookie: R$ 10
  • Combo de coxinha + hambúrguer = R$ 45

O Globo terça, 30 de agosto de 2022

FLORICULTURA: APÓS SE APOSENTAR, MORADORA DA TIJUCA INVESTE NO RAMO DE FLORES

 

Por Regiane Jesus — Rio de Janeiro

 

 

 
 
A Dracena é uma planta ideal para lugares iluminados e ventilados Divulgação/Florar

“Há flores por todos os lados/Há flores em tudo que eu vejo...”. Lançada em 1989 pela banda Titãs, a música “Flores” — composta por Tony Belotto, Charles Gavin, Paulo Miklos e Sergio Affonso — segue mais atual do que nunca no lar de Adriana Sundin, na Tijuca, assim como na sua vida profissional. E, se dependesse da vontade dela, todos os lugares teriam ao menos um espaço reservado para arranjos feitos com rosas, girassóis e afins, ou por plantas. A especialista em decoração com flores, que trabalhou por mais de duas décadas no ramo de seguros, não tem dúvida de que dar um toque de natureza dentro da residência ou até mesmo do ambiente corporativo traz dois ganhos imediatos: beleza e leveza.

— Flor, além de enfeitar qualquer lugar, faz bem à alma, ao estado de espírito. O ambiente ganha cor, alegria, o que é positivo esteticamente e também para proporcionar uma sensação de bem-estar — diz a florista, que está no Instagram no perfil @use.florar.

Após se aposentar, Adriana se matriculou na Escola de Arte Floral do Rio, na Tijuca. E, ao receber os ensinamentos do fundador do curso, Mestre Mynssen, decidiu voltar a trabalhar. Desta vez, com decoração floral. Curiosamente, a chegada da pandemia, em 2020, foi o momento de alavancar os negócios da sua empresa, aberta apenas um ano antes.

Moradora da Tijuca, Adriana Sundin é especialista em flores — Foto: Divulgação/Florar

Moradora da Tijuca, Adriana Sundin é especialista em flores — Foto: Divulgação/Florar

— Com lojas e shoppings fechados, investi na divulgação pela internet e conquistei muitos clientes. Ao ser contactada, indico as plantas ideais para cada tipo de ambiente, e a entrega vai acompanhada das instruções para mantê-las vivas e bonitas por muito tempo. Cactos e suculentas, por exemplo, são ideais para espaços que pegam muito sol. Algumas plantas, como a espada-de-são-jorge, resistem a ambientes com sombra e pouco sol. Mas sempre enfatizo que alguma luminosidade natural ao longo do dia é fundamental para que as plantas se mantenham belas e saudáveis — ressalta.

 


O Globo segunda, 29 de agosto de 2022

OSCAR NIEMEYER: CATEDRAL COM SEUS TRAÇOS COMEÇA A GANHAR FORMA EM NITERÓI

Por Geraldo Ribeiro — Rio de Janeiro

 

Catedral com traços de Niemeyer começa a ganhar forma em Niterói
Suntuoso. O projeto da Nova Catedral de São João Batista: R$ 107,9 milhões Divulgação/Instituto Nova Catedral

Começa a se concretizar em Niterói mais uma obra com os traços do arquiteto Oscar Niemeyer. Carregada de simbolismo religioso, a Nova Catedral de São João Batista está sendo erguida às margens da Baía de Guanabara, e vai se juntar ao conjunto de 14 equipamentos culturais do Caminho Niemeyer, entre eles o Museu de Arte Contemporânea (MAC). Será um templo de 13 mil metros quadrados de área construída, com capacidade para 5 mil pessoas dentro da nave e outras 15 mil do lado de fora, numa esplanada no mesmo nível da baía onde haverá um altar externo para celebrações.

 — O padroeiro da catedral, São João Batista, vai ter uma imagem apontando para o Cristo Redentor, como o cordeiro de Deus. E o templo terá a Guanabara como símbolo do Rio Jordão, onde João Batista batizava, chamando as pessoas à conversão — conta o arcebispo de Niterói, D. José Francisco Rezende Dias.

As paredes em torno da nave já estão prontas, e são erguidas agora as estruturas em aço e concreto de três pilares, que quando ficarem prontos ganharão formato de mitra e solidéu (paramentos de cabeça usados na Igreja Católica sinalizando posições e cargos em uma celebração). Eles vão atingir uma altura de 75 metros, com uma cruz no alto, o que deixará a catedral à vista de diferentes pontos da cidade e até do Rio.

—A Diocese de Niterói nunca construiu uma catedral. Quando foi criada, em 1892, uma igreja que já existia foi escolhida para ser a catedral: a de São João Batista (no Centro da cidade). Ela é muito bonita, mas pequena. Não podemos fazer as grandes celebrações nela, por falta de espaço para comportar todas as pessoas — explica o arcebispo.

  

Obras da nova Catedral São João Batista, em Niterói, projetada por Oscar Niemeyer — Foto: Rebecca Maria/Agência O Globo

Obras da nova Catedral São João Batista, em Niterói, projetada por Oscar Niemeyer — Foto: Rebecca Maria/Agência O Globo

 

Campanhas de doação

 

A terraplanagem começou em 2016. Em seguida, veio o desafio maior: conseguir R$ 107,9 milhões (em cálculos não atualizados) para as obras. Iniciaram, então, campanhas de doações, uma delas a “Caminho da Gratidão”, que conta até agora com cerca de 900 doadores fixos e na qual as pessoas que contribuírem com valores a partir de R$ 100 mensais podem ter foto, nome e uma frase a sua escolha gravados em placas de cristal numa das paredes internas do templo.

A arquidiocese recorre ainda a vendas e aluguéis de imóveis, além de realizar rifas, inclusive de automóveis, e eventos. As iniciativas garantiram os cerca de R$ 40 milhões que asseguraram a arrancada da construção, que, a seguir o mesmo ritmo, deve ser concluída em 2030.

Ele explica ainda que a catedral terá um sistema de ar condicionado que reaproveitará água da Baía, a exemplo do faz o Museu do Amanhã, no Rio. Já abaixo da esplanada, a catedral terá anexos para abrigar arquivos históricos, serviços sociais, centro de memória, espaço cultural multiuso para exposições e eventos e teatro, entre outros. A execução do projeto está sendo tocado pela própria arquidiocese.

— Vai ser mais um ponto de visitação para o turismo religioso no estado — acredita o engenheiro Paulo Massa, responsável pelo gerenciamento da obra.

O templo é um dos mais de 16 devotados a diferentes religiões projetados por Niemeyer. Ainda em vida, ele expressou sua satisfação com a concepção, que chegou a ver como a sua “obra-prima”. O arquiteto e urbanista Paulo Niemeyer, presidente do Instituto Niemeyer, destaca a importância do projeto:

— Toda obra do Oscar é um legado que se deixa para o Brasil e para o mundo.

 


O Globo domingo, 28 de agosto de 2022

BRASILEIRÃO FEMININO: INTERNACIONAL RECEBE SÃO PAULO E CORINTHIANS LARGA NA FRENTE DAS SEMIFINAIS

 

Por Laís Malek — Rio de Janeiro

 

Brasileirão Feminino: Internacional recebe São Paulo e Corinthians larga na frente nas semifinais
Em março, Internacional venceu o São Paulo com gols de Millene (centro) e Bruna Benites Divulgação/Internacional

Pelo segundo ano consecutivo, o Internacional consegue uma vaga tem um dos quatro melhores desempenhos no Brasileiro Feminino A-1. Diferente de 2021, no entanto, quando a equipe perdeu os dois jogos da penúltima fase, o clube chega com confiança: derrotou o Flamengo nas quartas de final por um placar agregado de 4 a 2. Os ingressos estão sendo vendidos antecipadamente, e em nota, o clube colorado informou que já foram mais de 5 mil ingressos comercializados. A partida está marcada para às 11h, e terá transmissão do SporTV.

 

O retrospecto é positivo para o Internacional. Nas quartas de final do campeonato do ano passado, com vantagem para as Gurias Coloradas: depois de perderem por 2 a 1 em casa, buscaram a classificação no Morumbi e venceram as paulistas por 3 a 1. Neste ano, as equipes se enfrentaram na terceira rodada do campeonato, no Beira-Rio, e o Inter venceu por 2 a 0 (gols de Millene e Bruna Benites)

Com 7 gols no campeonato, a atacante Millene é a artilheira da equipe, e pode ajudar a buscar a classificação. Além dela, Duda Sampaio, um dos destaques do clube, vai entrar em campo com mais uma convocação para a seleção brasileira na conta. Nesta semana, a treinadora Pia Sundhage chamou os primeiros nomes após a Copa América para disputar amistosos contra a África do Sul no início de setembro, e o de Duda estava mais uma vez na lista.

O treinador Maurício Salgado recentemente chegou a 100 jogos à frente do clube, e afirma que gosta de jogar contra o tricolor.

— É um clássico nacional no masculino e que tem se consolidado no feminino. Inter e São Paulo têm se encontrado em várias situações Buscam muito o resultado, assim como o Inter. Tem essa similaridade de um jogo rápido, de muita transição, e o que eu posso antecipar é que estamos com a expectativa de dois grandes jogos. E muito confiantes. A gente sabe onde quer chegar, e vamos buscar isso — afirmou em entrevista coletiva.

O jogo de volta acontece no dia 12 de setembro, às 17h30, na Arena Barueri, depois da pausa para a Data Fifa.

 

Corinthians supera o Palmeiras

 

O atual bicampeão brasileiro, apesar de ter a hegemonia ameaçada nesse ano, lutou e conseguiu vencer o Palmeiras no jogo de ida da outra chave da semifinal, diante de um público de 13 mil torcedoes na Neo Química Arena. Logo no início da partida, aos 2 minutos, Adriana, a Maga, fez um golaço e abriu o placar para a equipe alvinegra. O Palmeiras correu atrás do resultado e Camilinha conseguiu o empate no final do primeiro tempo, aos 41 minutos.

Na volta do intervalo, o time da casa também entrou em campo com um início avassalador: mais uma vez, aos 2 minutos, Jaqueline balançou as redes e deixou o Corinthians na frente novamente. O Palmeiras ainda tentou reagir, mas não foi suficiente para conseguir o resultado.O dérbi decisivo acontece no dia 10 de setembro, no Allianz Arena.


O Globo sábado, 27 de agosto de 2022

SAÚDE: TERAPIA COM COGUMELO ALUCINÓGENO REDUZ O CONSUMO EXCESSIVO DE ÁLCOOL

 

Por Andrew Jacobs, The New York Times

 

Terapia com cogumelo alucinógeno reduz drasticamente o consumo excessivo de álcool, diz estudo
 

Um pequeno estudo sobre os efeitos terapêuticos do uso de psicodélicos para tratar o transtorno do consumo de álcool descobriu que apenas duas doses de cogumelos mágicos de psilocibina, combinadas com psicoterapia, levaram a uma redução de 83% na ingestão excessiva de álcool entre os participantes. Aqueles que receberam placebo diminuíram em 51% o uso de bebidas alcoolicas.

 

Ao final do teste de oito meses, quase metade daqueles que receberam psilocibina pararam de beber completamente na comparação com os cerca de um quarto daqueles que receberam o placebo, de acordo com os pesquisadores.

O estudo, publicado na Jama Psychiatry, é o mais recente de uma série de novas pesquisas que exploram os benefícios de compostos capazes de alterar a mente para tratar problemas de saúde mental, desde depressão, ansiedade e transtorno de estresse pós-traumático até o medo existencial experimentado por doentes terminais.

 

 

Embora a maioria dos psicodélicos permaneça ilegal sob a lei federal, a Food and Drug Administration avalia os potenciais usos terapêuticos de compostos como psilocibina, LSD e MDMA, droga mais conhecida como ecstasy.

Michael Bogenschutz, diretor do NYU Langone Center for Psychedelic Medicine e principal investigador do estudo, disse que as descobertas oferecem esperança para os quase 15 milhões de americanos que lutam contra o consumo excessivo de álcool — cerca de 5% de todos os adultos. A ingestão excessiva de bebidas alcóolicas mata cerca de 140 mil pessoas a cada ano.

— Estes resultados são emocionantes. O transtorno por uso do álcool é um grave problema de saúde pública e os efeitos dos tratamentos e medicamentos atualmente disponíveis tendem a ser pequenos — explica Bogenschutz.

O estudo, randomizado duplo-cego, acompanhou 93 participantes por 32 semanas e os dividiu em dois grupos: um recebeu psilocibina e o outro placebo na forma de pílulas de anti-histamínicos. Os participantes, todos lutando contra o consumo excessivo de álcool, também participaram de 12 sessões de terapia, iniciadas semanas antes das primeiras doses do experimento e continuaram por um mês após a dose final. A dosagem de psilocibina foi determinada de acordo com o peso dos participantes. A frequência cardíaca e a pressão arterial foram monitoradas durante as sessões de oito horas.

Embora nenhum dos participantes que receberam psilocibina tenha relatado efeitos adversos graves, o estudo teve uma limitação importante: após cada sessão, quase todos foram capazes de adivinhar com sucesso se haviam recebido psilocibina ou placebo. “Expectativas tendenciosas podem ter influenciado os resultados”, escreveram os autores, “então essa questão continua sendo um desafio para a pesquisa clínica sobre psicodélicos”.

Mary Beth Orr, uma das participantes que recebeu psilocibina, contou que os tratamentos ajudaram a alterar seu relacionamento destrutivo com o álcool. Embora ela nunca desmaiasse e se descrevesse como uma “bebedora elegante”, sua vida, no entanto, foi reduzida pela bebida noturna, que a deixou se sentindo infeliz pela manhã.

— Passei muito tempo, todos os dias, pensando em não beber à noite — relata a aposentada Orr, de 69 anos. — Eu queria parar, mas não conseguia.

 

 

As sessões de psilocibina, disse ela, às vezes eram estressantes, mas no final das contas esclarecedoras. As jornadas místicas e oníricas incluíam toques vívidos de cores, criaturas fantásticas e um encontro emocional com seu falecido pai.

Dois terapeutas serviram como seus guias, enquanto ela estava deitada em um sofá, com os olhos mascarados, uma música suave tocava nos fones de ouvido.

Embora menos colorida e emocionante, a segunda sessão foi ancorada por uma conversa subaquática fundamental com um membro da família, que ela disse ter causado imensa dor ao longo dos anos. Ao final, a aposentada desejou felicidades ao parente, e eles se despediram com um beijo.

A mensagem, segundo Orr, era de perdão, compreensão e amor, tanto para os outros quanto para ela mesma.

— Não tenho mais medo de sentimentos e estou vivendo uma vida mais profunda — disse.

Mais de três anos depois da última sessão, ela contou que raramente bebe, mas se permite uma taça de vinho de vez em quando.

— Não é que eu monitore minha bebida, é só que eu não penso nisso, o que é a parte gloriosa para mim.

Os cientistas não entendem completamente como a psilocibina e outros psicodélicos funcionam na mente, mas acredita-se que as drogas promovam a neuroplasticidade, ou uma religação do cérebro, permitindo que aqueles com problemas psiquiátricos encontrem novas maneiras de lidar com suas doenças e comportamentos autodestrutivos.

Matthew Johnson, um pesquisador de psicodélicos da Johns Hopkins Medicine que não esteve envolvido com o estudo JAMA, disse ter sido encorajado pelos resultados, em parte por causa do tamanho comparativamente grande do estudo e do design duplo-cego. Um teste anterior e promissor sobre psilocibina e transtorno por uso de álcool, observou, teve apenas 10 participantes.

Ele disse que a promessa dos psicodélicos era especialmente empolgante, dada a atual safra de terapias anti-dependência, a maioria das quais visa os desejos, a abstinência ou os receptores de recompensa mediados por drogas no cérebro. A psilocibina e outros compostos psicodélicos, por outro lado, parecem afetar os fundamentos psicológicos do vício, segundo Johnson.

— Este estudo acrescenta à literatura sugerindo que os psicodélicos podem ter eficácia geral anti-dependência, o que é realmente uma coisa estranha, porque é raro que um medicamento em potencial seja eficaz para várias formas de dependência — ele diz.

Bogenschutz, principal autor do estudo, disse que um ensaio subsequente incluiria mais de 200 participantes e testaria a eficácia de uma dose de psilocibina. O teste também usará um placebo diferente, a vitamina niacina.

Na segunda-feira (22), o FDA aprovou o estudo, que será o maior para analisar o uso da terapia pareada com psilocibina para o tratamento do transtorno por uso de álcool.


O Globo sexta, 26 de agosto de 2022

GASTRONOMIA: MARCA FAZ SUCESSO NA TIJUCA COM DOCES E SALGADOS DE FABRICAÇÃO ARTESANAL

 

Por Regiane Jesus — Rio de Janeiro

 

Marca faz sucesso na Tijuca com doces e salgados de fabricação artesanal
A torta de morango, recheada com brigadeiros de morango e chocolate branco, é um dos destaques da marca Divulgação/Tortamania

A história da Tortamania começou a ser escrita, há 28 anos, pelas mãos de Marile Mareto e José Claudio Afonso. Os bolos, doces e salgados logo caíram no gosto dos clientes, motivando o casal a expandir os negócios, e, além de manter seis lojas, os dois fornecem as guloseimas para diversos estabelecimentos. Em 15 de julho, foi a vez de a Tijuca ganhar uma unidade do espaço dedicado a delícias de comer rezando. Na Rua Mariz e Barros 821, a variedade de produtos é grande. Entre os destaques, a torta de bombom sabor morango, que é um bolo de chocolate com brigadeiros especiais de morango e chocolate branco, e a musse de chocolate. No setor de salgados, a coxinha de galinha é a preferida, seguida de perto pelo quibe.

Sócia da Tortamania Tijuca, Glaúcia Ramalho garante que a loja já conquistou os tijucanos. 

— Caímos nas graças dos moradores do bairro. A loja é supercharmosa, então se torna um ambiente convidativo para degustar um café com uma sobremesa, como o cheesecake de amora. Para o lanche da tarde, a coxinha já virou a queridinha porque é leve e sequinha. As pessoas são apaixonadas pela nossa coxinha — diz a empresária, que frisa ter ainda em seu cardápio mais de 40 sabores de tortas produzidas artesanalmente, com ingredientes frescos, além de salgados, lanches e kits para festas.

Os salgados, como a coxinha de galinha e o quibe, são muito pedidos na Tortamania — Foto: Divulgação/Tortamania

Os salgados, como a coxinha de galinha e o quibe, são muito pedidos na Tortamania — Foto: Divulgação/Tortamania

A unidade está preparada para receber encomendas para eventos e comemorações especiais.

— O kit festas e as tortas inteiras permitem que entremos nos momentos mais especiais dos tijucanos. A qualidade dos produtos e o cuidado no desenvolvimento de cada receita arrancam suspiros dos clientes e fazem a nossa alegria por oferecer o que há de melhor — ressalta a empreendedora.


O Globo quinta, 25 de agosto de 2022

NITERÓI: CAMINHO NIEMEYER TERÁ TRÊS DIAS DE FESTIVAL DE ROCK COM SHOWS GRATUITOS

 

 

Caminho Niemeyer, em Niterói, terá três dias de festival de rock com shows gratuitos
Baby do Brasil e Pepeu Gomes se apresentam juntos Divulgação

Caminho Niemeyer será palco de um festival de rock, de sexta-feira a domingo, com entrada franca. Já estão confirmados shows de Blitz, Plebe Rude, Ira!, Biquini, Fernanda Abreu e Cláudio Zoli, além do reencontro de Baby do Brasil e Pepeu Gomes. O Rock But I Like It é organizado pela prefeitura e produzido pela Coordenadoria Geral de Eventos com apoio da Neltur e da FAN.

 Para a abertura dos shows principais, a organização convidou atrações locais, como os grupos Bloody Mary, Teachers on the Rocks, Banda Hi-On, Banda W, BR 80, Dona Velha, Dr. Gore e Banda Os Imortais.

Além dos shows de rock, o evento contará com estações de venda de churrasco, hambúrgueres e cervejas artesanais. Todos os fornecedores dos produtos são empreendedores da cidade.

— Nosso objetivo foi organizar um grande evento para reunir pessoas de todas as idades e promover e valorizar bandas e empreendedores locais, que tanto sofreram durante os dois anos de pandemia — destaca André Felipe Gagliano, coordenador de eventos de Niterói.

A classificação é livre. Sexta, começa às 17h; e sábado e domingo, ao meio-dia. A festa terá ainda um ponto de doação para a campanha Niterói Solidária, que arrecada alimentos e produtos de higiene e limpeza para famílias em situação de vulnerabilidade.

 

Confira a programação:

 

 

  • Sexta 26/08 - 18h, Giovana Aguilera; 19h, Claudio Zoli; 21h, Teachers on the Rocks; 22h, Tributo a Charlie Brown Jr.; 23, Blitz.
  • Sábado 27/08 - 13h, Hi-On Heads; 14h, Banda W; 16h, Tributo a Raul Seixas; 17h, BR 80; 20h, Tributo a Freddie Mercury; 21j, Bruce Gomlevsky; 21h, Ira!; e DJ João Pinaud nos intervalos;
  • Domingo 28/08 - 13h, Donna Velha; 14h, Blood Mary; 15h, Tributo a Tim Maia; 16h, Fernanda Abreu; 18h, Tributo a Cazuza; 19h, Baby e Pepeu; 21h Biquini; e DJ João Pinaud nos intervalos.

O Globo quarta, 24 de agosto de 2022

COPA DO BRASIL 2022: FÁBIO E CÁSSIO COLOCAM PAPÉIS DE LIDERANÇA À PROVA EM FLUMINENSE X CORINTHIANS

 

Por Marcello Neves — Rio de Janeiro (RJ)

 

Recordistas na Copa do Brasil, Fábio e Cássio colocam papéis de liderança à prova em Fluminense x Corinthians
Recordistas na Copa do Brasil, Fábio e Cássio colocam papéis de liderança à prova em Fluminense x Corinthians Editoria de Arte

A constatação é óbvia: se Fluminense e Corinthians estão nas semifinais da Copa do Brasil, com partida de ida marcada para esta quarta-feira, às 19h30 (de Brasília), no Maracanã, muito se deve aos seus goleiros. Mas Fábio e Cássio vão além das boas atuações. Eles também dividem também assumem papéis de liderança e experiência em suas equipes e carregam o fato de serem recordistas na Copa do Brasil.

 Claro, até mesmo pelo tempo de casa diferente entre ambos, Fábio está começando a sua passagem pelo Fluminense enquanto Cássio é considerado o maior goleiro que já passou pelo Corinthians para muitos torcedores. Mas isso não os impedem de serem pilares para as equipes de Fernando Diniz e Vítor Pereira, que veem nos goleiros figuras fundamentais para manter o sonho de uma vaga na final da Copa do Brasil.

 A história de Fábio com a Copa do Brasil pode ser descrita com números: quase 9.000 minutos em campo, 98 partidas e três títulos conquistados. Até aqui, participou de 17 edições do torneio. Assim, é o jogador que mais vezes entrou em campo pela competição em sua história. A sua experiência serve para ajudar o Fluminense a voltar a decisão do torneio pela primeira vez desde 2007, quando foi campeão.

— Jamais imaginei que alcançaria esses números. Sempre trabalhei jogo a jogo, temporada a temporada e, dessa forma, Deus me deu a oportunidade de construir a minha trajetória dentro da Copa do Brasil. Sou muito grato por isso. Meu objetivo é continuar essa caminhada, ajudando os meus companheiros de todas as maneiras possíveis — destacou.

Já Cássio é quem mais atuou pelo Corinthians na história da Copa do Brasil. Esse recorde foi quebrado em março de 2021, quando entrou em campo na partida diante do Salgueiro, a sua 39ª naquele momento. Hoje são 48 jogos defendendo a camisa alvinegra na competição. Até então, a liderança do ranking pertencia ao ex-goleiro Ronaldo Giovaneli, que participou de 38.

Curiosamente, a Copa do Brasil se desenha como um dos poucos torneios que Cássio ainda não venceu pelo Corinthians. Apesar de ser o jogador com mais títulos pelo clube (nove no total), o torneio ainda falta pela sua galeria. Ele teve a chance em 2018, mas acabou sendo vice-campeão diante do Cruzeiro, então clube de Fábio.

Nos dias atuais, Cássio vem empilhando recordes — se tornou o atleta com mais jogos pelo clube — e tem sido decisivo nesta Copa do Brasil. Na competição, o Corinthians soma três vitórias, um empate e duas derrotas. O goleiro sofreu apenas cinco gols, enquanto o Corinthians marcou onze.

— Era uma equipe totalmente diferente do que joga agora. É uma semifinal da Copa do Brasil, assim como na vitória, quando você perde, tem que tirar coisas positivas para tentar evoluir, não repetir mais. É um outro momento, uma outra situação. Acho que vai ser um grande jogo, de duas grandes equipes, que chegaram com mérito nesta semifinal — disse o goleiro Cássio.

André não treinou na última segunda-feira devido a sintomas de febre e garganta inflamada. Ontem, se apresentou no CT Carlos Castilho e aumentou as suas chances de enfrentar o Corinthians. A orientação dada ao volante foi para que seguisse de repouso após as atividades para tentar se recuperar o melhor possível a tempo do jogo de hoje. Apesar do estado de alerta, situação não preocupa a comissão técnica neste momento.

No clube, a ideia era de preservá-lo para tê-lo nas melhores condições diante do Corinthians. Se não for possível, Martinelli deve ser o substituto.

Fernando Diniz também soube que terá outro reforço para o restante da temporada. Depois de 52 dias ausente devido a uma lesão muscular na coxa direita, o zagueiro David Braz está de volta entre as opções do treinador. Ele foi reintegrado ao elenco na última segunda-feira e já treina normalmente com o grupo.

David Braz, no entanto, pelo pouco tempo de treino, ainda não deve ser relacionado para o jogo de ida da semifinal da Copa do Brasil. Para a volta, a presença é garantida. O atacante Alan também voltou a treinar, mas ele não está inscrito no torneio.

Para a partida, mais de 53 mil tricolores já garantiram sua presença. Restam poucos ingressos apenas para o Setor Norte.

Importante ressaltar que todos os torcedores, sócios ou não, devem retirar seus ingressos comprados na internet em pontos físicos. A determinação é da Polícia Militar do Rio de Janeiro.


O Globo terça, 23 de agosto de 2022

NEYMAR: CRAQUE EMPOLGA PARA A COPA DO MUNDO; ESPECIALISTA AVALIAM

Por Laís Malek — Rio de Janeiro (RJ)

 

Bom começo de Neymar empolga para a Copa do Mundo; especialistas avaliam
Neymar comemorando seu primeiro gol no jogo DENIS CHARLET / AFP

Faltando menos de três meses para o início da Copa do Mundo, a boa fase de Neymar traz esperanças para os torcedores brasileiros que sonham com o hexacampeonato. O atacante começou a temporada em alta rotação, e lidera as principais estatísticas nas cinco maiores ligas europeias. Com sete gols e seis assistências, ele tem números acima de todos os jogadores que disputam os campeonatos na Inglaterra, Alemanha, França, Espanha e Itália.


O Globo segunda, 22 de agosto de 2022

BRASILEIRÃO: ÁRBITRO DE PALMEIRAS X FLAMENGO ERRA E DÁ GOL DE RAPHAEL VEIGA PARA GUSTAVO SCARPA

Por Redação O GLOBO — Rio de Janeiro

 

Árbitro de Palmeiras x Flamengo erra e dá gol de Raphael Veiga para Gustavo Scarpa
Raphael Veiga, do Palmeiras, comemora o gol marcado sobre o Flamengo Cesar Greco/Palmeiras
 

Sem nenhum erro polêmico durante o empate em 1 a 1 entra Palmeiras e Flamengo, a arbitragem cometeu uma gafe depois do apito final. Ao fazer a súmula da partida, o árbitro Ramon Abatti Abel se equivocou na hora de registrar o gol do time paulista. Ao invés de dar sua autoria para Raphael Veiga, o autor da bela finalização que tirou qualquer chance de defesa de Santos, pôs o nome de Gustavo Scarpa.

Na súmula digital disponibilizada pela CBF, fica bem claro que não houve engano na hora de escrever o nome. O número da camisa, exigido pelo documento, também é o 14 de Scarpa, e não o 23 de Veiga. Já o gol do Flamengo foi devidamente creditado para Victor Hugo.

A súmula digital com o gol dado erroneamente a Gustavo Scarpa — Foto: Reprodução

A súmula digital com o gol dado erroneamente a Gustavo Scarpa — Foto: Reprodução

O curioso é que, após o fim da partida, a arbitragem chegou a ser elogiada por Abel Ferreira. O técnico português não abordou o pedido de pênalti pelos seus jogadores após uma disputa entre Vidal e Gustavo Gómez e enalteceu a atuação de Ramon Abatti.

 - Para além de duas grandes equipes, o árbitro esteve muito bem. Eu às vezes quando digo que temos que rejuvenescer é isso. É dar oportunidades a árbitros mais jovens, que também querem fazer carreira, e dar-lhes oportunidades de fazer este tipo de jogo para ver se têm capacidade ou não. E, honestamente, acho que esteve muito bem. O critério igual para os dois lados. A uma altura eu fiz uma observação, uma falta no Scarpa que ele não marcou. Depois também não marcou, a nosso favor. Então eu percebi que o critério era igual. Foram três grandes equipes no jogo.

 


O Globo domingo, 21 de agosto de 2022

RIO GASTRONOMIA: LISTA REÚNE RESTAURANTS JAPONESES NO RIO DE JANEIRO, DE PURISTAS A MODERNINHOS

Por Carol Zappa — Rio de Janeiro

 

Lista reúne restaurantes japoneses no Rio de Janeiro, de puristas a moderninhos
Kinjo: na sequência do ótimo Cantón, Marco Espinoza inclui, na nova empreitada, de tiraditos ao ramen Caio Vasquez/Divulgação

Os fãs de comida japonesa estão bem servidos no Rio. Tem opções para agradar desde os mais puristas, que encontram conforto em casas tradicionais sem malabarismos gastronômicos, aos moderninhos, que dispõem de combinações ousadas em destinos de pegada contemporânea ou fusão com outras cozinhas. Outra pedida é entregar-se aos omakases, espécie de menu-confiança oferecido em alguns dos melhores representantes da cidade. Preparem os hashis.

 

Tempos modernos

 

Para quem gosta de inovar, o Manabu (99422-1586), em Copacabana, no Posto 6, investe em criações contemporâneas. Na arejada varanda ou no salão decorado com uma tapeçaria do artista plástico Manabu Mabe, que batiza o local, a aventura pode começar com cubos de black cod na folha de arroz frita com molho sumissô (R$ 59). Na ala de sushis, há pedidas diferentes como foie gras com lichia ou lula trufada (R$ 45 cada dupla) e combinados como o para duas pessoas, com 30 peças, entrada e sobremesa (R$ 280).

Manabu: o endereço que faz sucesso em Copacabana investe em criações contemporâneas — Foto: Divulgação

Manabu: o endereço que faz sucesso em Copacabana investe em criações contemporâneas — Foto: Divulgação

Sofisticado endereço da família Nagayama no VillageMall, o Naga (99994-5649) preserva a tradição nipônica aliada a momentos de arrojo. À frente do sushibar, o itamae Raul Ono prepara, com precisão técnica, sushis de peixes que chegam diariamente. Para começar, o ussuzukuri de salmão (R$ 99) é servido com azeite de trufas, flor de sal e raspas de limão-siciliano. Ainda entre os sushis, destaque para as duplas de centolla (R$ 85) e dyo de salmão com ovo de codorna e salsa de trufa (R$ 34). Da cozinha saem pratos como o rossini de wagyu (R$ 153), com foie gras e teriyaki trufado, hana nirá e farofa de panko. 

Gurumê, fenômeno em Ipanema (3030-8235) e em três shoppings no Rio, tem ambiente clean e cardápio descontraído com pitadas modernas. Ali figuram novidades como o carpaccio de atum com pesto e burrata (R$ 75) e o ajimi guru (R$ 39), com três versões de tartare: peixe do dia com molho cítrico, mozzarella de búfala e caviar mujol; atum ao molho yukke; e salmão, ovo de codorna, shoyu e chili.

Naga: o restaurante inclui pratos como o rossini de wagyu, com foie gras e teriyaki trufado, hana nirá e farofa de panko — Foto: Tomás Rangel

Naga: o restaurante inclui pratos como o rossini de wagyu, com foie gras e teriyaki trufado, hana nirá e farofa de panko — Foto: Tomás Rangel

 

Deu liga

 

Quando imigrantes japoneses chegaram ao Peru, no início do século XX, passaram a incorporar ingredientes e elementos locais às técnicas milenares da Terra do Sol Nascente. Assim surgia a culinária nikkei, uma fusão das cozinhas dos dois países. Por aqui, o chef peruano Marco Espinoza (do Lima) já tinha experimentado o bem-sucedido intercâmbio do Cantón, de comida chifa (que combina sabores peruanos e chineses), em Copacabana. Agora abre, no mesmo bairro, o Kinjo (2143-5059), com opções que vão de ramen a ceviches e tiraditos como o tako olivo: finas fatias de polvo grelhado, tartar de azeitona, guacamole e furikake, um condimento de peixe seco (R$ 69). As duplas de sushi também reúnem os dois sotaques, a exemplo do andino, com atum, ají amarelo, pimenta japonesa e quinoa (R$ 26). Filho de peruano, o carioca Ivan Lee também trouxe um pouco da culinária nikkei para o Chan Chan (98121-7575), que ganha em breve um segundo ponto em Ipanema. A nova casa será ainda mais focada nesses pratos, que já podem ser degustados nos fins de semana na matriz. Por enquanto, para experimentar a mescla de estilos, texturas e sabores, peça o cuzco, sushi redondo de atum com maionese de wasabi e tare picante (R$ 26).

Degustação às cegas

 

Esqueça o menu. Em tradução livre, omakase significa algo como “eu confio em você”. A ideia é deixar a escolha nas mãos do chef para saborear opções sazonais e originais, preparadas com os ingredientes do dia. O Haru (2547-6867), despojada casa com mesinhas na calçada em Copacabana, tem um salão intimista para essa prática. No jantar, atende a 12 pessoas no balcão (sob reserva), em dois turnos.

— Nos inspiramos em técnicas e preparos da culinária japonesa tradicional, com peixes incríveis, shari (arroz) primoroso e combinações únicas — diz o proprietário Menandro Rodrigues.

O percurso de 21 peças (R$ 260) pode incluir itens como chawanmushi (um flan de ovos cozidos no vapor com camarão, shiitake e cebolinha), ostra no caldo dashi e sashimis de pescada perna de moça, atum bluefin e carapau. A carta de saquês também merece uma visita.

Shiso: o preparo na brasa pode   fazer parte do omakase zen, o “menu-confiança” da   elegante casa na Barra — Foto: Filico/Divulgação

Shiso: o preparo na brasa pode fazer parte do omakase zen, o “menu-confiança” da elegante casa na Barra — Foto: Filico/Divulgação

No Shiso (3797-9523), elegante restaurante do hotel Grand Hyatt, na Barra, a pedida é pegar um lugar no balcão central e deixar o jantar nas mãos do chef Guilherme Campos. O omakase zen (R$ 350) reúne criações que fogem do óbvio e variam com os produtos do dia, em seis etapas (mas espere por surpresinhas no caminho). De conservas a uma seleção de sashimis de peixes locais, sushis e makimonos originais, receitas na brasa e sobremesa. À frente da Casa Ueda (96633-4907), no Recreio, o chef Eric Ueda também deixa a imaginação tomar conta no balcão, que acomoda até seis pessoas. Filho do saudoso Jacky Ueda, mestre dos grelhados no Azumi, ele vai criando o menu na hora, enquanto conversa com os clientes. O banquete pode ter entre oito e dez etapas e custa a partir de R$ 280, de acordo com os pratos servidos — que vão muito além do peixe cru e costumam incluir preparos na grelha japonesa. Há opção de harmonização com saquê, uísque e cerveja nipônicos.

Repaginado no ano passado, o antigo izakaya San (3094-5066), no Leblon, ganhou salão e cardápio mais sofisticados. Oferecido mensalmente, o omakase (R$ 320 a R$ 350) passeia por iguarias como bluefin, centolla e wagyu.

O balcão com poltronas de couro também é concorrido em noites de omakase no Yüsha (99740-1626), na Barra. Sob o olhar dos comensais, o chef prepara 14 combinações inéditas com insumos como vieiras, polvo espanhol, foie gras e ovas (R$ 196). No Mitsubá (vencedor do Prêmio Rio Show de Gastronomia 2022 de melhor japonês), no Leblon (2264-1232), o mestre Eduardo Nakahara apresenta o Nakahara Dreams of Sushi (R$ 135), uma impecável seleção de cinco delicadas peças, como o gunkan de ova de truta e o sushi de vieira de Hokkaido. No mesmo bairro, o Peixoto Sushi (99839-3895) tem duas opções, o ryochi (R$ 114,90), com 20 peças, e o richi (R$ 199), com 38 peças especiais, que podem ser mais ousadas ou tradicionais, ao gosto do cliente.

 

Tradição é posto

 

Cream cheese, azeite trufado e outras invencionices populares no Brasil não têm muita vez em ícones da culinária japonesa na cidade, onde as receitas são passadas por gerações. Fundado por Isao Ohara e comandado por sua filha, Alissa, que preserva as tradições da cultura da família, o Azumi (2295-1098), em Copacabana, é porto seguro para a comunidade nipônica há mais de três décadas. O extenso cardápio traz receitas autênticas como nuta de atum com cebolinha escaldada e alga no molho de misso (R$ 50) e sukiyaki (R$ 92), espécie de fondue oriental com carne, vegetais e cogumelos. A história de outra casa japonesa tradicional da cidade data de 1972, quando o Miako (96895-1105) foi inaugurado no Centro pelos pais de Sany Mizuki, hoje à frente da casa em Botafogo. Os frequentadores vão atrás de receitas como donburimono de katsudon, tigelinha de arroz com molho adocicado e lombo de porco à milanesa (R$ 65). Um jeito de provar um pouquinho de tudo é o Japan Fest, com cinco itens no almoço (R$ 85) ou seis no jantar (R$ 105), à escolha do cliente. A lista inclui sushis e sashimis, yakissobas, gyozas, nirá e outras delícias típicas.


O Globo sábado, 20 de agosto de 2022

CLÁUDIA JIMENEZ SE ENCANTOU: ATRIZ MORRE AOS 63 ANOS, NO RIO

Por O Globo — Rio de Janeiro

 

Atriz Cláudia Jimenez morre aos 63 anos, no Rio
Atriz Cláudia Jimenez morreu aos 63 anos Divulgação

A atriz Cláudia Jimenez, de 63 anos, morreu no início da manhã deste sábado. A artista estava internada no Hospital Samaritano, em Botafogo, na Zona Sul da capital fluminense. A informação foi divulgada pelo g1.

A humorista já havia passado por pelo menos três cirurgias no coração e por tratamento de radioterapia para combater um câncer no tórax.

 

Cláudia ficou conhecida, sobretudo, por interpretar a Dona Cacilda, da 'Escolinha do Professor Raimundo', e Edileuza, em 'Sai de Baixo'.


O Globo sexta, 19 de agosto de 2022

SIMONE E SIMARIA: SAIBA DETALHES DA FORTUNA DA EX-DUPLA

 

 

 
 
Simone e Simaria Divulgação

dupla Simone e Simaria, que se separou definitivamente nesta semana depois de um longo histórico de boatos de desavenças, era uma das mais bem sucedidas do "feminejo". Cantando juntas desde 2012, as irmãs baianas acumulam uma fortuna que inclui mansões no Brasil e no exterior, que elas mostram nas redes sociais. O cachê da dupla girava em torno de R$ 350 mil 

 

Alphaville

 

Simone é dona de uma mansão de três andares em Alphaville, condomínio de luxo em Barueri (SP),. O imóvel tem sala de cinema, academia de ginástica e hidromassagem.

 

Orlando

 

Ela também tem uma casa em Orlando, nos Estados Unidos, avaliada em US$ 1,2 milhão, com decoração temática de Star wars, Aladdin e Rei Leão. Quando não está no país, ela aluga a residência, que fica perto dos parques da Disney. São, ao todo, dez quartos, divididos por 410 m².

 

Fortaleza

 

Fortaleza também é uma das cidades onde Simone tem casa. "É a casa que eu venho pouco", disse ela no YouTube. "Mas é uma cidade que eu amo muito".

 

Valência

 

Simaria, por sua vez, tinha investido parte de sua fortuna num apartamento em Valência, na Espanha. No momento, ele está incluído na briga judicial da cantora e do ex-marido, Vicente Escrig, pela divisão de bens. Ela também era dona de uma mansão em Goiânia avaliada em R$ 3 milhões, colocada à venda em 2019.


O Globo quinta, 18 de agosto de 2022

RIO GASTRONOMIA: INGRESSOS PARA ESTA QUINTA JÁ ESTÃO ESGOTADOS, MAS AINDA TEM PARA OUTROS DIAS

 

Ingressos para esta quinta já estão esgotados, mas ainda tem para outros dias: veja as atrações
A cantora Roberta Sá Divulgação
 

O primeiro fim de semana do Rio Gastronomia foi um sucesso tão grande que os ingressos para esta quinta-feira, 18 de agosto, já estão esgotados. Mas se você ainda não foi ao maior evento de gastronomia do Rio não se desespere: ainda tem ingresso para sexta, sábado e domingo. Veja como comprar e confira as atrações:

Compra de ingressos: escolha a data e garanta o seu!

 

Programação de sexta, 19/8:

 

16h - abertura ao público

17h às 18h - aula Auditório Sesc/Senac: "A gourmetização da alimentação pelo Mesa Brasil" - com o chef Frédéric Monnier , Karime Cader (Coordenadora de Nutrição Mesa Brasil) e Bruna Lais (Nutricionista Mesa Brasil) - oferecimento Sesc-RJ

17h30 às 18h30 - aula Auditório Santander: Crudos: do mar a terra - com o chef Carlos Cordeiro - oferecimento Fairmont

18h30 às 19h30 - aula Auditório Sesc/Senac: Os risoles da Henriqueta - com o chef Alexandre Henriques e dona Henriqueta, Tasca da Henriqueta

19h às 20h - aula Auditório Santander: Como fazer os bolos do Nolita - com o chef chocolateiro Felipe Appia

20h - show Fica Comigo

20h às 21h - aula Auditório Sesc/Senac: Abóbora pra toda obra - com a chef Katia Barbosa

20h30 às 21h30 - aula Auditório Santander: Grandes saquês: aula e prova com o Eduardo Preciado, Minimok

 

Programação de sábado, 20/08:

 

12h - abertura ao público

12h30, 13h30 e 15h - apresentações Studio 69

14h- show Catha

14h às 15h - aula Auditório Sesc/Senac: "Cozinha Afetiva" conheça o bolo da série This is Us - com a doceira Carole Crema

15h às 16h - aula Auditório Santander: Novos saberes para descobrir sabores saudáveis - com a chef Lidi Barbosa, Restaurante Allma

15h30 às 16h30 - aula Auditório Sesc/Senac: A construção do gosto - com o chef mineiro Leo Paixão

 

16h -show Malía

16h30 às 17h30 - aula Auditório Santander: Coreano e Grego na brasa - com os chefs Emerson Kim, Spicy Fish e Rodrigo Guimarães, Óia Cozinha Mediterrânea

17h às 18h - aula Auditório Sesc/Senac: Massas e molhos do Gero Fasano - com o chef Luigi Moressa

18h às 19h - aula Auditório Santander: Alimentação e atitudes: as diferenças entre vegetarianismo, veganismo e plant-based com os chefs Alessandro Trindade, Gisele Santos e Patrícia Barros - oferecimento Senac - RJ

18h30 às 19h30 - aula Auditório Sesc/Senac: Sobremesa rápida e prática, torta de chocolate amargo com manteiga de amendoim e chantilly de paçoca - com o confeiteiro Henrique Rossanelli, Quique é Isso - oferecimento Stella Artois

19h30 às 20h30 - aula Auditório Santander: Sabores e Insumos da Mantiqueira - com a chef Flávia Quaresma

20h - show Roberta Sá

20h às 21h - aula Auditório Sesc/Senac: Steak tartare ...suíno - com o chef Jimmy Ogro, BistrOgro

 

Programação de domingo, 21/8:

 

12h - abertura ao público

12h30, 13h30 e 15h - apresentações Sinfônica Ambulante

13h30 às 14h30 - aula Auditório Santander: Dois franceses e o escargot de Petrópolis com os chefs Roland Villard e David Mansaud

14h às 15h - aula Auditório Sesc/Senac: Mão na massa em família - com a chef Morena Leite, Capim Santo e a filha Manuela Leite em uma aula para a família toda

15h às 16h - aula Auditório Santander: Pipoca de camarão ou vice versa, sucesso do Naga - com o chef Raul Ono

15h30 às 16h30 - aula Auditório Sesc/Senac: "Por essa (nossa) natureza ancestral" Uma conversa em fogo beeem baixinho - com a chef Roberta Sudbrack - oferecimento NATURGY

16h - show Suricato

16h30 às 17h30 - aula Auditório Santander: Passo a passo pra fazer sorvete em casa - com o mestre sorveteiro Francisco Sant´Ana

 

17h às 18h - aula Auditório Sesc/Senac: Uma homenagem de Stella Artois aos 50 anos do Bar do Momo, patrimônio cultural do Rio de Janeiro, Apresentado por Mariana Rezende, chef e proprietária do Bar da Frente e o chef Toninho, Tonhão (pai) - Oferecimento Stella Artois

18h às 19h - aula Auditório Santander: Shakes e chás que curam - com a chef Andrea Henrique

18h30 às 19h30 - aula Auditório Sesc/Senac: A mesa do Imperador. O que realeza comia ha 200 anos - com o chef Ecio Cordeiro

19h30 às 20h30 - aula Auditório Santander: Simples assim, aula com o chef João Diamante

20h - show Samba de Santa Clara

20h às 21h: aula Auditório Sesc/Senac: Dois Rafas em cena - com Rafa Costa e Silva, Lasai e Rafa Brito, Slow Bakery

O Rio Gastronomia é realizado pelo jornal O GLOBO, com apresentação de Sesc RJ e Senac RJ, cidade-anfitriã Invest.Rio | Prefeitura RJ, patrocínio master do Santander, patrocínio de Stella Artois, Naturgy, Loft, Tanqueray, Johnnie Walker e Smirnoff, apoio Aspen Pharma, Hortifruti, Tônica Antarctica, Pepsi, Água Pouso Alto e Chandon, participação do Azeite Andorinha, Barrinhas Vinhos, Café Dolce Gusto, parceria de inovação da Rio Innovation Week, Hotel Oficial Fairmont Rio e parceria do SindRio.


O Globo quarta, 17 de agosto de 2022

COPA DO BRASIL 2022: FLUMINENSE, COM MARACANÃ LOTADO, PREPARA *FESTA JAMAIS VISTA* PARA DECISÃO

Por Marcello Neves — Rio de Janeiro (RJ)

 

Com Maracanã lotado, torcida do Fluminense prepara 'festa jamais vista' para decisão na Copa do Brasil
 

O Fluminense decide a classificação para as semifinais da Copa do Brasil nesta quarta-feira, quando enfrenta o Fortaleza, às 20h (de Brasília). Além do apoio dos mais de 56 mil torcedores, que compraram ingresso de forma antecipada, a torcida tricolor promete uma festa "jamais vista" no futebol brasileiro nas arquibancadas do Maracanã.

Um dos grupos que está à frente desta promessa é o "Mobilização Tricolor", que abriu vaquinha pedindo R$ 5 mil para que realizassem a festa durante a partida diante do Fortaleza. A meta foi batida em menos de 3h e o grupo decidiu fechar a arrecadação quando o valor se aproximava de R$ 10 mil. Segundo o grupo, o valor excedente será utilizado para festas futuras da torcida do Fluminense.

Nas redes sociais, há a expectativa de que um novo mosaico seja apresentado diante do Fortaleza. O "Mobilização Tricolor" foi o mesmo grupo que produziu o mosaico 3D com a imagem do voleio de Fred, no jogo que marcou a despedida do atacante dos gramados, diante do Ceará.

 

Maiores públicos como mandante em 2022:

 

 

  1. x Flamengo: 67.754
  2. x Ceará: 63.707
  3. x Flamengo: 57.919
  4. x Cruzeiro: 46.325
  5. x Cuiabá: 46.323
  6. x Corinthians: 44.782

 

Ao todo, mais de 56 mil ingressos foram vendidos antecipadamente. Todos os setores estão esgotados com exceção do visitante. No jogo de ida, no Castelão, o Fluminense venceu por 1 a 0.

 


O Globo terça, 16 de agosto de 2022

GASTRONOMIA: DE INFLUÊNCIAS PORTUGUESA E ESPANHOLA, TASCAS E TABERNAS GANHAM REFORÇOS NO RIO DE JANEIRO

Por Carol Zappa — Rio de Janeiro

 

De influências portuguesa e espanhola, tascas e tabernas ganham reforços no RJ; veja lista
Camarão à Bulhão Pato, inspirado nas tascas lisboetas, do restaurante Ora Pois Léo Martins/Agência O Globo

Espalhadas por Portugal e Espanha, as tascas e tabernas são estabelecimentos modestos que reverenciam a cultura boêmia, com conversas regadas a comida simples, petiscos e vinhos. Algo assim como os nossos botequins — uma herança dos imigrantes lusos e galegos que cá aportaram. O Rio vê agora brotar uma nova geração de tascas contemporâneas, com petiscos inspirados nas terras de Camões e Cervantes, mas com uma pitada de bossa carioca. Inaugurada há dois meses no Leblon (ao lado de outra recente representante do gênero), a Henriqueta, do chef luso-niteroiense Alexandre Henriques, é a caçula dessa turma, que ganha no fim de agosto reforço em Botafogo com a Tasca da Mercearia, irmã mais informal da Mercearia e da Cantina da Praça. Outra novidade, o Polpo é uma taberna do mar nos mesmos moldes da tradicional Adega Pérola, em Copacabana. Ainda na seara espanhola, o Ízär tem como carro-chefe paellas e “arroces”, mas também traz tira-gostos para compartilhar.

 

Henriqueta

 

 Lulas à guilho, puxadas no azeite, alho, pimenta e limão, no Henriqueta, casa que abriu as portas no Leblon há dois meses — Foto: Tomás Rangel

Lulas à guilho, puxadas no azeite, alho, pimenta e limão, no Henriqueta, casa que abriu as portas no Leblon há dois meses — Foto: Tomás Rangel

Chef do consagrado Gruta de Santo Antônio em Niterói, Alexandre Henriques cruzou a ponte para abrir essa tasca luso-carioca, uma homenagem à matriarca da família. Estão lá belisquetes típicos em roupagem contemporânea, como o pastel aberto de bacalhau (R$ 19), croquetes de alheira (R$ 46) e lulas à guilho, puxadas no azeite, alho, pimenta e limão na frigideira (R$ 66). E vale provar os sandubas típicos da Terrinha, como o prego, que ganha versão com atum (R$ 43). Descem bem com um dos vinhos portugueses que dominam a carta ou um “putinho”, como é batizado por lá o chope garotinho (R$ 7).

  • Leblon: Rua Aristides Espínola 121 – 3429-6625. Ter a qui, das 12h à meia-noite. Sex e sáb, do meio-da às 2h. Dom, do meio-dia às 22h.

 

 

Sardinha Taberna

 

Sardinha Taberna: o peixinho que dá nome ao lugar do Leblon em versão frita  — Foto: Diana Cabral/Divulgação

Sardinha Taberna: o peixinho que dá nome ao lugar do Leblon em versão frita — Foto: Diana Cabral/Divulgação

Este mês, o ponto, que tem entre os sócios um antigo garçom do Jobi, Cecílio Araújo, e dois portugueses, completa o primeiro aniversário. Os azulejos azuis e brancos remetem às tradicionais casas lusitanas, assim como o cardápio. Das sardinhas fritas (R$ 27,90) às pataniscas de bacalhau (R$ 24,90), passando por bolinhos de alheira (R$ 21,90) e a tábua com presunto cru, chouriço, queijos seco e tipo Serra da Estrela (R$ 49,90). O pastel de nata (R$ 9,90) brilha na seção “para lamber os beiços”. A nova carta de drinques, assinada pelo mixologista William Barão (ex-Sobe), traz dicas como o Cascais, que leva suco de maracujá, cachaça infusionada com pera e espuma de Porto Tawny (R$ 33,90).

 

  • Leblon: Rua Aristides Espínola 101. Ter a dom, do meio-dia à meia-noite.

 

 

Tasca Miúda

 

A Tasca Miúda, no Leblon — Foto: Tomás Rangel/Divulgação

A Tasca Miúda, no Leblon — Foto: Tomás Rangel/Divulgação

No salão com videiras no teto, móveis coloniais e parede de ladrilhos, receitas tradicionais ganham toques irreverentes dos sócios de negócios como Pabu Izakaya e Maria e O Boi. Comece pelas conservas, como o vinagrete de frutos do mar (R$ 36, 100g) ou tremoços marinados (R$ 15). Entre os tira-gostos há ainda almofadinhas de Serra da Estrela (R$ 32) e bochecha de porco braseada com cogumelos, cerveja, tomates e brandy (R$ 39), além de pratos como o arroz malandrinho de polvo e camarões (R$ 82), tudo servido nas tradicionais louças Monte Sião. Para quem quiser um pouquinho de tudo, a DegusTasquinha, às quintas-feiras, promove um passeio pelo menu a R$ 89, incluindo um item da conservaria, dois bolinhos, entradinha e dois pratos. Em tempo: a turma está abrindo no Leblon um bar de sotaque italiano, o Bocca Del Cappo, onde funcionou a Prima Bruschetteria.

 

  • Leblon: Rua Humberto de Campos 827 – 3518-0810. Seg a qui, do meio-dia às 23h. Sex e sáb, do meio-dia à 12h à meia-noite. Dom, das 12h às 22h.

 

 

Ora Pois

 

Prato do restaurante Ora Pois, na Barra da Tijuca — Foto: Léo Martins

Prato do restaurante Ora Pois, na Barra da Tijuca — Foto: Léo Martins

Sob o comando de Clóvis Florêncio, funcionário do já extinto Antiquarius por 36 anos, o bar, que é inspirado nas tascas lisboetas mais contemporâneas e tem varandão de frente para o mar da Barra, dedica um capítulo todo ao bacalhau, protagonista também em entradas como a açorda com azeitonas pretas (R$ 50). A seção de abre-alas inclui ainda pedidas como camarões à Bulhão Pato, salteados no alho e óleo (R$ 80), e bolinho de arroz de pato recheado com queijo da Serra da Estrela (R$ 40). Na ala de sanduíches, um clássico do Porto: a francesinha, com presunto, bife, linguiça e mozzarella no pão de forma (R$ 50). Entre as dicas doces, toucinho do céu (R$ 25).

 

  • Barra: Rua Professor Coutinho Fróis 10 – 3798-2852. Seg a qui, do meio-dia às 22h. Sex e sáb, do meio-dia à meia-noite. Dom, do meio-dia às 20h.

 

 

O Patrício

 

Após dois anos de entregas por encomenda, o português André Diniz abriu há três meses a simpática birosca de comida do mar e do campo. Ele prepara receitas autênticas de sua terra, como o covilhete, espécie de pastel de nata salgado, com carne ou porco com brie (R$ 7,90). Ali, a vocação aparece em combinações como pastel de bacon e mexilhão (R$ 10) e porco à Alentejana (R$ 77 para dois), servido aos domingos. Para beber, leite de tuga virgem (R$ 9), uma cremosa batida de coco.

 

  • Vila Isabel: Rua Hipólito da Costa 12-F – 97256-8139. Qui a sáb, do meio-dia às 22h. Dom, do meio-dia às 18h.

 

 

Polpo Taberna do Mar

 

Com livre inspiração na tradicional Adega Pérola, bastião da petiscaria espanhola há mais de seis décadas em Copacabana, o balcão envidraçado de acepipes, com ênfase nas receitas marítimas, é o protagonista na casa no Leblon, inaugurada em abril deste ano. Com consultoria do chef Ronaldo Canha, as delícias da vitrine, a exemplo do salpicão de frutos do mar, com lagosta, camarão, lula e mexilhão (R$ 54), do tartar de salmão em espuma de vodca (R$ 48) e das ostras em vinagrete de maçã verde e dill (R$ 58), chegam em pratinhos com 150 gramas, mas também há opção de meia-porção. Da cozinha saem opções quentes como sanduíche de lagosta com pepino e aioli de açafrão (R$ 63). Às quintas e sextas-feiras tem jazz ao vivo, a partir das 19h.

 

  • Leblon: Rua Rita Ludolf 87 — 3556-3939. Ter a dom, do meio-dia à meia-noite.

 

 

¡Venga!

 

A cozinha espanhola do ¡Venga!  — Foto: Divulgação

A cozinha espanhola do ¡Venga! — Foto: Divulgação

Pioneira na onda de tapas à espanhola, a casa inaugurada em 2009 no Leblon é um convite a sentar no balcão para provar receitas típicas como croqueta de jamón (R$ 12), batatas bravas com aioli (R$ 28) e polvo à galega, grelhado com batatas e páprica picante (R$ 59). Mensalmente, a unidade de Ipanema recebe o evento Paella Fest, em que chefs convidados (como Rafa Costa e Silva e Flávia Quaresma) preparam suas versões do prato na varanda. No Chiringuito, de frente para a Praia de Copacabana, o forte são os frutos do mar — destaque para os dados de bacalhau com aioli e mel e espinafre (R$ 42).

 

  • Copacabana: Av. Atlântica 3.880 — 3264-9806. Dom a qua, do meio-dia às 23h. Qui, do meio-dia à meia-noite. Sex e sáb, do meio-dia à meia-noite e meia.
  • Ipanema: Rua Garcia d’Ávila 147 — 2247-0234. Dom, e seg, do meio-dia às 23h. Ter e qua, do meio-dia às 23h30. Sex e sáb, do meio-dia à meia-noite e meia.
  • Leblon: Rua Dias Ferreira 113 — 2512-9826. Ter e qua, das 18h às 23h. Qui, das 18h à meia-noite. Sex, das 18h à 1h. Sáb, das 13h à 1h. Dom, das 13h às 22h .

 

 

O Prego

 

O pequenino e simpático ponto não é exatamente uma tasca, mas uma sanduicheria portuguesa, no Engenho de Dentro. Estão lá “sandes” típicos da Terrinha, como o que batiza a casa (R$ 32), feito com bife de coração de alcatra maturado com alho e mostarda e batido no martelo para ficar mais macio (daí o nome), e a bifana do porto (R$ 33), com lascas de pernil embebidas em molho temperado e alcoólico. Outra dica, a alheira (R$ 50), um embutido tradicional de frango e porco, é servida com batatas e ovos fritos.

 

  • Engenho de Dentro: Rua Borja Reis 781-C – 97972-8610. Seg a sáb, das 17h às 23h.

  

O Fado

 

Inaugurado em janeiro, o restaurante português de pegada contemporânea comandado pelo chef Dalton Rangel (filho de Mônica Rangel, do Gosto com Gosto, em Mauá) aposta em um festival de tapas nas noites de segunda a quinta, a partir das 17h. A lista inclui lula recheada com farofinha de jamón e bochecha de porco cozida lentamente em seu molho com creme esparregado (R$ 29, cada).

 

  • Barra: VillageMall. Av. das Américas 3.900, 3º piso — 3252-2801. Seg a sáb, do meio-dia às 23h. Dom, do meio-dia às 22h.

 

 

Izär

 

Ízär: a novidade à espanhola em Ipanema, paellas e “arroces”, mas também tira-gostos para compartilhar — Foto: Tomás Rangel/Divulgação

Ízär: a novidade à espanhola em Ipanema, paellas e “arroces”, mas também tira-gostos para compartilhar — Foto: Tomás Rangel/Divulgação

Indo além do clima boêmio das tabernas, a nova empreitada dos sócios do contemporâneo Mäska também aposta em releituras de clássicos na gastronomia espanhola. Aberto mês passado no lugar onde funcionou o Bazzar, o restaurante tem como carro-chefe as paellas e os “arroces”, preparados pelo chef Pepe López em uma cozinha aberta em versões como a campera, com ovo caipira, jamón ibérico crocante, tomate verde frito e cogumelos (R$ 210) e o socarrat (arroz caramelizado no fundinho da panela) de lulas e lagostim (R$ 215). Os pratos servem duas pessoas, mas há tapas para beliscar, como huevos rotos, ovos fritos com batata confitada, jamón ibérico e gremolata (R$ 52) e as croquetas de lagostim com chorizo (R$ 53).

  • Ipanema: Rua Barão da Torre 538 — 99725-7473. Dom a ter, do meio-dia às 23h. Qua a sáb, do meio-dia à meia-noite.

O Globo segunda, 15 de agosto de 2022

ROCK IN RIO 2022: TUDO O QUE VOCÊ PRECISA SABER PARA IR E CURTIR O FESTIVAL

 

Rock in Rio 2022: Tudo o que você precisa saber para ir e curtir o festival

Evento será em 2, 3, 4, 8, 9, 10 e 11 de setembro, na Cidade do Rock. Entre as atrações, estão Justin Bieber, Dua Lipa, Guns N' Roses, Demi Lovato e Iron Maiden


Destaques

 

Veja esquema especial de trânsito para o Rock in Rio 2022

 
 

Rock in Rio apresenta mais de 500 produtos licenciados

Últimas atualizações

 

Rock in Rio terá área reservada para abordar a promoção da igualdade racial

 

Evento será em 2, 3, 4, 8, 9, 10 e 11 de setembro, na Cidade do Rock. Entre as atrações, estão Justin Bieber, Dua Lipa, Guns N' Roses, Demi Lovato e Iron Maiden

Evento será em 2, 3, 4, 8, 9, 10 e 11 de setembro, na Cidade do Rock. Entre as atrações, estão Justin Bieber, Dua Lipa, Guns N' Roses, Demi Lovato e Iron Maiden (Foto: Márcia Foletto)

Trabalho será liderado pelo Instituto Identidades do Brasil (ID_BR), sob o comando de Luana Génot. Leia no Ancelmo.com

John Bianchi vence o Juv Rock Festival e vai se apresentar no Rock in Rio

A banda John Bianchi vai se apresentar no palco Rock District do Rock in Rio

A banda John Bianchi vai se apresentar no palco Rock District do Rock in Rio (Foto: Tadeu Goulart/Prefeitura do Rio/Divulgação)

A banda John Bianchi foi a vencedora do Juv Rock Festival e vai tocar no palco Rock District do Rock in Rio, em setembro. O grupo foi escolhido entre os 89 inscritos. A competição, promovida pela Secretaria Especial da Juventude Carioca (JUVRio), reuniu músicos de 18 a 29 anos. A seleção foi feita na noite de quarta-feira (3), no Circo Voador, com a participação dos oito finalistas. A banda ainda foi premiada com uma gravação no estúdio Toca do Bandido, responsável por discos antológicos de artistas como Gilberto Gil e O Rappa.

John Bianchi planeja levar para o festival um tributo cover a outros grandes ídolos do rock mundial.

Também estiveram na final as bandas Carminium e Radioativa (segunda e terceira colocadas, respectivamente), além de Bellasigma, Lamutes, Lenhadores da Galáxia, Madre Ravena e Radio Front.

 

Confira o plano especial de trânsito para a Cidade do Rock

Algumas vias no entorno do Parque Olímpico, na Barra, serão interditadas durante o Rock in Rio 2022

Algumas vias no entorno do Parque Olímpico, na Barra, serão interditadas durante o Rock in Rio 2022 (Foto: Custódio Coimbra / Agência O Globo)

A Prefeitura do Rio divulgou, nesta quarta-feira (3), o esquema especial de transporte para o Rock in Rio 2022. A edição deste ano conta com uma novidade: o Rock Express, ônibus exclusivos para a chegada na Cidade do Rock, na Zona Oeste do Rio. A ida e volta custará R$ 22,00, com compra antecipada. Esse transporte será administrado pela própria organização do evento.

O embarque do Rock Express será realizado nos terminais Jardim Oceânico e Alvorada, na Barra da Tijuca, com idas a partir das 13h. O tráfego será feito pelas calhas do BRT e sem paradas. A identificação para embarcar no transporte é através de uma pulseira. Para realizar a compra da passagem, é necessário acessar e se cadastrar no site transporterockexpress.com.br.

 

Confira a programação do Rock in Rio no dia 11 de setembro:

A cantora Dua Lipa

A cantora Dua Lipa (Foto: Divulgação)

Palco Mundo: Dua Lipa, Megan Thee Stallion, Rita Ora, Ivete Sangalo.

Palco Sunset: Ludmilla, Macy Gray, Power! Elza Vive, um show em homenagem a Elza Soares, Liniker convida Luedji Luna.

New Dance Order: Anna, Eli Iwasa, Blond: Ish, Ella de Vuono, Anabel Englund, Aline Rocha, Mary Olivetti.

Espaço Favela: Lexa, Azzy, Ella Fernandes.

Rock District: Di Ferrero, Flausino e Sideral cantam Cazuza, Rock Street Band, Cia. Nós da Dança, Eletrika, Rodrigo Sha.

Highway Stage: Pedro Mahal + Buraco Blues, JP Bonfá, Betta.

Supernova: Priscilla Alcantara, Bianca, Mariah Nala, Muse Maya.

Rock Street Mediterrâneo: Terra Celta, Mariel & Crème de la Crème, Orquestra Mundana Refugi, Wallace Oliveira, Juan Manuel Bilat, Grupo Gesto, Referências em Arte.

Confira a programação do Rock in Rio no dia 10 de setembro:

Coldplay durante show em Dubai

Coldplay durante show em Dubai (Foto: Reuters)

Palco Mundo: Coldplay, Camila Cabello, Bastille, Djavan.

Palco Sunset: Ceelo Green, Maria Rita & convidado, Gilsons & convidado, Bala Desejo & convidado.

New Dance Order: Kaskade, Jetlag, Curol, Gabriel Boni, Makj, The Fish House, Chemical Surf, Bruno Be Vs. Fancy Inc, Alexiz BCX.

Espaço Favela: Ferrugem, Orochi, El Pavuna.

Rock District: All Stars Rock Band, Thiago Fragoso, Rock Street Band, Cia. Nós da Dança, Eletrika, Rodrigo Sha.

Highway Stage: Pedro Mahal + Buraco Blues, JP Bonfá, Betta.

Supernova: Jovem Dionisio, Daparte, João Napoili convida Ananda, Macacko.

Rock Street Mediterrâneo: Terra Celta, Mariel & Crème de la Crème, Wallace Oliveira, Juan Manuel Bilat, Grupo Gesto, Referência em Artes.

 

Confira a programação do Rock in Rio no dia 9 de setembro:

Vocalista do Green Day, Billie Joe Armstrong

Vocalista do Green Day, Billie Joe Armstrong (Foto: Reprodução/Instagram)

Palco Mundo: Green Day, Fall Out Boy, Billy Idol, Capital Inicial.

Palco Sunset: Avril Lagigne, 1985: a homenagem. Jão & convidado, Di Ferrero & Vitor Kley.

New Dance Order: Neelix, Blazy, Paranormal Attack, Vegas, Rica Amaral, Aly & Fila, Antdot, Meca.

Espaço Favela: MD Chefe & Domlaike, Choice, Marvvila.

Rock District: Badauí, Dia Cassali, The Lokomotiv, Rock Street Band, Cia. Nós da Dança, Eletrika, Rodrigo Sha.

Highway Stage: Pedro Mahal + Buraco Blues, JP Bonfá, Betta.

Supernova: Supercombo, Castello Branco, Sebastianismos, Number Teddie.

Rock Street Mediterrâneo: Terra Celta, Mariel & Crème de la Crème, Wallace Oliveira, Juan Manuel Bilat, Grupo Gesto, Referência em Artes.

Confira a programação do Rock in Rio no dia 8 de setembro:

Show do Guns N' Roses no palco Mundo na segunda semana do Rock in Rio 2017

Show do Guns N' Roses no palco Mundo na segunda semana do Rock in Rio 2017 (Foto: Márcio Alves / O Globo)

Palco Mundo: Guns N´Roses, Måneskin, The Offspring, CPM22.

Palco Sunset: Jessie J, Corinne Bailey Rae, Gloria Groove, Duda Beat.

New Dance Order: Adroatoque, Zac, Sarah Stenzel, Ben Böhmer Live, Gui Boratto, Du Serena Vs. Junior C, Leo Janeiro Vs. Nepal, Marta Supernova, Nu Azeite Live.

Espaço Favela: TH4I convida Lia Clark, Drenna, Izrra.

Rock District: Stormsons, Rodrigo Santos, Rock Street Band, Cia. Nós da Dança, Eletrika, Rodrigo Sha.

Highway Stage: Pedro Mahal + Buraco Blues, JP Bonfá, Betta.

Supernova: Freancisco, El Hombre, O Grilo, Scatolove, Cali.

Rock Street Mediterrâneo: Terra Celta, Mariel & Crème de la Crème, Wallace Oliveira, Juan Manuel Bilat, Grupo Gesto, Referência em Artes.

Confira a programação do Rock in Rio no dia 4 de setembro:

Iza estará no Palco Mundo do Rock in Rio

Iza estará no Palco Mundo do Rock in Rio (Foto: Reprodução/Instagram)

Palco Mundo: Justin Bieber, Demi Lovato, Migos, Iza.

Palco Sunset: Gilberto Gil, Emicida & convidados, Luísa Sonza convida Marina Sena, Matuê.

New Dance Order: Lost Frequencies, Liu, Samhara, Sickick, Dubdogz, Cat Dealers, Gabe, Öwnboss, Mass.

Espaço Favela: Funk Orquestra, Buchecha, Taylan.

Rock District: Fonk´s Gang, Evandro Mesquita & The Fabulous Tab, Lucy Alves, Rock Street Band, Cia. Nós da Dança, Eletrika, Rodrigo Sha.

Highway Stage: Pedro Mahal + Buraco Blues, JP Bonfá, Betta.

Supernova: Lil Whind & convidados Doode, Omni, Reid e Wii, WC no Beat & Convidados Felp22, Hyperanhas e MC TH.

Rock Street Mediterrâneo: Terra Celta, Wallace Oliveira, Juan Manuel Bilat, Grupo Gesto, Referência em Artes.


O Globo domingo, 14 de agosto de 2022

MARIA QUITÉRIA: A BAIANA QUE LUTOU PELA INDEPENDÊNCIA

Por Elisa Martins — São Paulo

 


 Símbolo pop, Maria Quitéria batiza e tem sua imagem no rótulo de uma cerveja artesanal de São Paulo — Foto: Reprodução

Símbolo pop, Maria Quitéria batiza e tem sua imagem no rótulo de uma cerveja artesanal de São Paulo — Foto: Reprodução

Um grupo de adolescentes se reúne para trocar experiências e discutir questões de gênero em um colégio particular na região Centro-Sul de São Paulo. Às vezes, são rodas abertas de conversas. Em outras, os encontros têm temas específicos, como a criminalização do aborto, um dos mais recentes. Sororidade, homofobia, desigualdade racial e representatividade de mulheres na Ciência também já renderam muito debate.

Longe dali, em João Pessoa, um outro coletivo atua por políticas públicas pelos direitos de mulheres lésbicas e bissexuais. E em Salvador, um grupo de mulheres batalha por equidade de direitos e pela ocupação de espaços em ofício majoritariamente masculino. Separados por centenas de quilômetros, os três coletivos têm algo em comum, além da pauta: Maria Quitéria.

A heroína da independência nascida na Bahia em 1792, que é nome de rua em Ipanema, no Rio, mas ainda pouco conhecida nacionalmente, volta à tona duzentos anos depois resgatada por grupos de mulheres que exaltam sua história singular de ousadia e resistência. São brasileiras que se inspiram na mística e nos valores da revolucionária baiana para travar lutas que movem cidadãs nos dias de hoje em todo o país. E ela também surge em artigos do dia a dia: de camisa de time de futebol a rótulo de cerveja, lá está Maria Quitéria.

Para ela, Maria Quitéria é um exemplo do silenciamento das mulheres guerreiras que também fizeram a História do Brasil, “escrita por homens há muito tempo”. A redescoberta da heroína baiana pelas mulheres mostra que os temas que pautaram sua luta continuam atuais e foram incorporados pelas novas gerações.

Alunas do Colégio São Luís, em São Paulo, enxergam na baiana que lutou pela emancipação de Portugal um espelho para os desafios que enfrentam hoje em dia — Foto: Maria Isabel Oliveira

Alunas do Colégio São Luís, em São Paulo, enxergam na baiana que lutou pela emancipação de Portugal um espelho para os desafios que enfrentam hoje em dia — Foto: Maria Isabel Oliveira

Em São Paulo, foi esse paralelo que pesou na escolha do nome do Coletivo Maria Quitéria, formado por alunas do ensino médio do colégio São Luís.

— É uma figura feminina forte. Ela mostra que a busca das mulheres por ocupar espaços é antiga. Maria Quitéria teve que se disfarçar de homem para lutar pelo que queria. É a Mulan brasileira — diz Luiza Penha Morato, de 16 anos, uma das administradoras do coletivo.

Carregar Maria Quitéria no nome, dize m as alunas, é também um exercício para se despertar a curiosidade das pessoas sobre a figura histórica menos lembrada do que deveria.

— Não se ensina muito sobre a história dela nas escolas. Então o coletivo é também uma maneira de contar como tudo começou e manter a memória dela viva — diz a aluna Victória Madia, de 17 anos.

— Ela não queria fazer bordado, culinária, estudar economia doméstica. Cresceu solta, andava a cavalo, dominava tiro, era uma mulher esperta e inconformada — conta Patrícia Valim.

Quando se armava um movimento local para lutar contra a resistência portuguesa à Independência, Maria Quitéria não titubeou. Pegou nome e farda do cunhado e se alistou como o “soldado Medeiros".

— Ela rompeu com várias estruturas. Foi contra o sistema imposto a ela, contra o pai, contra um Estado feito por homens e para homens — diz Cris Pereira, uma das administradoras do Grupo de Mulheres Lésbicas e Bissexuais Maria Quitéria, de João Pessoa.

O batismo do grupo foi inspirado diretamente na história da revolucionária baiana. — Essa coisa de se travestir de homem, como ela fez, está muito ligada a como as mulheres lésbicas eram percebidas, principalmente nos anos 1970, 1980 e 1990, como se todas quisessem ser homem. Mas Maria Quitéria não nega ser mulher. Somos múltiplas — acrescenta Janine Oliveira, outra das "Quitérias", como se chamam as administradoras do grupo.

Na linha de frente, Maria Quitéria comandou tropas e se destacou em batalhas que culminaram na expulsão das tropas resistentes do general português Madeira de Melo, no Forte São Pedro, na capital baiana, em 1823. A efeméride é comemorada com festa no estado todo 2 de julho. E, no dia a dia, a Joana D’Arc brasileira continua celebrada. Ela dá nome ao coletivo de mulheres do Sindicato dos Engenheiros da Bahia.

— Vimos que nosso trabalho era muito similar ao da Maria Quitéria, de resistência. Somos engenheiras, temos que nos vestir de maneira mais masculina para comandar uma obra, quebramos mitos, lutamos por equidade, por qualificação profissional, para abrir caminhos a outras mulheres — conta a engenheira Marcia Nori, diretora do coletivo e primeira mulher presidente do Sindicato em 83 anos.

— Ela pagou um preço altíssimo pelo que fez. Mas resgatar Maria Quitéria hoje mostra a meninas e mulheres que não existe só casamento ou maternidade. Mostra que elas podem viver essas experiências se quiserem, mas que existem muitos caminhos possíveis.


O Globo sábado, 13 de agosto de 2022

MAUS HÁBITOS: OS PAIS NÃO DEVEM PERMITIR OS ADOLESCENTES PROVAREM BEBIDA ALCOÓLICA - NEM EM CASA

Por Mariana Rosário — São Paulo

 

Os pais não devem permitir os adolescentes provarem bebida alcoólica, afirmam especialistas
Consumo de álcool entre adolescentes cresce e alarma médicos Arte de Gustavo Amaral

“Direi algo pela primeira vez em muito tempo: eu não bebo álcool há dois anos e meio”, celebrou Drew Barrymore, estrela de sucessos como “As panteras”, “Como se fosse a primeira vez” e “E.T”, em uma entrevista no final do ano passado para um canal de TV americano. “Notei que era algo que não servia mais para mim nem para minha vida”, completou a atriz.

 Embora seja bastante discreta em relação à sua vida pessoal, Drew tem uma história de vício bastante conhecida do showbiz. Foi aos 9 anos de idade que ela teve seu primeiro contato com o álcool. A embriaguez em tenra idade era incentivada por colegas atores, cuja presença de uma garota tão jovem em festa de adultos não causava qualquer constrangimento. Eles riam e a desafiavam a beber. Ela bebeu e passou boa parte dos seus 47 anos lutando contra o vício.

O exemplo de Drew é pedagógico em países como o Brasil, onde existe uma cultura permissiva em relação ao consumo de álcool por menores, o que é contra a lei. Não raramente, ouve-se o argumento “deixa beber, quem nunca encheu a cara na adolescência?”.

Os defensores dessa ideia costumam ser adultos que tiveram muita experiência com álcool antes dos 18 anos e depois conseguiram levar uma vida produtiva. O que não levam em conta é que o consumo na adolescência eleva as chances de adição alcoólica por toda a vida. Por isso muitos dos que começam cedo acabam ficando pelo caminho. E, no Brasil, o número desses que começam cedo não para de aumentar.

É o que mostra a recente Pesquisa Nacional de Saúde do Escolar (PeNSE), ligada ao Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). De acordo com os dados do estudo, o percentual de alunos do 9° Ano do Ensino Fundamental que já experimentaram bebidas alcoólicas cresceu dez pontos percentuais em sete anos: de 53% em 2012 para 63% em 2019. Jovens de diferentes classes sociais estão sendo afetados.

 

Não é normal

 

— O primeiro problema que temos de enfrentar é essa ideia generalizada de que os jovens podem beber. É uma normalização nociva. Em termos de prevenção, não podemos catalogar essa prática como algo corriqueiro e comum — afirma Ilana Pinsky, psicóloga clínica e consultora da Organização Pan-Americana de Saúde.

Ilana ainda levanta uma segunda preocupação: o aumento do consumo entre as garotas, que cresce de forma mais rápida do que entre os adolescentes do sexo masculino. Entre as meninas do 9° Ano no Brasil, a experimentação de bebida alcoólica saiu de 55% em 2012 para 67,5% sete anos depois. Já entre os rapazes, os percentuais foram de 50,5% em 2012 para 59% em 2019.

Embora o salto seja menor, o dado agregado dos homens esconde algumas nuances. De acordo com o sanitarista Marco Andreazzi, do IBGE, a tendência é decrescente para os meninos das escolas privadas, mas crescente para meninos de escolas públicas. No caso das meninas, a alta se dá nas esferas pública e privada. Esse aumento causa especial preocupação uma vez que é sobre as mulheres que recaem as maiores taxas de depressão e ansiedade — quadros amplamente prejudicados pelo consumo desmedido de álcool.

 

Escudo para o cérebro

 

Antonio de Salles, neurocirurgião do Hospital Vila Nova Star e fundador da clínica Neurosapiens, em São Paulo, explica que por trás da contraindicação do consumo de álcool entre os adolescentes está a tentativa de proteger o cérebro em um momento crítico da vida. Hoje compreende-se que o órgão mais importante do sistema nervoso está em formação até os 25 anos.

A bebida alcoólica ainda na adolescência e início da juventude pode comprometer esse desenvolvimento, sobretudo em uma fase na qual há decisões importantes a serem tomadas em termos de desenvolvimento pessoal e de carreira.

São justamente os malefícios conhecidos do álcool no cérebro ainda imaturo que mora a preocupação dos especialistas.

 

Uso precoce = mais vício

 

— Hoje já sabemos que quanto antes ocorre a experimentação, maior é a chance de existir um uso frequente. Tem um outro padrão que nós percebemos, que é a relação ao uso repetido e pesado de álcool com uma relação familiar mais desestruturada, em que pai e mãe têm algum tipo de questão relacionada à saúde mental, ou que o próprio jovem apresenta uma personalidade mais complexa. Essas coisas vêm juntas — diz Carolina Hanna, psiquiatra do Hospital Sírio-Libanês, em São Paulo.

O sinal de alerta não deve soar apenas para aqueles que bebem com os amigos em festas. Um longo estudo sobre o tema foi publicado no mês passado. Preparado pela Universidade Carnegie Mellon, nos Estados Unidos, levou em conta a saúde de 4.000 americanos em diferentes períodos. Quando estavam na faixa entre 18 anos e 24 anos e mais tarde. O resultado mostrou que os jovens que bebem sozinhos tiveram maior propensão a desenvolver alcoolismo aos chegar aos 35 anos.

O problema é global. A Organização Mundial da Saúde estima que um em cada grupo de quatro jovens entre 15 e 19 anos em todo o mundo consuma álcool costumeiramente — um grave problema de saúde pública.

Para levar a mensagem de cautela aos adolescentes, acreditam os especialistas, é necessário mais do que uma simples advertência dos pais, mas sim uma ação coletiva entre os responsáveis, escolas e governos para desestimular este uso.

Exemplo que vem do frio

 

Ronaldo Laranjeira, médico psiquiatra da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), sugere um modo de ação. Ele explica que o maior exemplo global para controle da bebida entre adolescentes é a Islândia.

De acordo com levantamentos locais, a prevalência de jovens de 15 e 16 anos que faziam uso de álcool — e tinham ficado bêbados alguma vez nos últimos 30 dias — passou de 42% em 1998 para 5% em 2016.

O motivo do sucesso foi a realização de pesquisas nacionais e periódicas que avaliavam a saúde emocional e o comportamento de jovens ainda em idade escolar. Munidos dessas informações, os governos locais dedicaram mais recursos e atenção às atividades extracurriculares culturais e de esporte. As famílias também eram convidadas a fazer parte dessa conversa, desestimulando o uso de álcool e drogas em atividades cotidianas.

— A família sozinha não consegue olhar para os filhos 24 horas por dia. É preciso uma combinação de esforços e o estabelecimento de uma cultura cuidadora. Aqui no Brasil temos sido absolutamente negligentes com os jovens e adolescentes — lamenta Laranjeira.


O Globo sexta, 12 de agosto de 2022

GASTRONOMIA: VELHO ADONIS É ELEITO O MELHOR BOTECO PELO PRÊMIO RIO SHOW DE GASTRONOMIA 2022

Por O GLOBO — Rio de Janeiro

 

 

Velho Adonis é eleito o melhor boteco pelo Prêmio Rio Show de Gastronomia 2022
Pratos do boteco Velho Adonis Rodrigo Azevedo

Mais do que chope gelado e bons beliscos, um bar precisa ter história. E isso não falta ao, agora, Velho Adonis, que recebe l,ogo mais, às 18h, no Jockey Club, na Gávea o prêmio de Melhor Boteco pelo Prêmio Rio Show de Gastronomia 2022. O bar em Benfica acaba de completar 70 anos, ressuscitou há três, quando João Paulo Campos assumiu a operação — que respirava por aparelhos e chegou a fechar por quatro meses.

João aportou por lá, deu um sacode na birosca, mas sem deixar escapar a essência do lugar, que tem admiradores ilustres que entendem do assunto, como Moacyr Luz.

A estrela da casa é a torre de chope com a mesma idade do bar e uma serpentina de 90 metros que garante a bebida gelada e o colarinho cremoso (R$ 8,20), entregue com rapidez por garçons bem treinados, como o Mosquito.

O bacalhau também fala pelo bar, desde os bolinhos (R$ 6,90, cada) — um dos mais aplaudidos da cidade — até o “ora pois” (R$ 27), versão gigante do petisco com um ovo estalado por cima, e receitas tradicionais, como à lagareiro (R$ 180, para dois).

Os pratos fartos continuam, mas agora há também cambucas com porções menores para alegrar entre um brinde e outro. Imperdíveis são polvo com bacon, camarão à Matosinho (R$ 53, cada) e açorda de bacalhau (R$ 50).

Uma das novidades da nova administração são os banheiros. A reforma não só melhorou as instalações, mas como contemplou um sistema de som onde se pode ouvir fado

 

  • Velho Adonis: Rua São Luiz Gonzaga 2.156, Benfica — 2026-4186. Ter a qui, das 10h às 22h. Sex e sáb, das 10h às 23h. Dom, das 10h às 19h.

O Globo quinta, 11 de agosto de 2022

TÚLIO MARAVILHA: AOS 53 ANOS, ARTILHEIRO, ÍDOLO DO BOTAFOGO, ESTÁ DE VOLTA

Por O Globo

 

De volta ao futebol, Túlio Maravilha é o 4º maior artilheiro em atividade no mundo, atrás apenas de CR7, Messi e Lewandowski
Túlio Maravilha tem 578 gols oficiais na carreira; em suas contas, são 1001 bolas na rede Ueslei Marcelino/Agência O Globo

Túlio Maravilha foi dormir com seu nome publicado no Boletim Informativo Diário (BID) da CBF como atleta do S.C. Brasil Capixaba, do Espírito Santo. Em seu 35º clube na carreira, o centroavante acordou como o quarto maior artilheiro em atividade do mundo.

 

Com 578 gols oficiais, o ídolo do Botafogo está atrás apenas de Cristiano Ronaldo, Messi e Lewandowski na lista dos maiores goleadores do futebol ainda em atividade. CR7 é o líder, com incríveis 815 gols oficiais, seguido pelo craque argentino, que tem 772 bolas na rede, e Lewandowski, que marcou 601 vezes na carreira.


O Globo quarta, 10 de agosto de 2022

RIO GASTRONOMIA: FESTIVAL REÚNE MAIS DE 35 RESTAURANTES EM ESPAÇO NO JOCKEY CLUB

Por O GLOBO — Rio de Janeiro

 

Rio Gastronomia acontece em área maior nesta edição; veja os números por trás do evento
Parte da área onde acontece o Rio Gastronomia, no Jockey Club, na Gávea Alex Ferro/Agência O Globo
 

Há centenas de ingredientes que sustentam (e dão sabor) ao Rio Gastronomia. O maior evento do gênero no país ganha uma edição robustíssima neste ano, entre 11 e 21 de agosto, no Jockey Club, na Gávea. Num espaço com 31 mil metros quadrados de área ao ar livre, com o Cristo Redentor e a Pedra da Gávea como pano de fundo, mais de 35 restaurantes servirão cerca de 110 receitas a preços mais em conta para o público.

A infra-estrutura será diferente da que foi montada no último ano. A área coberta será maior desta vez, com comunicação entre todos os toldos e pisos antiderrapantes em todo o local. Caso haja chuva, ninguém corre o risco de se molhar, portanto. Alguns números dão a dimensão superlativa do evento. Serão:

 

  • 31 mil m² de área ao ar livre;
  • 8.600 m² de tendas e espaços cobertos;
  • 9.200 m² de pisos nivelados com antiderrapante;
  • 34 cozinhas industriais;
  • 120 geladeiras e freezers;
  • cozinha industrial para dois auditórios com 300m² de área.

 

O evento Rio Gastronomia, com a roda-gigante Loft e o Cristo Redentor ao fundo — Foto: Alex Ferro/Agência O Globo

O evento Rio Gastronomia, com a roda-gigante Loft e o Cristo Redentor ao fundo — Foto: Alex Ferro/Agência O Globo

 

O Rio Gastronomia é realizado pelo jornal O GLOBO, com apresentação de Sesc RJ e Senac RJ, cidade-anfitriã Invest.Rio | Prefeitura RJ, patrocínio master do Santander, patrocínio de Stella Artois, Naturgy, Loft, Tanqueray, Johnnie Walker e Smirnoff, apoio Aspen Pharma, Hortifruti, Tônica Antarctica, Pepsi, Água Pouso Alto e Chandon, participação do Azeite Andorinha, Barrinhas Vinhos, Café Dolce Gusto, parceria de inovação da Rio Innovation Week, Hotel Oficial Fairmont Rio e parceria do SindRio.

 

Para curtir o dia in-tei-ro

 

A seguir confira as principais atrações dessa festa da boa mesa:

 

  • Comer, comer... Neste ano, são mais de 35 restaurantes e casas participantes, servindo pratos elogiados a preços mais acessíveis. Veja a lista: 74 Restaurant, Açougue Vegano, Angu do Gomes, Allma, Amir, Babbo Osteria, Barraca da Chiquitita, Barsa, Brewteco+Rufi, Casa das Natas, Casa Tua, Ceviche da Fabi, Dogaria, Escama, Espírito de Porco, Fairmont, Giuseppe Grill, Henriqueta, Hot Pork, Irajá, Katita, Kurt, Las Empanadas, Lievita Pizzaria, Liga dos Botecos, Mono, Nosso, Pabu e Cia, Sult, T.T., Tasquinha do Portuga, Venga!, Villarino, Vulcano e Yayá Comidaria.
  • Lições com sabor. Os maiores chefs do Brasil darão aulas exclusivas nos auditórios Santander e Sesc | Senac. Confira a programação.
  • Para cantar e dançar. Em todos os dias de evento, haverá shows de artistas brasileiros no Palco Rock On The Rocks, um oferecimento Johnny Walker, Smirnoff e Tanqueray. Qui (11): às 20h, Elba Ramalho. Sex (12): às 20h, Fogo & Paixão. Sáb (13): às 16h, Kynnie; às 20h, Fernando Rosa. Dom ( 14): às 16h, Lica Tito; às 18h, Samba de Vinil, com Marcelo Serrado e Édio Nunes; às 20h, Bateria da Grande Rio. Qui (18): às 20h, Frejat. Sex (19): às 20h, Fica Comigo. Sáb (20): às 14h, Catha; às 16h, Malia; às 20h, Roberta Sá. Dom (21): às 16h, Suricato; às 20h, Samba de Santa Clara. A programação pode ser alterada sem aviso prévio.
  • Roda-gigante Loft. Sucesso na última edição, a roda-gigante para crianças e adultos volta ao evento. (R$ 15, individual; R$ 50, cabine com quatro lugares).
  • Animasom. O espaço de recreação infantil oferece um espaço exclusivo para as crianças, com oficinas de artes, cama elástica, área de games, piscina de bolinhas, mini camarim, mini cozinha, pula-pula, pista de carrinhos, área baby, presença de personagens, entre outras atrações. (R$ 50, a primeira meia hora e R$ 20, a cada meia hora adicional). Até as 22h.
  • Para fazer comprinhas. Como nas últimas edições, haverá feira de cachaça e de produtores.

 

  

Como comprar ingressos

 

Os ingressos para 12ª edição do Rio Gastronomia custam R$ 70 (qui e sex) e R$ 75 (sáb e dom) por meio do site riogastronomia.com. Há meia-entrada para estudantes e idosos. A entrada solidária, que tem parte da renda revertida para o projeto Mesa Brasil Sesc RJ, R$ 44 (qui e sex) e R$ 52 (sáb e dom). Clientes do Santander pagam R$ 38,50 (qui e sex) e R$ 45,50 (sáb e dom). Quem comprar esses bilhetes na promoção leva a assinatura digital do GLOBO e ganha 15% de desconto nos restaurantes participantes do Rio Gastronomia.

 


O Globo terça, 09 de agosto de 2022

OLIVIA NEWTON-JOHN SE ENCANTOU: ATRIZ QUE MARAVILHOU O MUNDO MORRE AOS 73 ANOS

 

Morre a atriz Olivia Newton-John aos 73 anos
Olivia Newton John Divulgação

Morreu na tarde desta segunda-feira a atriz Olivia Newton John, aos 73 anos, por causa de um câncer. Olivia ficou famosa por interpretar Sandy Olsson no filme "Grease: Nos tempos da brilhantina", com John Travolta. A informação da morte foi dada pelo marido, John Easterling, na página oficial dela no Facebook.

 

 

""Olivia Newton-John faleceu em paz em seu rancho no sul da Califórnia esta manhã, cercada por familiares e amigos. Pedimos a todos que respeitem a privacidade da família durante este período muito difícil", disse ocomunicado. "Olivia tem sido um símbolo de vitória e esperança por mais de 30 anos compartilhando sua jornada contra o câncer de mama. Sua inspiração de cura e experiência pioneira com plantas medicinais continua com o Olivia Newton-John Foundation Fund, dedicado à pesquisa de plantas medicinais e câncer. Em vez de flores, a família pede que qualquer doação seja feita em sua memória para o Fundo da Fundação Olivia Newton-John".

Nascida em Cambridge, na Inglaterra, Olivia foi uma das atrizes e cantoras mais populares dos anos 1970 e 1980, vencendo quatro Grammys em toda a carreira. No cinema, seu papel mais famoso foi o de Sandy Olsson, em "Grease: Nos tempos da brilhantina" (1978), protagonizado com John Travolta. Por Sandy, foi indicada ao Globo de Ouro de melhor atriz de comédia e musical em 1979. Da trilha sonora do filme, a música "You’re the One That I Want”, dueto dela com Travolta, ficou nas paradas de sucesso americana por seis meses. Em 1980, também estrelou "Xanadu", musical disco protagonizado também com Gene Kelly.

Um dos maiores sucessos musicais de sua carreira foi o álbum "Physical", de 1981, que lhe rendeu um duplo de platina. A música-título, com letras de teor sexual, acabou se tornando, por causa do clipe, um hit nas academias de ginásticas. Em 2017, ela até relembrou o fenêmeno: "Tive um ataque de pânico quando saiu (a música) porque pensei: ‘Oh, eu fui longe demais! Só precisamos fazer um vídeo sobre exercícios.' E isso a tornou ainda maior!”. O single, último de Olivia a ocupar a primeira posição de uma parada, ficou no topo por 10 semanas.

 Olivia foi diagnosticada com câncer pela primeira em 1992. Desde então, ela se dedicou a apoiar pesquisas e campanhas de conscientização sobre a doença, que voltou em 2013 e 2017.

 


O Globo segunda, 08 de agosto de 2022

BARCELONA: O MAIS BRASILEIRO DOS EUROPEUS

Por Rodrigo Capelo — Rio de Janeiro (RJ)

 

Barcelona, o mais brasileiro dos europeus
Raphinha no Barcelona Divulgação/Barcelona

Lewandowski estreou pelo Barcelona com um gol, duas assistências e a conquista do primeiro título — o do torneio amistoso Joan Gamper, organizado pelo clube toda pré-temporada. Foi dado o primeiro passo para que o polaco vire símbolo de um novo Barça, com elenco renovado, sob nova direção, que volta a competir pelas principais taças europeias. Pelo menos, é assim que dirigentes como Joan Laporta, atual presidente, querem contar a história.

Os direitos de Lewandowski, aos 33 anos, foram comprados por 45 milhões de euros. E ele não é o único reforço da associação nesta janela de transferências. Também chegam Koundé, por outros 50 milhões, e Raphinha, por mais 48 milhões. Os valores foram apurados pelo Marca e são todos fixos. Com algumas variáveis cumpridas, esses atletas custarão ainda mais, fora os salários. Todos perguntam: como um clube até outro dia quebrado faz tantos investimentos?

 Não custa lembrar que Laporta chegou à presidência, um ano e meio atrás, num cenário incompatível com a fama de potência global. O Barcelona havia passado de 1 bilhão de euros em dívidas, suas receitas tinham sido prejudicadas fortemente pela pandemia, e o fair play financeiro da LaLiga, a liga de clubes da Espanha, impedia que jogadores fossem mantidos. Messi saiu sob esse pretexto. O mau futebol de lá para cá se justificava pela crise financeira.

O cartola optou pela estratégia mais corriqueira da história do futebol. A chegada de craque consagrado como Lewandowski passa a mensagem, para a torcida e para o mercado, de que o Barcelona voltou. Chega de falar em virtual falência, porque essa depressão toda só faz mal à autoestima do torcedor e aos interesses políticos do dirigente no comando. A empolgação venderá ingressos e camisas, o faturamento subirá, e esse aumento, dizem, fechará a conta.

As dívidas ainda estão lá, então Laporta acionou o que chama de palancas – em português, alavancas. A primeira foi a venda de 10% dos direitos de transmissão para a Sixth Street, uma companhia que faz investimentos noutras empresas no mundo todo. O Barça recebe 207,5 milhões de euros agora e cede esse percentual sobre a receita por 25 anos. A segunda palanca foi na mesma linha: 320 milhões de euros por mais 15% dos direitos para a mesma investidora.

Momentaneamente, dá-se o problema por resolvido. Lewandowski cumpre seu papel, além dos gols e das assistências, ao acalmar torcida e imprensa. O balanço financeiro aparecerá com lucro, pois incluirá a venda desses ativos. Enquanto Laporta, amparado pelas aprovações políticas de seus associados para cada operação, ganha tempo para tentar a consagração no presente, apesar de sacrificar o futuro. Este é o Barcelona, o mais brasileiro dos europeus.


O Globo domingo, 07 de agosto de 2022

CAETANO VELOSO: ÍDOLO, AOS 80 ANOS, É REFERÊNCIA ABSOLUTA DA MPB

Por Silvio Essinger — Rio de Janeiro

 

Caetano, 80 anos: referência absoluta da MPB, artista celebra aniversário com live em família
Caetano Veloso, que completa 80 anos neste domingo Leo Aversa

Por volta dos seus 42 anos de idade, Caetano assumiu a perspectiva do “homem velho” em notória canção do álbum “Velô” (1984). E cantou: “Ele já tem a alma saturada de poesia, soul e rock’n’roll / as coisas migram e ele serve de farol”. Os versos não poderiam ser mais exatos/proféticos para esse baiano que chega hoje aos 80 anos gozando de saúde e lucidez — e em plena atividade, como se há de se conferir na live que ele faz à noite com a família, transmitida a partir das 20h30 pelo Globoplay.

As coisas migram, os cabelos brancos tomam a fronte do artista e o menino, que antes corria, agora o vê como o “vovô nervoso, teimoso, manhoso” (dito na recente canção “Não vou deixar”). Principalmente teimoso: um vovô que insiste em — e muitas vezes consegue — manter-se relevante num mundo vergado às vontades dos adolescentes, embora um pouco mais equipado do que antes para ouvir o homem velho.

 

 

Artistas do mundo homenageiam Caetano

 

Em 2022, Caetano Veloso está em um lugar para lá de confortável: praticamente tudo que se identifica como música popular brasileira encontra espelho em sua obra. “Se você tem uma ideia incrível/ é melhor fazer uma canção”, avisou ele, com alguma ironia, em “Língua”, outra das faixas de “Velô”. De Ferrugem, Gloria Groove, Maiara e Maraísa, Baco Exu do Blues (e “gente pra xuxu”, como listou, rimando, em “Sem samba não dá”, faixa de “Meu coco”, álbum de 2021), muita gente segue hoje, com êxito (mesmo que instintivamente) a recomendação.

Do início sob a influência da bossa, passando pelo Tropicalismo (do qual foi o artífice, atentando para a importância da geleia geral de Gil, Beatles, Chacrinha e Vicente Celestino), Caetano tem sido um apóstolo do poder da canção popular em mover montanhas. Ele é, ao mesmo tempo, o cantautor de hits que alternam lirismo (“Leãozinho”, “Você é linda”) e contundência (“Podres poderes”, “Fora da ordem”), o compositor certeiro (ouça “Força estranha” com Roberto Carlos) e o cantor que descobre novos ângulos em composições alheias (como em “Sozinho”, de Peninha, que o fez vender milhão).

Filho de uma família da classe média esclarecida da pequena Santo Amaro, o artista cuidou, ao longo da carreira, de borrar as distinções entre alta e baixa cultura. Suas canções filosofaram no alemão das vanguardas musicais e roçaram a língua na língua de Luís de Camões dos alto-falantes do Brasil profundo. Eventualmente em inglês e espanhol, elas estabeleceram pontes com o mundo, o qual — do escocês-americano David Byrne ao argentino Fito Páez — detectou em Caetano um tipo singular e abrangente de artista, que não cabe nas categorias anglo-saxãs, dominantes, da música popular.

Com seu espírito tropicalista, Caetano acendeu luzes aqui e ali. Foi ao vê-lo vestido inteiro de rosa, nos anos 1960, que Ney Matogrosso decidiu tornar-se o artista que sempre quis ser. O comportamento é, em muitos casos, a política deste baiano: leitor voraz que recusou o sectarismo e os reducionismos, abraçou as próprias contradições e idiossincrasias e sempre defendeu com fervor as suas opiniões — as quais raramente se furtou a dar, bem consciente da dor e da delícia de ser o que se é.

Mesmo sob ataques dos intelectuais estabelecidos, Caetano foi, ao longo da carreira, sendo reconhecido, ele mesmo, como uma espécie de intelectual — se não “orgânico”, na acepção de Antonio Gramsci, ao menos muito popular, haja vista a ressonância que fragmentos de suas letras e declarações tiveram no imaginário brasileiro, chegando ao universo dos memes. Filie-se ou oponha-se ao baiano, o que não dá é para ignorá-lo.

Octogenário, o Caetano que sopra as velinhas é, em grande medida, o mesmo de sempre. É o artista que ainda perde noites de sono pensando no papel do Brasil no mundo e que, após tantas voltas por este mesmo mundo, ainda se sente na necessidade de dizer que “sem samba não dá”. É o cantor que não experimentou declínio de criatividade ou afetos. Que aos 64 anos achou melhor largar tudo e fazer um disco de indie rock com os amigos do filho. E que em 1984, imaginando-se velho, cantou pela primeira vez: “Os filhos, filmes, ditos, livros como um vendaval/ espalham-no além da ilusão do seu ser pessoal.”

 


O Globo sábado, 06 de agosto de 2022

MÚSICA: PROJETO AQUARIUS COMEMORA 50 ANOS

 

Por Nelson Gobbi — Rio de Janeiro

 

 

É hoje! Maestro Roberto Tibiriçá conta como será o concerto comemorativo aos 50 anos do Projeto Aquarius
Palco do projeto AQUARIUS 2022 na praça Mauá Domingos Peixoto / Agência Globo
 

Quando subir ao palco montado na Praça Mauá, hoje, às 17h, Roberto Tibiriçá revisitará lembranças com a Orquestra Sinfônica Brasileira (da qual foi diretor artístico entre 1995 e 1997) e com o Projeto Aquarius, que retoma suas apresentações no ano em que celebra o seu cinquentenário. Durante a semana, em ensaios na Cidade das Artes, o maestro lapidou o repertório que sintetiza a troca entre a música de concerto e o popular, uma das características que consagraram o projeto.

 

Além de tocar obras de Strauss, Tchaikovsky, Ravel, Carlos Gomes e Villa-Lobos, a OSB receberá o cantor e compositor Lenine e interpretará alguns de seus sucessos em arranjos sinfônicos, a exemplo de “Jack soul brasileiro”, “Silêncio das estrelas” e “Leão do Norte”. O evento também contará com a participação do acordeonista João Pedro Teixeira, do grupo de passinho Oz Crias e de jovens músicos do projeto Conexões Musicais, sendo seis da Baixada Fluminense e outros três do Programa Vale Música Belém.

Uma realização do GLOBO, o Aquarius tem apresentação das empresas Vale e Vibra; patrocínio do governo do Estado do Rio de Janeiro e da secretaria de Estado de Cultura e Economia Criativa do Rio de Janeiro através da Lei Estadual de Incentivo à Cultura; apoio do Sesc-RJ; e parceria da Orquestra Sinfônica Brasileira.

 Criado em 1972 pelo jornalista Roberto Marinho (1904-2003), por Péricles de Barros (1935-2005), então gerente de Promoções do GLOBO, e pelo maestro Isaac Karabtchevsky, o Projeto Aquarius marcou a carreira de Tibiriçá, em apresentações como a realizada na Enseada de Botafogo, em 1996, na qual regeu a “Sinfonia nº 2”, de Gustav Mahler, diante de 150 mil pessoas. Confira os principais tópicos da entrevista com o maestro.

Seleção de repertório

 

Roberto Tibiriçá: “Estou emocionado. A última vez que participei do Aquarius foi na década de 1990. Foi inesquecível reger a ‘Sinfonia nº 2’, de Mahler, para 150 mil pessoas, na Enseada de Botafogo”, diz maestro — Foto: Leo Martins

Roberto Tibiriçá: “Estou emocionado. A última vez que participei do Aquarius foi na década de 1990. Foi inesquecível reger a ‘Sinfonia nº 2’, de Mahler, para 150 mil pessoas, na Enseada de Botafogo”, diz maestro — Foto: Leo Martins

“A proposta inicial era tocar as obras icônicas que foram apresentadas nesses 50 anos. Mas seria difícil de dimensionar e aí fomos eliminando alguns temas. Com a entrada do Lenine, vimos o que funcionava melhor. Fora as canções dele, todas as outras do repertório já foram interpretadas em outras edições do projeto, inclusive a do Sivuca (‘Concerto sinfônico para Asa Branca’).”

 

Arranjos sinfônicos

 

“As músicas do Lenine são muito bonitas e os arranjos ficaram primorosos. Ler na partitura é uma coisa, mas quando ouvimos a orquestra tocando, as músicas ganham outra dimensão. Essa troca com o popular é algo que eu faço também numa série chamada ‘Sinfônica pop’, em que interpretamos repertório de artistas como Chico Buarque, Daniela Mercury e João Bosco, com arranjos sinfônicos.”

 

Erudito e popular

 

“O mundo mudou e o Aquarius reflete este movimento. Quando o projeto foi criado, em 1972, a proposta era aproximar a música clássica da população, eram outros tempos. Com os anos, a música popular de boa qualidade entrou para somar. É como na nossa casa, também gosto de ouvir Vinicius, Tom, Dolores Duran. Se ficar só ouvindo Beethoven, eu não aguento (risos).”

 

Reencontro com Aquarius

 

“Estou emocionadíssimo. A última vez que regi o Aquarius, na década de 1990, ainda estava como diretor da OSB. Passa um filme enorme na cabeça. De forma geral, todos os integrantes estão muito envolvidos com essa volta. Mas com os músicos que estavam naquela época tem uma viagem interior, do que a gente viveu no passado.”

Lembranças

 

“Foi inesquecível reger a ‘Sinfonia nº 2’, de Mahler, para 150 mil pessoas. Foi uma loucura do meu querido amigo Péricles de Barros, que criou um palco aberto, para que o público tivesse a visão do Cristo Redentor. Tivemos que adiar por duas semanas por causa da chuva. Na terceira semana o tempo estava bom e foi um acontecimento.”

Montagem do Projeto Aquarius na Praça Mauá — Foto: Hermes de Paula

Montagem do Projeto Aquarius na Praça Mauá — Foto: Hermes de Paula

 

Ao ar livre

 

“O meu professor, o grande maestro Eleazar de Carvalho, dizia que os concertos ao ar livre são as maiores expressões musicais e de interação com o público. Ruídos que podem incomodar numa sala de concerto, como um choro de criança, não são ouvidos em espaços abertos. Ali tudo é uma festa, o público pode cantar junto, bater palmas. A principal preocupação é com o técnico de som, que vai amplificar a orquestra. Ele é quase um segundo maestro, que pode fazer um evento ser inesquecível para o bem ou para o mal, no caso de uma falha técnica. O retorno para a orquestra é fundamental, principalmente para instrumentos de som mais delicado, que quase não soam, como a harpa, a celesta, o corne inglês.”

 

Onde e quando

 

O palco está montado na Praça Mauá, entre o Museu de Arte do Rio (MAR) e o Museu do Amanhã. O concerto, gratuito, acontece hoje às 17h, com apresentação de Ana Paula Araújo.

Como chegar

 

O acesso poderá ser feito por VLT (estação Parada dos Museus), ônibus ou metrô. No último caso, a melhor opção é desembarcar na estação Uruguaiana, atravessar a Av. Presidente Vargas e seguir pela Rua Acre em direção à praça.

 

Programa

 

Na abertura, a OSB tocará a “Marcha triunfal”, da ópera “Aída”, de Verdi. A orquestra fará um número de percussão acompanhando o passinho do grupo Oz Crias e receberá Lenine interpretando sucessos, como “Jack soul brasileiro”, em arranjos sinfônicos. O repertório inclui ainda obras de Villa-Lobos (“O trenzinho do caipira”), Sivuca (“Concerto sinfônico para Asa Branca”, com o acordeonista João Pedro Teixeira), Carlos Gomes (“O Guarani”), Ravel (“Bolero”) e Tchaikovsky (“Abertura sinfônica 1812”).


O Globo sexta, 05 de agosto de 2022

JÔ SOARES SE ENCANTOU: ÍDOLO MORRE AOS 84 ANOS

 

Por Patricia Kogut

 

Patrícia Kogut: 'Não existe a História da televisão brasileira sem Jô'
 

Em 2014, Jô Soares foi internado por três semanas e, com isso, passou um mês e meio afastado da TV. A notícia de que teria morrido circulou. Bem-humorado, ele me deu uma entrevista em que se divertiu: "Me tiraram do bico do urubu", disse. O urubu, no caso, foi uma pneumonia que resultou numa septicemia. O episódio expressa esse dom que ele tinha de mergulhar emergindo do outro lado da arrebentação com charme, fazendo alguma graça. A expressão o "bico do urubu" também refletia seu estilo: era ao mesmo tempo uma expressão popular e um achado de quem conhecia o melhor frasismo. Seu repertório abraçava tudo.

Com sua morte, o mundo piora muito. 

 

Todos os clichês usados para definir Jô são verdadeiros. Homem renascentista, gênio do humor, inigualável. Além da verve natural, ele teve uma formação sólida e cosmopolita, era poliglota e viajado, carioca, paulista e do mundo. Em seu "O livro do Jô", dois volumes em que trabalhou com Matinas Suzuki Jr., conta vários "causos" da malandragem de Copacabana. Um sinal de que se divertia muito também, sempre enxergando um lado leve e cômico no comportamento humano.

Não existe a História da televisão brasileira sem Jô. Ele esteve nos primórdios, na "Praça da Alegria", ainda na TV Record, em 1956. Lá também participou de "A Família Trapo". Em 1971, se transferiu para a Globo onde lançou uma galeria de personagens e bordões que até hoje estão na boca do povo. Eram tipos que espelhavam o espírito do tempo. O exilado politico Sebá, codinome Pierre, que ligava de Paris para a mulher no Brasil e diante dos relatos dela do que acontecia por aqui exclamava: "Chose de loc!", "Madalena, você não quer que eu volte"; Gardelon, o argentino que repetia: "Muy amigo!"; O general que não se conformava com o fim da ditadura e pedia: "Me tira o tubo"; Bô Francineide, com sua mãe minúscula, a atriz Henriqueta Brieba, a quem se dirigia com a frase: "E pensar que saí de dentro dela!".

Depois de conquistar todos os territórios no humor, em vez de se acomodar no sucesso, Jô quis mais. Justo: ele sempre foi capaz de muito mais. E propôs à Globo fazer um programa de entrevistas. Boni não topou, e ele se transferiu para o SBT. Carregou um público numeroso para o seu "Jô Soares onze e meia". Qualificou a faixa da madrugada, recebeu o Brasil todo - famosos e anônimos com algo a contar - em seu sofá. Quando a entrevista não rendia pelo convidado, compensava tudo improvisando um show próprio. Era maior do que qualquer roteiro, capaz de puxar um espetáculo do bolso no deserto. Era a personificação do talento. Em 2000, voltou para a Globo, onde fez o "Programa do Jô" até 2016.

 


O Globo quinta, 04 de agosto de 2022

RIO GASTRONOMIA: JANAÍNA RUEDA, CHEF BRASILEIRA EM TOP 10 MUNDIAL, ESTARÁ NO EVENTO

Por Gustavo Cunha — Rio de Janeiro

 

Janaína Rueda, chef brasileira em top 10 mundial, estará no Rio Gastronomia
A chef Janaína Rueda 

O casal Janaína e Jefferson Rueda não é lá de guardar muitos segredos. À frente do A Casa do Porco Bar, em São Paulo — o endereço foi eleito, na última semana, o sétimo melhor restaurante do mundo pela premiação “The World’s 50 Best Restaurants”, o Oscar das cozinhas —, a dupla de chefs é presença confirmadíssima na 12ª edição do Rio Gastronomia, que acontece entre os dias 11 e 21 de agosto, de quinta a domingo, no Jockey Club, na Gávea. Os ingressos estão à venda no site riogastronomia.com. Ambos estarão lá servindo os famosos cachorros-quentes da badalada lanchonete Hot Pork. Mas não só. Em aula aberta, Janaína revelará ao público algumas técnicas “100% brasucas”, como ela diz, usadas pela Casa do Porco, único estabelecimento brasileiro no top 10 mundial.

Será o momento de observar, anotar e, por que não?, perguntar. Como nas últimas edições, o Rio Gastronomia oferecerá uma extensa programação, desta vez com mais de 50 aulas ministradas por cozinheiros consagrados. Está aí a cereja do bolo de uma festa embalada por shows no Palco Rock On The Rocks, um oferecimento Johnnie Walker, Smirnoff e Tanqueray, espaço com recreação infantil, roda-gigante Loft, feira de cachaça e de produtores artesanais, além, é claro, de área com os melhores restaurantes da cidade. As inscrições para os encontros com os chefs, que acontecerão nos auditórios Santander e Sesc | Senac, serão feitas no local, com senhas distribuídas uma hora antes de cada aula no credenciamento que fica na tenda de cada auditório.

— Para nós, é muito importante mostrar para as pessoas que é possível, sim, fazer fast food saudável e com qualidade. Por isso estamos muito animados em participar, levando esse conceito para o público carioca num evento tão popular — diz Janaína, referindo-se especificamente ao Hot Pork, casa de hot dogs artesanais que ela e o marido criaram pensando, inicialmente, nos filhos. — Entendemos depois que existia uma busca muito grande por esse produto e, então, transformamos em negócio. Vou abordar esse assunto na minha aula, falando sobre a importância de os grandes chefs avaliarem a demanda de fast food e adentrarem esse mercado.

Nomes premiados prometem lições bem temperadas. O mineiro Leo Paixão, que foi jurado do programa “Mestre do sabor”, da TV Globo, falará sobre os diferentes processos de construção dos gostos. Encontros inéditos entre cozinheiros de diferentes especialidades devem fermentar novas ideias. O carioca Rafa Costa e Silva, do Lasai, (em 78º lugar no ranking do 50 Best) dividirá a bancada com Rafa Silveira, da Slow Bakery. (Veja a programação abaixo).

Há quem adiante parte das surpresas. Chef do Escama, um dos restaurantes presentes no evento, Ricardo Lapeyre planeja apresentar ao público o profissional de pesca submarina responsável por fornecer os peixes para a casa no Jardim Botânico. A ideia é promover bate-papo sobre pesca sustentável enquanto são ensinadas duas criações de seu cardápio.

—Vou explicar por que nunca entrou um pedaço de salmão do Chile no Escama e por que só uso os peixes do Brasil — ressalta Lapeyre. — Farei receitas do Escama bem fáceis de reproduzir em casa. Esse contato mais próximo com o público é sempre importante, pois nos enriquece.

Janaina e Jefferson Rueda, de A Casa do Porco — Foto: Jonathan Wolpert

Janaina e Jefferson Rueda, de A Casa do Porco — Foto: Jonathan Wolpert

O Rio Gastronomia é realizado pelo jornal O GLOBO, com apresentação de Sesc RJ e Senac RJ, cidade-anfitriã Invest.Rio | Prefeitura RJ, patrocínio master do Santander, patrocínio de Stella Artois, Naturgy, Loft, Tanqueray, Johnny Walker e Smirnoff, apoio Aspen Pharma, Hortifruti, Tônica Antárctica, Pepsi, Água Pouso Alto e Chandon, participação do Azeite Andorinha, Hotel Oficial Fairmont Rio e parceria do SindRio.

 

Como comprar ingressos

 

Há vários tipos de ingressos promocionais. Os do primeiro lote custam R$ 40 (qui e sex) e R$ 50 (sáb e dom). Já o bilhete solidário (R$ 32, qui e sex, e R$ 40, sáb e dom) terá parte da renda revertida para o projeto Mesa Brasil Sesc RJ. Cliente Santander paga R$ 28 (qui e sex) e R$ 35 (sáb e dom). Quem comprar esses ingressos na promoção leva ainda a assinatura digital do GLOBO e ganha 15% de desconto nos restaurantes participantes do Rio Gastronomia. Mais informações sobre descontos para assinantes do GLOBO em riogastronomia.com.

 

Programação de aulas do Rio Gastronomia

 

 

Quinta, dia 11

 

Auditório Sesc | Senac

19h30: “O que que as cocadas têm?”, com a chef baiana Isis Rangel (Sabores de Gabriela).

Auditório Santander

20h: “A estrela da vez: ceviche de peixe com melancia e arroz de tomate - os hits do Mäska”, com o chef Pedro Coronha.

 

Sexta, dia 12

 

Auditório Sesc | Senac

20h: “Alves, o fantástico merengue do CasaTua”, com o chef Mairton Oliveira.

Auditório Santander

17h30: “Queijos sem lactose e sem culpa” com Cynthia Brant (Queijaria Vegana).

19h: “Peixe por inteiro, aproveitamento máximo”, com o chef Gerônimo Athuel.

20h30: “Os segredos da massa amanteigada perfeita”, com a boleira Carola Troisgros.

 

Sábado, dia 13

 

Auditório Sesc | Senac

15h30: “Peixe em dois tempos e momentos”, com o chef Ricado Lapeyre (Escama).

18h30: “As técnicas 100% brasucas”, com a chef Janaína Rueda (A Casa do Porco — SP).

20h: “A vero pizza napolitana”, com o pizzaiolo Ricardo Rocha (Artesanos Bakery).

Auditório Santander

15h: “Saborzinho do Brasil — Oficina para crianças”, com a jornalista e escritora Alice Granato e os filhos, Valente e Ben, e o chef Isaias Neri.

18h: “O que é chocolate ‘bean to bar’”, com o chocolateiro Natan Pinto.

19h30: “Entradas que roubam a cena”, com o chef Nelson Soares (Sult).

 

Domingo, dia 14

 

Auditório Sesc | Senac

14h: “Receita de pai pra filho”, com o chef Elia Schramm e o pai Roland Schramm (Babbo Osteria).

15h30: “Conheça o socarrat, ‘primo da paella’”, com a chef Juliana Kegler (¡Venga!).

17h: “Sanduíche cervejeiro”, com o chef João Marcelino (Labuta). Oferecimento Ambev.

18h30: “A cozinha premiada das mulheres da Maré”, com Mariana Aleixo e Adriana Moreno (Maré dos Sabores).

Auditório Santander

15h: “O mundo das cores, sabores e texturas, reunidos em uma receita saudável, prática e deliciosa!”, com a chef Laura Reis. Oferecimento Hortifruti.

16h30: “Sabores e saberes da culinária indiana”, com a chef Patricia Godinho (Curry-se).

18h: “A diferença que faz o peixe fresco de verdade”, com Viviane e Beni Schvartz (Peixoto Sushi).

 

Quinta, dia 18

 

Auditório Sesc | Senac

17h: “O canelone maravilha do chef”, com os chefs Claude Troigois e Jessica Trindade.

18h30: “Comidinhas e biricuticos da alta à baixa”, com o chef Bruno Katz (Nosso) e o bartender Jonas Aisengart.

Auditório Santander

17h30: “Ovo de encantos mil”, com a chef Paula Prandini.

20h30: “Aprenda a fazer mezze, antepastos veganos do mediterrâneo”, com a chef Amandine Izza.

 

Sexta, dia 19

 

Auditório Sesc | Senac

18h30: “Os risoles da Henriqueta”, com Alexandre Henrique e Dona Henriqueta (Tasca da Henriqueta).

Auditório Santander

19h: “Como fazer os bolos do Nollita”, com o chef Felipe Appia.

20h30: “Grandes saquês com aula e prova”, com Eduardo Preciado (Minimok).

 

Sábado, dia 20

 

Auditório Sesc | Senac

14h: “Cozinha afetiva: conheça o bolo da série ‘This is us’”, com a doceira Carole Crema.

15h30: “A construção do gosto”, com o chef mineiro Leo Paixão.

17h: “Massas e molhos do Gero Fasano”, com o chef Luigi Moressa.

20h: “Steak tartare... suíno”, com o chef Jimmy Ogro (BistrOgro).

Auditório Santander

15h: “Novos saberes para descobrir sabores saudáveis”, com a chef Lidi Barbosa (Allma).

16h30: “Churrasco coreano: conheça e prove”, com o chef Emerson Kim (Spicy Fish).

19h30: “Sabores e insumos da Mantiqueira”, com a chef Flávia Quaresma.

 

Domingo, dia 21

 

Auditório Sesc | Senac

14h: “Mão na massa em família”, com a chef Morena Leite (Capim Santo) e os filhos.

15h30: “Por essa (nossa) natureza ancestral — Uma conversa em fogo beeem baixinho”, com a chef Roberta Sudbrack. Oferecimento Naturgy.

18h30: “A mesa do Imperador — O que a realeza comia há 200 anos”, com o chef Ecio Cordeiro.

20h: “Dois Rafas em cena”, com os chefs Rafa Costa e Silva (Lasai) e Rafa Brito (Slow Bakery).

Auditório Santander

15h: “Pipoca de camarão ou vice-versa sucesso do Naga”, com o chef Raul Ono.

16h30: “Passo a passo pra fazer sorvete em casa”, com o mestre sorveteiro Francisco Sant’Ana.

18h: “Shakes e chás que curam”, com a chef Andrea Henrique.


O Globo quarta, 03 de agosto de 2022

LIBERTADORES: FLAMENGO FAZ VALER O PESO DE UM ELENCO ESTRELADO E AGORA BEM ADMINISTRADO

 

Por Diogo Dantas

 

Análise: Flamengo faz valer o peso de um elenco estrelado e agora bem administrado
Arrascaeta comemora com Vidal Divulgação

Embora não tenha colocado em campo como titular nenhum de seus últimos reforços, o Flamengo fez valer o peso de um elenco estrelado e bem administrado na vitória incontestável sobre o Corinthians. Diferentemente do adversário das quartas de final da Libertadores, o rubro-negro carioca não tinha nenhuma baixa significativa no elenco além de Bruno Henrique e Rodrigo Caio, que se recuperam de problemas mais graves. E mandou a campo a sua equipe base em plena intensidade, depois de descanso de todos no fim de semana pelo Brasileiro, enquanto os donos da casa mesclaram a equipe e desta vez não puderam utilizar Willian, por lesão, e Renato Augusto, que é baixa há mais tempo para o técnico Vitor Pereira. No começo do jogo, ainda perderam Maycon, que sentiu dores.

A recuperação promovida por Dorival Júnior no Flamengo passa muito pela confiança dada aos jogadores. Passa também pela forma simples de colocar em campo os jogadores em suas funções preferidas. Só não se pode esquecer dessa administração de elenco feita com base em muita conversa, ideias que nem sempre tem tempo para serem implementadas, e com aposta cega no trabalho de controle de carga que prevê rodízios, minutagem contada, e utilização gradual de peças que vão se somando ao grupo. Mais uma vez o Flamengo foi a campo com um time titular base. Que já havia goleado o Tolima na fase anterior da Libertadores, e passou pelo Atlético-MG na Copa do Brasil.

 Mesmo com a chegada de reforços como Vidal e Cebolinha, Dorival sustenta a mesma formação e deixa o time com uma sintonia que há muito não se via. Aliado ao trabalho de recuperação física, a intensidade voltou a ser marca registrada de um Flamengo que se arrastava no primeiro semestre com os mesmo jogadores. Individual e coletivamente, o elenco tem sido capaz de executar ideias distintas e respeitar trocas entre os jogos e no decorrer das partidas, pois nota um desempenho crescente. O que falar de Éverton Ribeiro e Gabigol, que há alguns meses eram carta fora do baralho de Tite na seleção brasileira, e voltaram a atuar em alto nível? Ou Pedro, que enfim teve sequência na ausência de Bruno Henrique e pôde mostrar toda sua versatilidade e faro de gol?

O Globo terça, 02 de agosto de 2022

SAÚDE: DAS FRUTAS AO OVO NA PORTA DA GELADEIRA - VEJA SEIS ALIMENTOS QUE SÃO ARMAZENADOS DE MANEIRA INCORRETA
  

Por Laís Malek — Rio de Janeiro

 

Das frutas ao ovo na porta da geladeira: veja seis alimentos que são armazenados de maneira incorreta
Conservação de alimentos: especialista explica indica como evitar erros no armazenamento dos alimentos Ello/Unsplash

Você sabia que a melhor maneira de guardar ovos na geladeira não é na porta? E que o leite não deve ficar nas partes de baixo do eletrodoméstico? Não basta só fazer as compras no mercado e guardar na refrigerador: é preciso se atentar para o modo correto de armazenar os alimentos. A engenheira de alimentos e diretora-executiva da Food Tech Consultoria, Lorena Coimbra, comenta ao GLOBO alguns dos principais erros cometidos na hora de conservar os alimentos na geladeira.

— A geladeira tem algumas variações de temperatura. Na parte de baixo, a temperatura é maior. Por isso, é ideal que os produtos mais perecíveis fiquem na parte de cima, que é onde tem as menores temperaturas e também nos congeladores — explica a engenheira.

 

Veja abaixo alguns dos erros mais comuns e aprenda a evitá-los:

 

 

  • Leite: Não deve ser armazenado na parte de baixo e nem na porta, já que nesses lugares a temperatura é menor. O local ideal para as caixas é na primeira prateleira, onde a variação de temperatura não é tão grande.
  • Ovos: Assim como o leite, deve ser guardado na parte superior da geladeira, pelo mesmo motivo. É importante prestar atenção especialmente para este alimento, já que os ovos podem estar contaminados pela bactéria Salmonella, que causa intoxicação alimentar.
  • Enlatados e envasados: O ideal é que estes alimentos sejam consumidos de forma integral, ou seja, que não haja necessidade de armazená-los depois de abertos. Mas se precisar guardar, é deve-se transferi-los para outro recipiente — que pode ser de vidro ou de plástico — e consumir em até uma semana, já que são extremamente perecíveis. Isso vale para alimentos enlatados e também para conservas e, neste caso, deve-se ficar especialmente atento ao risco de botulismo.
  • Cebola: Uma boa prática é guardá-la, ainda com casca, fora da geladeira. Se você utilizar uma parte e quiser armazenar o resto, o ideal é deixá-la fechada em um recipiente de vidro. Assim, é possível evitar que os gases liberados pela cebola cortada ativem reações que, além de deixar o eletrodoméstico com um forte odor, podem influenciar a maturação de outros alimentos.
  • Frutos: A maioria dos frutos possuem enzimas, e a partir do momento em que há algum impacto mecânico, como um corte, elas são liberadas e engatam uma reação. Em algumas frutas, a polpa é amolecida, mas em outros casos, como a maçã, ela adquire um aspecto mais escuro. O ideal é armazená-las sem corte e consumir de uma vez só, em vez de guardá-las.
  • Verduras: É necessário realizar a higienização correta antes do armazenamento: na água clorada, com a concentração indicada para cada verdura. Após o processo, é preciso secá-las integralmente: se elas forem guardadas quando ainda estiverem úmidas, vão ficar moles e apodrecer mais rápido. É indicado guardá-las soltas dentro de um pote ou uma sacola abertos, e não fechar para que continuem respirando. Podem ficar nas gavetas, no caso das geladeiras que possuem essa divisória. Se for uma verdura comprada com a raiz, como cebolinha e aipo, também é possível guardar dentro de um copo com água, para deixá-las mais inteiriças até o uso.

  

Atenção ao descongelamento

 

Letícia também explica que, quando um alimento for descongelado para ser utilizado, a melhor prática é retirá-lo com no mínimo 12 horas de antecedência — mas idealmente respeitando 24 horas — na geladeira antes de fazer o uso.

— Quando a gente fala de carne, temos uma perda nutricional muito grande se esse processo não for realizado, jogamos muita água para fora no processo do descongelamento. Isso também impacta na conservação da carne depois de cozida. Ela pode acabar durando um pouco menos na geladeira. Se respeitarmos esse processo, o descongelamento é feito de forma gradual, e o impacto no tecido do alimento é menor — esclarece a engenheira.


O Globo segunda, 01 de agosto de 2022

CENSO 2O22: COMEÇA HOJE, APÓS DOIS ANOS DE ATRASO

Por O GLOBO — Rio

 

Censo 2022 começa hoje, após dois anos de atraso: mais de 180 mil recenseadores vão às ruas
Agente do IBGE fazendo perguntas a moradora de Paquetá, no Rio, durante teste para o Censo 2022 Hermes de Paula, em 06-09-2021

Censo 2022 começa nesta segunda-feira. Os mais de 183 mil recenseadores do IBGE iniciam a visita aos 75 milhões de domicílios brasileiros. O maior levantamento sobre as condições de vida da população, que era para ter acontecido em 2020, teve de ser suspenso pela pandemia e, depois, pela falta de recursos para uma operação que exige mais de R$ 2 bilhões para ser realizada.

O Censo, além de contar os estimados 215 milhões de habitantes, traz um retrato por sexo, idade, instrução, renda, condições do domicílio (se tem água, luz, saneamento, internet e posse de eletrodomésticos), numa visão mais geral.

Um outro questionário, mais extenso e aplicado a 11% das casas, vai investigar sobre trabalho, composição das famílias, fecundidade, migração, religião, deslocamento e pessoas com deficiência.

O Censo 2022 trará algumas investigações inéditas como o retrato das 5.972 comunidades quilombolas. Além do questionário individual, o líder da comunidade vai descrever a infraestrutura do local, recursos naturais, educação, saúde e hábitos da aldeia.

Na pesquisa sobre a população com deficiência, o transtorno do espectro autista também será identificado. 

Foi um longo caminho até os milhares de recenseadores irem aplicar os questionários a partir desta segunda-feira. Ainda antes da pandemia, em 2019, o tamanho do questionário foi posto em xeque, provocando protestos em defesa de um censo com mais perguntas, num documento que já tinha sido definida previamente pela comissão que cuida do Censo.

 

Queda na expectativa de vida

 

Passado a polêmica sobre quais temas que o censo deveria abordar, passou-se para o gasto. Inicialmente orçado em R$ 3 bilhões, no início de 2019, teve o orçamento reduzido para R$ 2,3 bilhões.

 Esse censo é particularmente importante por registrar como a pandemia mexeu com os indicadores socioeconômicos, principalmente as tendências demográficas. Pelos cálculos da economista Ana Amélia Camarano, houve uma queda na expectativa de vida de 4,4 anos do brasileiro em menos de 22 meses de pandemia (entre março de 2020 e dezembro de 2021).

Entre 1980 e 2019, essa esperança de vida crescia quatro meses por ano. Com a nova contagem, será possível mensurar o impacto da Covid-19.

Os primeiros resultados do Censo 2022 devem sair até o fim do ano. Os recenseadores ficarão em campo três meses, até outubro. O suporte por telefone será feito pelo Centro de Apoio ao Censo (CAC), pelo telefone 0800 721 8181 do IBGE.

Os agentes do CAC responderão dúvidas em geral sobre o Censo, o preenchimento do questionário via internet e, se o morador deixar, preencher o questionário em entrevista por telefone.


O Globo domingo, 31 de julho de 2022

HELICÓPTERO QUE VEIO NO BELUGA: O NOVO BRINQUEDO DE US$ 19,5 MILHÕES DE BETO SUCUPIRA

Por Lauro Jardim — Brasília

 

O novo brinquedo de US$ 19,5 milhões de Beto Sicupira
Causou sensação a vinda ao Brasil dias atrás do Beluga, o avião de carga da Airbus que pousou trazendo em seu interior um helicóptero modelo ACH160, tido como o mais moderno da empresa e o primeiro a ser comprado por um brasileiro.
 

 E quem foi o felizardo? Comprada pela Helibrás, a aeronave será repassada a Beto Sicupira, um dos controladores da AB Inbev, Burger King, Kraft-Heinz e outras empresas.

Um brinquedo de US$ 19,5 milhões. Pode transportar até dez passageiros e, segundo o site do fabricante, este helicóptero "envolve os seus passageiros em conforto, mimando-os, e oferece-lhes privacidade e liberdade".


O Globo sábado, 30 de julho de 2022

RIO: RÉVEILLON TERÁ 12 MINUTOS DE FOGOS E SHOWS DE MÚSICA EM COPACABANA E MAIS SETE BAIRROS

Por Luiz Ernesto Magalhães — Rio de Janeiro

 

Réveillon do Rio terá 12 minutos de fogos e shows de música em Copacabana e mais sete bairros
Show durante réveillon em Copacabana em 2019 Roberto Moreyra
 

Este ano, salvo surpresas, não deve ser igual àquele que passou. Com dois meses de antecedência (normalmente o documento só é divulgado em setembro), a Riotur lançou ontem um edital para escolher a produtora que vai organizar o réveillon de Copacabana. Nele, está prevista a volta de atrações musicais, depois de dois anos em branco por causa do risco de aglomerações que favoreciam o contágio da Covid-19. Serão pelo menos 11 horas de programação (das 17h do dia 31 às 4h do dia 1º) em três palcos na areia da praia. A expectativa é receber, novamente, dois milhões de pessoas na orla, como antes da pandemia.

O produtor da festa, que será escolhido no dia 29 de agosto, também ficará responsável por captar patrocínios. Estão previstos queima de fogos e shows em mais sete bairros, incluindo Flamengo e o Piscinão de Ramos.

— No edital, indicamos a infraestrutura mínima. Vamos escolher o melhor projeto. Uma das exigências é ter uma atração de nível internacional para cantar na virada — diz o presidente da Riotur, Bruno Mattos. 

Na parceria, a prefeitura continua a arcar com o custo da contratação das balsas, de onde os fogos são detonados desde que a queima passou a acontecer no mar, na virada de 2000 para 2001. Serão dez embarcações. No ano passado, o município gastou R$ 3,9 milhões nessa operação.

Público lota festa em réveillon de Copcabana em 2019 — Foto: Gabriel Monteiro

Público lota festa em réveillon de Copcabana em 2019 — Foto: Gabriel Monteiro

 

 

Impacto no turismo

 

O adiantamento do edital animou a rede hoteleira e o setor de eventos, que já contavam com o aumento do turismo no retorno do Rock in Rio, em setembro, após a edição de 2021 ser cancelada, também por causa da pandemia. O presidente do Sindhotéis, Alfredo Lopes, prevê que os hotéis cheguem a 100% de ocupação na virada do ano — foram alcançados 86% em 2021 — com a volta de visitantes estrangeiros. Ele calcula que o turismo internacional ocupe pelo menos oito mil dos 50 mil quartos disponíveis (16%):

— Em 2021, a ocupação ficou em 86%, sustentada pelo turismo nacional, mas ainda abaixo da nossa média dos réveillons dos outros anos — disse. 

Os hotéis da Barra e do Recreio também pretendem investir na virada com queimas de fogos nos terraços. E estudam realizar shows de fogos em outros pontos, como no alto da Cidade das Artes.

Empresários que atuam no setor já começaram a reforçar a mão de obra, inicialmente por causa do Rock in Rio:

— Já admitimos 15 funcionários para os três hotéis da rede. O mercado está melhorando. Saber o que a cidade oferecerá é muito bom. Ao planejar seu roteiro, o turista quer saber com antecedência o que vai encontrar — diz o vice-presidente da Associação Brasileira da Indústria de Hotéis (ABIH-RJ) e presidente da Rede Arena, José Bouzon.

Clima do réveillon 2019, na praia de Copacabana, no Rio — Foto: Roberto Moreyra

Clima do réveillon 2019, na praia de Copacabana, no Rio — Foto: Roberto Moreyra

 

No hotel cinco estrelas Fairmont, no Posto 6, o diretor Michael Nagy diz já ter 85 reservas confirmadas (25% das vagas). Na virada do ano, geralmente, os principais hotéis preferem fechar pacotes. No site da rede, quatro noites no Fairmont para casal (29 de dezembro a 2 de janeiro), em quartos sem vista para o mar, eram oferecidas por R$ 18.427, 50 (com taxas).

— Se a diária for convertida para dólar, é um valor razoável para um hotel de padrão internacional, comparando com o que se paga em Paris e Miami. O que mais as pessoas querem é tentar celebrar a vida na virada do ano, como era antes da pandemia — afirmou o diretor.

Nos quiosques da orla, que reservam mesas e organizam shows e ceias, a expectativa é chegar a 90% de ocupação em Copacabana. A virada do ano trará uma novidade em Ipanema: no início de dezembro, será inaugurado o quiosque temático Sel, sob a gestão da rede de hotéis Sofitel.

— Em 2021, 70% das vagas foram ocupadas. A média por pessoa deve variar de R$ 300 a R$ 800 — estima o presidente da concessionária Orla Rio, João Marcelo Barreto.

  

Sem shows e transportes

 

Em 2021, às vésperas da virada, também havia previsão de shows na orla durante o réveillon. Em meio à tendência de aumento das infeções por causa do surgimento da variante Ômicron, no entanto, a montagem dos palcos e as atrações foram canceladas no início de dezembro, mas a prefeitura manteve a queima, sem reforço no transporte público, para desestimular aglomerações .

A decisão também foi tomada pela falta de patrocinadores, que não se manifestaram preocupados em associar as suas marcas a festas durante uma fase de crise sanitária. Eventos fechados, no entanto, foram autorizados.

 — A retomada do réveillon tradicional será também um estímulo para promover mais comemorações fechadas, uma tendência que veio para ficar. Ano passado, mesmo em festas pagas, muitos promotores preferiram não fazer eventos ou tiveram dificuldade para captar patrocínio — disse Pedro Guimarães, presidente da Apresentario, entidade que reúne 150 empresas especializadas do setor.

Mesmo sem shows em 2021, além das balsas, o município arcou com despesa extra de R$ 9,3 milhões, para pagar os fogos e a infraestrutura oferecida ao público.

— O clima de uma queima de fogos sem aglomerações é estranho, diferente. Fogos são símbolo de alegria, confraternização — diz o fogueteiro do Rock in Rio, Marcelo Kokote, que dirigiu os shows pirotécnicos de Copacabana em 2019, com programação de shows, e em 2021, sem atrações musicais.

Presidente do Sindicato de Bares e Restaurantes (SindRio), Fernando Blower vê a festa como oportunidade para o setor recuperar as perdas:

— Depois de uma fase difícil, estamos otimistas. Certamente, o faturamento será maior do que antes da pandemia.

O retorno ao formato tradicional da festa pode beneficiar outros destinos no estado, acredita o secretário estadual de Turismo, Sávio Neves.

 — Antes de chegar à capital ou retornar para casa, o turista pode aproveitar a Serra, a Região dos Lagos ou a Costa Verde — sugere Neves.

 

Nos próximos meses, a Riotur pretende divulgar a festa nas feiras especializadas no Brasil e no exterior.


O Globo sexta, 29 de julho de 2022

VASCO: EGUINALDO - DA ROTINA ESTILO LUVA DE PEDREIRO AO PRIMEIRO GOL COMO PROFISSIONAL DO TIME

 

Por Bruno Marinho — Rio de Janeiro

 

Eguinaldo: da rotina estilo Luva de Pedreiro ao primeiro gol como profissional do Vasco
Eguinaldo corre na direção de companheiros para festejar gol pelo Vasco Daniel Ramalho/CRVG
 

Ele cresceu no interior do Nordeste. Dividia a rotina entre a ajuda aos pais na roça e o futebol nos campos de terra batida. Talento bruto, sem professor, chamava a atenção pela qualidade na batida na bola. A descrição serve tanto para Iran Ferreira, o influencer Luva de Pedreiro, quanto para Eguinaldo, o meteoro da Colina.

Na quinta-feira, contra o CRB, o atacante de apenas 17 anos soltou o pé. Marcou de fora da área, uma bola indefensável. Receba, Diogo Silva, goleiro do CRB. Eguinaldo caiu no choro ainda no gramado de São Januário e foi abraçado com carinho pelos companheiros. Foi o primeiro gol do jogador como profissional do Vasco.

O garoto natural de Monção, no Maranhão, está há pouco tempo no Vasco. Foi contratado em outubro do ano passado, para jogar pelo sub-17. Já era do profissional do Artsul, time de Nova Iguaçu que o tirou do Nordeste depois que um olheiro se impressionou com as finalizações do garoto na várzea. Em menos de um ano, disputa a Série B do Brasileiro. Graças a Deus pai, diria o Luva.

- Emoção inexplicável. Primeiro gol com São Januário lotado com essa torcida maravilhosa. Deus é maravilhoso - afirmou, depois da partida desta quinta.

Eguinaldo se emociona com gol pelo Vasco — Foto: Daniel Ramalho/CRVG

Eguinaldo se emociona com gol pelo Vasco — Foto: Daniel Ramalho/CRVG

Para manter a curva de evolução, Eguinaldo foi promovido para o sub-20. Este mês, foi chamado para fazer parte dos treinos do profissional, aproveitando a lacuna aberta com a saída de jogadores contratados por empréstimo e que não se firmaram.

A permanência no grupo principal não está garantida. Nem mesmo a sequência no Vasco - ele está emprestado ao clube pelo Artsul até setembro do ano que vem, com opção de compra.


O Globo quinta, 28 de julho de 2022

GASTRONOMIA: CAFÉ, VINHO, PODRÃO, CHURRQSCO, TORRESMO - ÁREA DA BARRA TERÁ SETE FESTIVAIS GASTRONÔMICOS EM DEZ DIAS

 

Por Madson Gama e Maíra Rubim — Rio de Janeiro

 

Café, vinho, podrão, churrasco, torresmo: área da Barra terá sete festivais gastronômicos em dez dias
Em sua quinta edição, Feira Nacional do Podrão fará estreia na Barra Divulgação
 

Festivais de diferentes gêneros da gastronomia vão fazer a alegria dos apreciadores de boa comida (e bebida) nos próximos dois fins de semana na Barra da Tijuca e em bairros vizinhos: serão sete eventos ao todo. Isso sem contar o Circuito Água na Boca e o concurso Sabores da Orla, realizados em toda a cidade até este domingo.

Confira a lista:

 

Festival do Café

 

A agenda será aberta na sexta-feira, dia 29, com a 17ª edição do Festival do Café, que será sediado pela primeira vez na Barra da Tijuca, na praça central do Downtown, até domingo, dia 31. Serão mais de 30 expositores comercializando o produto em forma de grão, pó ou bebida pronta.

A lista de participantes inclui cafeterias do próprio centro comercial, como o Empório do Café Soho, que, além de ter um estande no evento, oferecerá aos visitantes uma oficina prática de torra do grão em sua loja; e o Beco do Café, que promoverá palestras sobre a história do produto, métodos de preparo e gestão de cafeterias. As inscrições são gratuitas e devem ser feitas pelo link doity.com.br/palestras-festival-no-downtown.

O Festival do Café acontecerá no Downtown e terá palestras sobre a história do produto e oficinas que vão ensinar o prepraro — Foto: Divulgação/ Festival do Café

O Festival do Café acontecerá no Downtown e terá palestras sobre a história do produto e oficinas que vão ensinar o prepraro — Foto: Divulgação/ Festival do Café

 

— Em quatro anos de existência, o festival teve edições realizadas na Zona Sul, no Centro, na Região Metropolitana e fora do estado. Um dos fatores que pesaram para escolhermos o Downtown desta vez foi o fato de o centro comercial ter em torno de dez cafeterias. É quase um circuito. O diferencial desta edição é a estreia dessas lojas no evento — explica Luiz Fernando Villela, o idealizador da feira. — Nossa ideia é levar curiosidades sobre o produto para o grande público, que poderá também comprar comidas que harmonizam com café, como queijos e bolos.

 

BBQ and Beer Festival

 

No sábado, dia 30, será a vez de os amantes de carne se refestelarem, com a quinta edição do BBQ and Beer Festival, no Parque Olímpico, que terá dez horas (do meio-dia às 22h) de churrasco à vontade, preparado por Jimmy Ogro e outros chefs renomados, e open bar de cerveja artesanal e drinques. Serão mais de 30 estações de comidas e mais de 80 torneiras de chope, além de estações de destilados. Os ingressos, a R$ 451, estão à venda na plataforma Sympla.

Ao lado de outros chefs renomados, Jimmy Ogro promoverá open food de churrasco — Foto: Divulgação/ Denielle Silveira

Ao lado de outros chefs renomados, Jimmy Ogro promoverá open food de churrasco — Foto: Divulgação/ Denielle Silveira

 

Jazz, Queijos & Vinhos

 

O Hilton Barra encerra no sábado (30) a quinta edição do Jazz, Queijos & Vinhos, que acontece anualmente e oferece queijos premiados e vinhos selecionados. O trio Jazzworld toca músicas de jazz norte americano, bossa nova e MPB. O evento acontece das 18h às 22h, e os preços das tábuas de queijos vão de R$ 65 a R$ 98. Moradores dos condomínios Rio2 e Cidade Jardim e associados ao programa de fidelidade #SOUVIZINHO têm direito a 15% de desconto no menu de alimentos e em bebidas não alcoólicas.

 

 

Feira de Vinhos

 

Nos dias 29 e 30, acontece a Feira de Vinhos do Supermercado Zona Sul, das 14h às 21h, na loja Santa Mônica. Haverá rótulos exclusivos com descontos para compra e degustação e aulas com o sommelier Dionísio Chaves e o mestre queijeiro André Guedes sobre harmonização de queijos e vinhos. Os fornecedores estarão presente para tirar dúvidas sobre seus produtos, entre eles, mais de 20 vinícolas. O valor de ingressos varia de R$ 80 a R$ 180.

 

Feira Nacional do Podrão

 

Idealizadora da Feira Nacional do Podrão, Suzanne Malta segura o bouquet de coxinhas, umas das delícias do evento — Foto: Divulgação/Rafaelle Chaim

Idealizadora da Feira Nacional do Podrão, Suzanne Malta segura o bouquet de coxinhas, umas das delícias do evento — Foto: Divulgação/Rafaelle Chaim

A Feira Nacional do Podrão também fará sua estreia na região, levando lanches caprichados para o estacionamento do Shopping Rio Office Mall, na Freguesia, nos dia 5, 6 e 7 de agosto, com entrada gratuita. Segundo a organização, o público poderá aproveitar delícias como o bouquet de coxinhas, a batata frita com chocolate, o cachorro-quente de churros, o acarajé de dois quilos e o dogão de 120 centímetros. Os quitutes custam a partir de R$ 3.

— A feira foi criada em 2018, para ser um evento de exaltação da verdadeira comida de rua, como o tradicional churrasquinho e o cachorro-quente, com preços acessíveis. Nossa ideia é ir na contramão da tendência de gourmetização desses eventos — explica a idealizadora Suzanne Malta. — Ao longo das edições, percebi que o carioca gosta de lanches grandes, e essa é uma das nossas características. Uma das opções nesse perfil é o açaí servido num pote de liquidificador de dois litros, com mais de 20 acompanhamentos. É um evento para a família que quer consumir muito e gastar pouco.

 

O festival inclui apresentações artísticas de malabaristas de sinal, dançarinos e mágicos.

 

ViniBraExpo

 

O ViniBraExpo volta a ocupar o Città Office Mall, na Barra — Foto: Divulgação

O ViniBraExpo volta a ocupar o Città Office Mall, na Barra — Foto: Divulgação

No Città Office Mall, a atração será o ViniBraExpo, que volta ao formato presencial e será realizado entre os dias 5 e 7 de agosto. Em sua sexta edição, o evento, nos jardins do centro comercial, terá a participação de mais de 50 vinícolas de todas as regiões do país (R$ 90, com degustação livre, no primeiro lote).

No sábado e no domingo, haverá ainda masterclasses, no centro de eventos, ao preço de R$ 120 ou R$ 185, mais taxas, no primeiro lote, com direito a degustação de cinco vinhos (vendas pela Sympla). A programaçãovinibraexpo

O ViniBraExpo vai funcionar das 16h às 21h, na sexta e no domingo; e das 14h às 21h, no sábado.

 

Festival do Torresmo

 

Festival do Torresmo será realizado pela primeira vez no Rio — Foto: Divulgação

Festival do Torresmo será realizado pela primeira vez no Rio — Foto: Divulgação

 

Pela primeira vez na cidade, o festival aportará no Uptown Barra (Av. Ayrton Senna, 5.500) de 4 a 7 (quinta a domingo) e de 11 a 14 de agosto trazendo pratos variados à base de comida de porco, shows ao vivo e área kids. O funcionamento será das 12h às 22h, com entrada franca. Para quem for de caso, o estacionamento custa R$ 14 pelo período de 12 horas.

 

Em toda a cidade:

 

Estabelecimentos da região participam ainda de outros dois festivais. O Circuito Água na Boca, uma ação dos Jornais de Bairros que vai até domingo (31), oferece combos a preços promocionais com preços fixos de R$ 39, R$ 59, R$ 79 e R$ 99. No Bar do Adão a pedida é o camarão à Kiev Executivo — camarões à milanesa, recheados com catupiry e acompanhados de arroz de brócolis —, além de um pastel Francês ( camarão e catupiry com alho-poró) e um chá mix de pêssego ou limão da casa. Na Liga do Açaí, um licor de camu camu (275 ml) e uma geleia de pupunha (150 gr), saem por R$ 59.

Já a Galeteria Continental, inaugurada em maio, no Via Parque, selecionou para a promoção o galeto carioca na brasa, que tem como acompanhamentos arroz, farofa de ovos, batata frita e feijão-preto; e a sobremesa Hot Banana, banana empanada com farinha crocante servida com merengue de canela e sorvete de creme holandês. O combo sai por R$ 79, é ideal para duas pessoas e servido todos os dias após as 15h.

Outra opção é o Sabores da Orla, também até o dia 31. Mais de 160 quiosques da orla, do Leme ao Pontal, concorrem à quinta edição do Prêmio Sabores da Orla, que vai eleger o melhor prato e o melhor petisco entre criações feitas exclusivamente para a disputa. O público também vai poder escolher seu prato favorito.

 

Na área da Barra e dos bairros vizinhos, participam os quiosques Fernanda, Domingos, 10 e Meio, Bells, Estação 10, Estação 11, Orla 10, Pontal.com, Summer, Praiô, Clássico Beach Club Recreio, 4 Elementos, Krabi Beach Club, Hula Hula, Chamego, Parada Lounge, Samba Social Club, Celia, Vizinhando, Bar do Gil, Barra 1, Gela Goela, Beliskão, Quiosque do Naná, Lele, St Tropez, Ponto Certo, Boteco do Seu João, Point do Waldir, Barra Mares, BB Beach, Brisa Barra, Clássico Beach Club Postinho, Gávea Beach Club, Praia Gardem Beach Bar, Rei do Mar, Tia Augusta, Clássico Beach Downwind e Seu Vidal na Praia.


O Globo quarta, 27 de julho de 2022

RIO GASTRONOMIA: CHEFS DARÃO AULA NO EVENTO - VEJA LISTA

Por O GLOBO — Rio de Janeiro

 

Claude Troisgros, Janaína Rueda e Roberta Sudbrack: chefs darão aulas no Rio Gastronomia; veja lista
Da esquerda para a direita, os chefs Claude Troisgros, Janaína Rueda, Rafa Costa e Silva, Roberta Sudbrack e Kátia Barbosa Agência O Globo

Mais de 50 chefs consagrados estarão na 12ª edição do Rio Gastronomia — que acontece entre os dias 11 e 21 de agosto, no Jockey Club Brasileiro, na Gávea —para revelar o passo a passo de receitas elogiadas, em aulas abertas ao público. Nomes como a paulistana Janaína Rueda, à frente do premiadíssimo A Casa do Porco Bar (eleito o sétimo melhor restaurante do mundo), e o carioca Rafa Costa e Silva (do Lasai) vão abrir parte de seu processo nas cozinhas, em lições saborosas.

Os ingressos para o Rio Gastronomia 2022 já estão à venda, por meio site riogastronomia.com. As inscrições para os encontros com os chefs, que acontecerão nos auditórios Santander e Sesc | Senac, serão feitas no local, com senhas distribuídas uma hora antes de cada aula no credenciamento que fica na tenda de cada auditório. A seguir, confira a programação de aulas já confirmadas.

O evento é realizado pelo jornal O GLOBO, com apresentação de Sesc RJ e Senac RJ, cidade-anfitriã Invest.Rio | Prefeitura RJ, patrocínio master do Santander, patrocínio de Stella Artois, Naturgy, Loft, Tanqueray, Johnny Walker e Smirnoff, apoio Aspen Pharma, Hortifruti, Tônica Antárctica, Pepsi, Água Pouso Alto e Chandon, participação do Azeite Andorinha, Hotel Oficial Fairmont Rio e parceria do SindRio.

Programação de aulas do Rio Gastronomia

 

 

Quinta, dia 11

 

Auditório Sesc | Senac

 

  • 19h30: “O que que as cocadas têm?”, com a chef baiana Isis Rangel (Sabores de Gabriela).

 

Auditório Santander

 

  • 20h: “A estrela da vez: ceviche de peixe com melancia e arroz de tomate — os hits do Mäska”, com o chef Pedro Coronha.

 

 

Sexta, dia 12

 

Auditório Sesc | Senac

 

  • 17h: "Comida e regeneração — O futuro da alimentação", com a chef Tati Lund e agrofloresteiro Felipe Villela.
  • 18h30: "Pensando dentro e Fora da Casca", com o chef Frederic Monnier, Cida Pessoa (coordenadora geral do Mesa Brasil) e Cristine Ravizzini (nutricionista do Mesa Brasil).
  • 20h: “Alves, o fantástico merengue do CasaTua”, com o chef Mairton Oliveira.

 

Auditório Santander

 

  • 17h30: “Queijos sem lactose e sem culpa”, com Cynthia Brant (Queijaria Vegana).
  • 19h: “Peixe por inteiro, aproveitamento máximo”, com o chef Gerônimo Athuel.
  • 20h30: “Os segredos da massa amanteigada perfeita”, com a boleira Carola Troisgros.

 

 

Sábado, dia 13

 

Auditório Sesc | Senac

 

  • 15h30: “Peixe em dois tempos e momentos”, com o chef Ricado Lapeyre (Escama).
  • 18h30: “As técnicas 100% brazucas”, com a chef Janaína Rueda (A Casa do Porco — SP).
  • 20h: “A vero pizza napolitana”, com o pizzaiolo Ricardo Rocha (Artesanos Bakery).

 

Auditório Santander

 

  • 15h: “Saborzinho do Brasil — Oficina para crianças”, com a jornalista e escritora Alice Granato e os filhos, Valente e Ben, e o chef Isaias Neri.
  • 16h30: "Gastronomia social e sustentável", com a chef Neide Marco e as nutricionistas Carla Coratini e Carla Serafim, ambas do Mesa Brasil
  • 18h: “O que é chocolate ‘bean to bar’”, com o chocolateiro Natan Pinto.
  • 19h30: “Entradas que roubam a cena”, com o chef Nelson Soares (Sult).

 

 

Domingo, dia 14

 

Auditório Sesc | Senac

 

  • 14h: “Receita de pai pra filho”, com o chef Elia Schramm e o pai Roland Schramm (Babbo Osteria).
  • 15h30: “Conheça o socarrat, ‘primo da paella’”, com a chef Juliana Kegler (¡Venga!).
  • 17h: “Sanduíche cervejeiro”, com o chef João Marcelino (Labuta). Oferecimento Ambev.
  • 18h30: “A cozinha premiada das mulheres da Maré”, com Mariana Aleixo e Adriana Moreno (Maré dos Sabores).

 

Auditório Santander

 

  • 15h: “O mundo das cores, sabores e texturas, reunidos em uma receita saudável, prática e deliciosa!”, com a chef Laura Reis. Oferecimento Hortifruti.
  • 16h30: “Sabores e saberes da culinária indiana”, com a chef Patricia Godinho (Curry-se).
  • 18h: “A diferença que faz o peixe fresco de verdade”, com Viviane e Beni Schvartz (Peixoto Sushi).

 

 

Quinta, dia 18

 

Auditório Sesc | Senac

 

  • 17h: “O canelone maravilha do chef”, com os chefs Claude Troigois e Jessica Trindade.
  • 18h30: “Comidinhas e biricuticos da alta à baixa”, com o chef Bruno Katz (Nosso) e o bartender Jonas Aisengart.

 

Auditório Santander

 

  • 17h30: “Ovo de encantos mil”, com a chef Paula Prandini.
  • 20h30: “Aprenda a fazer mezze, antepastos veganos do mediterrâneo”, com a chef Amandine Izza.

 

 

Sexta, dia 19

 

Auditório Sesc | Senac

 

  • 17h: "A gourmetização da alimentação pelo Mesa Brasil", com o chef Frédéric Monnier, Karime Cader (coordenadora de nutrição do Mesa Brasil) e e Bruna Lais (nutricionista do Mesa Brasil).
  • 18h30: “Os risoles da Henriqueta”, com Alexandre Henrique e Dona Henriqueta (Tasca da Henriqueta).
  • 20h: "Abóbora pra toda obra", com a chef Katia Barbosa.

 

Auditório Santander

 

  • 19h: “Como fazer os bolos do Nollita”, com o chef Felipe Appia.
  • 20h30: “Grandes saquês com aula e prova”, com Eduardo Preciado (Minimok).

 

 

Sábado, dia 20

 

Auditório Sesc | Senac

 

  • 14h: “Cozinha afetiva: conheça o bolo da série ‘This is us’”, com a doceira Carole Crema.
  • 15h30: “A construção do gosto”, com o chef mineiro Leo Paixão.
  • 17h: “Massas e molhos do Gero Fasano”, com o chef Luigi Moressa.
  • 18h30: "Sobremesa rápida e pratica, torta de chocolate amargo com manteiga de amendoim e chantilly de paçoca", com o confeiteiro Henrique Rossanelli (Quique é Isso).
  • 20h: “Steak tartare... suíno”, com o chef Jimmy Ogro (BistrOgro).

 

Auditório Santander

 

  • 15h: “Novos saberes para descobrir sabores saudáveis”, com a chef Lidi Barbosa (Allma).
  • 16h30: “Churrasco coreano: conheça e prove”, com o chef Emerson Kim (Spicy Fish).
  • 19h30: “Sabores e insumos da Mantiqueira”, com a chef Flávia Quaresma.

  

Domingo, dia 21

 

Auditório Sesc | Senac

 

  • 14h: “Mão na massa em família”, com a chef Morena Leite (Capim Santo) e os filhos.
  • 15h30: “Por essa (nossa) natureza ancestral — Uma conversa em fogo beeem baixinho”, com a chef Roberta Sudbrack. Oferecimento Naturgy.
  • 18h30: “A mesa do Imperador — O que a realeza comia há 200 anos”, com o chef Ecio Cordeiro.
  • 20h: “Dois Rafas em cena”, com os chefs Rafa Costa e Silva (Lasai) e Rafa Brito (Slow Bakery).

 

Auditório Santander

 

  • 15h: “Pipoca de camarão ou vice-versa sucesso do Naga”, com o chef Raul Ono.
  • 16h30: “Passo a passo pra fazer sorvete em casa”, com o mestre sorveteiro Francisco Sant’Ana.
  • 18h: “Shakes e chás que curam”, com a chef Andrea Henrique.

O Globo terça, 26 de julho de 2022

AVIAÇÃO: BELUGA TEM FRENTE MÓVEL E QUASE O DOBRO DA BALEIA AZUL

Por O GLOBO — Rio

 

Beluga tem frente móvel e é quase o dobro da baleia azul. Veja 5 curiosidades sobre o cargueiro que fez sua 1ª viagem ao Brasil
É um avião ou uma baleia? Aeronave Beluga, da Airbus Arquivo (Divulgação)

Da capital cearense, ele seguiu para Campinas, onde descarregou o helicóptero encomendado por um cliente brasileiro. Nesta terça-feira, o avião faz o trajeto de volta à França. 

Considerado um dos maiores aviões de carga do mundo em volume transportado, o Beluga desperta a curiosidade por onde passa.

 

Veja abaixo cinco curiosidades da aeronave:

  

Maior que a baleia azul

 

Além do formato, que se assemelha ao de uma baleia, o Beluga chama atenção pelo porte. Tem tem 17,25 metros de altura, 56,16 metros de comprimento e 44,84 m de abertura de asa. É quase o dobro do tamanho de uma baleia azul, o maior mamífero vivo da Terra, cujo tamanho fica entre 24 e 30 metros.

 

 

Raro no mundo

 

Existem apenas cinco unidades do Beluga ST no mundo, dos quais dois estão "aposentados". Estão estacionados no aeroporto de Bordeaux-Mérignac, no sudoeste da França. Há mais três unidades em operação de sua nova versão, o chamado Beluga XL (um pouco diferente da aeronave que pousou no Brasil). A Airbus tem encomendas de mais três Beluga XL, que devem ser feitas até o fim de 2023, segundo o site especializado em aviação Aero Key.

 

Frente móvel

 

Frente móvel: O Beluga é um dos maiores aviões de carga do mundo em volume, à frente até do Lockheed C-5 Galaxy, usado pelas Forças Armadas dos Estados Unidos, e do Antonov An-124, irmão menor do An-225, ex-maior cargueiro do mundo. — Foto: Divulgação/Frederic Lancelot/Airbus

Frente móvel: O Beluga é um dos maiores aviões de carga do mundo em volume, à frente até do Lockheed C-5 Galaxy, usado pelas Forças Armadas dos Estados Unidos, e do Antonov An-124, irmão menor do An-225, ex-maior cargueiro do mundo. — Foto: Divulgação/Frederic Lancelot/Airbus

Diferentemente de muitos cargueiros, o Beluga tem a frente móvel. A cabine de comando foi rebaixada para ficar mais próxima do solo e dar mais espaço na parte superior para a carga. O carregamento é feito pela "testa" do avião.

 

 

Tripulação

 

Tripulação do Beluga segurando a bandeira brasileira — Foto: Reprodução/Facebook Airbus

Tripulação do Beluga segurando a bandeira brasileira — Foto: Reprodução/Facebook Airbus

O Airbus A300-600ST é operado por uma tripulação de três membros, composta por dois pilotos e um mestre de carga. O painel de instrumentos principal tem seis visores de tubo de raios catódicos (CRT), que fornecem informações sobre voo, navegação e monitoramento de sistemas.

 

Transporte comercial

 

Até o início de 2022, o Beluga era usado pela Airbus apenas para transportar peças que a própria fabricante usava para produzir suas aeronaves. O serviço de transporte comercial passou a ser oferecido em janeiro deste ano.


O Globo segunda, 25 de julho de 2022

TEREZA DE BENGUELA: QUEM FOI A ESCRAVIZADA QUE VIROU RAINHA NO BRASIL

 

Por Letícia Messias — Rio de Janeiro

 

Quem foi Tereza de Benguela, escravizada que virou rainha no Brasil
Tereza de Benguela viveu no Brasil do século 18 e, por 20 anos, chefiou o Quilombo do Quariterê Divulgação

Símbolo nacional da liderança feminina contra a colonização, Tereza de Benguela foi uma mulher negra que viveu a experiência de liberdade dentro da estrutura escravocrata do Brasil. No século XVIII, ela habitava o território correspondente ao atual estado do Mato Grosso e, por ao menos 20 anos, chefiou o Quilombo do Quariterê, uma comunidade da qual pouco se sabe, além do que dizem dois manuscritos, que registraram justamente a destruição do aldeamento, em 1770.

 Descrita e comparada com as rainhas africanas conhecidas à época, os registros indicam que as autoridades coloniais envolvidas em eliminar o quilombo não deixavam de ver Tereza como uma figura imponente. O nome dela aparece na história como alguém que, durante a vida, lutou contra a escravidão, motivo pelo qual virou representante do Dia da Mulher Negra no Brasil, que, desde 2014, ocorre em 25 de julho.

— Isso nos faz pensar que a liderança feminina pode não ter sido exceção na luta cotidiana contra a escravidão, embora seja difícil encontrar documentos de outras mulheres na mesma posição — disse a historiadora e professora da PUC-Rio Crislayne Alfagali ao GLOBO. — Talvez, lembrar de Tereza de Benguela seja lembrar que, assim como houve escravidão, também existiu resistência.

 

De Benguela ao Quariterê

 

Em um período de forte busca por ouro, o tráfico entre Rio de Janeiro, Luanda e Benguela — localizado onde hoje é o país de Angola — foi intensificado no século 18. De acordo com a historiadora, Tereza foi uma das muitas escravizadas que, nesse contexto, veio da África Centro-Ocidental em direção às regiões de mineração no território brasileiro.

Também conhecido como Quilombo do Piolho, o Quariterê era organizado por uma estrutura política composta por um parlamento. Com a população estimada em cerca de 100 pessoas, incluindo negros e indígenas, havia, ainda, um sistema de defesa armada, que o preservou por 20 anos. O local servia de base para o cultivo de algodão, milho, feijão e mandioca, e os tecidos produzidos eram comercializados com os colonos.

— No quilombo, havia plantação de algodão, produção de tecido e metalurgia. Isso é interessante, do ponto de vista da organização, pois dá a ideia de uma região autossustentável, que reúne um conhecimento que, por certo, vem da África — comentou a professora da Universidade da Integração Internacional da Lusofonia Afro-Brasileira (UNILAB) Maria Cláudia Cardoso.

 

A rainha ‘viúva’

 

Embora a trajetória e construção do quilombo sejam marcadas pela existência de lacunas na história, Maria diz que existem duas narrativas principais sobre a liderança de Tereza. A primeira seria a de que ela teria comandado o Quariterê ao lado de um companheiro, conhecido como Piolho. Já outros documentos afirmam que Tereza assume o papel quando ele é assassinado pelos colonos.

Apesar de ser definida como rainha em alguns manuscritos, a existência de Tereza também é mencionada de maneira despótica em outros escritos, como se ela tivesse sido uma mulher de hábitos maquiavélicos. Nas histórias, que viraram lendas, ela teria mandado enterrar pessoas vivas, enforcar e quebrar as pernas de quem questionasse sua autoridade. Em ambos os casos, ela foi registrada como uma líder importante, cercada por servos e indígenas.

 

Como o restante da história, a morte de Tereza também é composta por incertezas. Segundo a professora da PUC-Rio, a primeira investida na destruição do quilombo ocorreu em 1770, e, na ocasião, ela teria tentado fugir a cavalo, provavelmente ao lado de um soldado, mas caiu no rio e foi pega por soldados coloniais. Uma outra versão diz que ela teria tirado a própria vida ao perder o embate com os portugueses.

— Dizem que ela morreu assustada. Não sabemos ao certo o que isso significa, mas a cabeça dela foi cortada e colocada no centro de seu antigo quilombo como uma forma de mostrar o ‘exemplo’ do que ocorre com pessoas que lutam contra a administração colonial.

 

Uma heroína de carne e osso

 

Ainda que Tereza represente parte importante da história do Brasil, o nome dela não faz parte do imaginário popular. Para a historiadora Idalina Freitas, também professora da UNILAB, isso pode ser justificado em parte pela ausência de documentos, mas, principalmente, pelas questões que envolvem o fomento à pesquisa no país.

— Há o recorte de raça, classe e gênero na história. Para mim, isso é o principal ao pensar no desconhecimento desses personagens. Isso pauta a memória nacional, de quem deve ser lembrado e esquecido. Só conseguimos descobrir essas coisas com pesquisa, e, para isso, é preciso ter dinheiro.

Entre as conquistas, Idalina ressalta a lei 10.639, que estabelece a obrigatoriedade do ensino de História e Cultura Afro-Brasileira nos ensinos fundamental e médio. No entanto, para ela, é importante que esse aprendizado também faça parte da educação básica e estimule a curiosidade para que esses personagens sejam conhecidos.

— Temos um vício, na educação, de construir narrativas de pessoas que são inalcançáveis. Mas acho que a história deve ser um espelho que reflete as pessoas do presente. Quantas Terezas de Benguela também vivem hoje, criando filhos, os levando para a escola e tentando ter moradia e emprego para sobreviver? Tereza foi uma heroína de carne e osso, uma pessoa comum.


O Globo domingo, 24 de julho de 2022

LAVOURAS VERTICAIS: DE ALFACE A COGUMELO, LAVOURAS URBANAS REVOUNCINAN PODUÇÃO SEM AGROTÓXICOS

Por João Sorima Neto — São Paulo

 

De alface a cogumelo, lavouras urbanas revolucionam produção sem agrotóxicos
Pink Farms - fazenda vertical de produção de alimentos sem avançar em novas áreas de produção, usam menos água e menos pesticida. Edilson Dantas/Infoglobo
 

Uma nova forma de alimentar as cidades tem atraído investidores, cada vez mais interessados em negócios sustentáveis. Nesse cardápio, as chamadas fazendas verticais entraram no radar de fundos de investimento.

São startups que aplicam tecnologia de ponta para cultivar hortaliças e outros alimentos em grandes torres verticais em centros urbanos. A produção utiliza uma área bem menor que a demandada pela produção no campo, consome menos recursos naturais e aditivos químicos e reduz até mesmo o custo e as emissões de carbono do frete.

Esse segmento movimentou US$ 4,1 bilhões (R$ 22,5 bilhões) globalmente no ano passado e deve alcançar US$ 31,5 bilhões (R$ 173 bilhões) em todo o mundo até 2030, segundo a consultoria Prudence Research.

As maiores fazendas verticais estão nos EUA, mas o interesse por esse sistema de cultivo cresce também no Brasil, onde alguns negócios começam a chamar a atenção.

A Pink Farms, em São Paulo, é um deles. Fundada em 2017 como uma das primeiras fazendas verticais da América Latina, produz hortaliças na Vila Leopoldina, Zona Oeste da capital. Desde que se tornou produtiva comercialmente, em 2019, já recebeu R$ 8,8 milhões em aportes de investidores como SP Ventures e Capital Lab.

Em junho, a empresa abriu uma segunda rodada de captação para arrecadar R$ 15 milhões e multiplicar por dez sua produção. Cerca de R$ 5 milhões virão de crowdfunding, modalidade de investimento coletivo em que pessoas físicas também participam.

Alface é carro-chefe em fazendas verticais. — Foto: Edilson Dantas/Infoglobo

Alface é carro-chefe em fazendas verticais. — Foto: Edilson Dantas/Infoglobo

 

Oito funcionários são responsáveis pela produção de três toneladas de hortaliças por mês, cultivadas em uma área de 100 metros quadrados. É uma produtividade por metro quadrado 17 vezes maior do que nas plantações tradicionais.

Trata-se de uma alternativa altamente sustentável para expandir a produção de alimentos livres de agrotóxicos usando até 95% menos água e que pode reduzir a pressão por expansão de áreas agrícolas.

As folhas da Pink Farms são vendidas em embalagens próprias para redes como Pão de Açúcar, Carrefour, Zaffari e Oba, além de hotéis e restaurantes.

O preço ao consumidor é cerca de 10% a 15% maior que o das hortaliças tradicionais, mas deve cair quando a fazenda vertical ganhar escala, diz o engenheiro de produção Geraldo Maia, que fundou a empresa com os irmãos Mateus e Rafael Delalibera.

— Nossa estimativa é faturar até R$ 20 milhões por ano com esse aumento de produção após o aporte — diz Maia.

Além de ampliar as instalações atuais e abrir uma segunda fazenda em São Paulo, a empresa já mira outras capitais como Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Porto Alegre e Recife, e até grandes cidades em países da América Latina.

 

Alface é carro-chefe

 

A alface é a principal cultura da empresa, mas de suas hortas dispostas em prateleiras saem 70 produtos, desde sálvia e tomilho até rúcula e espinafre. Também há os chamados microverdes, plantas no primeiro estágio de crescimento que concentram grandes quantidades de vitaminas e minerais. 

Especialistas avaliam que esse modelo deve crescer no Brasil no mesmo ritmo de expansão global prevista até 2030.

— As fazendas se encaixam no conceito de agricultura urbana, já que estão localizadas em grandes cidades, agilizando a entrega aos consumidores, além de os produtos chegarem mais frescos. Não têm o objetivo de competir em larga escala com plantações tradicionais — diz o engenheiro agrônomo Sergio Barbosa, gerente executivo da Esalqtec, incubadora de empresas tecnológicas da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz.

 
 Fazenda vertical Mighty Greens, que fica em São Cristóvão, produzem em estufas verticais cogumelos. Na foto um dos sócios, Rodrigo Meyer.  — Foto: Hermes de Paula/Infoglobo

Fazenda vertical Mighty Greens, que fica em São Cristóvão, produzem em estufas verticais cogumelos. Na foto um dos sócios, Rodrigo Meyer. — Foto: Hermes de Paula/Infoglobo

Em fazendas como a Pink Farms, os vegetais são produzidos em bandejas instaladas em torres de metal de até dez metros de altura. O método de produção mais usado é a hidroponia, uma técnica de cultivar plantas sem solo, onde as raízes recebem uma solução que contém água e todos os nutrientes essenciais ao seu desenvolvimento para compensar a falta de substrato.

 O uso de tecnologia é intenso. Todo o ambiente é isolado, automatizado e controlado por um software que regula desde a temperatura ideal até a quantidade de CO2.

Em alguns casos usam inteligência artificial e internet das coisas (IoT, na sigla em inglês). Nessa “bolha tecnológica”, as verduras ficam livres do ataque de pragas e insetos, e o uso de agrotóxicos é descartado.

A iluminação para substituir a luz solar é feita com LEDs. Os comprimentos de onda vermelho e azul são os que mais ativam o processo de fotossíntese. Com a mistura de ambos, a iluminação adquire um tom cor de rosa.

Como as luzes ficam ligadas 24 horas por dia, dependendo do tipo de cultivo, a hortaliça é colhida entre 28 e 40 dias. Bem menos que o intervalo entre 60 e 70 no plantio tradicional.

 

 

Cogumelos em três dias

 

A 100% Livre, fazenda vertical que tem 300 metros quadrados de hortas na Zona Sul de São Paulo, recebeu, em dezembro do ano passado, investimentos da BMPI Venture, braço de venture capital da BMPI Infra.

O fundo comprou 20% da agtech por um valor não revelado. Com os recursos, está prevista a abertura da segunda unidade, ainda este ano, no município de Osasco. Serão mil metros quadrados cultiváveis distribuídos por torres de 18 metros de altura.

 Atualmente, a empresa produz 90 mil pés de alface por mês e gasta um litro d’água para cada um. No solo, cada pé de alface gasta cerca de 40 litros d’água até ser colhido.

A nova unidade, além das folhas e temperos, vai produzir tomates do tipo grape, pimentões e morangos. A empresa anunciou na semana passada um acordo com os grupos Pão de Açúcar, Carrefour e Hortifruti para o fornecimento das hortaliças.

— Temos uma parceria com a Embrapa, o que nos permitiu fazer muitos testes em laboratório até chegar ao tomate, pimentão e morango, que se adaptam bem ao cultivo vertical — diz Diego Gomes, que fundou a agtech em 2018, mas só começou a produção dois anos depois.

 Pink Farms - fazenda vertical de produção de alimentos sem avançar em novas áreas de produção, usam menos água, menos pesticida. Agora estão em nova rodada de captação de recursos e vão crescer e abrir outra unidade. — Foto: Edilson Dantas/Infoglobo

Pink Farms - fazenda vertical de produção de alimentos sem avançar em novas áreas de produção, usam menos água, menos pesticida. Agora estão em nova rodada de captação de recursos e vão crescer e abrir outra unidade. — Foto: Edilson Dantas/Infoglobo

 

Apesar do otimismo, o custo elevado da energia e dos imóveis urbanos no país aparecem entre os obstáculos para o desenvolvimento dos negócios.

— É um sistema que depende muito de energia elétrica, que no Brasil ainda é cara, tornando-se um fator relevante no custo dessa produção — diz Simone Mello, professora da USP/Esalq em Piracicaba e pesquisadora do cultivo em sistemas verticais. Ela, no entanto, vê potencial para esse modelo de negócios no país, inclusive para plantas medicinais, como a cannabis.

No bairro de São Cristóvão, na Zona Norte do Rio, os empresários Rodrigo Meyer e Thomas Oberlin começaram em abril a cultivar cogumelos, a maior parte do tipo shitake, também no modelo vertical.

Para fundar a Mighty Greens, investiram R$ 700 mil captados entre investidores-anjo e de venture capital. Eles já tinham experiência no cultivo de microverdes, mas decidiram partir para os cogumelos por uma demanda identificada no mercado no Rio.

— Os cogumelos vinham de outros estados, com frete caro e qualidade ruim. Nossa produção já chega a seis toneladas e vai para restaurantes, supermercados, e uma parte chega ao consumidor final, em feiras. Colhemos em três dias porque o substrato já chega pronto — conta Meyer, que já está preparando uma nova rodada de investimentos, com expectativa de alcançar R$ 10 milhões e expandir o cultivo para outras capitais.

 

Embalagem orgânica

 

Para reforçar a pegada sustentável, a Mighty Greens desenvolveu uma embalagem à base de celulose que vira adubo, além de aumentar o tempo de conservação dos produtos. Na parte tecnológica, foi desenvolvido um sistema que controla a produção da fazenda vertical carioca por meio de equipamentos que respondem a comandos de voz.

Em São Paulo, o engenheiro ambiental Paulo Bressiani instalou a Fazenda Cubo no valorizado bairro de Pinheiros, na Zona Oeste da capital.

 Depois de trabalhar no mercado financeiro, ele visitou fazendas verticais na Europa e EUA e, com a demanda crescente de restaurantes por produtos frescos e de qualidade como hortaliças, ervas aromáticas, microverdes e flores comestíveis, decidiu montar o negócio num armazém. Investiu, em 2019, cerca de R$ 800 mil, recursos que vieram de familiares e amigos. Hoje, produz duas toneladas por mês.

O empresário ainda construiu uma estufa de mil metros quadrados em Franco da Rocha, na Região Metropolitana de São Paulo, com ambiente controlado e um jardim biodinâmico, focado em ervas aromáticas. Numa área de 60 metros quadrados da estufa, já produz quase 700 quilos de vegetais por mês.

— Temos parcerias com empresas para pesquisar novos sistemas de cultivo. A produção de alimentos está passando por uma grande revisão e busca de novas soluções — diz Bressiani, que também mantém uma loja para vender diretamente os produtos.


O Globo sábado, 23 de julho de 2022

RIO SHOW - MÚSICA E GASTRONOMIA: CONFIRA 5 PROGRAMAS GRATUITOS AO AR LIVRE NESTE FIM DE SEMANA

Por O GLOBO — Rio de Janeiro

 

Música e gastronomia: confira 5 programas gratuitos ao ar livre neste fim de semana
Uma das edições da Feira Junta Local. Divulgação
 

O sol voltou a brilhar no Rio, e a programação está pedindo um passeio ao ar livre. Neste fim de semana, acontece a feira gastronômica Gastro Beer Rio, na Lagoa, com diversos rótulos de cerveja artesanal. Tem ainda forró no Lavradio Musical e arraiás com quadrilhas e brincadeiras. Confira.

 

Gastro Beer Rio

 

O evento gastronômico que tradicionalmente ocupa a Quinta da Boa Vista, neste fim de semana acontece no Parque das Figueiras, na Lagoa. A cerveja artesanal é a grande estrela, com cerca de 100 rótulos de 26 cervejarias, e o evento também tem opções para comer, além da presença de artistas que se apresentam nas ruas do Rio e espaço kids com oficinas.

Av. Borges de Medeiros (ao lado do Cine Lagoon). Sáb e dom, 12h às 22h. Grátis.

 

Lavradio Musical

 

O projeto que leva música à Feira do Lavradio (que, antes, acontecia aos primeiros sábados do mês e passou a ser semanal) recebe amanhã a dupla nordestina Caramurú (vocal e zabumba) e Feiticeiro Julião (vocal e baixo), acompanhados de Gabriel Cavalcanti (sanfona) e Maria Paganelli (vocal e triângulo) tocando forró raiz.

Rua do Lavradio (em frente à praça Emilinha Borba), Centro. Sáb, 16h. Grátis.

 

Junta Local

 

Aromas e sabores tomam conta da feira que conecta pequenos produtores locais e consumidores em busca alimentos frescos e saudáveis. Além dos produtos artesanais e orgânicos, as barraquinhas vendem bebidas, quitutes veganos, árabes, massas e sobremesas para se deliciar na hora. No sábado, ocupa a Praça Cláudio Coutinho, no Leblon, e, no domingo, toma conta da Praça Xavier de Brito (a Praça dos Cavalinhos), na Tijuca.

Praça Cláudio Coutinho, Leblon. Sáb, 10h às 17h. Praça Xavier de Brito, Tijuca. Dom, 10h às 17hs. Grátis.

 

Arraiá da Urca

 

Entre milho, salsichão, cocada, pamonha, quentão e até chope artesanal, o fim de semana será de muita comida e bebida típica, trios de forró e DJs, brincadeiras e jogos, aos pés do Morro da Urca.

 

Praça General Tibúrcio, Urca. Sáb e dom, 14h às 22h. Grátis.

 

Arraiá do Jardim Guadalupe

 

A festa junina do shopping na Zona Norte conta com apresentações de violeiros, repentistas, trios de forró pé de serra, quadrilhas, grupos de pagode e DJs, além de aulas de forró, torneio de touro mecânico e outras brincadeiras e barraquinhas de comidas.

Shopping Jardim Guadalupe: Avenida Brasil 22.155, Guadalupe. Sex, 16h às 22h. Sáb e dom, 12h às 22h. Grátis.


O Globo sexta, 22 de julho de 2022

TURISMO: LARGO DO BOTICÁRIO, NO RIO, É REVITALIZADO E RECEBE HOTEL JOVEM E DESCONTRAÍDO

Por Lívia Breves

 

Depois de anos de abandono, Largo do Boticário é revitalizado e recebe hotel jovem e descontraído
Fachada do Jo&Joe, no Largo do Boticário Dhani Borges

Foram R$ 70 milhões e quatro anos de obras e renovações para devolver seis casas impecáveis, em estilo neocolonial, que formam o charmoso Largo do Boticário, no Cosme Velho. O cantinho bucólico teve seus tempos de glória, foi abandonado e agora volta à baila em formato de hotel. As casas dão lugar ao Jo&Joe, marca mais descontraída do grupo francês Accor (que por aqui também tem o Fairmont, o Sofitel, a rede Ibis, o Pullman e o MGallery). “É o primeiro no Rio que segue o conceito Open House, que atende a todos tipos de público”, conta Olivier Hick, COO das marcas midscale e econômicas da Accor no Brasil.

Um dos pátios com restaurante do hotel — Foto: Dhani Borges

Um dos pátios com restaurante do hotel — Foto: Dhani Borges

E tem para todos mesmo. São 80 quartos, entre compartilhados (para até oito pessoas), privativos e coberturas (as diárias começam em R$ 84). Nenhum quarto é igual ao outro e diversos artistas foram convidados para fazer interferências, como Marina Papi, Kakau, Braga, Marcelo Ment e Jotac. Ainda há rooftop com <QL>um banco de areia, bar com piso revestido em pedras portuguesas e outras homenagens à cidade. “Conectar a parte histórica da construção com a linguagem do hotel, que é totalmente contemporâneo, foi um dos pontos mais interessantes”, conta a arquiteta Mila Strauss, que, ao lado de Marcos Paulo Caldeira, do escritório MM18, comandou o design de interiores. 

Detalhes como escadas caracóis e azulejos foram revitalizados com uma equipe de restauro, com a supervisão feita pelo INEPAC (Instituto Estadual do Patrimônio Cultural).

A piscina exclusiva dos hóspedes — Foto: Dhani Borges

A piscina exclusiva dos hóspedes — Foto: Dhani Borges

Na parte gastronômica, há um restaurante principal e um pub, ambos abertos ao público. Já na área exclusiva para hóspedes tem o Detox (com sucos e produtos naturais) e o On Fire (de sanduíches e pizzas). O complexo ainda possui três piscinas, uma quadra de basquete e espaço de coworking.

Teto de porta de madeira original da construção neoclássica — Foto: Dhani Borges

Teto de porta de madeira original da construção neoclássica — Foto: Dhani Borges

Para se conectar com a cidade, há uma agenda de eventos e encontros, de shows a retiros, como o que acontece no sábado, comandado por Helen Pomposelli, da Per Vivere Bene (reservas: 21-99979-6777), em que os participantes vão fazer um circuito sensorial pela floresta que cerca o novo hotel. “Estamos comprometidos em inserir a comunidade local na programação, criando momentos inesquecíveis para todos”, afirma Bianca Chaves, gerente geral do hotel. Na agenda inaugural, ainda tem workshops de caipirinha, altinha, aulão de ioga, beer pong, karaokê e saxofone na piscina.


O Globo quinta, 21 de julho de 2022

ENOLOGIA: VINÍCOLAS DA SERRA GAÚCHA OFERECEM DE PIQUENIQUE NO PARREIRAL A DEGUSTAÇÃO COM OS OLHOS VENDADOS

Por Cláudia Meneses

 

 

Serra Gaúcha: vinícolas oferecem de piquenique no parreiral a degustação com os olhos vendados
Experiência única: o edredom no parreiral da Cristofoli é uma das experiências de maior sucesso da vinícola Divulgação / Foto de Emerson Ribeiro
 

Paisagens lindas, bons vinhos, comida regional saborosa, mergulho na história e na cultura. Se você quer mais um motivo para visitar pela primeira vez ou novamente a Serra Gaúcha, agora tem: vinícolas apresentam novas experiências que combinam um pouco disso tudo com degustações. Algumas têm provas apenas com vinhos premium, além de verdadeiras e divertidas aulas que começam nos parreirais, passam por adegas e salas de barricas e terminam à mesa, com taças cheias à sua frente.

Na Miolo, os tintos da coleção os Sete Lendários são oferecidos em degustação — Foto: Cláudia Meneses / Agência O Globo

Na Miolo, os tintos da coleção os Sete Lendários são oferecidos em degustação — Foto: Cláudia Meneses / Agência O Globo

 

Na Miolo, no Vale dos Vinhedos, em Bento Gonçalves, a novidade é o Roteiro dos Sete Lendários 2020 (R$ 280 por pessoa), safra que foi considerada a melhor do país, e tem como ponto alto a prova de sete vinhos premiados da marca feitos em pontos diferentes do país. Todos os rótulos degustados são tintos: o Miolo Testardi Syrah, o Merlot Terroir, o Lote 43, o Quinta do Seival Castas Portuguesas, o Sebrumo, o Sesmarias e o Vinhas Velhas.

O visitante é recebido por um enólogo e inicia o trajeto no vinhedo modelo, com cerca de 40 variedades de uvas. Percorre depois o interior da vinícola, onde são vistas antigas pipas de madeira onde a Miolo fazia seus primeiros vinhos, há 33 anos. As atrações seguintes são os tanques de aço inox onde as uvas são fermentadas hoje e a cave de barricas, feitas de carvalho francês ou americano, onde os vinhos descansam até o engarrafamento. Dali, o destino é a sala vip da vinícola para a degustação, acompanhada por tábua de frios e queijos. Para finalizar, a ida à loja para comprinhas.

 

 

Piquenique ao lado do vinhedo

 

Outra experiência na Miolo é o Wine Garden, um wine bar a céu aberto, com um cenário diferente a cada estação (olhe a previsão do tempo se você pretende fazer). A entrada custa R$ 45, com valor revertido em consumo. Um wine truck perto do vinhedo Lote 43 (onde a vinícola começou) atende os visitantes. No inverno, a atração ganha o brilho e o calor de uma fogueira. Oferece também um piquenique (a partir de R$ 329,90) com comidinhas e venda de vinhos e espumantes em taça. A cesta de piquenique (para duas pessoas) vem com itens como uma garrafa de Miolo seleção rosé; castanhas e nozes; damascos, tâmaras e ameixas secas; queijos; geleia; cestinha de pães; salame e copa; pães de queijo, empanadas de carne; e cupcake.

 

 

A vinícola tem ainda a tradicional visita guiada em que são apresentados a história, o vinhedo modelo, tanques, barricas, caves de espumantes e de envelhecimento. Ao final, há degustação de vinhos e visita à loja de vinhos.

 

Três ambientes na Aurora

 

Em Pinto Bandeira, o vinhedo é o cenário para piqueniques — Foto: Divulgação

Em Pinto Bandeira, o vinhedo é o cenário para piqueniques — Foto: Divulgação

 

Outro gigante brasileiro, a Aurora, que recebe apaixonados por vinhos desde 1967, oferece experiências em três unidades, com visitas e degustações. A novidade fica por conta do piquenique em Pinto Bandeira (R$ 280, para duas pessoas), aos sábados e domingos, tendo como palco os jardins, ladeados de vinhedos, com degustação de vinho ou espumante.       

Já no Vale dos Vinhedos, há visitação e degustações orientadas, como a harmonizada com chocolates (R$ 60), com o Reserva Tannat com chocolate 40% cacau; Pequenas Partilhas Cabernet Franc com chocolate amargo 54% menta; o espumante Moscatel Rosé com drágeas de cereja com uva passa; e o Colheita Tardia com chocolate branco e damasco.

Para quem quer conhecer a única cantina na zona urbana de Bento Gonçalves, a pedida é a matriz da cooperativa, com visita diária e gratuita, a cada 15 minutos. No roteiro, a história da marca fundada em 1931 por 16 famílias e que hoje conta com 1.092 associados. Como atrações, o corredor das bandeiras dos países importadores e enormes pipas feitas de araucária e grápia. Pode-se ainda fazer a visita com um minicurso de degustação, que dura duas horas (R$50 por pessoa)

 

Cantinas históricas

 

Já a Dal Pizzol, em Faria Lemos, integra o roteiro das cantinas históricas, que reúne propriedades rurais que retratam a vida dos imigrantes italianos que chegaram no século XIX ao Brasil. Orgulhosa de seu passado e com muita beleza para se admirar, ela tem uma programação que pode ser atraente também para quem viaja com crianças.

Rosso D'Inverno: vinho e o calorzinho de uma lareira na Dal Pizzol — Foto: Divulgação

Rosso D'Inverno: vinho e o calorzinho de uma lareira na Dal Pizzol — Foto: Divulgação

 

Agora na estação mais fria do ano, está em cartaz o Rosso D’Inverno (R$ 180). É uma degustação de quatro rótulos selecionados pelo enólogo, entre eles uma edição especial, harmonizados com comidinhas regionais. Ela dura uma hora e meia e é feita em ambiente com lareira e manta.

Já para quem quer bancar o “master of wine”, a pedida é a degustação às cegas (R$ 140). O participante é convidado a vendar os olhos com para explorar seus sentidos e usar a imaginação. São degustados quatro rótulos, um deles de uma safra especial. Inclui taça e bandana; além de um tour guiado. A duração é de duas horas e requer ao menos dois adultos.

O tour do lugar vai atrair os que buscam um belo visual e estão acompanhados de pequenos. Essa visitação guiada pelaDal Pizzol, que tem um lago, animais como pavões, área verde, um vinhedo com uvas de vários países, além de objetos históricos usados na produção do vinho. É contada a história da família, que veio de Treviso na Itália, em 1878, e da vinícola. São degustados cinco rótulos durante o passeio.

Na jovem vinícola Cristofoli, também nesta rota, em Faria Lemos, imperdivel é o almoço harmonizado ao ar livre, servido no jardim. Os pratos são preparados pela família Cristofoli e combinados com os vinhos da marca. No cardápio, pratos da cozinha regional, como nhoque com molho de salame fresco ou ossobuco com polenta mole e, de sobremesa, bolo de maçã, com pedaços de chocolate, nozes e frutos secos com sorvete de passas na grappa. Ainda neste semestre, entrará em operação um restaurante no meio do vinhedo.

Outro programa concorrido é o edredom nos parreirais, um piquenique no meio do vinhedo com comidinhas regionais (tábuas de frios, brusquetas, espetinho caprese, focaccia, entre outros), combinadas com uma garrada de vinho ou espumante da marca. Antes, há uma degustação orientada dos vinhos e espumantes para escolha do rótulo que se vai beber no vinhedo.

 

 

Produtos regionais

 

Pizzato: aposta em frios de produtores locais para hamonizar com os rótulos da casa — Foto: Foto de Rodi Goulart

Pizzato: aposta em frios de produtores locais para hamonizar com os rótulos da casa — Foto: Foto de Rodi Goulart

A Pizzato também foi fundada em Bento Gonçalves, no Vale dos Vinhedos, por descendentes de italianos que vieram no fim do século XIX para o Sul. A casa tem duas propostas de degustação dos vinhos da marca harmonizados com produtos da região. Um deles é a harmonização com queijos regionais gaúchos e seis rótulos (R$230, para duas pessoas), acompanhados de pães e azeite produzido no estado. Ou a de seis produtos de charcutaria, também com seis vinhos Pizzato. Acompanham pães e azeite. Pode ser feita uma mista também (queijos e charcutaria)

Outro programa é uma degustação vertical (a partir de R$ 1.000), muito comum no mundo dos apaixonados por vinhos. São provadas diferentes colheitas de um mesmo rótulo das linhas Pizzato ou Fausto,sob a batuta de um profissional da vinícola. As opções duram de uma hora e meia a duas horas, com agendamento.

 

Tudo começou no porão

 

A novata Tenuta Foppa & Ambrosi, criada em 2017 por dois amigos que concretizaram um sonho de abrir uma vinícola focada no segmento premium, tem degustações de diferentes linhas de vinhos, de segunda-feira a sábado. O projeto é de Lucas Foppa e Ricardo Ambrosi. Para sede, eles reformaram uma casa de pedra em Garibaldi com 120 anos, que já foi queijaria, mercearia e marmoraria. Acidade é conhecida como a capital do espumante no Brasil e também fica no Vale dos Vinhedos, a 15 minutos de Bento Gonçalves.

 
Degustação na jovem vinícola Tenuta Foppa & Ambrosi, no porão de casa centenária — Foto: Foto de Anderson Pagani

Degustação na jovem vinícola Tenuta Foppa &amp; Ambrosi, no porão de casa centenária — Foto: Foto de Anderson Pagani

Os dois, que produziram seu primeiro vinho no porão, recebem os visitantes e contam sua história, que incluiu até trabalho no Napa Valley, na Califórnia. Uma opção de experiência é a G.O.A.T. (a partir de R$ 400), em referência ao vinho batizado com a sigla, que significa "greatest of all time” (o melhor de todos os tempos). Bebem-se nove vinhos, acompanhados de presunto cru maturado 12 meses Gran Nero.

Outro programa é o domingo com o enólogo, uma visita conduzida por um dos fundadores da casa, que narram sua trajetória e como é a elaboração dos vinhos. São provados os ícones da vinícola: Brazilian Collection, Cultura, Insólito, Goat, e vinhos diretamente das barricas. O preço é de R$ 500 por pessoa, com mínimo de quatro inscritos e agendamento prévio.

 

Pitstops com vinhos

 

A Courmayeur, que tem mais de 40 anos de produção de vinhos, também fica em Garibaldi. Aqui se destaca a experiência batizada de Cela da Cave (a partir de R$ 85). Nela, a produção de vinhos e a propriedade, que é cheia de placas com frases inspiradoras, são reveladas em um percurso com cinco paradas. Cada uma dá direito a uma taça de vinho. Outras opções são almoço harmonizado e piquenique. O espaço possui ainda bistrô, o jardim La Fermata, loja e recreação.


O Globo quarta, 20 de julho de 2022

ACADEMIA BRASILEIRA DE LETRAS EM 125 ANOS: OS PRINCIPAIS MOMENTOS DA *CASA DE MACHADO DE ASSIS*

Por Bolívar Torres — Rio de Janeiro

 

Academia Brasileira de Letras em 125 anos: os principais momentos da história da 'Casa de Machado de Assis'
Busto de Machado de Assis, primeiro presidente da ABL Leo Martins/Agência O Globo

Foi há exatos 125 anos, em 20 de julho de 1897, numa sala do museu Pedagogium, na Rua do Passeio, que a Academia Brasileira de Letras nasceu oficialmente. Com a presença de 16 acadêmicos, seu primeiro presidente, Machado de Assis, fez um breve pronunciamento. O primeiro secretário, Rodrigo Octavio, leu a memória histórica dos atos preparatórios, que vinham se realizando desde o ano anterior, e o secretário-geral, Joaquim Nabuco, fez o discurso inaugural da ABL.

 

O mundo vivia o fim de um século decisivo para a cultura ocidental, e o Brasil, que acabara de chegar à era republicana, ensaiava grandes transformações. Foi nesse cenário que surgiu a Academia Brasileira de Letras, propondo-se a reunir cabeças pensantes em torno do próprio país.

No objetivo definido no estatuto da fundação, a ABL “tem por fim a cultura da língua e da literatura nacional”. Mas vai além. O maior escritor brasileiro, tão fundamental para a formação e prestígio da instituição que a tornaria conhecida como Casa de Machado de Assis, dividiu sua criação com diplomatas como Nabuco e Graça Aranha; poetas como Olavo Bilac; juristas como Rui Barbosa; dramaturgos como Artur Azevedo e médicos como Teixeira de Melo, entre os 40 integrantes originais.

Centenas de outros acadêmicos vieram desde então, e a ABL continuou a receber representantes de diferentes áreas, da Filosofia ao Direito, da Sociologia à Medicina, da Economia à Religião (a casa teve até agora quatro prelados acadêmicos, entre eles Dom Silvério Gomes Pimenta, o primeiro arcebispo negro do Brasil). Aberta a todas as tendências e saberes, a Academia tornou-se a casa tanto da vanguarda literária (Guimarães Rosa, Manuel Bandeira, João Cabral de Melo Neto, Lygia Fagundes Telles e Ferreira Gullar, entre tantos outros) quanto da excelência científica (de Osvaldo Cruz ao neurocirurgião Paulo Niemeyer Filho). Também marcaram presença homens que fizeram a história da imprensa no país, como os jornalistas Assis Chateaubriand, dos Diários Associados, e Roberto Marinho, do GLOBO.

Esses e tantos outros nomes souberam conjugar saberes diversos no cenário cultural, político e social brasileiro, ajudando a pavimentar o papel da instituição como guardiã e promotora do pensamento humanista. E esse ideal esteve presente desde as primeiras sessões preparatórias para a fundação até o fechamento das atividades presenciais durante a pandemia de Covid, passando pelas grandes reinvenções promovidas nas presidências de Austregésilo de Athayde e Marco Lucchesi.

Assim, a ABL conseguiu equilibrar-se entre tradição e modernidade, mantendo valores de sua fundação enquanto buscava adequar-se aos novos tempos. Se nos anos 1920 a casa foi palco das disputas entre os modernos e os “helenos” — anos mais tarde, aliás, a entrada de modernistas como Manuel Bandeira mostrou que até mesmo os “moços” que atacavam o “império da velhice” mudaram de ideia sobre a instituição —, hoje ela se abre para a cultura popular com nomes como Gilberto Gil.

Nos últimos anos, a casa intensificou seus esforços para dialogar com a sociedade, recebendo povos indígenas e representantes da cultura afro-brasileira, papel que ganha relevância no momento em que se faz cada vez mais necessária a defesa das liberdades, da democracia, da ciência e da cultura como um todo.

Este material especial do GLOBO lembra a trajetória da casa que celebra 125 anos de olho no futuro. A instituição, que já foi conhecida como “torre de marfim”, abre cada vez mais suas portas e se moderniza, buscando novos meios e tecnologias para compartilhar sua História e seus valores com os brasileiros.

Acompanhe abaixo uma cronologia com algumas datas importantes para a ABL.

15 de dezembro de 1896: Começam as sessões preparatórias para a criação da Academia Brasileira de Letras, proposta por Lúcio de Mendonça e inspirada na composição da Academia Francesa, com 40 integrantes e 20 sócios correspondentes estrangeiros. Às 15h, na redação da Revista Brasileira, na Rua do Ouvidor, Machado de Assis foi eleito presidente. A revista, editada por José Veríssimo, funcionava como um polo cultural que ajudou a unir o grupo fundador da ABL.

28 de janeiro de 1897: É publicado o estatuto da casa, que informa, em seu Artigo 1º: “A Academia Brasileira de Letras, com sede no Rio de Janeiro, tem por fim a cultura da língua e da literatura nacional, e funcionará de acordo com as normas estabelecidas em seu Regimento Interno”.

20 de julho de 1897: A sessão inaugural, que marca o início da história da ABL, acontece no Museu Pedagogium, na Rua do Passeio. No evento, estiveram 16 acadêmicos, e o discurso inaugural ficou a cargo de Joaquim Nabuco.

 A sessão inaugural, que marca o início da história da ABL, acontece no Museu Pedagogium, na Rua do Passeio. — Foto: Arquivo ABL

A sessão inaugural, que marca o início da história da ABL, acontece no Museu Pedagogium, na Rua do Passeio. — Foto: Arquivo ABL

1901: Machado de Assis e outros acadêmicos e artistas criaram em 1901 o grupo Panelinha, que costumava se reunir em almoços. A fotografia desta página é de um deles, realizado no Hotel Rio Branco, que ficava em Laranjeiras. Além de Machado (o segundo sentado, da esquerda para a direita), estão ali Rodolfo Amoedo, Artur Azevedo, Inglês de Sousa, Olavo Bilac, José Veríssimo, Sousa Bandeira, Filinto de Almeida, Guimarães Passos, Valentim Magalhães, Rodolfo Bernadelli, Rodrigo Octavio, Heitor Peixoto, João Ribeiro, Lúcio de Mendonça e Silva Ramos.

Machado de Assis e outros acadêmicos e artistas criaram em 1901 o grupo Panelinha, que costumava se reunir em almoços — Foto: Arquivo ABL

Machado de Assis e outros acadêmicos e artistas criaram em 1901 o grupo Panelinha, que costumava se reunir em almoços — Foto: Arquivo ABL

29 de setembro de 1908: Morte de Machado de Assis.

29 de junho de 1917: O livreiro Francisco Alves de Oliveira morre deixando em testamento toda sua fortuna para a instituição, que sempre foi “culta, brilhante, mas pobre”, como lembrava reportagem do GLOBO nos 50 anos da ABL. Como contrapartida pelo recebimento da herança, a casa precisava organizar concursos, prêmios literários e sessões ordinárias bonificadas.

 O livreiro Francisco Alves de Oliveira morre deixando em testamento toda sua fortuna para a instituição — Foto: Divulgação/ ABL

O livreiro Francisco Alves de Oliveira morre deixando em testamento toda sua fortuna para a instituição — Foto: Divulgação/ ABL

1923: A Academia, até então abrigada no Silogeu, em outro endereço, finalmente se muda para o Petit Trianon, sua primeira sede própria, espaço que ocupa até hoje na Avenida Presidente Wilson. Doação do governo francês, o palacete é uma réplica do Petit Trianon de Versalhes em pleno Centro do Rio. Ele foi originalmente construído para abrigar o pavilhão da França durante as comemorações do centenário da Independência do Brasil, em 1922.

 Em uma polêmica conferência intitulada “O espírito moderno”, Graça Aranha chama a academia de “reunião de espectros, um túmulo de múmias, um império de todas as velhices”.  — Foto: Arquivo ABL

Em uma polêmica conferência intitulada “O espírito moderno”, Graça Aranha chama a academia de “reunião de espectros, um túmulo de múmias, um império de todas as velhices”. — Foto: Arquivo ABL

29 de dezembro de 1943: Posse de Getúlio Vargas na cadeira 37. Em pleno Estado Novo, o ditador não precisou seguir os rituais da eleição, enviando uma carta de inscrição. Em vez disso, seu ingresso foi patrocinado por um grupo de acadêmicos.

Getúlio Vargas em seu fardão — Foto: Arquivo

Getúlio Vargas em seu fardão — Foto: Arquivo

20 de setembro de 1945: A Academia Brasileira de Letras e a Academia das Ciências de Lisboa se encontram para assinar o Acordo de Unificação Ortográfica da Língua Portuguesa.

15 de agosto 1972: Austregésilo de Athayde lança, ao lado do cardeal Dom Eugênio Sales, a pedra fundamental do novo prédio da ABL. Athayde, ocupante da cadeira 8, pensou no empreendimento como forma de tornar a instituição sustentável economicamente no futuro, e ampliar o alcance da ABL na promoção da cultura no país.

4 de novembro de 1977: Oitenta anos após sua sessão inaugural, a Academia recebe a primeira mulher como integrante da casa. A cearense Rachel de Queiroz, autora de romances como o “O quinze” e “Memorial de Maria Moura”, tornou-se a quinta ocupante da cadeira 5.

20 de julho de 1979: Inauguração do imponente arranha-céu de 29 andares, ao lado do Petit Trianon. O prédio, batizado como Palácio Austregésilo de Athayde, tornou-se uma parte importante do patrimônio da instituição.

Palácio Austregésilo de Athayde — Foto: Arquivo ABL

Palácio Austregésilo de Athayde — Foto: Arquivo ABL

1989: Athayde completa três décadas na presidência da ABL. Ao todo, ocupou o cargo por 35 anos, sendo o imortal que ficou mais tempo na função. Sua administração foi responsável por aproximar a casa do público e torná-la mais amigável a visitantes.

Austregésilo de Athayde, o acadêmico com mais tempo de presidência da ABL — Foto: Arquivo ABL

Austregésilo de Athayde, o acadêmico com mais tempo de presidência da ABL — Foto: Arquivo ABL

19 de outubro de 1993: Desde 1931 à frente do jornal O GLOBO, fundado por seu pai, Irineu Marinho, em 1925, o jornalista Roberto Marinho toma posse da cadeira 39, sucedendo ao também jornalista e escritor Otto Lara Rezende.

Roberto Marinho na posse da cadeira 39, na ABL — Foto: Cezar Loureiro/Agência O Globo

Roberto Marinho na posse da cadeira 39, na ABL — Foto: Cezar Loureiro/Agência O Globo

1996: Nélida Piñon, ocupante da cadeira 30, é eleita a primeira mulher presidente da casa. Ana Maria Machado ocuparia a presidência em 2012 e 2013.

Nélida Piñon como a primeira mulher presidente da ABL — Foto: Marco Antônio Rezende / Agência O Globo

Nélida Piñon como a primeira mulher presidente da ABL — Foto: Marco Antônio Rezende / Agência O Globo

20 de julho de 1997: Começam as comemorações do primeiro centenário.

5 de abril de 2001: Inauguração do Espaço Machado de Assis, destinado à pesquisa e à difusão do universo machadiano.

22 de setembro de 2005: Inauguração da biblioteca Rodolfo Garcia, com 1.300m², no Palácio Austregésilo de Athayde. O acervo abriga cerca de 91 mil volumes, que podem ser consultados pelo público, e é espaço para atividades culturais da instituição.

21 de novembro de 2007: Reinauguração do Teatro Raimundo Magalhães Jr., com show do futuro acadêmico Gilberto Gil.

29 de setembro de 2008: Assinatura do Acordo Ortográfico, em evento que marcou o centenário de morte de Machado de Assis.

2019: Lançamento da centésima edição da Revista Brasileira, fundada em 1855 e que passou a ser responsabilidade da ABL em 1941.

16 de abril de 2019: Pela primeira vez, crianças guaranis são convidadas para conhecer a sede da Academia. Foram recebidas em guarani pelo então presidente Marco Lucchesi e cantaram no mesmo idioma uma música em agradecimento ao deus Tupã. Em junho, a ABL sediou a mesa-redonda “As línguas indígenas no Brasil do século XXI”.

A mesa-redonda “As línguas indígenas no Brasil do século XXI”, na ABL — Foto: ABL

A mesa-redonda “As línguas indígenas no Brasil do século XXI”, na ABL — Foto: ABL

12 de março de 2020: Pela primeira vez em sua história, a ABL suspende suas atividades presenciais e abertas ao público, por causa da pandemia de Covid-19.

2022: Juntam-se à Academia dois grandes conhecidos do povo brasileiro, mostrando um esforço da instituição em ampliar os saberes de Humanidade e popularizar os ocupantes de suas cadeiras: a atriz Fernanda Montenegro, que tomou posse em março, e o músico Gilberto Gil, em abril.

A posse da atriz Fernanda Montenegro — Foto: Alexandre Cassiano /Agência O Globo

A posse da atriz Fernanda Montenegro — Foto: Alexandre Cassiano /Agência O Globo

1º de junho de 2022: Relançamento da Revista Brasileira, número 110, inaugurando a décima fase da publicação, agora sob a direção da acadêmica Rosiska Darcy de Oliveira. Os imortais Cacá Diegues, Zuenir Ventura e Joaquim Falcão compõem o Conselho Editorial.


O Globo terça, 19 de julho de 2022

ATRAÇÃO TURÍSTICA: NO FUNDO DO MAR VERMELHO, AVIÃO DE PASSAGEIROS VIRA ATRAÇÃO ENTRE MERGUHADORES

 

 

No fundo do Mar Vermelho, avião de passageiros vira atração entre mergulhadores
Mergulhador explora o avião Lockheed L-1011 TriStar afundado no Mar Vermelho, na Jordânia Reprodução / Brett Hoelzer / Deep Blue Dive Center
 

Nos arredores do Aeroporto Internacional Rei Hussein, em Aqaba, na Jordânia, o avião que mais chama a atenção não está no ar ou nos pátios. E sim no fundo do Mar Vermelho, onde foi afundado há três anos para se tornar um recife artificial e uma atração capaz de atrair mergulhadores de todo o mundo.

Por cerca de 20 anos, o Lockheed Martin L1011 Tristar serviu a diversas companhias aéreas da Europa e do Oriente Médio, até ser aposentado no começo dos anos 2000. Em 2019, após anos abandonado no aeroporto jordaniano, o avião foi afundado no Golfo de Aqaba, para promover o turismo subaquático no país, mais conhecido pelas belezas na superfície, como a cidade histórica de Petra e o Rio Jordão.

Após três anos do naufrágio, a natureza já começou a tomar conta da aeronave, que está quase intacta, com asas, motores, poltronas de passageiros, cabine dos pilotos e banheiros. Corais já se instalaram em diversas partes do avião, criando um ambiente favorável para a observação da vida marinha, com muitos peixes, moluscos e crustáceos. Além, claro, da cena inusitada que é ver um avião no fundo do mar.

 

O avião está a uma profundidade que varia de 15 a 28 metros. A cabine do piloto está na parte mais rasa, enquanto a cauda está na mais funda. Para acessar o local, é preciso ser um mergulhador certificado e muito experiente, e é preciso contratar um serviço com barco e instrutores para acompanhar a aventura.

As imagens do avião, que quando estava em operação podia transportar até 400 passageiros, viralizaram após serem publicadas pelo fotógrafo subaquático Brett Holzer em sua conta no Instagram. Elas mostram os mergulhadores explorando a fuselagem da aeronave e seu interior, inclusive a cabine dos pilotos, hoje ocupada por peixinhos coloridos.

Mergulhador explora o avião Lockheed L-1011 TriStar afundado no Mar Vermelho, na Jordânia — Foto: Reprodução / Brett Hoelzer / Deep Blue Dive Center

Mergulhador explora o avião Lockheed L-1011 TriStar afundado no Mar Vermelho, na Jordânia — Foto: Reprodução / Brett Hoelzer / Deep Blue Dive Center

No corredor principal do avião, as poltronas das fileiras do meio foram retiradas para facilitar o acesso dos mergulhadores, que podem entrar pela parte da frente.

"Os mergulhadores podem sair pelas portas da parte de traseira, que estão a uma profundidade de 28 metros, ou pelas portas do meio, que estão a 20 metros", explicou Holzer à CNN Arabic. "Não é inusual encontrar polvos se alimentando dos corais que já cresceram dentro do avião".


O Globo segunda, 18 de julho de 2022

COPA AMÉRICA FEMININA DE FUTEBOL: BRASIL X VENEZUELA - PIA SUNDHAGE QUE MAIS PRECISÃO E VELOCIDADE NO CONFRONTO

 

Por Laís Malek — Rio de Janeiro

 

Brasil x Venezuela: Pia Sundhage quer mais precisão e velocidade no confronto
A lateral Tamires, veterana da seleção, pode ser uma alternativa utilizada por Pia para concentrar as jogadas pelos lados do campo Thais Magalhães/CBF
 

Depois de quatro dias de folga, o Brasil se prepara para enfrentar a Venezuela na noite desta segunda-feira pela terceira rodada da fase de grupos da Copa América. O descanso acontece porque, em cada etapa, quatro equipes se enfrentam em dois jogos e um time descansa. As goleadas por 4 a 0 sobre a Argentina e 3 a 0 sobre o Uruguai, no entanto, ainda não são suficientes para a técnica Pia Sundhage. A sueca quer mais ritmo de jogo no confronto de hoje, às 21h, no Estádio Centenário de Armênia.

— Nós tivemos alguns dias para recarregar as energias e estamos bem. O importante para nós é criar mais jogadas e movimentar mais a bola no ataque, utilizando todo o espaço do campo — afirmou a treinadora em entrevista coletiva.

Pia ressaltou a necessidade de trabalhar melhor a posse de bola a controlar a ansiedade no ataque. De acordo com a técnica, o Brasil precisa aproveitar melhor as laterais e criar jogadas por lá, e assim chegar à área para as finalizações. Ela também reforçou que a equipe precisa melhorar a precisão dos passes, arriscando no português e pedindo por mais "capricho".

— Se não funcionar pelo meio, precisamos inverter as jogadas, surpreender o adversário, e aí vamos conseguir mais velocidade e mais capricho — avaliou.

Líder do Grupo B, o Brasil está empatado com a Argentina e a Venezuela, que também contabilizam duas vitórias na competição. A rodada se encerra com Peru x Uruguai, que ainda não pontuaram na competição.


O Globo domingo, 17 de julho de 2022

CULTURA: MUSEU DO IPIRANGA SE ATUALIZA PARA REABERTURA EM SETEMBRO

Por Elisa Martins — São Paulo

 

Museu do Ipiranga se atualiza e discute representação dos bandeirantes para  reabertura em setembro
Museu do Ipiranga Edilson Dantas

A chegada de caixas e caixas de madeira com quadros, esculturas e outras peças se mistura ao som de máquinas e operários para anunciar que o acervo está de volta ao Ipiranga. O museu mais antigo de São Paulo se prepara para reabrir as portas em 7 de setembro, no Bicentenário da Independência, após quase dez anos fechado e uma ampla reforma. Durante o período, a sociedade mudou, debates se acirraram e a instituição busca se atualizar para a volta.

 De cara, na forma, com a triplicação da área de exposição, restauros minuciosos e a inclusão de recursos de acessibilidade. Depois, no conteúdo, com a concepção de mostras que pretendem provocar discussões sobre a representação de figuras históricas, inclusive presentes em obras do próprio museu.

A começar pelos bandeirantes, retratados em esculturas de mármore logo na entrada e na escadaria monumental que leva ao salão nobre da instituição também conhecida como Museu Paulista. As peças integram o Eixo Monumental, criado no Centenário da Independência, em 1922, e tombado, ou seja, ele não pode ser modificado.

— As pessoas iniciam a visita inescapavelmente pelo saguão onde estão os bandeirantes, depois a escadaria e o salão nobre — diz Vânia Carneiro de Carvalho, coordenadora-geral das exposições do Ipiranga. — E esta não é uma área tombada por ser resquício ou para legitimar uma atitude conservadora. É um documento tridimensional, criado nos anos 1920, de uma visão de formação do país e do papel de São Paulo. Mas, para a reabertura, era preciso preparar os visitantes para os temas retratados ali. Discutimos muito sobre isso.

 

 

Visões opostas

 

Um dos exemplos é o quadro “Ciclo da caça ao índio” , de Henrique Bernardelli, destacado na escadaria, ao lado de uma estátua de Dom Pedro I. A pintura, encomendada pela elite paulista, representa um bandeirante imponente, tal qual um monarca. No novo material multimídia, ela será justaposta a outra obra do mesmo artista, de 30 anos antes, “Os bandeirantes”, do acervo do Museu Nacional de Belas Artes (MNBA), no Rio. Nela, Bernardelli representa os bandeirantes bebendo água do chão, como se fossem animais, observados por indígenas.

— Afinal, qual deve ser a representação dos bandeirantes? Animalizada ou heroica? Depende de quem a encomendou, da relação com o poder político que contratou a imagem — diz Paulo Garcez Marins, professor e curador no museu. — Devemos resistir à sedução de que existe uma narrativa certa ou errada. Precisamos debater as narrativas históricas. Esse espaço é um lugar de exercício, para discutir sem destruir.

A referência é ao movimento de derrubada de monumentos que envelheceram sócio e politicamente que tomou o mundo. No ano passado, ele chegou a São Paulo, com o incêndio da estátua do bandeirante Borba Gato, na Zona Sul da capital. Não por acaso, o Ipiranga promoverá debates sobre o que os historiadores frisam ser “uma” e não “a” História do Brasil. Assim, o quadro “Independência ou Morte”, uma das peças mais populares do acervo, é apresentado não como retrato fiel do passado, mas como “uma imagem do pintor Pedro Américo" (sobre a Independência).

 
Escadaria Monumental do Museu do Ipiranga — Foto: Edilson Dantas

Escadaria Monumental do Museu do Ipiranga — Foto: Edilson Dantas

Uma pesquisadora do Ipiranga foi destacada para percorrer acervos e museus da Europa, onde o autor estudou, para detalhar suas inspirações — a mais notória , o quadro “Batalha de Friedland” do francês Ernest Meissonier. A menção aos mestres não é vista como demérito, mas apresentada como “prática dos pintores do século XIX".

— Já vimos tanto esse quadro que pensamos que a cena foi daquele jeito. Mas não é “a” História do Brasil. Ele tem sua própria história, as coleções têm sua própria história. E mostramos isso a partir de muita pesquisa, recursos multimídia, ferramentas que permitem ao público se aproximar das peças de uma maneira nova – diz Marins.

Na reabertura serão expostos cerca de quatro mil itens. Rampas de acessibilidade foram construídas na lateral do edifício-monumento, pisos táteis guiarão visitantes cegos ou com baixa visão pelas exposições, a iluminação e os estímulos nas salas foram adequados a pessoas autistas, e os vídeos já trarão, como padrão, interpretação em libras — quem não quiser, terá que desabilitá-la, e não o oposto.

— O que marca nossa sociedade hoje é a diversidade. E o processo de pensar nossas exposições precisa ser feito a partir de múltiplos olhares e de variedade de linguagens — diz Denise Peixoto, historiadora e educadora do museu há 20 anos.

— Em uma delas, vamos inclusive decompor a imagem dos bandeirantes pra mostrar que se trata de uma construção. Não é verdade, não é mentira, é uma representação que atende aos anseios da época — diz a historiadora.

Na preparação para a reabertura, o museu promoveu encontros com vinte grupos diversos, de professores a crianças, adolescentes, pessoas autistas, cegos, integrantes de movimentos LGBTQIA+, indígenas, negros, monarquistas, entre outros.

— O objetivo era abrir um espaço de escuta, refinar os textos e contrapontos, mas também pensar em como a instituição pode construir uma aproximação com diferentes grupos sociais, criar canais de participação e diálogo através das exposições — conta Denise Peixoto.

É um processo, diz, que continuará após a reinauguração, com a abertura de editais para que outros contrapontos sejam pensados e incorporados às mostras:

— Nada está dado, nem fechado.


O Globo sábado, 16 de julho de 2022

ANIME FRIENDS: SAIBA COMO SERÁ O FESTIVAL DE CULTURA POP ASIÁTICA QUE ESTÁ DE VOLTA AO RIO

 

Por O GLOBO — Rio de Janeiro

 

Saiba como será o Anime Friends, festival de cultura pop asiática que está de volta ao Rio
 

Boa notícia para os fãs da cultural pop oriental: o festival Anime Friends volta ao Rio em sua segunda edição carioca (e a primeira desde a pandemia) neste sábado (16) e domingo (17), no Expo Mag, na Cidade Nova. Consagrado pelo público paulistano desde 2003, o evento reúne shows de atrações nacionais e internacionais, conversas com atores, dubladores e influenciadores, exibição de animes, e os tradicionais concursos de cosplay.

Entre os ídolos que marcarão presença no festival, estão o ator japonês Takumi Tsutsui, conhecido por viver o protagonista Toha Yamaji na série “Jiraiya: O incrível ninja”; a cantora japonesa Matsuko Mawatari, que interpreta a abertura do desenho Yu Yu Hakusho e anunciou que este será seu último show musical; e Hiroshi Watari, que interpretou personagens como o Guerreiro Dimensional Spielvan, o Detetive Espacial Sharivan e o Boomerman (da série "Jaspion").

No time de dubladores, estão Guilherme Briggs, que faz a voz de personagem como Freakazoid, Buzz Lightyear, e de Cosmo (de “Os padrinhos mágicos”), e Wendell Bezerra, que dubla Bob Esponja, Goku, Jackie Chan e o jogo “League of Legends”, além de Marco Ribeiro, Miriam Ficher e Christiano Torreão, que emprestaram suas vozes a personagens de "Yu Yu Hakusho".

Também para conversar com o público, estarão presentes influenciadores digitais dedicados à cultura oriental. Entre eles, Matheus Mendonça, do canal All Blue, que compartilhará suas análises bem-humoradas de mangás, animes e filmes de franquias geeks.

Ao todo, mais de 20 atrações e bandas subirão ao palco levando covers de J-rock (rock japonês) e anime songs, incluindo como YuYu20, Gaijin Sentai, Danger 3 e Wasabi, e ainda o duo brasileiro Nordex, que mescla músicas covers e autorais de animes e jogos.

O evento é o maior do segmento na América Latina, e espera reunir cerca de 30 mil pessoas nos dois dias. A programação completa está disponível em https://animefriends.com.br/programacao-rj/

 

Serviço

 

Rua Beatriz Larragoiti Lucas s/n, Cidade Nova. Sáb. (16) e dom. (17), 10h às 20h. R$ 120 (ingressos para sábado já esgotados).


O Globo sexta, 15 de julho de 2022

ROCK IN RIO 2022: LANÇADO SEGUNDA EDIÇÃO DE PROJETO DEDICADO À AMAZÔNIA

Por Ricardo Ferreira — Rio de Janeiro

 

Rock in Rio lança segunda edição de projeto dedicado à Amazônia
uma aparelhagem de som em formato de barco, projetada pelo artesão João do Som, vai receber DJs que vão tocar ritmos como brega, tecnobrega, guitarrada, lambada, carimbó, entre outros gêneros característicos do norte do país Divulgação/Rock in Rio
 

O Rock in Rio lançou nesta quinta-feira (14), em coletiva na Praça Mauá, a nova edição do projeto NAVE, um espaço dedicado à Amazônia que vai receber shows, entrevistas com artistas da região, conteúdos audiovisuais, projeções e outras ativações inspiradas na floresta.

A Nave vai ocupar uma das arenas do Parque Olímpico, que abriga o Rock um Rio em setembro. O projeto é resultado de uma parceria do festival com um coletivo criativo que tem direção da artista visual paraense Roberta Carvalho, cenografia da artista carioca Daniela Thomas, argumento da contadora de histórias acreana Karla Martins e direção musical da cantora e multiartista paraense Aíla.

- A Nave vem pra falar sobre uma outra Amazônia não tão conhecida. Brincamos que é comum a gente ver aquelas lindas imagens da floresta feitas por drone, mas em setembro nós vamos apresentar uma perspectiva além da exuberância natural, um retrato feito a partir das pessoas e da cultura da Amazônia - disse Luis Justo, CEO do Rock In Rio.

Em meio à projeções de grande formato que vão compor a arena, uma aparelhagem de som em formato de barco, projetada pelo artesão João do Som, vai receber DJs que vão tocar ritmos como brega, tecnobrega, guitarrada, lambada, carimbó, entre outros gêneros característicos do norte do país. A aparelhagem, inclusive, já foi usada em apresentações de artistas como Anitta e Joelma.

- Vamos fazer um mergulho na produção de diversos artistas amazônicos através das projeções. O barco feito pelo João, um mestre da aparelhagem, vai se transformar em uma grande festa - afirmou Roberta Carvalho.


O Globo quinta, 14 de julho de 2022

EXPOSIÇÃO: ARTESÃOS DE TODO O RIO TÊM PRODUTOS EXPOSTOS NO RECREIO SHOPPING

 

Por Maíra Rubim — Rio de Janeiro

 

Artesãos de todo o Rio têm produtos expostos no Recreio Shopping
Nova loja da Faerj no Recreio Shopping tem 150 metros quadrados Divulgação/Lucas Tuché

Seis meses depois de abrir sua primeira loja colaborativa no Recreio Shopping, a Federação do Artesanato do Rio de Janeiro mudou de andar e ocupa agora uma loja bem maior, com 150 metros quadrados. No espaço estão reunidos trabalhos de mais de 70 artesãos do estado.

 — Em menos de seis meses tivemos resultados tão satisfatórios que saímos de uma loja de 60 metros quadrados para uma muito maior. Essa mudança é muito importante para conseguirmos reunir um número maior de expositores. Muitos artesãos passaram dificuldade durante a pandemia e ainda sofrem o impacto — diz a vice-presidente Val Vieira.

O artesão Antônio Jorge Rodrigues Santos, de Nova Iguaçu, vibra com a oportunidade de ver suas obras em uma loja de shopping:

 — Faço objetos com a técnica da marchetaria, que utiliza o 3D e surgiu no Egito. Já consegui realizar algumas vendas e a expectativa é muito alta. Passa muita gente no shopping e aumenta a nossa chance das nossas obras serem vistas.

Val explica que muitos artesãos sobrevivem do artesanato ou complementam sua renda com as peças, por isso a importância da Faerj gerar novas oportunidades. Além das vendas, o espaço no Recreio Shopping será utilizado para a realização de oficinas para que os profissionais possam adquirir conhecimento e aprimorar técnicas artesanais e na área administrativa. As aulas devem começar em julho.

— Outra loja colaborativa deve ser inaugurada no Via Parque e uma no Campo Grande Shopping. O artesanato está em alta e para os shoppings é bom trabalhar com a gente, trazemos visibilidade e eles têm a chance de fazer esse trabalho social. Para o público é bom porque em um só lugar pode ver peças de artesãos de todo o estado, é uma loja diferenciada— diz Val.


O Globo quarta, 13 de julho de 2022

GASTRONOMIA: RESTAURANTES DO RJ APOSTAM EM VERSÕES INUSITADAS PARA FONDUE, DE COOKIE A COGUMELO

Por Gustavo Cunha — Rio de Janeiro

 

Restaurantes do RJ apostam em versões inusitadas para fondue, de cookie a cogumelo
O fondue de cookie da American Cookies, na Barra: panela pode ser saboreada Andria Lustosa/Divulgação

Em solo brasileiro, fondue pode ser tudo — pode, inclusive, não ser fondue. Por aqui, a clássica receita suíça ganha versões inusitadas com doce de leite, cookies, camarão, coxinhas de frango, cogumelos... A seguir, confira uma lista com algumas das maiores invencionices "fondueísticas" em restaurantes do Rio de Janeiro. Aos que dizem que se trata de bizarrice, os chefs retrucam: "Vão se fondue".

 

Fondue de doce de leite

 

O fondue de doce de leite da Casa Julieta de Serpa — Foto: José Renato Antunes/Divulgação

O fondue de doce de leite da Casa Julieta de Serpa — Foto: José Renato Antunes/Divulgação

Até o fim do inverno, a Casa Julieta de Serpa, no Flamengo, serve — apenas às sextas-feiras e sábados — quatro opções de fondue. Além dos clássicos com queijo e carne, há a opção diferentona preparada com doce de leite (R$ 145, para duas pessoas). A iguaria acompanha porções de queijo Minas, biscoito folheado, mini churros e morango, que podem ser mergulhados na ganache de doce de leite.

 

  • Endereço: Praia do Flamengo 340, Flamengo — 2551-1278. Sex, das 11h30 às 23h30. Sáb, das 19h às 23h30.

 

 

Fondue de cookie

 

O fondue de chocolate, servido em panela de cookie, da loja American Cookies — Foto: Thyago Gonçalves/Divulgação

O fondue de chocolate, servido em panela de cookie, da loja American Cookies — Foto: Thyago Gonçalves/Divulgação

Quem experimenta o fondue de chocolate da American Cookies, na Barra, pode não só lamber a panela, mas também comê-la. Por lá, a cumbuca que acolhe 200ml de chocolate ao leite é, a rigor, um grande biscoito com massa amanteigada e trufado com chocolate meio amargo. A novidade serve duas pessoas, e acompanha marshmallows, mini cookies e uvas. Sai a R$ 69,90. É para mergulhar de cabeça.

 

  • Endereço: Barra Shopping. Av. das Américas 4.666, Barra — 98242-8310. Seg a sáb, das 10h às 22h. Dom, das 14h às 21h.

 

 

Fondue de coxinha

 

O fondue de coxinha do Bar da Frente — Foto: Berg Silva/Divulgação

O fondue de coxinha do Bar da Frente — Foto: Berg Silva/Divulgação

A receita inventada pelo Bar da Frente há mais de uma década já é uma dessas iguarias perenes na gastronomia carioca. O local que criou a iguaria serve o tal fondue de janeiro a janeiro. Deleite-se com coxinhas de frango no palito, servidas com creme de queijo ao vinho branco (R$ 35,80, com quatro unidades, e R$ 52,80, com oito). A Liga dos Botecos, que reúne os cardápios de Momo, Cachambeer, Bar da Frente e Botero, oferece a mesmíssima invencionice. Sai a R$ 44,90, com seis unidades.

 

  • Bar da Frente: Rua Barão de Iguatemi 388, Praça da Bandeira — 2502-0176. Qua e dom, do meio-dia às 17h. Qui a sáb, do meio-dia às 22h.
  • Liga dos Botecos: Rua Álvaro Ramos 170, Botafogo — 3586-2511. Ter e qua, das 17h às 0h30. Qui, das 17h às 1h. Sex e sáb, do meio-dia às 1h. Dom, do meio-dia às 23h30.

 

Fondue de camarão e frutos do mar

 

Fondue de camarão — Foto: Rodrigo Azevedo

Fondue de camarão — Foto: Rodrigo Azevedo

É generosíssimo o fondue de camarão e frutos do mar do restaurante Toca da Traíra. O prato com peixe, lula, polvo e camarão VM é servido com seis cumbucas com molhos diferentes — agridoce, berinjela, molho do chef, azeitona, tártaro e queijo cremoso. Acrescente aí também uma porção de risoto cremoso, por que não? E mais: quem encara a iguaria necessariamente ganha um fondue de chocolate, com frutas, para a sobremesa. Tudo fica por R$ 318,90.

 

  • Endereço: Rua Mariz e Barros 1.050, Maracanã — 3344-2020. Diariamente, das 11h às 23h.

 

 

Fondue de cogumelos

 

O mèlange de cogumelos, servido pelo Rosita Café — Foto: Divulgação

O mèlange de cogumelos, servido pelo Rosita Café — Foto: Divulgação

Um dos carros-chefes do Rosita Café, na Barra, é o Mèlange de Cogumelos (R$ 190). Em linguagem clara, trata-se de um mix de cogumelos no fondue de queijo com pedacinhos de pães artesanais e batata röstie. Tudo quentinho, servido numa panelinha.

 

  • Endereço: Downtown. Av. das Américas 500, Barra — 3084-5203. Ter a qui, das 11h às 23h. Sex e sáb, das 1hh à meia-noite.

O Globo terça, 12 de julho de 2022

DICOS: GRAVADORA QUE HERDOU ACERVO DA TOP TAPE LANÇARÁ ÁLBUM COM SAMBAS-ENREDO REMIXADOS

 

Por Madson Gama — Rio de Janeiro

 

Gravadora que herdou acervo da Top Tape lançará álbum com sambas-enredo remixados
Fundador da Quebra Coco, Bonne Rozenblit herdou catálogo da Top Tape Divulgação/ Marcello Krengiel
 

Gravadora que, em 2018, assumiu o acervo da Top Tape, a Quebra Coco Records tem entre seus projetos o relançamento de clássicos da música na voz de novos artistas. A ideia é aproveitar o acervo de mais de duas mil canções da antecessora, que inclui trabalhos de nomes como Ney Matogrosso, Arlindo Cruz, Neguinho da Beija-Flor e Cauby Peixoto.

A Top Tape fez sucesso nas décadas de 1970 e 1980 tendo como carro-chefe os discos reunindo sambas-enredo, além de lançar álbuns de jazz, funk, blues, bossa nova e forró. Com sede na Barra, a Quebra Coco já relançou obras como “É hoje”, de Caetano Veloso; “O amanhã”, de Simone; e “Tico tico no fubá”, sucesso na voz de Carmen Miranda. Sócio e diretor da empresa, Bonne Rozenblit conta que em setembro será lançado, nas plataformas digitais, um álbum com sambas-enredo remixados:

— Cada música terá um intérprete, e o repertório inclui canções como “Bum bum paticumbum prugurundum”, samba de Aluísio Machado e Beto Sem Braço para o Império Serrano; e “Deusa da passarela”, interpretada por Neguinho da Beija-Flor, numa parceria com o Gabriel Boni, que, além de DJ, está fazendo a curadoria e a produção do projeto. Vamos dar uma roupagem mais eletrônica às obras, para ficar com um perfil de pista de dança de festas e boates. O objetivo é internacionalizar a cultura do nosso país, alinhando o que o público de fora está acostumado a ouvir com a linguagem brasileira.

Rozenblit explica que a Top Tape era uma empresa familiar. A sociedade se dissolveu, e ele herdou, do pai, a editora que detinha o acervo da gravadora.

 — Como meu pai teve um conflito com meu tio e temos um legado riquíssimo da Top Tape a preservar, resolvi criar uma outra gravadora, com o intuito de relançar clássicos no mundo do streaming, reaquecendo a cultura com letras que já estão na boca do povo e revelando novos talentos — diz. — Temos, ainda, um projeto de verão, previsto para novembro, que são minifestivais com apresentações de artistas que já fizeram colaboração conosco. Estamos definindo a programação e os locais.

“É hoje” foi regravada por DJ Lucce e Rodrigo Lampreia; “O amanhã”, por Rodrigo Sha, Pedro Tie e João Felippe; e “Tico tico no fubá”, pelo DJ João Brasil.

 


O Globo segunda, 11 de julho de 2022

DIETA CETOGÊNICA: COMO FUNCIONA, PRÓS E CONTRAS E QUEM PODE FAZER

 

Por Laís Malek — Rio de Janeiro

 

Dieta cetogênica: como funciona, prós e contras e quem pode fazer
Dieta cetogênica se baseia na diminuição dos carboidratos e no aumento das proteínas e gorduras Brooke Lark/Unsplash
 

Queridinha do momento, a dieta cetogênica é uma das dietas low carb, ou seja, com baixa ingestão de carboidratos. O plano nutricional consiste em consumir apenas 20% de carboidratos, e os 80% restantes ficam para as proteínas e as gorduras. A estratégia hiperproteica pode ajudar a emagrecer, mas é preciso realizar acompanhamento com um profissional.

A nutricionista Luiza Ferracini explica que as dietas que têm de 20 a 55% do plano alimentar baseado em carboidratos são consideradas low carb, e a cetogênica é a que tem o menor índice entre elas. Com a diminuição dos carboidratos, principal fonte de energia do corpo, o organismo recorre a outros alimentos que produzem energia; no caso dessa dieta, as gorduras. Assim, as células de gordura são quebradas para produzir energia, e o emagrecimento pode ocorrer.

Mas é preciso ter cuidado ao seguir esse modelo, por se tratar de uma mudança brusca em relação à alimentação média dos pacientes. Para quem sofre com problemas renais, por exemplo, a estratégia não é recomendada. Já para pacientes diabéticos, ela pode ser uma boa opção.

— É preciso se adaptar a essa dieta. Nos primeiros dias, os pacientes podem experienciar dor de cabeça e tonturas, então a adaptação é mais complicada. Não são todos que vão conseguir manter a dieta — avalia a nutricionista.

 

O que pode e o que não pode comer na dieta cetogênica?

 

Luiza explica que as proteínas e as gorduras, que compõem a maior parte da dieta, devem vir de “boas fontes”. Ela recomenda carnes magras, principalmente as brancas, como peixe e frango, e ovo. Em relação às gorduras, as oleaginosas são uma boa opção, como abacate, coco, azeite e castanhas.

 

Já o grupo alimentar proibido para essa estratégia é, claro, o dos carboidratos. Luiza explica que os 20% do nutriente que compõem a dieta estão presentes em outros alimentos consumidos ao longo do dia.

— É muito difícil fazer a dieta com alimentos ricos em carboidratos, como arroz, pães e massas, porque só com uma refeição você já atinge os 20% de carboidratos. O carboidrato deve ser obtido através de outros grupos, como os legumes, por exemplo — finaliza.


O Globo domingo, 10 de julho de 2022

RIO: GALETERIA TRADICIONAL DE COPACABANA VIRA PATRIMÔNIO CULTURAL E FETA SERÁ COM *BRANQUINHA*

Por O Globo — Rio de Janeiro

 

Galeteria tradicional de Copacabana vira patrimônio cultural e festa será com 'branquinha'
Galeto Sat's: 50 anos devotados à boemia Reprodução
 

A festa para comemorar o título ainda está em planejamento, mas já é certo que não faltarão alguns dos mais de 400 rótulos de cachaça que animam as noites dos clientes do Galeto Sat’s, cinquentenária referência etílica e de tira-gostos de Copacabana. Só falta escolher o acompanhamento: seja um tradicional galeto ou um frango atropelado à cubana para quem não se preocupa muito com umas calorias a mais. Ontem, a casa entrou para uma lista seleta da prefeitura formada por botequins considerados patrimônio cultural carioca. Dessa lista, fazem parte outros locais de referencias da “boemia-raiz”, tais como como o Bar e Café Lamas (Flamengo), o Nova Capela e o Bar Brasil (Lapa) e o Jobi (Leblon).

 A inclusão do bar consta de um decreto do prefeito Eduardo Paes. A justificativa para a homenagem é que o espaço é um negócio tradicional que é referência não apenas para a noite em Copacabana como para todo o Rio. Agora, o Sat’s receberá da prefeitura uma plaquinha azul que será exibida com orgulho pelos proprietários do estabelecimento.

 

 

Plaquinha azul é o símbolo do reconhecimento — Foto: Reprodução

 

Plaquinha azul é o símbolo do reconhecimento — Foto: Reprodução

 

Com esse título, a casa se torna a “saída de emergência oficial’’ da madrugada da boemia. Afinal, o Sat’s só fecha ali pelas 5 da manhã, às vezes muito mais tarde.

— E sempre com uma cachacinha na mesa, claro — comemorou o atual proprietário, Sérgio Rabello.

Sérgio diz que tem uma relação de amor com a casa. Morador de Copacabana, começou a frequentar o Sat’s com a família, como cliente. Em 2010, trocou de lado do balcão. Sem qualquer experiência, assumiu o negócio quando os espanhóis Garcia e Rivera, que abriram a casa em 1972, decidiram passar o negócio adiante.


O Globo sábado, 09 de julho de 2022

SAÚDE: COMO CURAR A RESSACA, QUANTO TEMPO DURA E QUAIS OS SINTOMAS MAIS COMUNS?

 

 

Por Caio Bitencourt — São Paulo

 

 
 
Como curar ressaca Freepik
 

Depois de uma noite regada a álcool vem a ressaca do dia seguinte, que faz muitas pessoas prometerem, muitas vez em vão, parar de beber. Mas como ela age no corpo, quanto tempo dura, quais os sintomas mais comuns e o que a ciência diz sobre como curá-la?

 O neurocientista Li Li Min, professor titular e Chefe do Departamento de Neurologia da FCM-Unicamp, e Adalberto Studart Neto, com residência em Neurologia pelo Hospital das Clínicas da FMUSP, respondem às principais questões sobre os indesejados efeitos das horas seguintes ao consumo excessivo de bebidas alcoólicas.

 

Por que temos ressaca e quais os sintomas mais comuns?

 

A ressaca ou síndrome de “pós-intoxicação por álcool” é um complexo de sintomas de distúrbios psicofisiológicos que se desenvolvem depois do uso excessivo de álcool. Os sintomas variam entre mal-estar geral, dor de cabeça, fadiga, náusea, boca seca, sede, falta de apetite e alterações mentais e neurológicas (como dificuldade de concentração e déficit cognitivo, por exemplo).

Remoção de tatuagem: é possível apagar tudo? Quanto custa?

Li Min explica que o corpo reage para eliminar as substâncias tóxicas, seja aumentando a diurese (a pessoa faz mais xixi) ou até quadro de diarreia e vômito. Segundo Neto, os sintomas mais comuns são fadiga (67%), sede (57%) e dor de cabeça (32%).

 

Quanto tempo dura uma ressaca?

 

Em geral, os sintomas aparecem entre seis e oito horas após o fim do excesso alcoólico e podem ser observados por até 20 horas.

 

Quais bebidas geram ressacas mais intensas?

 

Neto alerta que um fator que contribui para a intensidade dos sintomas de ressaca é o tipo de bebida alcoólica consumida. Algumas contêm grande quantidade de impurezas tóxicas (metanol, óleos fúseis, álcoois superiores, aldeídos). O uso de bebidas alcoólicas com alto teor de impurezas (bourbon, uísque, tequila) é acompanhado por uma ressaca mais intensa.

 

 

Existe uma quantidade ideal para evitar ressaca?

 

— O nosso organismo leva em média uma hora para metabolizar uma dose, que é dez gramas de álcool. Claro, isso depende do tipo de bebida: cerveja, uma dose corresponde a 300 ml. O vinho, 125 ml. Os destilados, 40 ml — afirma Li Min — Numa noite seria aconselhável não tomar mais de cinco doses de álcool (homens) e quatro doses (mulheres, que têm o metabolismo mais lento). O que a gente vê muitas vezes é que a pessoa toma certa quantidade em curto espaço de tempo e isso faz com que o organismo não tenha condições de metabolizar, levando a uma intoxicação muito mais severa.

 

Como curar a ressaca?

 

Neto ressalta que, atualmente, alguns pesquisadores têm desenvolvido métodos de prevenção e alívio com o uso de drogas que aceleram o metabolismo do etanol. A eliminação rápida de etanol e acetaldeído (o produto do metabolismo do álcool) do corpo pode reduzir a intensidade da ressaca.

Sabe-se que a ingestão de alimentos (principalmente os gordurosos) na véspera ou durante o consumo de álcool retarda sua absorção e reduz o pico de concentração sanguínea, enfraquecendo assim a manifestação dos sintomas da ressaca.

Há também informações na literatura científica sobre a eficácia do uso de extratos vegetais para o alívio da ressaca. Em particular, o extrato do ginseng, que normaliza os níveis de glicose e também reduz a gravidade de sintomas, como fadiga, tontura e dor de cabeça.

 

'Beber de novo' cura a ressaca?

 

Li Min alerta contra a prática:

— É basicamente você tentar apagar a fogueira com mais gasolina. E tem mais: beber demais, quer dizer, beber de novo, faz com que a pessoa crie uma certa "tolerância" e a dependência, que é muito prejudicial.


O Globo sexta, 08 de julho de 2022

DIA DA PIZZA: CONFIRA PROMOÇÕES E DICAS DE REDONDAS PARA APROVEITAR UMA DAS DATAS MAIS SABOROSAS DO ANO

 

Por Cláudia Meneses

 

Dia da pizza: confira promoções e dicas de redondas para aproveitar uma das datas mais saborosas do ano
Braz: pizza margherita brandi Divulgação / Roberto Seba
 

A pizza é um dos pratos mais amados no Brasil, com cerca de 1 milhão delas produzidas por dia, segundo dados da Associação Pizzarias Unidas do Brasil. A paixão é tanta que ela tem um dia só dela, celebrado em 10 de julho, no domingo. Para você se organizar, o Saideira fez uma lista com campeãs de sabor. Confira.

Bráz - As dicas são os lançamentos: a bologna, uma pizza branca com mortadela italiana, stracciatella, pistache, manjericão e raspas de limão siciliano (R$ 98 a grande e R$ 62 a individual); a contadino, com creme de abóbora, fior di latte, cogumelo paris, kale, ricota de cabra, pecorino e pimenta do reino (R$ 97 a grande e R$ 61 a individual); a margherita brandi, feita com molho de tomate italiano, creme de burrata e manjericão (R$ 94 a grande e R$ 59 a individual), e a 4 margherite, com quatro receitas de margherita disponíveis na casa (R$ 102). O endereço é Rua Maria Angélica 129, Jardim Botânico.

 

Mamma Jamma - A rede preparou uma receita inédita inspirada em sua campeã de vendas, a pizza Mamma Jamma – que dá nome à casa – contém linguiça calabresa artesanal da Frigor Cinque, ingrediente que será o astro da pizza comemorativa deste ano. Já a Mamma Pepe (R$ 84,50) será feita com massa de longa fermentação da casa, com bordas mais fartas, muçarela de búfala, linguiça calabresa artesanal apimentada, Catupiry, e finalizada com pimenta do reino preta moída na hora. Ficará disponível por o mês de julho nas 10 unidades da Mamma Jamma e também através do delivery. Confira os endereços no site https://mammajamma.com.br/.

Artisani: compre uma e leve duas no dia da pizza — Foto: Divulgação

Artisani: compre uma e leve duas no dia da pizza — Foto: Divulgação

 

Artisani – No domingo, na compra de uma pizza Artisani, o cliente leva duas para consumo no restaurante ou delivery. A Artisani leva muçarela, linguiça calabresa de cura especial, cebola confitada e pimenta biquinho (grande R$ 74; individual R$ 49. Fica no Casa & Gourmet, em Botafogo.

Cantina Orange - A Cantina Orange abriu seu truck em Laranjeiras, com três sabores de pizza com massa de longa maturação: Marinara, com molho pomodoro, lâminas de alho e azeite extra-virgem, finalizada com orégano fresco (R$ 38); Marguerita, com molho pomodoro, muçarela de búfala, manjericão fresco, parmesão e azeite extra-virgem (R$ 44); e Corn and Bacon, com nata de leite, muçarela, provolone, milho verde e fatias de bacon (R$ 46).

Broto - No domingo, quem pedir dois drinques da carta ganhará uma pizza dos sabores marinara ou napolitana, das 18h às 21h. A napolitana leva scarmoza, molho de tomate e basílico. A Marinara leva tomate pelati. lascas de alho e basílico fresco (sem queijo). Para beber, drinques como O Meiga e Abusada (R$28), com vodca, shrub de morango, limão tahiti, água com gás, laranja bahia e hortelã. Já o Mediterrâneo (R$32), combina gim, xarope de alecrim, suco de laranja, maracujá e suco de limão siciliano. Paque quem pedir delivery, foi criado do cupom diadapizza que dá 10% de desconto pedindo no site www.brotopizza.com.

Ferro e Farinha - As pizzas com a autoria do chef Sei Shiroma para comemorar a data são a Classic NY (R$ 53), com molho de tomate com um toque de pimenta calabresa, mozzarella e orégano; a Fráz (R$ 55), com molho de tomate com toque de pimenta calabresa, mozzarella, linguiça calabresa com erva doce e orégano; a Olívia (R$ 52), com ricotta fresca, espinafre marinado em azeite com alho e fior di latte; e a Tokyo Style Atum (R$ 61), com molho de tomate, lâminas de atum cru, alho, tomates marinados e maionese da casa. Os endereços são Barra (Avenida Olegário Maciel 555 / Telefone: (21) 98022-2790); Leblon (Rua Dias Ferreira 48 / Telefone: (21) 99605-0397); e Botafogo (Rua Arnaldo Quintela 23 / Telefone: (21) 99349-4285). Delivery próprio e iFood.

 
Domino's: promoção para o dia da pizza — Foto: Reprodução

Domino's: promoção para o dia da pizza — Foto: Reprodução

Domino’s - Até o dia 10, dará oferecer 50% de desconto nas pizzas grandes ou médias, de massa fina ou tradicional, de qualquer sabor, incluindo os mais pedidos (calabresa, pepperoni e frango com requeijão). A promoção vale para compras em site, aplicativo, Whatsapp, telefone e até balcão.

Suburbanos Pizza: calabresa suprema — Foto: Divulgação / Foto João Maciel

Suburbanos Pizza: calabresa suprema — Foto: Divulgação / Foto João Maciel

Suburbanos - A rede lança massa de fermentação longa, que estará em cartaz a partir de domingo em 40 sabores. A criação é do pizzaiolo e sócio Rodrigo Molina é feita com farinha 00, com 24 horas de maturação. Os destaques são a pizza de bacon com cream cheese (85 - 10 fatias); a de calabresa com pimenta sriracha e cream cheese (R$ 78 - 10 fatias); e a de calabresa suprema (R$ 78 - 10 fatias) – molho de tomate Italiano, muçarela, calabresa em dobro e orégano. A novidade estará nas 18 unidades híbridas da rede (Laranjeiras, Copacabana, Tijuca, Grajaú, Méier, Vista Alegre, Barra da Tijuca, Rio 2, Recreio, Vila Valqueire Freguesia, Taquara, Campo Grande, Bangu, Nova Iguaçu, Duque de Caxias, Niterói e Ilha do Governador). Pedidos on-line por https://menu.ifood.com.br/lojas/suburbanos.

 

Secreta Pizza Bar - Neste domingo, quem comprar uma pizza Secreta média e pagará R$ 5 por uma do mesmo tamanho. A promoção vale para todos os sabores, incluindo os veganos. A chef Anna Bokel sugere a tomate e cabra (R$ 76,50); com tomates assados, queijo boursin e manjericão; a carbonara (R$ 79,90), com bacon crispy e ovo cremoso; e a margherita especial (R$ 77,90), com muçarela de búfalo, azeitona preta e tomate marinado no pesto de manjericão. Endereço: Rua Dezenove de Fevereiro 188, Botafogo. Telefone: (21) 3269-4494 . Delivery: Via Ifood ou site .

Casa Tua: pizza quatro queijos com muçarela, brie, gongonzola e parmesão — Foto: Reprodução

Casa Tua: pizza quatro queijos com muçarela, brie, gongonzola e parmesão — Foto: Reprodução

Casa Tua Forneria - As sugestões de redondas feitas pelo pizzaiolo Rones Carvalho são a quatro queijos com muçarela, brie, gongonzola e parmesão (R$58); a margherita com muçarela de búfula e manjericão (R$52); e a pizza prosciutto, com presunto de parma e rúcula (R$62). O endereço é Rua Érico Veríssimo 190, Jardim Oceânico, Barra da Tijuca. Telefone: (21) 3030-0010 / WhatsApp (21) 99073-7007.

Gávea Beach Club - Os quiosques no Leme e na Barra vão lançar a sua pizza artesanal, servida al taglio, em fatia, cortada em pedaços e servida como petisco (R$75 - serve 2 pessoas). Os sabores são margherita (R$14 - fatia) e presunto com rúcula (R$18 - fatia). Ficam na Barra (Avenida Lúcio Costa 22) e Leme (Avenida Atlântica QL 09/10).

 
Mazzo Pizzaria: a margherita napoletana  — Foto: Divulgação / Foto Bruno de Lima

Mazzo Pizzaria: a margherita napoletana — Foto: Divulgação / Foto Bruno de Lima

Mazzo - No domingo, a tradicional pizza no sabor margheritta napoletana (mozzarella fior di latte, molho de tomate pelati san marzano e basilico (manjericão) e azeite Evo) estará com desconto tanto para quem for até a pizzaria quanto para delivery. A pizza individual (servida no salão) sairá por R$ 38; e pizza grande (apenas para delivery), por R$ 58. O endereço é Rua Muniz Barreto 618, Botafogo. Telefone: (21) 3598-5354 e Whatsapp. (21) 99233-8419.

Ella Pizzaria: caponata  — Foto: Divulgação / Grupo Nebraska

Ella Pizzaria: caponata — Foto: Divulgação / Grupo Nebraska

Ella Pizzaria - As sugestões de autoria do chef Pedro Siqueira são as pizzas nos sabores caponata (R$46), com abobrinha, berinjela, cebola, cogumelos, castanhas e ervas frescas; marguerita (R$ 54), com molho de tomate próprio, scarmoza de búfala, basilicão e fio de azeite; tartufi (R$ 62), com molho de tomate próprio, scarmoza, cogumelos frescos, ovo estalado, crocante de parma e azeite trufado; e a Nut Ella R$ 39), uma pizza doce com creme de Nutella, lâminas de amêndoas e raspas de limão siciliano.   Os endereços são Ella Pizzaria (Rua Pacheco Leão 102,Jardim Botânico / Telefone: (21) 3559-0102) ; e Ella Pizzaria Delivery Zona Sul (Rua Von Matius 325 loja I, Jardim Botânico / Telefone: (21) 3083-9157.

 

Forneria Original - A rede dará até domingo 30% off nos combos Semana da Pizza, que unem uma pizza salgada grande (40cm) e uma pizza doce pequena (20cm) de sabores selecionados. Os descontos serão distribuídos de acordo com o horário: 30% das 17h às 18h30, 20% das 18h31 às 19h30, 10% das 19h31 às 22h e 20% das 22h01 às 23h30. Os sabores do combo são calabresa Seara Gourmet, pepperoni, Levíssimo com provolone e shitake. Para as doces, chocolate ao leite, chocolate branco, chocolate meio amargo e cheesecake. Pedidos por telefone e whatsapp: (21) 4063-5555; App Forneria Original Oficial (iOS e Android); e site www.forneriaoriginal.com/pedido .

Carmelo - O chef Marcos Alvim lança a pizza sabor de chocolate duplo (23cm - R$29), com creme de leite, chocolate meio amargo e chocolate branco. Pra acompanhar o lançamento, o restaurante não cobra taxa de rolha! O endereço é Rua Corrêa Dutra 39, Flamengo. Pedidos por Ifood, dire.to/carmelo, pelos telefones 2225-1890 e 2557-7941; e whatsapp 21 98621-0238.

Parmê: promoção de pizzas — Foto: Divulgação / Agência Nebraska

Parmê: promoção de pizzas — Foto: Divulgação / Agência Nebraska

Parmê - No domingo, apartir das 18h, o rodízio nos restaurantes sairá por R$ 44,90 mais refil. Nas lojas express, quem comprar uma pizza família ganhará outra. A segunda pizza deve ser igual ou de menor valor no mesmo pedido. Os endereços das unidades está no site http://www.parme.com.br/lojas.

 

Bottega 73 - A casa do Flamengo tem quatro novidades no cardápio, servidas a partir das 18h: a pizza salumeria (R$48,90), com molho de tomate rústico, copa, nozes e parmesão; a mineira (R$49,50), com molho de tomate rústico, linguiça de pernil, sweet chilli e queijo canastra ralado fino; a pizza al mare (R$54,90), com molho pesto, camarão, alho confit e queijo meia cura; e a vegetariana (R$48,90), com molho de tomate rústico, fior de late, tomate cereja, rúcula e vinagrete. De sobremesa, o stick de borda de pizza com chocolate e castanha (R$32,20) e na versão de caramelo salgado (R$29,90). O endereço é Rua Paissandu 73, Flamengo. Telefone: (21) 97886-7462.

  

Tutto Nhoque - A rede criou um sabor especial, a Pizza Mezzo Rosso, com costelinha de porco desfiada previamente marinada em gengibre, shoyu, alho e pimenta do reino, coberta com lâminas de cebola roxa e alho poró. A finalização é com chutney de tomate, dando um toque agridoce. Ela estará disponível no domingo com 50% de desconto, de R$56 por R$28. Endereços nas unidades em http://www.tuttonhoque.com.br/

Heaven Cucina: racchetta alla carbonara — Foto: Divulgação / Foto de Vitor Faria

Heaven Cucina: racchetta alla carbonara — Foto: Divulgação / Foto de Vitor Faria

Heaven Cucina - As dicas são a tartufata, com creme de grana padano e Ementhal suíço, mozzarela di búfala, parmesão, salsa tartufata e brotos orgânicos. Há ainda a racchetta, pizza em formato de raquete com o cabo recheado de queijo cremoso, com sabores como Alla Carbonara, com mix de queijos, bacon, gema de ovo caipira e ramos de tomilho; a Di Burrata, com uma burrata inteira, com mix de queijos, tomates assados, azeitonas e rúculas selvagens. Fica no Vogue Square (Avenida das Américas 8.585, Barra da Tijuca.

 

Nonna per Heaven - A dica é a portoghese della nonna, com molho de tomate, presunto em fatias bem finas, pétalas de cebola roxa, mix de queijos, tartar de azeitonas roxas, ovo cozido ralado e rúcula selvagem. Fica no ParkJacarepaguá, na Frguesia.

Olivo Villagio - A novidade do clássico italiano do VillageMall é a Pinsa Romana, que mistura farinha de trigo, de soja e de arroz, que deixa a pizza mais leve. São oito sabores, como Cesare, com molho de tomate San Marzano, mozzarella fior di latte, linguiça e pimentões coloridos; e Nerone com molho de tomate San Marzano, mozzarella fior di latte, cogumelos paris frescos e Grana Padano.

Marinas Café: pizza — Foto: Reprodução

Marinas Café: pizza — Foto: Reprodução

Café Marinas - As pedidas são pizzas em formato retangular em seu menu, como a calabresa (R$ 38), marguerita (R$38) e mussarela (R$34,). Há ainda a rústica de aliche (R$42) e cebola roxa com gorgonzola (R$36). O endereço é Avenida Infante Dom Henrique sem número, loja 1, Marina da Glória. Telefone: (21) 99880-7979 Delivery pelo IFood .

Olivo Cucina e Pizzeria - Os sabores para comemorar a data são o Pugliese, com mozzarela flor di latte, cogumelos frescos e presunto; o Padana, com molho de tomate, mossarela flor di latte, grana padano em lascas e rúcula; e Abruzzese, com brie, linguiça picante e rúcula. De doces, estão as de morango, com chocolate meio amargo; e banana com chocolate branco. Fica na Avenida Érico Veríssimo 690, Barra da Tijuca.

 

Pappa Jack – A pedida é a pizza Pappa Jack (carro chefe da casa), com uma camada de molho de tomate natural, orégano chileno, muçarela de cura especial e linguiça calabresa artesanal gratinada com queijo parmesão (individual - R$ 58,80; e família - R$ 84,80). Fica no Mercado de Produtores, no Uptown Barra.


O Globo quinta, 07 de julho de 2022

GASTRONOMIA: NOVIDADES RENOVAM A RUA CONDE BERNADOTTE, NO LEBLON

Por Natália Boere — Rio de Janeiro

 

Novidades gastronômicas renovam a Rua Conde Bernadotte, no Leblon
O sócio Rafa Brito Pereira na filial recém-inaugurada da padaria Slow Bakery Divulgação/Bossa

Um cheirinho de pão de fermentação natural tomou conta da Rua Conde Bernadotte, no Leblon. Foi lá, no número 26, que aportou, no final de abril, uma filial da Slow Bakery, para fazer companhia às lojas de Botafogo (a fábrica) e Jardim Botânico.

A via, que andava meio esquecida, voltou a ser um centro gastronômico com a recente chegada de outras três novidades: o Porco Amigo Bar, a padaria Grâu Artesanal e a expansão do Peixoto Sushi. Sócio da Slow Bakery, Rafa Brito Pereira afirma que a vocação desbravadora está no DNA da casa:

— Começamos em Botafogo na Rua São João Batista, na frente do cemitério, pior lugar possível. Temos facilidade de formar ponto.

Ele conta, com orgulho, que a nova “filha” já vende de três a quatro toneladas de pão por mês. E adianta que eles vão implantar uma linha de pães :

— Os testes estão começando. Teremos produtos com longuíssima fermentação, como baguetes, ciabatas e pizzas na pedra.

 

Diferentes idiomas num mesmo ponto

 

 Os sócios Dudu (à esquerda) e Nery no Porco Amigo do Leblon: quitutes portugueses são a pedida — Foto: Divulgação/Guiga Lessa

Os sócios Dudu (à esquerda) e Nery no Porco Amigo do Leblon: quitutes portugueses são a pedida — Foto: Divulgação/Guiga Lessa

É uma casa portuguesa com certeza. Após mais de três anos de sucesso em Botafogo, o Porco Amigo Bar foi outro que aterrissou no número 26, a galeria do Teatro Leblon, na Conde Bernadotte, no início de abril. Por lá, as receitas lusitanas ganham sotaque suíno, como o Toca Aê, punheta de filé-mignon suíno curado com picles de cebola roxa e pimenta de cheiro com azeitona picada (R$ 28). Outro destaque entre os petiscos é o Ora que Coxas, coxinha de leitão, acompanhada de creme de queijo defumado (R$ 9,50, a unidade; R$ 35, porção com quatro unidades). 

Os sócios Eduardo Gomes e Nery Owczarzak ainda planejam abrir filiais na Tijuca e na Barra. Mas, por enquanto, os mimos estão mais concentrados na caçula da dupla:

— O Leblon tem um público totalmente diferente, mais exigente. Refizemos o cardápio de lá com uma gastronomia portuguesa, é totalmente exclusivo —destaca Gomes.

O casal Viviane e Beni Schvartz, do Peixoto Sushi — Foto: Divulgação/Genaro Braga

O casal Viviane e Beni Schvartz, do Peixoto Sushi — Foto: Divulgação/Genaro Braga

Já o japonês Peixoto Sushi, que começou como uma peixaria em Copacabana, ganhou expansão na Conde Bernadotte em fevereiro: incorporou as duas lojas do lado e, de uma “portinha”, virou uma casa com capacidade para 70 pessoas. Um dos grandes diferenciais do empreendimento do casal Beni e Viviane Schvartz são os peixes sempre frescos, escolhidos um a um por Beni nos barcos de pesca.

— Um dos nossos hobbies era pescar nas ilhas e levar o peixe para restaurantes japoneses prepararem para comermos. Resolvemos, então, abrir uma peixaria e, quando os clientes começaram a provar nossas degustações e fazer pedidos especiais, vimos a necessidade de ter um restaurante com cozinha — explica Viviane.

O casal Sergio Balaj e Elaine Condor, da Grâu Artesanal — Foto: Divulgação/João Paulo/Markimídia

O casal Sergio Balaj e Elaine Condor, da Grâu Artesanal — Foto: Divulgação/João Paulo/Markimídia

A Grâu Artesanal arriou as malas no mesmo endereço no Leblon em janeiro. A padaria especializada em pães com fermentação 100% natural, produzidos no local, é a realização do sonho de casal Sergio Balaj e Elaine Condor. A casa oferece desde baguetes (R$ 7, a unidade) a brioches com recheios de cúrcuma com avelã (R$ 14, cada) e pão de açaí (R$ 29, com 350g).

— A produção é exclusivamente artesanal, com técnicas francesas de panificação e produtos genuinamente brasileiros — afirma Elaine, discípula do Le Condon Bleu.


O Globo quarta, 06 de julho de 2022

TECNOLOGIA: 5G ESTREIA HOJE NO BRASIL - O QUE MUDA? VOU AGAR MAIS? TIRE SUAS DÚVIDAS

Por O Globo — Rio

 

5G estreia hoje no Brasil: O que muda? Vou pagar mais? Tire suas dúvidas
5G: Preciso trocar de plano ou de celular? Veja o que muda com estreia da tecnologia em Brasília Freepik

A quinta geração da internet móvel — o 5G — estreia nesta quarta-feira em Brasília, marcando uma nova fase das telecomunicações no país. Não há data definida para o início das operações em outras capitais, que já foram escolhidas: São Paulo, Belo Horizonte, Porto Alegre e João Pessoa.

 Mas o consumidor ainda tem muitas dúvidas sobre como usar e quais são os benefícios. Tire suas dúvidas sobre a nova tecnologia que vai permitir altíssima velocidade na palma da mão.

 

O que é e quais são os benefícios da tecnologia 5G?

 

É a nova geração de conexão de internet móvel que oferece velocidades para baixar e enviar arquivos muito mais rápidas. As bandas de espectro existentes estão ficando congestionadas, levando a falhas no serviço, especialmente quando muitas pessoas na mesma área estão tentando acessar serviços móveis on-line ao mesmo tempo. 

 

O que muda do 4G para o 5G?

 

O 5G puro (chamado de standalone) vai permitir velocidade móvel de até 1 giga por segundo. A velocidade 4G tem média de 13 Mbps e pode chegar a 80 Mbps. Isso significa uma internet muito mais rápida que o atual 4G, possibilitando uma infinidade de novos usos, serviços e “realidades” que vão dividir espaço com os já populares streaming de vídeos e músicas em alta definição.

Essa maior velocidade vai permitir baixar fotos e assistir filmes quase que de forma instantânea. A chamada latência também é baixa na nova tecnologia, o que significa uma transmissão de dados mais fluida e sem demora para carregar.

Além disso, permitirá movimentos simultâneos entre duas pessoas interagindo na rede, como em games ou no uso de um aplicativo de ginástica, por exemplo.

Além de games e filmes, o 5G vai favorecer possibilidades de novas experiências digitais, como realidade virtual e aumentada.

 

Qual a diferença do chamado 5G puro para o 5G DSS?

 

5G DSS é uma tecnologia lançada pelas empresas de telefonia no Brasil e no mundo para oferecer uma velocidade mais rápida que o 4G, mas ainda longe do 5G real. O DSS é uma combinação de frequências usadas para prover o 4G com antenas 5G. Isso permite oferecer velocidades maior, de 200 Mbps. É por isso que 5G DSS é chamado também de non standalone.

Há celulares compatíveis com tanto com o 5G puro como o com o 5G DSS à venda no Brasil. Mas, como a faixa de frequência do 5G puro não estava disponível, os aparelhos rodam apenas com a velocidade do 5G DSS nas faixas do 4G.

 

O 5G "puro" é uma tecnologia que oferece duas características fundamentais das redes móveis de quinta geração: altíssima velocidade e baixa latência (demora entre o envio e o recebimento de uma informação).

A versão "pura" usa uma infraestrutura totalmente nova e dedicada ao 5G, sem aproveitar a estrutura usada até hoje pelo 4G. Por isso, a velocidade e a confiabilidade da conexão são maiores.

 

Onde o 5G já está funcionando?

 

A partir desta quarta-feira a rede 5G "pura" já estará funcionando em Brasília. Segundo a Anatel, 80% do espaço da capital estarão com a nova rede disponível. Claro, Tim e Vivo já estarão aptas a lançarem seus serviços. 

Cada uma das três operadoras instalou 100 estações espalhadas pelo DF, com maior concentração na região do Plano Piloto, área central de Brasília onde ficam a Esplanada dos Ministérios e as sedes de Executivo, Legislativo e Judiciário.

Belo Horizonte, Porto Alegre, João Pessoa e São Paulo serão as próximas cidades, mas ainda não há uma data exata. Pelas regras em edital, todas as capitais terão que ter a nova rede até o fim de setembro.

 

Quais os aparelhos compatíveis com 5G?

 

Quase 70 modelos são compatíveis com a rede 5G. A tecnologia vai funcionar apenas em celulares mais recentes, de empresas como Apple, Samsung, Xiaomi, Motorola, entre outras. Segundo a Anatel, os usuários devem conferir a lista de modelos antes de comprarem um novo celular e verificar o selo de homologação localizado no aparelho ou no manual.

Por isso, se ficar na dúvida, verifique se o celular está apto a operar na faixa de 3,5 gigahertz, a principal faixa leiloada pela Anatel em novembro do ano passado para o 5G.

É possível acrescentar a tecnologia 5G em aparelhos antigos?

 

Não. Só os aparelhos que tem o hardware preparado para se conectar com a antena 5G conseguirão acessar. Mas, de maneira geral, os celulares lançados nos últimos 12 meses suportam a quinta geração da internet. Já aqueles que começaram a ser vendidos há dois ou três anos, geralmente não estão preparados para o 5G.

 

Quais as operadoras que oferecem o 5G?

 

As empresas autorizadas a utilizar a frequência 5G de forma nacional são Claro, TIM e Vivo. Outras teles regionais compraram frequências locais.

 

Será preciso pagar mais à operadora?

 

Neste momento, a expectativa é que não haja reajuste por conta do serviço. Como o 5G puro vai ter mais velocidade, as teles vão criar planos especiais para serviços específicos, embora a estratégia seja guardada a sete chaves.

para evitar que o consumidor fique ainda mais confuso na hora de contratar novos pacotes, a Anatel trabalha em diretrizes para tentar proteger o consumidor na hora de contratar os novos serviços, diante do aumento da diversidade de ofertas.

Os planos terão que considerar a expectativa de benefícios trazidos, como o aumento da velocidade e a melhoria da rede em relação às ofertas.

 

Quais os desafios do 5G?

 

Um dos grandes desafios é a cobertura e disponibilidade de serviço. Os obstáculos a serem superados para a entrada em operação das faixas de 3,5GHz são maiores do que foram para as redes 3G e 4G.

Outro desafio importante da infraestrutura de rede 5G será a necessidade de substituir as conexões de fibra óptica. As velocidades sem fio serão tão rápidas quanto a conexão com fio com a qual ele se comunica. Portanto, as conexões mais lentas precisarão ser substituídas.

Manter os custos de operação e manutenção baixos é outro desafio que as empresas de telecomunicações devem enfrentar. Adicionar o hardware necessário para redes 5G pode aumentar significativamente as despesas operacionais

 

A tecnologia 4G vai acabar?

 

Não. Para que a rede 4G seja desligada seria necessário que todos os brasileiros passassem a utilizar apenas o 5G, algo que não deve ocorrer antes de 2029, segundo especialistas.


O Globo terça, 05 de julho de 2022

TURISMO: GIRASSÓIS, ASAS E *LIKES* NO INSTAGRAM - COMO APROVEITAR O INVERNO NO JARDIM UANÁ ETÊ

Por Eduardo Maia

 

Girassóis, asas e ‘likes’ no Instagram: como aproveitar o inverno no jardim Uaná Etê, no interior do Estado do Rio
As famosas asas do Uaná Etê Jardim Ecológico, que combina paisagismo e instalações artísticas em Engenheiro Paulo de Frontin, no Vale do Café fluminense Eduardo Maia / O Globo
 

Você pode ainda não conhecer o Uaná Etê Jardim Ecológico, parque botânico e artístico na zona rural de Engenheiro Paulo de Frontin, na estrada que liga a cidade a Vassouras, no Vale do Café fluminense. Mas certamente já deparou em redes sociais com fotos de alguém em frente a um imenso par de asas no alto de uma colina.

O sucesso da obra “Liberdade natural”, de Rafael Maia, é imenso, mas há outros belos cenários para colher um canavial de likes. É o que não falta no parque.

A mais nova área com potencial para brilhar nas timelines são os Jardins Suspensos de Pindorama, inaugurados em 21 de junho. Debruçados sobre cinco patamares, um mais alto que o outro, nas franjas do parque e de frente para as montanhas ao redor, a área tem sagus, palmeiras fênix, palmeiras rabo de raposa, jerivás e biri-biris. Mas nenhuma delas chama tanto a atenção quanto os quatro mil girassóis, plantados em fileiras. O jardim fica num caminho que começa atrás do lavandário — outro ótimo ponto para fotografias.

Girassóis do Jardim Pindorama, nova atração do Uaná Etê, no Vale do Café, no interior do Rio de Janeiro — Foto: Eduardo Maia / O Globo

Girassóis do Jardim Pindorama, nova atração do Uaná Etê, no Vale do Café, no interior do Rio de Janeiro — Foto: Eduardo Maia / O Globo

 

Além dos girassóis, o Jardim Pindorama tem um grande círculo no chão, desenhado com pedras, como se fosse um labirinto. A estrutura conversa com outra novidade do parque, a instalação artística meditativa “Éden”, com dez círculos espalhados por todo o parque. Cada um deles representa os frutos da Árvore da Vida da cabala judaica.

A instalação é uma parceria entre a mestra em cabala Sandra Strauss, e a harpista e proprietária do Uaná Etê, Cristina Braga. A ideia da dupla é formar um circuito que pode ser percorrido de maneira paralela às atrações do jardim, e que pode levar de uma hora e meia a três horas para ser concluído, dependendo do tempo gasto para reflexão em cada ponto.

Os três primeiros círculos do circuito estão ao redor do Jardim Cachoeirinha, na parte mais baixa da área visitável do parque, um local que passa despercebido para muitos visitantes, focados em ir logo para a parte mais alta, onde estão as instalações mais conhecidas, como as grandes asas e o Labirinto da Música.

Um dos círculos da instalação 'Eden', que representa a Árvore da Vida da Cabala, no jardim Uaná Etê, em Engenheiro Paulo de Frontin (RJ) — Foto: Eduardo Maia / O Globo

Um dos círculos da instalação 'Eden', que representa a Árvore da Vida da Cabala, no jardim Uaná Etê, em Engenheiro Paulo de Frontin (RJ) — Foto: Eduardo Maia / O Globo

Nesta área mais baixa, o antigo orquidário foi repaginado por Cristina Braga e agora estreia como Jardim de Inverno, uma pequena estrutura coberta que está recebendo, até o dia 16 de julho, o Uaná Jazz Winter, evento que combina música ao vivo e gastronomia, com pratos criados e preparados pela chef Malu Mello, com ingredientes de produtores do Vale do Café (incluindo o sítio de sua família em Paty) e até lambari, peixe típico da bacia do Rio Paraíba do Sul.

 

Para completar, também é possível fazer degustação de cachaças do Vale, como Magnífica (de Miguel Pereira), Pindorama (de Mendes) e Werneck (de Rio das Flores). Cervejas da região, como Ferdinander, produzida em Engenheiro Paulo de Frontin, também têm espaço.

A comida de Malu Mello harmoniza com a música de Cristina Braga e seu marido, Ricardo Medeiros, também proprietário do parque. O casal apresenta o show “Uirapuru Cool Jazz” numa programação que pode ser combinada com a famosa Hora Rosa, o entardecer no parque, que pode ser apreciado por quem compra um tipo de ingresso especial, já que a visita convencional se encerra às 17h (outras informações no site uanaete.com).


O Globo segunda, 04 de julho de 2022

SAÚDE: SEGUNDA SEM CARNE - VALE A PENA?

 

Por Laís Malek — Rio de Janeiro

 

Segunda sem carne: vale a pena? Veja benefícios e como substituir alimentos
Segunda sem carne: Alimentação à base de plantas pode trazer benefícios para saúde Mariana Medvedeva/Unsplash

A "segunda sem carne” é uma campanha realizada pela Sociedade Vegetariana no Brasil há mais de uma década, mas que vem ganhando mais visibilidade nos últimos anos. De acordo com dados da instituição, quando uma pessoa abre mão de consumir produtos de origem animal em um dia da semana, ela deixa de emitir 14kg de gás carbônico na atmosfera e economiza 3,4 mil litros de água. A estratégia é recomendada por especialistas e pode ter impactos positivos para a saúde.

 De acordo com a nutricionista Carolina Oliveira, muitas pessoas começam a transição para o vegetarianismo através da "segunda sem carne". A campanha ajuda a trazer mais informações sobre uma dieta baseada em plantas, e as pessoas têm ficado mais receptivas a reduzir e a cortar o consumo de produtos de origem animal.

— A gente não precisa consumir proteína de origem animal. É possível ter uma alimentação balanceada, com orientação de um profissional, apenas com uma alimentação de origem vegetal — afirma Carolina, que é adepta do vegetarianismo.

  

Como substituir a proteína animal pela vegetal?

 

De acordo com a Organização Mundial de Saúde, o consumo de proteína recomendado por dia deve ser de 0.8 a 1.5g por quilo de peso de uma pessoa. No entanto, não há nenhuma orientação para que esse consumo seja através de produtos de origem animal. A nutricionista explica que a diminuição do consumo de alimentos de origem animal pode significar um menor risco de doenças cardiovasculares e de resistência à insulina. Ela também dá dicas para quem planeja entrar na onda da "segunda sem carne":

As leguminosas, como o feijão, o grão de bico e a lentilha, são consideradas a principal substituição da proteína de origem animal. Outras opções de alimentos ricos em proteína são soja, trigo sarraceno, quinoa, sementes e oleaginosas, como castanhas e amendoim. A nutricionista Luane Magnago explica os impactos positivos para a saúde:

— Quando se troca alimentos de origem animal por vegetal, geralmente está se adicionando mais fibras, mais nutrientes, e aí pode ter um impacto na saúde. Há estudos que apontam que o consumo excessivo da carne vermelha e das carnes processadas, especialmente, tem um grande impacto inflamatório no organismo, o que pode aumentar a chance de desenvolver diversas doenças.

 

Quem pode fazer a "segunda sem carne"?

 

Luane explica que não há nenhuma condição de saúde que seja restritiva, mas que é necessário o acompanhamento de um profissional. Ela explica que, por diminuir o impacto inflamatório no organismo, a dieta baseada em plantas pode ser até mais recomendada para quem sofre com outras condições. A mudança, porém, deve ser feita com cuidado.

— Quem tem doenças associadas não pode fazer essa troca sem orientação, se não essas pessoas podem ter um baixo consumo proteico e prejudicar outras questões. É preciso uma orientação de quanto ela vai substituir e de como fazer isso, quais combinações podem ser feitas — finaliza.


O Globo segunda, 04 de julho de 2022

O AMIGO DA ONÇA - 088

O Globo domingo, 03 de julho de 2022

CULTURA: ROUANET SE ENCANTOU - AOS 88 ANOS, MORRE O ACADÊMICO E DIPLOMATA RESPONSÁVEL PELA LEI BRASILEIRA DE INCENTIVOS FISCAIS À CULTURA

Morre o acadêmico e diplomata Sergio Paulo Rouanet

 

 

Mônica Imbuzeiro

 

 

Aos 88 anos, morreu hoje no Rio de Janeiro o diplomata, ensaísta e ocupante da cadeira de número 13 da ABL há 30 anos, Sérgio Paulo Rouanet. Já há alguns anos era portador da doença de Alzheimer.

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Como secretário de Cultura do governo Collor foi o responsável pela criação da lei brasileira de incentivos fiscais à cultura, em 1991.

 Todo esse arcabouço legal, fundamental para o financiamento do setor nas últimas três décadas, acabou batizado justamente com o seu nome, Lei Rouanet.

A lei que levava o seu nome foi, nos últimos anos, uma espécie de carro-chefe da guerra cultural bolsonarista.

Virou alvo de fake news e foi munição para os aliados do bolsonarismo, uma turma que tem horror à cultura na proporção inversa ao amor que nutrem por armas de fogo.


O Globo sábado, 02 de julho de 2022

MEDICINA - SAÚDE: POR QUE VOCÊ DEVE OLHAR SEU COCÔ TODOS OS DIAS PARA PREVENIR DOENÇAS

 

Por Eduardo F. Filho — São Paulo

 

Por que você deve olhar seu cocô todos os dias para prevenir doenças
Câncer de intestino: os primeiros sintomas costumam surgir nas fezes Unsplash

No último dia 28, a jornalista e influenciadora britânica Dame Deborah James, que se transformou em um símbolo contra o câncer de intestino, justamente por falar abertamente sobre o cotidiano de uma pessoa que convive com o tumor no intuito de desmistificar o tratamento, promover o diagnóstico precoce e arrecadar milhões para a causa, acabou morrendo da doença.

Uma de suas principais frentes era o diagnóstico precoce do câncer e defendia que as pessoas deveriam verificar diariamente suas fezes, pois 90% das pessoas apresentam os primeiros sintomas em uma simples ida ao banheiro. Os primeiros sintomas, não só deste câncer, mas de diferentes outras doenças inflamatórias, como a retocolite ulcerativa e a doença de Crohn, começam na hora da evacuação.

No Brasil, o câncer de intestino, é a terceira de maior incidente na população atingindo cerca de 40 mil novos casos por ano entre homens e mulheres. Entre os principais sinais estão: uma mudança contínua nos hábitos intestinais, como diarreias, prisão de ventre alternados, dor ou desconforto abdominal, fraqueza, anemia, alteração na forma das fezes (muito finas, compridas, pesadas), além da presença de sangue no cocô.

O sinal do plasma nas fezes, sem uma causa óbvia também é um alerta para diferentes doenças inflamatórias. Sangue vermelho escuro ou preto no cocô, por exemplo, pode vir de problemas no estômago ou do intestino. Sangue vermelho brilhante pode ser sinal de vasculite, ou seja, um inchaço nos vasos sanguíneos.

O muco intestinal, que nada mais é do que uma secreção gelatinosa de cor amarelada ou branca, em grandes proporções nas fezes também é uma razão para procurar um médico com urgência. Pode ser o começo de uma retocolite ulcerativa, doença que causa inflamações no intestino grosso (cólon) e no reto, em sua camada mais superficial, a mucosa. Esse processo provoca sintomas como diarreia, hemorragia, cólicas e febre. Normalmente acomete homens e mulheres entre os 15 e 30 anos. Uma minoria dos afetados sofre o seu primeiro ataque entre 50 e 70 anos.

Outra doença com sintomas semelhantes, e que pode ser observada pela presença de mucos nas fezes, é a Doença de Crohn, inflamação no trato gastrointestinal que afeta predominantemente a parte inferior do intestino delgado (íleo) e intestino grosso (cólon), mas pode afetar qualquer parte do trato gastrointestinal. A parede das áreas afetadas é mais espessa, com o aspecto de rocha, e úlceras que podem se estender para todas as camadas da parede do trato digestivo. Geralmente a dor ocorre no abdômen inferior direito.

Os sintomas são parecidos com as outras enfermidades citadas, podendo causar diarreia, cólica abdominal, febre e, às vezes, sangramento retal. São comuns ainda nas juntas e lesões da região anal, incluindo hemorroidas, fissuras, fístulas e abscessos.

 

Tratamento

 

Na maioria desses casos, uma dieta com alimentos suaves e brandos agridem menos o intestino. Fazer pequenas refeições, de cinco a seis vezes ao dia. Beber muito líquido, e sempre consultar um nutricionista ou nutrólogo para adaptar a dieta de acordo com suas necessidades.

 

 

Embora o estresse não seja uma causa de doença inflamatória do intestino, ele pode fazer seus sinais e sintomas piores, além de desencadear crises. Fazer exercícios físicos, de relaxamento e respiração são fundamentais, como meditação, yoga e psicoterapia.

Alimentos que devem ser evitados

 

Há diversas causas que podem aumentar o risco dessas doenças, mas o excesso de peso corporal e uma dieta baseada em gorduras e carnes processadas como salsicha, mortadela, linguiça, presunto, bacon, blanquet de peru, peito de peru, salame, e carnes vermelhas.

Doenças inflamatórias intestinais podem dificultar a capacidade do organismo de digerir ou absorver alimentos com alto teor de gordura. Produtos lácteos também podem agravar sintomas como a diarreia, dor abdominal e gases.

Alimentos ricos em fibras como frutas e vegetais frescos e cereais integrais. Nozes, sementes, milho e pipoca também são grandes vilões quando o assunto são inflamações intestinais.

Evitar ao máximo bebidas alcoólicas, cafeína, e claro, tabagismo.

 

Cura

 

O câncer de intestino na maioria dos casos é tratável e curável, porém, quanto mais precoce ser detectado, maiores as chances de cura. Grande parte desses tumores se inicia a partir de pólipos, lesões benignas que podem crescer na parede interna do intestino grosso. A cirurgia é o tratamento inicial seguido de outras etapas que incluem a radioterapia, associada ou não a quimioterapia, para diminuir a possibilidade de retorno do tumor.

O tratamento depende principalmente do tamanho, localização e extensão do câncer. Quando a doença está espalhada, com metástases para o fígado, pulmão ou outros órgãos, as chances de cura ficam reduzidas. Após o tratamento, é importante realizar o acompanhamento médico para monitoramento de recidivas ou novos tumores.

A maioria das pessoas com retocolite ulcerativa tem períodos de remissão que podem durar por anos. Esses períodos são interrompidos por ocasionais surtos de sintomas moderados. No entanto, algumas pessoas têm os sintomas de colite ulcerativa sempre. Crianças podem ter os mesmos sintomas dos adultos, podendo crescer mais lentamente do que o normal e passar pela puberdade mais tarde do que o esperado.


O Globo sexta, 01 de julho de 2022

ARTE: CHAFARIZ DAS SARACURAS, OBRA DE MESTRE VALENTIM, É RESTAURADO

 

Por Ludmilla de Lima — Rio de Janeiro

 

Chafariz das saracuras, obra de Mestre Valentim, é restaurado após quase dez anos sem funcionar
O chafariz das saracuras está sendo restaurado Ana Branco

Há quase dez anos as saracuras e os cágados do chafariz de Mestre Valentim na Praça General Osório, em Ipanema, andavam sumidos. Alvo de sucessivos furtos, as peças de bronze faziam falta ao conjunto do final do século XVIII, de onde sequer saía mais água, já que a bomba também havia sido levada por ladrões. Enquanto isso, os quatro tanques esculpidos em gnaisse eram usados como banheiro público. Embora tombada pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), a obra de um dos artistas mais prestigiados do período colonial era o retrato da degradação da praça, malcuidada e sem grandes atrativos para as crianças.

 Esse triste quadro, no entanto, vem mudando desde que o Instituto Carioca Cidade Criativa (ICCC), criado por dois ex-funcionários da prefeitura, resolveu “sacudir” a iniciativa privada para adotar o espaço. O resultado desse esforço começa a ser visto: a Praça General Osório agora passa por ampla revitalização, ao custo de R$ 1,3 milhão (e sem um centavo público), sendo que o ponto alto será a entrega do Chafariz das Saracuras. Ontem, pela primeira vez, a fonte foi testada com sua cantaria em perfeito estado e as quatro saracuras e os quatro cágados refeitos.

Novo parquinho

 

Nesta semana, chegaram os brinquedos do parcão, para os cachorros, e também os de madeira, como casinha, trenzinho e gangorras, da área infantil. A academia da terceira idade já está lá aguardando a reinauguração da praça — prevista para o fim de julho —, e o novo gradil segue em processo de instalação. Fora isso, o paisagismo ganhará novo projeto e 16 câmeras serão espalhadas para ajudar na segurança. Inclusive das saracuras e dos cágados, elegantes como as originais e reproduzidas de acordo com peças mantidas no depósito municipal e no Parque da Cidade.

— As câmeras vão cobrir a praça inteira. Não haverá um cantinho sem a visão delas, e as imagens serão monitoradas pela base do Ipanema Presente (na própria General Osório) e pelo Centro de Operações da prefeitura — avisa Ana Luiza Piza, que fundou o ICCC junto com Heitor Wegmann.

Ana Luiza, administradora e ex-subsecretária municipal de Relacionamento com o Cidadão, define como “cenário de trevas” o Chafariz das Saracuras antes de iniciada a reforma. A obra, que leva a marca da pirâmide de Mestre Valentim, estava completamente suja e com partes faltando. Dos tanques, foram retirados sacos e mais sacos de dejetos. Coube ao mestre Hermano José Zambe o restauro de toda a cantaria, pedacinho por pedacinho, usando pedras do acervo da prefeitura, que apoiou todo o projeto.

— Foi um trabalho belo e manual, que durou dois meses — diz Ana Luiza.

Os furtos começaram há mais de um século. O chafariz foi projetado para o Convento da Ajuda, que ficava onde está a Cinelândia. A inauguração da fonte, que abastecia de água as freiras clarissas, data de 1795. A placa de mármore Lioz que agradece ao vice-rei Dom José Luiz de Castro e ao Conde de Resende pela concessão do registro de água já foi restaurada. Em 1911, o convento foi demolido em obras de remodelação da cidade. E o chafariz, doado à prefeitura, foi adornar a praça de Ipanema em 1913. Há registro sobre a ação de ladrões já desta época.

Sucessivos furtos

 

Em 1998, réplicas foram furtadas, sendo repostas em 2000. Mas, em 2006, desaparecem mais uma vez. Dois anos depois, na época das obras do metrô, elas foram refeitas, só que não duraram muito: em dois furtos, em 2009 e 2010, sumiram. Em 2011, houve nova tentativa de recuperação, só que em 2013, novamente, ladrões atacaram o monumento. Desde então, o chafariz estava “nu”.

Heitor Wegmann, ex-subprefeito da Zona Sul e hoje, além de diretor do ICCC, presidente da Associação de Moradores e Amigos do Jardim Botânico, vê na parceria com a inciativa privada a solução para áreas públicas degradadas, que não contam com a devida atenção do poder público, até por falta de recursos. O instituto, criado em 2017, recuperou recentemente o Parque da Catacumba e o portão do Parque Guinle.

— Precisamos chamar a atenção do empresariado para os espaços públicos. É difícil governos terem dinheiro para saúde e educação e ainda para praças. Em Nova York, há essa mentalidade de os empresários devolverem com cuidado o que a cidade deu para eles — diz Wegmann, que mira na praça do Parque Dois Irmãos. — O que não falta no Rio são espaços com história precisando de atenção.

No caso da General Osório, garantiram o patrocínio, por meio da Lei Federal de Incentivo à Cultura, Fecomércio/Sesc/Senac, BTG Pactual, Estácio e a rede Zona Sul.

 

Um artista genial

 

Mestre Valentim deixou sua marca na História do Rio. Artista multifacetado, Valentim da Fonseca e Silva, nascido na Vila de Serro Frio, zona de diamantes em Minas Gerais, era arquiteto, paisagista, escultor, entalhador e marceneiro de móveis e molduras. Ele ainda era desenhista e projetava objetos, como os dois lampadários de prata da Igreja do Mosteiro de São Bento. Ao longo do tempo, algumas obras desse grande gênio do período colonial, que, nunca ganhou oficialmente o título de mestre pela sua cor (ele era visto como “mulato”), se perderam ou foram esquecidas.


O Globo quinta, 30 de junho de 2022

EIO AMBIENTE: CADA BRASILEIRO JOGA, EM MÉDIA, 16 QUILO DE PLÁSTICOS NO OCEANO POR ANO

 

Por Daniela Chiaretti* — LISBOA

 

Cada brasileiro joga em média 16 quilos de plásticos no oceano ao ano
Na Praia de Ipanema, na Zona Sul do Rio, tartaruga foi encontrada presa a plástico durante trabalho do Instituto Mar Urbano Instituto Mar Urbano / Ricardo Gomes / Divulgação
 

Cada brasileiro pode ser responsável por poluir o oceano com 16 quilos de plásticos ao ano. O cálculo foi feito pelo projeto Blue Keepers, ligado ao Pacto Global da ONU. Pelos cálculos do estudo feito pelo Instituto Oceanográfico da Universidade de São Paulo, são 3,44 milhões de toneladas de plástico que chegam ao ambiente no país. Isso é um terço de todo plástico consumido no território nacional e que não é reciclado ou reutilizado e acaba poluindo rios e o mar.

O cálculo global que se estima hoje é de 150 milhões de toneladas de plástico circulando no oceano. Isso equivale a um caminhão de lixo cheio de plásticos sendo jogado no mar por minuto. O outro problema é que, com a ação das ondas, os plásticos grandes se tornam microplásticos, o que é ainda mais complicado de ser removido. Há muito plástico já encontrado nos peixes. Em alguns anos, estimam os pesquisadores, haverá mais plástico do que peixes no mar.

 A meta do Blue Keepers é reduzir 30% do lixo plástico que vai para o mar no país até 2030. Os dez itens mais encontrados nas praias serão redesenhados ou entrarão na economia circular. A intenção é ter cem cidades com soluções preventivas ao problema.

O primeiro ponto, por agora, é diagnosticar o problema e depois entender o caminho que a poluição plástica faz até entrar no oceano. Chuvas, ventos, topografia, uso do solo, presença de rios e barragens são fatores que influenciam na probabilidade de o plástico chegar ao oceano, conforme a modelagem feita pelos pesquisadores.

 O estudo mostra que 67% dos resíduos plásticos com propensão para contaminar o ambiente estão nas bacias hidrográficas “com maior risco de entrada no oceano”, diz o texto do trabalho, que foi divulgado em Lisboa, na Conferência do Oceano da ONU, que acontece esta semana.

O trabalho classificou dez bacias hidrográficas de maior risco para poluir o mar, com grandes desembocaduras de rios. O Rio da Prata é o primeiro, e a baia da Guanabara, o segundo hotspot. Seguem-se, na ordem, o Amazonas, o rio São Francisco e o Tocantins.

 

O maior desafio do estudo foi ter que lidar com a falta de dados. “Um município interessado em diminuir sua geração de poluição por plásticos precisa saber onde estão as falhas para agir sobre o problema”, diz o texto dos pesquisadores.

“Todos os caminhos levam ao mar, inclusive o lixo proveniente das áreas mais distantes do território brasileiro. Má gestão de resíduos, baixas taxas de reciclagem e de reuso, consumo excessivo, moradias precárias sem saneamento e coleta de resíduos são causas territoriais e comportamentais da poluição crônica dos oceanos”, diz o texto.

 No mundo, 140 empresas aderiram a um manifesto para acabar com a poluição plástica. Na conferência de Meio Ambiente em Nairóbi, em março, delegados de 175 países acertaram que é preciso criar um acordo internacional, em 2024, para acabar com a poluição por plásticos.

A pesquisa foi feita entre julho e abril deste ano. Envolveu 12 pesquisadores coordenados por Alexander Turra, professor do Instituto Oceanográfico e coordenador da cátedra Unesco pela sustentabilidade do oceano.

A intenção do projeto é identificar as fontes do plástico em dez cidades brasileiras e buscar soluções entre os setores públicos e privados. O Rio de Janeiro será a primeira e ali as ações vão começar no segundo semestre.

Os municípios que terão ações prioritárias para combater o problema nos próximos meses serão Manaus, Belém, São Luís, Fortaleza e Natal, João Pessoa, Recife e Maceió, Aracaju, Salvador e Vitória, Grande Rio, São Paulo, Santos e Praia Grande e Porto Alegre.

O Blue Keepers é uma iniciativa nacional que busca mobilizar recursos e inovação tecnológica no combate à poluição do plástico em bacias hidrográficas e oceanos, com o envolvimento de empresas, governos e sociedade civil.

“Estamos na Década dos Oceanos, e o Brasil tem e deve ter cada vez mais protagonismo no tema. As empresas são parte do problema e devem ser parte da solução. Temos um longo caminho a seguir, mas o diagnóstico trazido pelo estudo conduzido pelo Blue Keepers e o Instituto Oceanográfico da USP mostra o que precisamos fazer imediatamente, que é criar soluções não somente em áreas costeiras do Brasil”, diz Carlo Pereira, CEO do Pacto Global da ONU no Brasil, no texto enviado à imprensa.

O Pacto Global da ONU reúne mais de 16 mil empresas em 164 países. A rede no Brasil é a terceira no mundo, com mais de 1.500 membros.

 

*A jornalista viajou a Lisboa a convite da Earth Journalism Network (EJN) e da Fundação Calouste Gulbenkian


O Globo quarta, 29 de junho de 2022

ROCK IN RIO 2022: PALCO MUNDO SERÁ FEITO COM 200 TONELADAS DE MATERIAL RECICLADO RECOLHIDAS EM TODO O PAÍS

Por Marcella Sobral — Rio de Janeiro

 

Rock in Rio: Palco Mundo será feito com 200 toneladas de material reciclado recolhidas em todo o país
Sucateiros vão ajudar a construir o Palco Mundo, do Rock in Rio, que será todo feito em aço reciclado Lucas Tavares/Agência O Globo
 

Neste Rock in Rio, todo dia vai ser dia de metal. E não tem nada a ver com rock pauleira, não. É aço mesmo. É que, pela primeira vez na história do festival, o Palco Mundo será construído de aço reciclado, que vem de sucata. Serão nada menos do que 200 toneladas de material usadas numa estrutura de 30 metros de altura e 104 metros de largura, por onde vão passar os principais nomes do espetáculo, como Justin Bieber, Guns N’Roses e Ivete Sangalo, entre os dias 2 e 4 de setembro e 8 e 11 do mesmo mês. 

Tão plural quanto o festival, esse palco — o maior de todas as edições do festival — será construído com a colaboração de um milhão de pessoas, como catadores de latinha que vemos nas ruas todos os dias, sucateiros e os envolvidos no processo em si, que ficará a cargo da Gerdau, maior recicladora de aço da América Latina. O resultado será uma estrutura com estética futurista, que será utilizada nos festivais seguintes.

Visual futurista. Projeto mostra como ficará o palco feito de material reciclado — Foto: Divulgação

Visual futurista. Projeto mostra como ficará o palco feito de material reciclado — Foto: Divulgação

 

Considerada lixo para a maioria das pessoas, a sucata ferrosa é o material mais reciclável do mundo. Pode ser reaproveitada integralmente e por várias vezes, o que ajuda a reduzir o consumo de energia e a emissão de gases de efeito estufa. Das 135 mil toneladas mensais de resíduos domiciliares coletadas na cidade do Rio, apenas 9% dos 35% potencialmente recicláveis são transformados em aço, de acordo com a Comlurb. A grande maioria vem mesmo de atividades industriais.

 

— Quem não recicla está enterrando riqueza e gerando um passivo ambiental gigante — diz Bruno Baltar, segunda geração da empresa de sucata Metalpronto, fundada em 1989. — Quando o processo de uma siderúrgica é à base de sucata, o consumo de energia é 65% menor do que quando é feito com minério de ferro. Além de economizar energia, preserva o meio ambiente.

 

Mas é preciso ter olhar apurado. Pode parecer tudo igual, mas não é. Nos pátios chega de tudo, junto e misturado: plástico, papelão, cobre, alumínio. O quilo de sucata ferrosa, a mais bem avaliada no mercado, custa entre R$ 0,80 e R$ 1. E chega é coisa por lá.

 

Para fazer essa mágica acontecer, a sucata virá de 50 fornecedores de todo o país. Mas metade de tudo o que será visto no palco vem mesmo do Rio, de lugares como o pátio de sucata do Santo Cristo, onde Eduardo Campos, de 20 anos, começou a trabalhar há menos de um mês. Lá, ele recolhe e separa material. O jovem não tinha ideia do universo escondido em meio a tanto ferro.

— Aprendi que o que sai daqui pode virar várias coisas, mas nunca imaginei que pudesse se transformar num palco — conta o jovem, que gosta de ouvir pagode, trap e hip-hop, mas nunca imaginou ter um dedinho sequer no festival.

Há 20 anos, Barrinho, de 53 anos, cruza a cidade resgatando o que não serve mais para algumas pessoas. Quando soube que a sucata que recolhe vai virar o palco onde estará Ivete Sangalo, ele logo se animou:

— Gosto dela para caramba. É só me chamar que eu vou e ainda levo um caminhão de sucata.


O Globo terça, 28 de junho de 2022

DIVAS DA MPB: CLAUDETTE SOARES, DÓRIS MONTEIRO E ELIANA PITTMAN

 

Por Silvio Essinger — Rio de Janeiro

 

'Você chegava e cantava... Hoje não tem mais canja', diz Claudette Soares, que canta com Dóris Monteiro e Eliana Pittman
A cantoras Eliana Pittman, Claudette Soares (ao centro) e Dóris Monteiro Divulgação/Fátima Cabral
 

Dóris Monteiro, a diva original do sambalanço, diz não ser a favor dessa modernidade de as pessoas quererem “fazer tudo por celular e e-mail”. Mas aceitou o convite para participar de uma entrevista por Zoom juntamente com Claudette Soares e Eliana Pittman, com quem divide hoje o palco do Teatro Riachuelo, no Centro do Rio, no show “As divas do sambalanço”.

 Idealizado por Thiago Marques Luiz, o espetáculo homenageia um estilo dançante e popular da música brasileira, especialmente no começo dos anos 1960, nascido do encontro do samba, do jazz e dos ritmos caribenhos. Era o som por excelência dos bailes cariocas, com canções suingadas e divertidas, que teve como expoentes o organista Ed Lincoln, seus crooners Orlandivo e Silvio César, e cantores como Dóris, Elza Soares e Miltinho.

— Era um movimento tão lindo, que aconteceu depois da bossa nova, e que ninguém lembrou de fazer um show ou um disco em homenagem — lamenta Claudette, de 84 anos, que começou a cantar bem jovem, foi batizada de Princesinha do Baião e mais tarde modernizaria o sambalanço ao gravar “Se você quiser, mas sem bronquear”, de Jorge Ben.

Dóris, de 87, confirma:

 

— Eu e Claudette sempre gravamos sambalanço. Lancei “Samba de verão” (dos irmãos Marcos e Paulo Sérgio Valle) em 1964, meses depois, os Cariocas e João Donato gravaram.

Eliana, por sua vez, debutou nos palcos adolescente, quando Claudette e Dóris já estavam a toda nas boates de Rio e São Paulo, e o sambalanço começava a perder força. Mas não ficou de todo de fora do estilo.

— Eu cantava Orlandivo e Osvaldo Nunes. E o show foi revelador, pois Thiago descobriu que eu tinha gravado o “Samba de molho”, do Hélton Menezes (em 1965) — lembra a cantora, que fez sucesso nos anos 1970, ganhou o título de Rainha do Carimbó e hoje se desdobra como atriz nas séries “Sob pressão” (Globoplay) e “A sogra que te pariu” (Netflix).

Das três, Claudette é a que mais sente saudade da noite dos anos 1960.

 

— Cantei com todos os grandes músicos. Você entrava em qualquer casa no Rio ou São Paulo e tinha um grande pianista. Existiam as canjas, você chegava e cantava. Hoje não tem mais — lamenta.

A partir da esquerda, as cantoras Eliana Pittman, Claudette Soares e Dóris Monteiro — Foto: Divulgação/Fátima Cabral

A partir da esquerda, as cantoras Eliana Pittman, Claudette Soares e Dóris Monteiro — Foto: Divulgação/Fátima Cabral

Sobre o show, dizem que se completam em cena.

— Somos completamente diferentes. A Eliana com aquele estilo jazzístico, a Dóris com aquele balanço e aquela suavidade... e eu um pouquinho metida, querendo fazer uns balancinhos a mais — brinca Claudette.

No palco, elas passam a limpo o repertório do álbum “As divas do sambalanço”, gravado ao vivo em 2019 e que teve a turnê interrompida pela pandemia, com pérolas como “Bolinha de sabão”, “Samba toff”, “Tamanco no samba”, “Mas que nada”, “Só danço samba” e “Bolinha de papel”.

 

— Com a memória musical do brasileiro, as músicas que cantamos no show são surpresas — ironiza Eliana.

Claudette completa:

— Mas a nossa vingança é estarmos vivas para cantá-las!


O Globo segunda, 27 de junho de 2022

GENTE: LARISSA MANOELA POSTA FOTO COM KLARA CASTANHO E MAISA EM APOIO À AMIGA - *APESAR DE TODA A MALDADE*

 

Por O GLOBO

 


Klara, Maisa e Larissa aparecem juntas em foto — Foto: Reprodução/Instagram

Klara, Maisa e Larissa aparecem juntas em foto — Foto: Reprodução/Instagram

 

rede de apoio a Klara Castanho não para de crescer. Larissa Manoela é umas das famosas a endossar o coro em defesa da atriz, de 21 anos, que vem sendo alvo de debates e ataques nas redes, desde que revelou ter sido vítima de violência sexual, engravidado e colocado a criança para adoção.

"Que, apesar de toda a maldade, a gente ainda possa ter o presente de te ver sorrir. Todo o meu apoio, carinho e amor", escreveu Larissa, na legenda de uma imagem em que aparece juntamente com a amiga e a também atriz Maisa Silva. As três fazem parte de uma mesma geração de atriz mirins que tem uma enorme base de fãs no Brasil.

Klara, que iniciou a carreira no entretenimento ainda bebê e ficou conhecida do grande público em novelas da TV Globo, trouxe o caso a público neste sábado, depois que a notícia da adoção, sem o devido contexto acerca da violência sexual, foi revelada por um colunista de fofoca. Desde então, famosos que já trabalharam com ela ou não passaram a inundar as redes sociais com mensagens de apoio à jovem.

A atriz, por sua vez, agradeceu, na manhã deste domingo, a solidariedade das pessoas. Ela respondeu a algumas postagens com mensagens de carinho nos comentários. “Te amo com todo meu coração”, escreveu, no post da escritora Thalita Rebouças, com quem já trabalhou junto no cinema.

Ela também respondeu às postagens de Dadá Coelho, Bruno Mazzeo e Tais Araújo. “Eu amo você, e não é dessa vida. Obrigada, Tais", escreveu.

Além de famosos, o próprio pai da atriz também usou seu perfil no Instagram para manifestar apoio à filha. Em seu stories, Claudio Castanho botou uma foto dele com Klara e o irmão: "Estarei com vocês até o fim da minha vida", escreveu ele.


O Globo domingo, 26 de junho de 2022

GILBERTO GIL, 80 ANOS: *O TEMPO DO HOMEM VELHO É DIFERENCIADO*

Por Bolívar Torres — RIO

 

Gilberto Gil, 80 anos: 'O tempo do homem velho é diferenciado'
Gilberto Gil completa 80 anos Leo Martins

Quando Gilberto Gil fala ou compõe, é muito raro que faça alguma referência negativa à velhice. Os 80 anos completados neste domingo trazem plenitude, sabedoria e gratidão. E também movimento — intenso até.

A idade deu a Gil uma capacidade única. “Você poder reger sua orquestra inteira: você entra no mundo da regência mais plena, mais próxima do Absoluto”, afirma ele no recém-relançado “Todas as letras” (Companhia das Letras), livro que reúne transcrições de suas letras, comentadas pelo próprio.

Não pergunte, portanto, o que o cantor, compositor e imortal da Academia Brasileira de Letras tem feito nos últimos meses. É mais fácil perguntar o que ele não está fazendo. Neste domingo mesmo, Gil e sua família se apresentam na Alemanha. A turnê se estenderá até final de julho por Dinamarca, Marrocos, França, Itália e Inglaterra, entre outros países.

Gilberto Gil completa 80 anos 
 
 
Gilberto Gil completa 80 anos

A reunião familiar rendeu ainda um reality show, “Em casa com os Gil”, que estreou esta semana no Amazon Prime. E fala-se também de uma possível volta dos Doces Bárbaros, grupo que o baiano criou com Caetano Veloso, Gal Costa e Maria Bethânia nos anos 1970.

Do primeiro piano a maior fortuna do rock: os 80 anos de Paul McCartney em 80 fatos

 

Alô, Rio de Janeiro

 

Mesmo viajando pelo mundo, Gil se diz ligado à sua concha (“como bom canceriano”, justifica). A esposa, Flora, com quem é casado há 40 anos, conta que, para o marido, férias é deixar a mala desfeita e curtir o seu apartamento de 344m² no mítico Edifício Chopin, em Copacabana. Um de seus prazeres cotidianos são as caminhadas na Avenida Atlântica, não muito longe do ninho. Ele comenta:

— É bom sair e fazer coisas, mas nada melhor do que voltar para casa.

O cantor revela que, com a idade, o seu lado caseiro se intensificou. Nos últimos anos, a quarentena forçada pela pandemia lhe tirou o costume do mundo exterior. Quando eventualmente saía de casa, após longos períodos confinado, sentia-se amedrontado com o movimento da cidade:

— Ficava em pânico com a rua, a barulheira, o trânsito, a passagem dos ônibus, dos carros... Só agora voltei a me habituar.

Apesar de tudo, ele ainda sabe apreciar o fluxo urbano e encontrar a paz em todos os cantos. Um caso de graciosidade sob pressão.

— Gosto até do trânsito amarrado — diz Gil. — Mas deixei de dirigir. Não tenho mais aquela coisa do volante do carro, de tentar entender para onde ir, quando frear, quando acelerar. Isso me dá uma possibilidade de andar pelas ruas, nos lugares onde há concentração de gente. E eu sempre acho um jeito de estabelecer uma atitude meditativa nesses lugares. Consigo meditar em qualquer lugar.

Gilberto Gil completa 80 anos — Foto: Leo Martins

Gilberto Gil completa 80 anos — Foto: Leo Martins

 

Eu só quero um xodó

 

Todo esse equilíbrio seria impossível sem a parceria com Flora, uma paulistana de 62 anos. Eles se conheceram em 1978, em uma rua de Salvador. Saindo de um show de Baby do Brasil (então Consuelo) na capital da Bahia, ela pediu carona. Um carro parou: eram a atriz Regina Casé e Gilberto Gil.

Desde então, um complementa o outro. Gil é mais caseiro, Flora é mais da rua, gosta de sair com as amigas. Gil é o sonhador, Flora “a operacional”, segundo o marido. Foi ela que, durante a pandemia, teve a iniciativa de levar o acervo do artista ao Google Arts & Culture.

O material deu origem a “O ritmo de Gil”, primeira retrospectiva sobre um artista vivo feita pelo Google. Lançado na semana passada, o museu digital recuperou e disponibilizou um álbum em inglês, preparado pelo artista em 1982 e dado como perdido.

— Flora é uma zeladora exemplar das questões da minha vida — diz Gil. —Ela toma conta da família inteira e toma conta de mim com naturalidade, sem senso de sacrifício. Assim como ela nasceu para ser casada comigo e me encontrar, eu encontrei ela.

— Gil tem uma frase que levo para a vida: toda solução é um problema para outra pessoa — lembra Flora. — Gil é uma das pessoas mais corretas e generosas que conheço: ele nasceu bom e gosta de cultivar a bondade.

A família de Gilberto Gil — Foto: Divulgação/Prime Video

A família de Gilberto Gil — Foto: Divulgação/Prime Video

 

São todos sãos

 

Os laços familiares são uma forma de Gil se manter atualizado com as novidades. A turnê “Gilberto Gil & Family: Nós a gente” reúne quatro filhos (Bem , José, Preta e Nara) e quatro netos (João, Flor, Sereno e Francisco).

— A naturalidade de convívio, do estar junto em família, elimina a diferença da idade com filhos e netos — diz o artista. — Meus filhos adultos são como irmãos. Já os netos vejo como novos filhos. Está tudo ali, no plano da acomodação natural. Você continua sendo um mentor, no sentido de fazer uma curadoria natural na vida deles. A educação não termina nunca, vai até o túmulo.

No início do mês, Gil ganhou o apelido de “Avô Tiktoker” depois de aparecer com a neta, Flor Gil, na conta dela no TikTok. A rede chinesa virou sinônimo de cultura zennial ao incentivar dancinhas. A participação foi tímida — sentado, ele realiza com um “bater de asas” enquanto Flor executa uma coreografia da Galinha Pintadinha.

 

Eu quero entrar na rede

 

Gil não é adepto das redes sociais, ainda que suas contas no Instagram e Twitter, administradas por sua equipe, contabilizem mais de dois milhões de seguidores cada uma. Mas ele usa WhatsApp “de vez em quando”.

Em 1996, Gil foi um dos primeiros artistas a lançar uma música nova na rede, “Pela internet”, período em que as tecnologias digitais eram vistas com certa inocência e esperança. Mais de 20 anos depois, o amigo Caetano Veloso compôs “Anjos tronchos”, que pinta o Vale do Silício como uma distopia aterrorizante. Gil está ciente do contraste entre as duas músicas e eras. Surpreso, não.

— A internet se tornou um pesadelo como o automóvel se tornou um pesadelo — diz ele. — A tecnologia traz novas possibilidades e novas aflições. Traz modos mais cômodos, mas também retira, inviabiliza, cancela...

“Cancela”? Gil se diz familiarizado com o termo, muito em voga, e que ele define como uma espécie de “censura”, um “banimento parcial ou integral de certos perfis”. Se Chico Buarque já caiu no radar dos canceladores... não poderia acontecer com ele algum dia?

— Não tenho medo disso, não — diz. — Já tenho um espaço garantido na configuração geral das pessoas. São 60 anos de trabalho. Já tenho uma permissão, um crachá para ir e vir. Não faço ideia do que seria um cancelamento que pudesse ser estabelecido (a ele).

 

Nossa turma é da verdade

 

Atualmente, uma das atividades preferidas de Gil é frequentar o chá da Academia Brasileira de Letras (ABL), na qual ingressou oficialmente em abril. De lá para cá, participou de eleições e posses de novos integrantes e ministrou palestras na casa. Na ABL, passou a conviver ainda mais próximo de velhos amigos como Zuenir Ventura, Geraldo Carneiro e Antonio Cicero, e criar novos vínculos, como Edmar Bacha, que conheceu agora no ambiente acadêmico. Para Flora, o marido entrou “na hora certa” na ABL.

Os acadêmicos, por sua vez, o veem como um colega zeloso com seus compromissos, muito participativo, mas ainda tímido na nova casa. Em resumo, uma grande aquisição.

— A gente pensa em outras personalidades oriundas de movimentos de vanguarda, que não tinham previamente espírito acadêmico, mas que, depois de se candidatar, se entusiasmaram e se tornaram membros assíduos. Nisso, ele lembra (o poeta) Ferreira Gullar — conta o acadêmico Antonio Carlos Secchin.

 

Andar com fé

 

A série de hospitalizações em 2016, devido a uma insuficiência renal, reforçou em Gil a crença de que a vida é um aprendizado contínuo. Superados os problemas de saúde, ele volta a seguir a sua máxima: “Conformidade conforme a idade.” Isso se reflete também em uma visão quase zen da situação social, política e cultural do país. Expoente do Tropicalismo, um dos principais movimentos contraculturais brasileiros dos anos 1960, Gil acredita que há, de fato, uma onda conservadora no Brasil e no mundo. Mas também vê o fenômeno como “parcial”:

— Há certos setores da sociedade que encontram mais conforto na retenção, em parar o fluxo, estabelecer controles. Mas esses conservadores estão com um problema sério, porque o conjunto da sociedade está cada vez mais receptivo ao novo, ao inusitado, à dinamização dos direitos. Nós continuamos cada vez mais afeitos ao trânsito, porque quem fica parado é poste.

O agora oitentão deixa um recado às novas gerações:

— Pra frente, que atrás vem gente.

 


O Globo sábado, 25 de junho de 2022

GENTE: MARINA RUY BARBOSA CHEGA A MALDIVAS E ROUBA CENA COM FOTOS DE BIQUÍNI

Por O GLOBO — Rio de Janeiro

 

Marina Ruy Barbosa chega a Maldivas e rouba cena com fotos de biquíni
Marina Ruy Barbosa Reprodução/Instagram

Passando férias nas Ilhas Maldivas, Marina Ruy Barbosa tirou o fôlego de seus seguidores ao publicar uma série de fotos em seu perfil do Instagram, nesta sexta-feira, dia 24. Nas imagens, a atriz, que não costuma postar muitos registros de biquíni, exibe o corpão em um verde fluorescente.

 "Finally Maldives", escreveu ela na legenda da publicação. Em português, a frase quer dizer "Finalmente em Maldivas".

Os seguidores da atriz não deixaram a postagem passar despercebida e deixaram muitos elogios na caixa de comentários da publicação: "PERFEITA SEM DEFEITOS😍", "Radiante!", "Essa mulher é linda demais ❤️", "Maravilhosa 🔥", "Perfeitaa", comentaram alguns internautas.

O Globo sexta, 24 de junho de 2022

BEM-ESTAR: RANKING MOSTRA AS MELHORES CIDADES PARA SE VIVER NO PÓS-PANDEMIA. CONFIRA A LISTA

 

Por Bloomberg — Hong Kong

 

Ranking mostra as melhores cidades para se viver no pós-pandemia. Confira a lista
Viena é considerada a melhor cidade para se viver no pós-pandemia Fernanda Dutra/O Globo

Está à procura de uma mudança de cenário, mas o coração ainda balança pelo burburinho da vida urbana? Tem alguma ideia de que lugar no mundo gostaria de chamar de lar? Se a mais recente classificação das melhores cidades para se viver serve de guia, provavelmente deve começar a buscar na Europa Ocidental ou no Canadá.

 Com a Covid virando apenas uma lembrança em alguns lugares do mundo, o índice de habitabilidade global de 2022, medido pela Economist Intelligence Unit (EIU), está muito parecido com os dias pré-pandemia.

A capital austríaca Viena recuperou o primeiro lugar no ranking, posto que ocupava há três anos antes de cair para 12º lugar em 2021 devido ao fechamento de museus e restaurantes afetados pela Covid. A cidade superou Copenhague graças a uma classificação maior na área de saúde. Zurique, na Suíça, Calgary e Vancouver, no Canadá, completam o top 5.

 

As únicas cidades não europeias ou canadenses listada entre as dez primeiras do ranking foram Osaka, no Japão, e Melbourne, na Austrália, que empataram no 10º lugar.

Nos últimos lugares da lista de 173 países estão Trípoli, na Líbia, a cidade nigeriana de Lagos e Damasco, na Síria.

“Nos últimos dois anos, os rankings globais de habitabilidade da EIU foram em grande parte impulsionados pela pandemia de Covid-19, com bloqueios e medidas de distanciamento social afetando as pontuações para cultura, educação e saúde em cidades de todo o mundo”, diz o relatório. "No entanto, em nossa pesquisa mais recente, o índice normalizou, uma vez que as restrições foram levantadas em muitos países."

Osaka, no Japão, está entre as dez melhores cidades para se viver no pós-pandemia — Foto: Bloomberg

Osaka, no Japão, está entre as dez melhores cidades para se viver no pós-pandemia — Foto: Bloomberg

Outras cidades australianas e da Nova Zelândia não foram bem, segundo o estudo. Ambos os países se beneficiaram com o fechamento das fronteiras no início de 2021, o que manteve o número de casos de Covid em baixa. Mas foram atingidos em cheio pelas variantes mais infecciosas, o que interrompeu a vida normal.

Wellington e Auckland passaram do 46º e 33º lugares, respectivamente, para as maiores quedas da lista.

Entre as que mais se moveram na direção oposta estão Londres, que avançou 27 lugares para ocupar o 33º posto, e Los Angeles, que subiu 18 lugares, passando a figurar na 37ª posição.

Vancouver está na lista das melhores cidades para se viver no pós- pandemia — Foto: Reprodução

Vancouver está na lista das melhores cidades para se viver no pós- pandemia — Foto: Reprodução

O informe ressaltou que a China ainda não havia se beneficiado da suspensão das restrições causada pela Covid uma vez que novos surtos resultaram em fechamentos mais estritos. A invasão da Ucrânia pela Rússia culminou na exclusão de Kiev da lista.

 

  • Segundo o relatório da EIU , as cidades foram classificadas com base em mais de 30 fatores qualitativos e quantitativos em cinco categorias gerais: estabilidade, saúde, cultura, meio ambiente, educação e infraestrutura.

 

 

Confira o top 10 das melhores cidades

 

 

  • 1) Vienna, Áustria
  • 2) Copenhague, Dinamarca
  • 3) Zurique, Suíça
  • 4) Calgary, Canada
  • 5) Vancouver, Canadá
  • 6) Genebra, Suíça
  • 7) Frankfurt, Alemanha
  • 8) Toronto, Canadá
  • 9) Amsterdã, Holanda
  • 10) Osaka, Japão
  • 10) Melbourne, Austrália (empatada com Osaka)

 

 

Confira as dez piores cidades

 

Lagos, na Nigéria, está no ranking das dez piores cidades do mundo para se viver — Foto: Reprodução Wikipedia

Lagos, na Nigéria, está no ranking das dez piores cidades do mundo para se viver — Foto: Reprodução Wikipedia

  • 163) Teerã, Irã
  • 164) Duala, Camarões
  • 165) Harare, Zimbábue
  • 166) Dakar, Bangladesh
  • 167) Port Moresby, Papua Nova Guiné
  • 168) Karachi, Paquiatão
  • 169) Argel, Argélia
  • 170) Tripoli, Líbia
  • 171) Lagos, Nigéria
  • 172) Damasco, Síria

O Globo quinta, 23 de junho de 2022

DANUZA LEÃO: VEJA MOMENTOS ICÔNICOS DA CRONISTA, FALECIDA AOS 88 ANOS

Por O GLOBO — Rio de Janeiro

 

Danuza Leão nua, com Pelé e mais: Veja momentos icônicos da cronista, falecida aos 88 anos
Danuza clicada na década de 70 por Marisa Alvarez Lima Marisa Alvarez Lima
 
 

Danuza Leão viveu muitos momentos icônicos ao longo de seus 88 anos. Do início nas passarelas em Paris, passando pelos encontros com Pelé, até as participações de obras emblemáticas na TV e no cinema. A jornalista morreu na noite da última quarta-feira, no Rio, de insuficiência respiratória, ocasionada por um enfisema pulmonar. A seguir, veja fotos da cronista que atravessou gerações.

A jornalista, nascida em 1933, completaria 89 anos no próximo dia 26 de julho. Nasceu na cidade de Itaguaçu, no Espírito Santo. Aos 10, mudou-se com a família para o Rio de Janeiro.

 

Na França, com apenas 17 anos, Danuza procurou o estilista Jacques Fath, que lhe arranjou seu primeiro desfile. Ganhava uma “ninharia”, mas ficou famosa no Brasil depois a revista Manchete publicar uma capa com a chamada “Danuza conquista Paris”. “Não era bem assim, mas os brasileiros acreditaram”, confessou em seu livro de memórias. “Foi em Paris que conheci o mundo da sofisticação.”

Naquele momento, o que a consolava eram os sapatos Yves Saint Laurent e Chanel que continuavam intactos por lá, alguns degraus acima dos tênis que usavam para fazer pilates. Além da malhação, adotou uma dieta à base de alface e jabuticaba para manter o corpo do jeito que a agradava.


O Globo quarta, 22 de junho de 2022

CULTURA: DONA ONETE, AOS 83 ANOS, É HOMENAGEADA E LEVA *TREMOR DO JAMBU* AO HISTÓRICO THEATRO DA PAZ

Por Ricardo Ferreira — Rio de Janeiro

 

Aos 83 anos, Dona Onete é homenageada e leva o 'tremor do jambu' ao histórico Theatro da Paz
Dona Onete Divulgação/Julia Rodrigues

Foi a pequena Cachoeira do Arari, cidade de pouco mais de 20 mil habitantes na Ilha do Marajó, no Pará, que deu ao mundo a diva do carimbó chamegado, alcunha pela qual ficou conhecida Dona Onete. Nesta quarta-feira (22), a cantora de 83 anos — que ganhou projeção nacional somente a partir dos 72 — recebe da União Brasileira de Compositores (UBC) o Troféu Tradições, concedido pela instituição a artistas e movimentos que “contribuíram para a formação da cultura brasileira”. A premiação em grande estilo acontece no Theatro da Paz, em Belém, num show que celebra a obra da artista com participações de Fafá de Belém, Jaloo, Mestre Damasceno, Lucas Estrela, Félix Robatto e Aqno Carimbó Sancari. A apresentação será transmitida ao vivo pelo canal da UBC no YouTube (/UBCMusica), a partir das 20h30. 

— Em 2022, celebramos 80 anos de UBC. Essa trajetória será comemorada de forma singular e plural com o Troféu Tradições, em homenagem a Dona Onete, artista paraense talentosa e corajosa, que é uma das principais representantes do carimbó — diz Marcelo Castello Branco, diretor executivo da UBC. — Será a primeira vez que ela se apresentará no tradicional Theatro do Paz, e nós da UBC ficamos felizes em ajudá-la a realizar esse sonho.

 

Palco com história

 

Dona Onete diz que faltava mesmo cantar no Theatro da Paz, um dos primeiros palcos líricos do Brasil, inaugurado em 1878 e batizado em homenagem ao fim da Guerra do Paraguai, oito anos antes. A cantora, que foi professora de História por 25 anos, diz que já atravessou o mundo graças à música e que “o que vier agora é lucro”, mas conta estar ansiosa para botar os pés no palco centenário.

Segundo dados da UBC, Dona Onete tem mais de 300 canções registradas em seu nome, incluindo boleros, carimbós, banguês e lundus, entre outros gêneros. Desde 2012, quando chegou às lojas seu primeiro disco, “Feitiço caboclo”, lançou outros três — “Banzeiro” (2016), “Flor da lua” (2018) e “Rebujo” (2019) —, além de diversos singles e participações com outros artistas, como Gaby Amarantos, Francisco El Hombre, Bangalafumenga e BNegão. A fonte de inspiração vem de histórias que ouve por aí, principalmente as de amor.

— O romantismo nunca acaba. Surge isso, aquilo, mas o romantismo continua. E as pessoas continuam gostando do romântico, do carimbó, do brega. Conto histórias que me contam e que eu vejo que vale a pena fazer uma música. Meus boleros, meu carimbó, minha lambada têm princípio e fim, não gosto de deixar nada subentendido. As pessoas entendem o que eu quero dizer. Às vezes me contam um pedacinho de uma história e minha imaginação flutua, já com ritmo, com tudo — diz a artista, dona do hit “Jamburana”, dos versos “A boca fica muito louca/ com o tremor do jambu/ E o jambu treme, treme, treme/ o tremor vai descendo, vai descendo”. — Eu não entendo nada de teoria musical, não sei qual é a nota dó, ré, mi, nada disso. Mas chego com a música prontinha para os meus músicos, digo se é lambada, bolero, e eles vão definindo, é um processo de que gosto muito.

Disco novo no forno

 

A cantora paraense Dona Onete — Foto: Divulgação/Walda Marques

A cantora paraense Dona Onete — Foto: Divulgação/Walda Marques

Para a noite desta quarta (22), Dona Onete promete um passeio pelo repertório de uma carreira relativamente breve, mas com muita história agregada, e comemora a presença dos convidados (“Fafá já me deu muito colo e agora estou dando colo para ela”).

Sem tempo a perder, ela adianta que já trabalha em um novo disco de inéditas, no qual pretende cantar sobre as belezas de sua terra natal, a Ilha de Marajó.

— Tem gente que com 83 anos já pensa que está acabada, mas não. Se cuidar da saúde, vamos longe. Eu espero fazer muita coisa ainda, e espero também ajudar outras pessoas a subirem como me ajudaram um dia. Tenho uma banda maravilhosa e estou fazendo cada vez mais músicas. Não estou envolvida com internet, televisão, essas coisas, quero estar sempre neste mundo, recuada, bebendo dessa fonte que é a cultura paraense. Quero falar do meu Marajó, o lugar que eu nasci, que é uma enciclopédia de cultura — comemora Dona Onete.


O Globo terça, 21 de junho de 2022

TURISMO: LIBERDADE À BEIRA-MAR 0 POUSADA DE MARAGOGI TERÁ TOPLESS LIBERADO A PARTIR DE AGOSTO

 

Liberdade à beira-mar: pousada de Maragogi terá topless liberado a partir de agosto
Pousada Riia, em Maragogi, será a primeira de Alagoas a permitir o topless das hóspedes, a partir de agosto Divulgação

Conhecido por ter um dos litorais mais bonitos do país, o estado de Alagoas ainda não conta com áreas de naturismo, como as praias de Tambaba, na Paraíba, ou Massarandupió, na Bahia. O primeiro passo, no entanto, pode estar sendo dado por uma pequena pousada em Maragogi, endereço das piscinas naturais mais famosas do Nordeste. A partir de agosto, o topless será liberado dentro da pousada RiiA.

A iniciativa é o desdobramento de uma campanha que os proprietários da pousada, o paranaense Derek Riva e a gaúcha Mari Maia, fizeram em outubro de 2021. Ao longo daquele mês, como forma de chamar a atenção para a conscientização do câncer de mama durante o Outubro Rosa, as hóspedes que quisessem poderiam circular sem a parte de cima da roupa.

— O câncer de mama sempre foi um assunto que me tocou muito. Minha madrasta enfrentou, e venceu, essa doença, e desde então faço questão de apoiar o Outubro Rosa. Para chamar a atenção para esse tema, decidimos liberar o topless durante um mês no ano passado — conta Riva, que conheceu a esposa Mari quando os dois trabalhavam como comissários de bordo.

Piscina da Pousada RiiA, em Maragogi, em Alagoas, que irá permitir o topless a partir de agosto — Foto: Divulgação

Piscina da Pousada RiiA, em Maragogi, em Alagoas, que irá permitir o topless a partir de agosto — Foto: Divulgação

Ele lembra que umas dez hóspedes entraram na onda. Metade delas só para fazer fotos à beira da piscina. As demais aderiram à prática por mais tempo, e se mostraram bem mais à vontade e relaxadas. Foi o comportamento destas que inspirou o casal a pensar em permitir a prática de maneira definitiva.

— Não será obrigatório, é claro. Apenas quem quiser fazer, vai poder fazer. Quando nos decidimos, escolhemos um mês que ainda estivesse com a agenda vazia, para que quem fizesse reserva nessa data já soubesse dessa condição — explica Riva.

Para chegar à essa conclusão, o proprietário conta que foram feitas muitas pesquisas, tanto nas redes sociais da pousada quanto com hóspedes. A resposta foi positiva na maioria dos casos. E para quem demonstrava alguma dúvida, Riva tinha sempre uma analogia na ponta da língua:

— Houve um hóspede que me disse que gostava muito da pousada, mas que ficaria desconfortável. Perguntei a ele se ele gostaria de ir à praia em Barcelona. Ele me disse que sim, e respondi que lá o topless é muito popular e aceito. Se isso não o impede de ir a Barcelona, então também não deveria ser um problema aqui. Na hora ele mudou de ideia.

Praia de Barra Grande, onde fica a Pousada RiiA, em Maragogi, Alagoas — Foto: Divulgação

Praia de Barra Grande, onde fica a Pousada RiiA, em Maragogi, Alagoas — Foto: Divulgação

A iniciativa de permitir topless em sua pousada pode ser uma maneira de os proprietários se destacarem no concorrido mercado de hospedagem de Maragogi, um dos principais destinos turísticos não só de Alagoas, mas de todo o Nordeste. Mas não é gratuita. O casal é praticante de naturismo e acredita no potencial deste estilo de vida da região onde vivem há três anos.

— Nós costumamos ir a Tambaba, que está a três horas e meia daqui. É um lugar incrível, recomendo muito, mas acho que poderia haver algo assim em Alagoas também. Por aqui temos muitas praias ainda desertas, onde se faz um naturismo, digamos, "não oficial". Japaratinga, por exemplo, seria um ótimo lugar para isso. Ela é linda, mas vive à sombra de Maragogi. O naturismo seria uma forma de colocá-la no mapa — defende o empresário, que já levou o assunto a secretários de turismo da região. — Nossa pousada não é naturista, mas não digo que nunca será. Infelizmente, o assunto ainda é tabu por aqui.

Uma das sete suítes da RiiA, a pousada de Maragogi que permitirá topless a partir de agosto — Foto: Divulgação

Uma das sete suítes da RiiA, a pousada de Maragogi que permitirá topless a partir de agosto — Foto: Divulgação

Ao contrário de países como Espanha, França e Itália, em que é bastante comum ver topless em praias e parques durante os meses mais quentes, no Brasil a prática ainda costuma ser tipificada pelas autoridades como ato obsceno, de acordo com o artigo 233 do Código Penal. O crime de ato obsceno tem pena estipulada entre três meses e um ano de prisão ou multa. No momento, há um Projeto de Lei na Câmara dos Deputados que pretende autorizar a exibição da parte de cima do corpo, de homens e mulheres, em todo o território nacional. O texto foi apresentado em fevereiro e desde março aguarda análise na Comissão dos Direitos da Mulher da câmara.


O Globo segunda, 20 de junho de 2022

DIVERSÃO: DISNEY ON ICE ESTÁ DE VOLTA AO MARACANÃZINHO

Por O Globo — Rio de Janeiro

 

'Disney on ice' está de volta ao Maracanãzinho
Espetáculo "Disney on ice" promete encantar a garotada Divulgação/Heinz Kluitmeier
 

A magia do “Disney on ice” está de volta. A turnê “Descobrindo aventuras” promete encantar o público no Maracanãzinho, entre os próximos dias 22 e 26, com um espetáculo que mistura inspiração, coragem e determinação através das histórias de personagens famosos, como Moana e Frozen. Mickey Mouse, Minnie e os seus amigos também são presenças confirmadas nesta festa, cuja proposta é emocionar com performances de patinação sobre o gelo.

Gerente de projetos do “Disney on ice”, Luciano Miron define a turnê “Descobrindo aventuras” com uma palavra:

 — Alegria. Esta palavra representa a possibilidade de voltar a fazer o espetáculo após dois anos parados e o sentimento das crianças ao encontrar os seus personagens favoritos cantando e patinando no gelo. O entretenimento familiar nos proporciona ver a felicidade em rostos das mais diversas idades. Vovôs e vovós, papais e mamães e os pequenos, é claro. O público pode esperar um espetáculo lindo, com muita diversão e vários sorrisos.

Mickey Mouse e sua turma fazem parte do espetáculo "Disney on ice" — Foto: Divulgação

Mickey Mouse e sua turma fazem parte do espetáculo "Disney on ice" — Foto: Divulgação


O Globo domingo, 19 de junho de 2022

SAÚDE: BISCOITO, BATATA FRITA E SALGADINHO -COMO OS ALIMENTOS PROCESSADOS VICIAM COMO O CIGARRO

Por Anahad O’Connor, The New York Times — Rio

 


Especialistas pesquisam sinais de comportamento viciante em relação à comida — Foto: Richard A. Chance

Especialistas pesquisam sinais de comportamento viciante em relação à comida — Foto: Richard A. Chance

Há cinco anos, um grupo de cientistas que pesquisa sobre nutrição estudou o que os americanos comem e chegou a uma conclusão surpreendente: mais da metade de todas as calorias que o americano médio consome vem de alimentos ultraprocessados, que eles definiram como “formulações industriais” que combinam grandes quantidades de açúcar, sal, óleos, gorduras e outros aditivos.

Alimentos altamente processados continuam a dominar a dieta americana, apesar de estarem ligados à obesidade, doenças cardíacas, diabetes tipo 2 e outros problemas de saúde. Eles são baratos e convenientes, e projetados para serem saborosos. São comercializados em altas quantidades pela indústria alimentícia. Mas um número crescente de cientistas diz que outra razão pela qual esses alimentos são tão consumidos é que, para muitas pessoas, eles não são apenas tentadores, mas viciantes, um conceito que gerou controvérsia entre os pesquisadores.

Recentemente, o American Journal of Clinical Nutrition explorou a ciência por trás do vício em alimentos e se os denominados ultraprocessados podem estar contribuindo para excessos e consequentemente obesidade. Contou com um debate entre dois dos maiores especialistas no assunto, Ashley Gearhardt, professora associada do departamento de psicologia da Universidade de Michigan, e o médico Johannes Hebebrand, chefe do departamento de psiquiatria infantil e adolescente, psicossomática e psicoterapia da Universidade de Duisburg-Essen na Alemanha.

No topo da lista estavam pizza, chocolate, batata frita, biscoitos, sorvete e cheeseburguer. Gearhardt descobriu em sua pesquisa que esses alimentos altamente processados têm muito em comum com substâncias que causam dependência. Assim como os cigarros e cocaína, seus ingredientes são derivados de plantas e alimentos naturais que são despojados de componentes que retardam sua absorção, como fibras, água e proteínas. Em seguida, seus ingredientes mais prazerosos são refinados e processados em produtos que são rapidamente absorvidos pela corrente sanguínea, aumentando sua capacidade de iluminar regiões do cérebro que regulam recompensa, emoção e motivação.

A psicologa diz que sal, espessantes, sabores artificiais e outros aditivos em alimentos altamente processados fortalecem sua atração, melhorando propriedades como textura e sensação na boca, semelhante à forma como os cigarros contêm uma série de aditivos projetados para aumentar seu potencial viciante. O mentol ajuda a mascarar o sabor amargo da nicotina, por exemplo, enquanto outro ingrediente usado em alguns cigarros, o cacau, dilata as vias aéreas e aumenta a absorção da nicotina.

Um denominador comum entre os alimentos ultraprocessados mais irresistíveis é que eles contêm grandes quantidades de gordura e carboidratos refinados, uma combinação potente que raramente é vista em alimentos naturais que os humanos comem, como frutas, legumes, carne, nozes, mel, feijão e sementes, explicou a psicóloga Gearhardt. Muitos alimentos encontrados na natureza são ricos em gordura ou carboidratos, mas normalmente não são ricos em ambos.

— As pessoas não experimentam uma resposta comportamental viciante a alimentos naturais que são bons para nossa saúde, como morangos — disse a diretora do Laboratório de Ciência e Tratamento de Alimentos e Dependências da Universidade de Michigan. — É esse subconjunto de alimentos altamente processados que são projetados de uma maneira tão semelhante à forma como criamos outras substâncias viciantes. Esses são os alimentos que podem desencadear uma perda de controle e comportamentos compulsivos e problemáticos que se assemelham ao que vemos com álcool e cigarros — explicou Gearhardt sobre como as substâncias presentes nesses alimentos são semelhantes as de produtos viciantes.

Em um estudo, ela descobriu que quando as pessoas cortam alimentos altamente processados, elas experimentam sintomas comparáveis à abstinência observada em usuários de drogas, como irritabilidade, fadiga, sentimentos de tristeza e forte desejo. Outros pesquisadores descobriram em estudos de imagens cerebrais que as pessoas que consomem frequentemente comidas não saudáveis como fast food, podem desenvolver uma tolerância a eles ao longo do tempo, levando-os a exigir quantidades cada vez maiores para obter o mesmo prazer.

Em sua prática clínica, a psicóloga e professora encontrou pacientes - alguns obesos e outros não - que lutam em vão para controlar a ingestão de alimentos altamente processados. Alguns tentam comê-los com moderação, apenas para descobrir que perdem o controle e comem a ponto de se sentirem doentes e perturbados. Muitos de seus pacientes acham que não podem parar com esses alimentos, apesar de lutarem com diabetes descontrolado, ganho excessivo de peso e outros problemas de saúde.

— O impressionante é que meus clientes estão quase sempre cientes das consequências negativas de seu consumo de alimentos altamente processados, e normalmente tentaram dezenas de estratégias, como dietas radicais e limpezas, para tentar controlar seu relacionamento com esses alimentos — ela disse. — Embora essas tentativas possam funcionar por um curto período de tempo, quase sempre acabam recaindo — lamenta a psicóloga.

— Você pode tomar qualquer droga que vicia, e é sempre a mesma história de que quase todo mundo terá um estado mental alterado depois de ingeri-la. Isso indica que a substância está afetando seu sistema nervoso central. Mas todos nós estamos ingerindo alimentos altamente processados, e nenhum de nós está experimentando esse estado mental alterado porque não há um impacto direto de uma substância no cérebro — disse Hebebrand.

Nos transtornos por uso de substâncias, as pessoas se tornam dependentes de uma substância química específica que atua no cérebro, como a nicotina do cigarro ou o etanol do vinho e da bebida. Eles inicialmente procuram esse produto químico para obter uma alta e, em seguida, tornam-se dependentes dele para aliviar emoções deprimidas e negativas. Mas em alimentos altamente processados, não há um composto que possa ser apontado como viciante, explica o psiquiatra. De fato, evidências sugerem que pessoas obesas que comem demais tendem a consumir uma grande variedade de alimentos com diferentes texturas, sabores e composições. Hebebrand argumentou que comer demais é impulsionado em parte pela indústria de alimentos que comercializa mais de 20.000 novos produtos todos os anos, dando às pessoas acesso a uma variedade aparentemente infinita de alimentos e bebidas. Ele diz ainda que é a diversidade de alimentos que é tão atraente e causadora do problema, não uma única substância nesses alimentos.

Aqueles que argumentam contra a dependência alimentar também apontam que a maioria das pessoas consome diariamente alimentos altamente processados ​​sem apresentar nenhum sinal de dependência. Mas a psicóloga Gearhardt observa que as substâncias viciantes não acontecem com todos que as consomem. Segundo a pesquisa , cerca de dois terços das pessoas que fumam cigarros se tornam viciadas, enquanto um terço não. Apenas cerca de 21% das pessoas que usam cocaína em suas vidas se tornam viciadas, enquanto apenas 23% das pessoas que bebem álcool desenvolvem dependência. Estudos sugerem que uma ampla gama de fatores determina se as pessoas se tornam viciadas, incluindo sua genética, histórico familiar, exposição a traumas e origens ambientais e socioeconômicas.

— A maioria das pessoas experimenta substâncias viciantes e não se torna viciada. Então, se esses alimentos são viciantes, não esperaríamos que 100% da sociedade fosse viciada neles — disse a pesquisadora.

Para as pessoas que lutam para limitar a ingestão de alimentos altamente processados, ela recomenda manter um controle do que você come para que você possa identificar os alimentos que têm mais atração – aqueles que causam desejos intensos e que você não consegue parar de comer uma vez que você começa. Mantenha esses alimentos fora de sua casa, enquanto abastece sua geladeira e despensa com alternativas mais saudáveis ​​​​que você gosta.

Mantenha o controle dos gatilhos que levam a desejos e excessos. Eles podem ligados a emoções como estresse, tédio e solidão. Ou pode ser os alimentos de fast food que você come três vezes por semana. Faça um plano para gerenciar esses gatilhos tomando um caminho diferente para casa, por exemplo, ou usando atividades não alimentares para aliviar o estresse e o tédio. E evite pular refeições, porque a fome pode desencadear desejos que levam a decisões lamentáveis, disse ela.


O Globo sábado, 18 de junho de 2022

GASTRONOMIA: *BUMP* DE CAVIAR - CONHEÇA A NOVA MODA DO CIRCUITO DE LUXO DE NOVA YORK

Por Alyson Krueger / 2022 / The New York Times

 

Você sabe o que é 'bump' de caviar? Conheça a nova moda do circuito de luxo de Nova York
Frequentadores do Temple Bar, em Nova York se preparam para um 'bump' de caviar, quando a iguaria é saboreada diretamente das costas da mão para a boca Dolly Faibyshev/The New York Times

Depois de pedir uma bandeja de frutos do mar, ele abriu uma lata dourada de caviar Regiis Ova, colocou uma colherada das ovas entre o polegar e o indicador, e começou a lambê-la, como o sal depois de uma dose de tequila.

— As pessoas costumavam se drogar. Agora, estamos tendo barato com a comida — disse Han, rindo, enquanto degustava o caviar.

O bump de caviar — em que um punhado de ovas é comido do dorso da mão — é agora a maneira insolente e malandra de consumir a iguaria cara em certos restaurantes, bares da moda, festivais de arte e outros encontros de destaque.

— Uma colecionadora de relógios veio me dizer ontem na Frieze que tinha visto um vídeo meu fazendo isso no Instagram e queria experimentar — contou Kristen Shirley, de 37 anos, fundadora do La Patiala, site de estilo de vida de luxo, mencionando a feira de arte em Nova York em maio.

Stephanie Bennaugh, 32 anos, faz um 'bump' de caviar no Temple Bar, no bairro de NoHo, em Nova York — Foto: Dolly Faibyshev/The New York Times

Stephanie Bennaugh, 32 anos, faz um 'bump' de caviar no Temple Bar, no bairro de NoHo, em Nova York — Foto: Dolly Faibyshev/The New York Times

— Amo bumps de caviar porque você não precisa montar uma enorme tábua de queijo e crudités. Só precisa de uma lata e de uma colher — diz.

Como uma autoproclamada connoisseur de caviar, ela prefere o sabor assim:

— Se você colocar caviar em um blini ou na batata frita ou adicionar cebolinha ou cebola roxa, vai mascarar o sabor. Por que você comeria algo que custa US$ 200 a latinha para sentir gosto de cebola?

Ela pode estar certa. Segundo os especialistas em caviar, é assim que tradicionalmente eles provam as ovas.

— Quando você ia até os pescadores e experimentava cem latas diferentes de caviar para selecionar as que queria, era necessária uma maneira rápida de provar sem alterar o paladar — explicou Edward Panchernikov, diretor de operações do Caviar Russe, restaurante com estrela do "Guia Michelin" em Manhattan, especializado em caviar.

Outra frequentadora do Temple Bar, em Nova York, Kaslyn Bos, de 29 anos, experimenta a nova maneira de degustar caviar — Foto: Dolly Faibyshev/The New York Times

Outra frequentadora do Temple Bar, em Nova York, Kaslyn Bos, de 29 anos, experimenta a nova maneira de degustar caviar — Foto: Dolly Faibyshev/The New York Times

Embora este não ofereça bumps no menu, outros estabelecimentos veem isso como a nova maneira de vender a iguaria.

O Temple Bar, lounge retrô em NoHo, em Manhattan, adicionou os bumps de caviar ao menu (US$ 20) quando reabriu em outubro.

Samantha Casuga, a bartender-chefe do Temple, estima que vende cerca de dez por noite.

— O que acontece é que alguém diz: "Devemos pedir um bump de caviar?", e isso parece ousado. Então outras pessoas veem e querem também.

No Tokyo Record Bar, izakaya de 12 lugares no Greenwich Village, em Manhattan, os comensais podem pedir um bump de caviar com saquê por US$ 20, embora não esteja no cardápio.

— Como sempre temos uma tonelada de caviar, essa pareceu uma maneira divertida de oferecer uma boa experiência às pessoas — afirmou Ariel Arce, o proprietário, que também vende uma marca de caviar chamada CaviAIR. Ele acrescentou que a crescente popularidade dos bumps (e do caviar em geral) é o resultado de técnicas de cultivo aprimoradas, que tornaram a iguaria mais acessível. No passado, o caviar era considerado muito caro para ser servido tão casualmente.

Jason Rodriguez, 34 anos, é outro a entrar na onda do 'bump' de caviar no Temple Bar, em Nova York — Foto: Dolly Faibyshev/The New York Times

Jason Rodriguez, 34 anos, é outro a entrar na onda do 'bump' de caviar no Temple Bar, em Nova York — Foto: Dolly Faibyshev/The New York Times

— O caviar selvagem é completamente inacessível, mas agora a China, os Países Baixos, a França, o Uruguai e os Estados Unidos dominam as práticas de produção, o que o tornou mais acessível.

— Na Fórmula 1 deste ano, ofereci um ao Diplo. Foi muito engraçado. Acho que foi a primeira vez que ele fez isso, e adorou. É bem social. É o que faço na cozinha para me relacionar com alguém, em vez de consumir álcool. Não posso fazer isso quando estou trabalhando.


O Globo sexta, 17 de junho de 2022

DISCOGRAFIA: LP INÉDITO COM COMPOSIÇÕES DE PORTELENS HISTÓRICOS É LANÇADO MAIS DE SEIS DÉCADAS APÓS GRAVAÇÃO

Por Luiz Fernando Vianna; Especial Para O GLOBO

 

LP inédito com composições de portelenses históricos é lançado mais de seis décadas após gravação
Entre inéditos e primeiras versões, LP traz “Manhãs brasileiras”, de Manacéa Luis Alvarenga

Graças a um bando de apaixonados por samba, um tesouro está vindo à tona. O lançamento do LP “Escola de Samba Portela 1959” (neste sábado, 18, a partir das 19h, no Centro Cultural São Paulo) é o final feliz de uma epopeia. No disco há composições dos portelenses históricos Manacéa, Jair do Cavaquinho, Chatim e Walter Rosa.

Como, na fase de pré-venda, esgotaram-se as 40 bolachas de cor branca (R$ 300) e as 25 azuis (R$ 280), só há pretas (R$ 230). A tiragem total é de 500 unidades. A partir da próxima segunda-feira, LPs serão vendidos pela internet. Informações estarão nas páginas do Instituto Glória ao Samba no Facebook e no Instagram. Mais à frente, as músicas ficarão disponíveis nas plataformas digitais.

Integrantes do instituto, uma associação de aficionados pelo gênero, descobriram em 2008, no site do Immub (Instituto Memória Musical Brasileira), a menção a um disco intitulado “Escola de Samba Portela 1959”. Até então, só se conhecia o de 1957. Consultaram pesquisadores e colecionadores, mas ninguém sabia do que se tratava. Havia apenas uma pista: teria sido produzido pelo selo Festa.

A busca começou para valer em 2012. O jornalista Paulo Mathias, que desde então trabalha numa biografia do compositor e líder Paulo da Portela, procurava alguma informação enquanto fazia entrevistas, vasculhava a hemeroteca da Biblioteca Nacional e consultava livros para a sua pesquisa. Foi em 2017 que achou o nome de Gracita Garcia Bueno, identificada como sobrinha de Irineu Garcia, o dono do Festa.

Encontraram o telefone de uma associação de artistas plásticos da qual Gracita fazia parte. Souberam, então, que estava com ela o acervo do selo e que dele fazia parte o material do “Portela 59” — como o disco é mais conhecido. Ela relutou, mas aceitou mostrar.

Faltava tentar saber por que só havia sete, se no site do Immub estavam listadas 12 músicas. E por que o material não fora lançado.

— É um mistério por que não saiu — diz Mathias. — Mas descobrimos que os outros cinco sambas foram compostos apenas nos anos 1960. Então, entraram depois na lista, talvez para algum projeto de compilação.

Capa do disco 'Escola de Samba Portela 1959'. — Foto: Divulgação

Capa do disco 'Escola de Samba Portela 1959'. — Foto: Divulgação

O selo Festa foi fundado em 1955 pelo jornalista Irineu Garcia e pelo editor Carlos Ribeiro para lançar, sobretudo, poesia. Foram gravados, por exemplo, LPs de Carlos Drummond de Andrade, Manuel Bandeira e João Cabral de Melo Neto declamando seus poemas.

Entre 102 títulos, o Festa também lançou discos de música clássica e alguns de música popular, inclusive o histórico “Canção do amor demais” (1958), com Elizeth Cardoso interpretando Tom Jobim e Vinicius de Moraes, acompanhada, em duas faixas, pelo violão de João Gilberto. No mesmo ano, João lançou “Chega de saudade” num disquinho de 78 rotações por minuto e fez surgir a bossa nova.

— A gente não vai ganhar dinheiro com isso — avisa Mathias. — Importante é a satisfação de ter localizado o material. Como eu jamais vou compor igual a um Cartola ou a um Monarco, mesmo que nascesse mais 15 vezes, essa é a forma de eu contribuir para o samba.

 

Pesquisa apaixonada

 

O Glória ao Samba, criado em 2007, não tem fins lucrativos. São 22 componentes, quase todos de São Paulo, sendo alguns da periferia. Há mestre de obras, vendedor, professor, pintor de parede, mecânico, metalúrgico.

— Só não tem rico — informa o publicitário Fernando Paiva, de Uberlândia.

Ele ficou responsável pela direção de arte do LP, ao lado de Mathias. Já o advogado Lo Ré fez a assessoria jurídica e dividiu a pesquisa histórica com Paulo Mathias e Luís Henrique Vieira. O disco não teve patrocínio e só está saindo porque os associados puseram dinheiro do bolso. O custo ainda aumentou em 25% na pandemia, por causa da escassez de acetato.

— Quisemos fazer um produto de primeira qualidade, como o samba merece — ressalta Paiva.

O álbum tem encarte com as letras, aponta possíveis instrumentistas e registra que todos os direitos foram pagos aos compositores. O único autor cujo nome não se descobriu foi o de “A hora é essa”.

— Ninguém é profissional de cultura. Precisamos aprender esse mundo burocrático — diz Lo Ré.

Ele, Mathias, Paiva e vários outros tocam instrumentos e compõem, mas priorizam a pesquisa. O foco principal são as escolas de samba tradicionais do Rio, como Portela, Mangueira, Império Serrano e Salgueiro. Planejam gravar um disco com inéditas de sambistas dessas escolas.

Dos sete sambas do “Portela 59”, quatro são inéditos e três tiveram ali suas primeiras versões. É o caso de “Manhãs brasileiras” (Manacéa), hoje mais conhecido pelo título no singular. “Mulher ingrata” foi gravado em 2002 pelo autor, Jair do Cavaquinho, como “Você não soube ser mulher”. Do mesmo Jair e de Beatriz Lima da Silva, “Incrível destino” recebeu gravação em 1962 em “Grandes sucessos da E.S. Portela”.

“Vultos e efemérides nacionais” (Jorge Portela e Waldomiro) foi o samba-enredo da Portela em 1958. “Bahia”, de Chatim, era um samba muito cantado na Portelinha, a antiga quadra — ou terreiro, como se chamava. “Crepúsculo” (Walter Rosa) também era muito conhecido na escola, mas como “Indumentariamente”, seu primeiro verso.

Quando esteve na quadra de Madureira, em 2018 — em visita acompanhada pelo GLOBO —, a turma do Glória ao Samba não chegou ao nome da cantora de “A hora é essa”, mas soube que o intérprete das outras faixas era Avelino de Andrade.

— Meu pai cantou em outros discos da Portela — diz Celsinho de Andrade, presidente da escola mirim Filhos da Águia. — E este ninguém conhecia. Quando soube que seis das sete faixas tinham a voz dele, aí a emoção foi maior.

Na capa do LP estão imagens de Manacéa, Jair, Chatim, Walter Rosa e figuras importantes da escola nos anos 50: Dagmar (tocava surdo), Betinho, Nozinho, Nilton Batatinha e Manuel Bam Bam Bam.


O Globo quinta, 16 de junho de 2022

TURISMO: TREM MIAMI–ORLANDO - O QUE SABEMOS SOBRE A FERROVIA DA FLÓRIDA QUE TERÁ ATÉ ESTAÇÃO NA DISNEY

Por Eduardo Maia

 

Trem Miami-Orlando: o que sabemos sobre a ferrovia da Flórida que terá até estação na Disney
Trem da Brightline, ferrovia que ligará Miami a Orlando no começo de 2023 Reprodução / Wikimedia Commons

Entre as novidades mais aguardadas de Orlando, uma não fica nos parques temáticos. O Brightline, trem de alta velocidade que já conecta Miami a West Palm Beach, no litoral sul da Flórida, chegará à região central do estado no começo de 2023. Por representar uma alternativa inédita à conexão aérea e às viagens de carro, o serviço ferroviário entre os dois grandes polos turísticos do estado vem sendo esperado com ansiedade tanto por viajantes quanto pelas empresas do setor.

Abaixo, listamos sete coisas que já sabemos sobre o trem entre Miami e Orlando.

 

Quando a rota será inaugurada?

 

O Brightline começou a operar entre Miami e Fort Lauderdale em 2018, e desde então se fala sobre a expansão para Orlando. Depois de sucessivas mudanças de planos, a previsão atual é que o serviço comece a operar com passageiros no começo de 2023, mais provavelmente no mês de fevereiro.

 

Onde será a estação de Orlando?

 

A estação será conectada ao Terminal C do Aeroporto Internacional de Orlando, que está em construção. O novo terminal será maior e mais moderno que os demais e deve concentrar os principais voos internacionais. O aeroporto fica a cerca de 30 quilômetros do Walt Disney World e a 25 quilômetros do Universal Orlando Resort.

 

Quando tempo levará a viagem?

 

Estima-se que o trem levará até três horas para percorrer os pouco mais de 270 quilômetros que separam Miami de Orlando. Em alguns pontos, entre West Palm Beach e Orlando, a composição poderá atingir uma velocidade máxima de 201 km/h. Mas em outros, como o trecho entre Miami e West Palm Beach, por casa da quantidade de estações (Fort Lauderdale, que já existe, e Aventura e Boca Raton, que devem ser inauguradas ainda em 2022), a velocidade máxima será de 127 km/h.

Trens da Brightline, ferrovia que ligará Miami a Orlando no começo de 2023, na estação de West Palm Beach — Foto: Reprodução / Wikimedia Commons

Trens da Brightline, ferrovia que ligará Miami a Orlando no começo de 2023, na estação de West Palm Beach — Foto: Reprodução / Wikimedia Commons

 

E o preço?

 

Representantes da Brigthline presentes na edição mais recente do IPW, o maior encontro do turismo dos Estados Unidos, que aconteceu na última semana em Orlando, afirmaram que ainda não há uma tabela de tarifas para o serviço, mas estimam que o bilhete deve custar em torno dos US$ 100. Há também a possibilidade de se cobrar a mais por malas despachadas no vagão bagageiro, por exemplo.

 

Vai dar para chegar de trem nos parques?

 

Não nesta próxima fase de expansão, programada para começo de 2023. Para a terceira fase da ferrovia, ainda sem data de conclusão, estão previstas ao menos mais duas estações. Uma delas é em Disney Springs, o antigo Downtown Disney, centro comercial e gastronômico do Walt Disney World que funciona como uma espécie de hub de transporte interno para os parques e hotéis do complexo.

Há ainda um projeto do Universal Orlando Resort de instalar uma estação ferroviária anexa ao terreno onde está construindo seu quarto parque na cidade, o Epic Universe. Essa estação, que atenderia também o Orange County Convention Center, faria parte da ferrovia Sun Rail, que já conecta Orlando a cidades da região, e poderia ter uma conexão com o trecho do Brightline entre o aeroporto de Orlando e Disney Springs.

Onde será a estação final?

 

Quando a terceira fase de expansão da linha sair do papel, a parada final será na cidade de Tampa, na costa oeste da Flórida. A cidade, uma das principais do estado, vem crescendo como destino turístico, apostando em novos hotéis de luxo e numa gastronomia cada vez mais sofisticada. Tampa funciona também como base para quem quer explorar parques temáticos como Busch Gardens, Legoland (e a nova área de Peppa Pig), e para charmosas cidades litorâneas da região, como St. Petersburg e Clearwater. É possível que o terminal fique no histórico bairro de Ybor City.

Interior de um vagão da Brightline, ferrovia que ligará Miami a Orlando no começo de 2023 — Foto: Reprodução / Wikimedia Commons

Interior de um vagão da Brightline, ferrovia que ligará Miami a Orlando no começo de 2023 — Foto: Reprodução / Wikimedia Commons

 

Como é o trem?

 

As composições pintadas em branco, preto e amarelo usadas pela Brightline têm capacidade para até 248 passageiros, divididos em duas classes. Na Select, a mais cara, há fileiras com duas e uma poltrona, e também mesas para quatro pessoas, com direito a bebidas e snacks incluídos. Já na Smart, mais econômicas, as poltronas são separadas por um corredor estreito, e as bebidas são pagas a parte. Os trens contam com Wi-Fi.


O Globo quarta, 15 de junho de 2022

GULTURA: CLEO CONTA QUE CHOROU ESCREVENDO LIBRO SOBRE ABUSO

Por Bolívar Torres — RIO

 

Cleo conta que chorou escrevendo livro sobre abuso: 'Foi um processo de cura'
Cleo: atriz, cantora, produtora e agora escritora Divulgação/ Lucas Menezes

Logo nas primeiras páginas, a multiartista Cleo deixa bem claro o assunto de "Todo mundo que amei já me fez chorar", seu primeiro livro de ficção: “Gostaria de agradecer a todas as pessoas inesperadas que cruzaram meu caminho e me surpreenderam com seu colo (...) quando estava intoxicada e machucada por pessoas que não sabem amar (não foram poucas vezes)".

O assunto é relacionamento tóxico e os vários tipos de abusos (físico, psicológico, moral) gerados por eles. A multiartista, que já havia usado suas redes sociais para falar sobre experiências do tipo (dela e de outras), contou agora com a ajuda da roteirista Tatiana Maciel, co-autora da obra, para transformá-las em contos. Embora as personagens e situações sejam ficcionais, são de alguma forma inspiradas por relatos de outras pessoas. E também ecoam vivências e sentimentos das próprias autoras.

- Os contos são sobre relações tóxicas que acabam tendo espaço para serem abusivas - diz Cleo. - Em todos elas, eu me vi ou vi em alguém muito próximo. O livro foi um processo de cura. Mas dolorido também. Porque você acaba revivendo coisas que achava que estavam resolvidas e acaba sofrendo mais um pouco com o que havia sofrido lá atrás.

Indagada se já esteve em algum relacionamento abusivo sem perceber, como as personagens do livro, a atriz, cantora, produtora e agora escritora solta uma risada:

- A vida inteira!

O processo de escrita a quatro mãos foi todo assim, entre lágrimas e risos, já que a abordagem era tratar o tema de forma "acolhedora e leve".

O livro tem prefácio assinado por Djamila Ribeiro, autora de "O pequeno manual antirracista", e deve se desdobrar futuramente uma música e um videoclipe. Nos contos, Cleo e Tatiana Maciel não chegam a tratar de casos de violência física extrema. Entre os conflitos que as personagens precisam lidar, estão os joguinhos de amor, os interesses não-correspondidos, as tensões com pais autoritários e colegas de trabalho traiçoeiros.

Cleo e Tatiana Maciel — Foto: Divulgação/ Felipe Gomes

Cleo e Tatiana Maciel — Foto: Divulgação/ Felipe Gomes

Há situações, porém, que reavivaram feridas. As autoras dão alguns exemplos, como as dinâmicas abusivas dentro de uma família, as cobranças em relação ao corpo e ao comportamento. E há também aquelas pequenas violências do cotidiano: bater porta, chutar objetos, falar alto...

A questão do corpo, mais especificamente, é algo familiar a Cleo, que desde muito jovem foi tratada como símbolo sexual.

- Sempre consegui deixar as coisas superficiais no lugar delas - conta a multiartista, que se diz muito mais uma admiradora e aliada do feminismo do que uma porta-voz do movimento. - Mas quando vi que (ser ícone de beleza) atingia diversas camadas da minha existência, não só ficou mais divertido isso como acabou me trazendo para lugares onde eu sentia que precisava quebrar esses rótulos. Acho delícia ser considerada sexy, mas não quando isso te limita.

- Foi mágico, de virarmos irmãs tendo se visto umas três vezes por zoom - lembra Maciel. - A empatia foi completa, uma troca de muita confiança. (A união das mulheres) é uma questão de sobrevivência. Se não nos damos as mãos, não sobrevivemos.

Tanto Cleo quanto Maciel contam já ter recebido mensagens defensivas de ex-namorados achando que as histórias sobre abuso eram indiretas a eles.

- Não de forma explícita, mas veladamente - diz Cleo. - Já sofri questionamentos de certas pessoas que estavam incomodadas com a forma como estava falando das coisas da minha vida.

Maciel complementa:

- Até eu, que não sou famosa como a Cleo, já recebi mensagem de ex perguntando se estava no livro ou não!


O Globo terça, 14 de junho de 2022

LEILA DINIZ: O MISTERIOSO ACIDENTE DE AVIÃO QUE TIROU A VIDA DA ATRIZ, HÁ 50 ANOS

Leila Diniz: O misterioso acidente de avião que tirou a vida da atriz, há 50 anos

 

Leila Diniz diante do cartaz do filme 'Edu, coração de ouro', em 1968

 

 

Ninguém queria acreditar. Na sede da TV Globo, no Rio, a atriz Maria Claudia e a repórter Scarlett Moon diziam que alguém devia ligar para o Itamaraty. "Leila é rainha de perder o avião, ela sempre chegou atrasada nos aeroportos, por que haveria de ser pontual logo agora?", questionou Maria Claudia, emocionada.

Mas Leila Diniz não queria perder aquele voo de jeito nenhum. Ela tinha viajado à Austrália para promover o filme "De mãos vazias", do diretor Luiz Carlos Lacerda, no Festival de Cinema de Adelaide. Mas garantira à jornalista e amiga Scarlett Moon que não ia "ficar de bobeira por lá, não". Voltaria correndo para estar de novo com a pequena Janaína, de 6 meses, sua filha com o cineasta Ruy Guerra.

A atriz de 27 anos, famosa por seus trabalhos na TV e no cinema e pelas atitudes libertárias que tanto incomodavam os moralistas da ditadura militar, deixou Adelaide sozinha, antes do encerramento do festival. Ela foi para Tóquio e lá embarcou no Voo 471 da Japan Airlines. O avião parou em Hong Kong, em Bangcoc e chegava na sua terceira escala, em Nova Déli, na Índia, quando colidiu a quilômetros do aeroporto. Eram 20h15 de uma quarta-feira, 14 de junho de 1972, há exatos 50 anos.

 

Leila Diniz. Destroços do Voo 471 da Japan Airlines, em Nova Déli, na Índia

 

 

A tragédia matou 86 pessoas. Entre elas, Leila Diniz e o indiano KKP Narasinga Rao, um veterano da Food and Agricultural Organization (FAO), agência das Nações Unidas voltada para o combate à fome. Ao receber a notícia, a cantora e amiga Elis Regina desmaiou em frente às câmeras, gravando um programa de televisão. Leila morreu no auge da fama. A comoção tomou conta do país.

Janaína Diniz: 'Tenho um encontro marcado com a mãe que não tive'

"O acidente foi um completo mistério", declarou o executivo Yasteru Matusi, gerente-geral da Japan Airlines na Índia, após à tragédia. De acordo com uma reportagem do GLOBO na época, a companhia suspeitava até de sabotagem. Ninguém sabia explicar o que realmente acontecera. Com o tempo, configurou-se uma disputa jamais encerrada de narrativas sobre as causas do desastre. Para investigadores japoneses, houve falha num equipamento do aeroporto. Mas o relatório de autoridades indianas foi enfático ao apontar uma sequência de erros cometidos pela tripulação. 

O Voo 471 saiu de Tóquio com destino a Londres, de onde Leila tomaria outro avião para o Brasil. Hoje, uma viagem entre Japão e Reino Unido traça uma linha cruzando o espaço aéreo da Rússia. Mas, em tempos de Guerra Fria, a rota contornava o território soviético, num "pinga-pinga" interminável por capitais do Sul da Ásia. A carismática intérprete de Maria Alice em "Todas as mulheres do mundo" faria um total de seis paradas até chegar à capital britânica.

 

Carrinho de Janaina, filha de Leila Diniz, após a morte da atriz, em junho de 1972
 

Após uma viagem sem imprevistos desde Bangcoc, na Tailândia, a aeronave modelo Douglas DC 8, com oito anos de uso, aproximava-se do Aeroporto Internacional de Palam, em Nova Déli. Já era noite, e havia uma densa névoa de poeira no ar, o que reduzia drasticamente a visibilidade a bordo. Por isso, a cabine recebeu autorização do aeroporto para realizar o pouso com a ajuda de instrumentos.

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Entretanto, algo de muito errado se sucedeu. Um vídeo detalhado, que usa recursos gráficos para recriar o acidente de meio século atrás, foi publicado no Youtube no ano passado. Nesse vídeo, o áudio com as vozes dos pilotos na cabine sugere que eles começaram a descer depois de visualizar o que, equivocadamente, identificaram como as luzes da pista do aeroporto em Nova Déli.

Uma investigação japonesa argumentou que o equipamento responsável por enviar sinais de rádio para guiar o avião até a pista, durante um pouso por instrumentos, estava com defeito. Já o relatório do governo indiano concluiu que, ao pensar que haviam enxergado a pista, os pilotos abandonaram o procedimento de pouso por instrumentos e, mesmo com todas as limitações de visibilidade, passaram a se guiar pelos próprios olhos, ignorando as informações do altímetro.

 

Leila Diniz desfilando pela Império Serrano no carnaval de 1972

 Como resultado, o Douglas DC 8 continuou descendo às cegas. Quando observou o altímetro, a tripulação se deu conta do erro e tentou arremeter, mas não teve tempo. A aeronave se chocou com as margens do Rio Yamuna, a 16 quilômetros da pista. Além de 82 mortos a bordo, quatro pessoas que estavam no solo também perderam a vida. Uma tripulante e quatro passageiros sobreviveram, milagrosamente. 

Em fotos: Veja uma galeria com imagens da carreira de Leila Diniz

Dois dias depois do acidente, as autoridades indianas encontraram o passaporte de número 896 147, de propriedade de Leila Diniz, colocando fim a qualquer esperança de que ela pudesse ter escapado com vida. Cunhado da atriz, o advogado Marcelo Cerqueira foi a Nova Déli para buscar os restos mortais da artista e voltou no dia 25 de junho, no avião que trouxe também as cinzas da mãe de Janaína. 

Um cortejo com 40 carros percorreu o trajeto do Aeroporto Internacional do Galeão até o Cemitério São João Batista, em Botafogo, na Zona Sul do Rio, onde já estavam milhares de pessoas. Dona Zica, mulher do compositor Cartola, cobriu a urna com a bandeira da escola de samba Mangueira. Antes de ser colocado no jazigo perpétuo 19.886, o caixão foi alvo de uma chuva de flores. Familiares, amigos e fãs de Leila se despediam aos prantos. Vários dias depois, admiradores da querida artista ainda eram vistos deixando suas homenagens no cemitério.

 

Leila Diniz. Sepultamento da atriz no Cemitério São João Batista, em junho de 1972

 

Leila Diniz. Público acompanha sepultamento da atriz, em junho de 1972

O Globo segunda, 13 de junho de 2022

BASQUETE: MÁGIC PAULA - *AS MÁS GESTÕES MATARAM GERAÇÕES DO BASQUETE*

Por Carol Knoploch — Rio de Janeiro

 

Magic Paula: ‘As más gestões mataram gerações do basquete’
Magic Paula, em Vila de Santo Andre, no município de Santa Cruz de Cabrália (Bahia) Arquivo pessoal

Há pouco mais de um ano, Maria Paula Gonçalves da Silva, a Magic Paula, tornou-se a primeira mulher vice-presidente da história da Confederação Brasileira de Basquete (CBB), entidade que sobrevive com a ajuda de aparelhos após décadas de más gestões. A ex-atleta está no olho de um furacão e, ao mesmo tempo, bem longe dele. Com 60 anos recém-completados, ela decidiu “viver de maneira mais tranquila” em Santo André, um vilarejo com menos de mil moradores no município de Santa Cruz Cabrália, próximo a Porto Seguro, na Bahia. Pela internet — ferramenta que também usou para falar com O GLOBO sobre a maturidade e o trabalho —, ela tenta resgatar o brio do basquete nacional.

Como se sente aos 60 anos?

Sempre lidei com a idade de maneira muito tranquila. Nunca me incomodou, e acho que não vai. É preciso ter tranquilidade para lidar com as mudanças do corpo e do rosto e com as marcas. Eu tenho zero problema com isso.

Você está igual...

Mais ou menos. Depende de como se leva a vida. O tempo pode e deve nos fazer seres humanos melhores. Hoje, lido com mais facilidade com coisas que antes me incomodavam. Para me tirar do centro, tem de ser algo forte. Não quero adoecer por ter me estressado com coisas sem importância.

 
A pandemia nos direcionou para um êxodo diferente, me perguntei por que a gente busca tanto a vida nas grandes cidades, que nos levam a consumir o que nem temos necessidade. Tantas roupas e sapatos... Não precisamos de muito
— Magic Paula

Como consegue trabalhar tão bem essa questão?

Temos aquela coisa de construir o futuro e depois se aposentar. Esse período pode acontecer quando não há mais agilidade e ímpeto com a vida. Não queria que fosse com 70 ou 90 anos. Me dei o direito de viver de maneira mais tranquila, buscando o que me faz bem. Durmo e acordo cedo. É optar, escolher e viver com dignidade. Sempre tive dificuldade com peso, mesmo enquanto atleta, e continuo. Então, hoje, a atividade física me dá bem estar. Digo isso porque não vivo do meu corpo e rosto. Hoje, ninguém está feliz com o que tem.

Por isso foi para a Bahia?

Vinha para cá, onde tenho casa desde 2014, a cada dois meses. Fui me encantando e, no ano passado, acabei ficando. A pandemia nos direcionou para um êxodo diferente, me perguntei por que a gente busca tanto a vida nas grandes cidades, que nos levam a consumir o que nem temos necessidade. Tantas roupas e sapatos... Não precisamos de muito.

O que gosta de fazer aí?

Faço hidroginástica no rio, ando de chinelo e me locomovo de bicicleta. Estou no meio da natureza, moro num condomínio com quintal. Cuido das plantas, gosto de pintar um negócio ou outro... Estou sempre fazendo algo.

Magic Paula, em Santa Cruz de Cabrália: local onde escolheu para viver após a pandemia da Covid-19 — Foto: Arquivo pessoal

Magic Paula, em Santa Cruz de Cabrália: local onde escolheu para viver após a pandemia da Covid-19 — Foto: Arquivo pessoal

Como concilia a vida na Bahia e o trabalho na CBB?

Quando fui convidada para ser vice do Guy (Peixoto), foi para estar perto das seleções brasileiras e tentar turbinar o basquete feminino. Isso me encantou. Não o cargo. E, desde o início, o combinado foi não sair da minha casa. Necessitando da minha presença, eu vou, mas nós coordenamos tudo online (Paula deve embarcar esta semana para a Argentina para acompanhar a AmeriCup, com a seleção sub-18). Somos muito disciplinados e a equipe que trabalha com a gente também. As tarefas podem ser cumpridas aqui ou lá. Isso depende do profissional que cada um é... Cheguei a um estágio da vida em que não queria mais o compromisso de estar lá (na sede da CBB) das 9h às 17h.

Você foi eleita justamente no Dia Internacional da Mulher. O desafio é maior para nós?

O esporte foi feito por homens para homens, mas a gente já galgou muito. Principalmente as atletas. Na gestão, estamos muito aquém. Isso acontece também porque a gente não se apresenta para alguns cargos. Às vezes, temos as oportunidades e medo de assumir.

Não tem receio de manchar sua imagem de atleta?

O único medo é sofrer com questões que não estão dentro da minha filosofia. Minha passagem meteórica pelo Ministério de Esportes, em 2003, foi mais ou menos isso. Comecei a ver coisas com as quais eu não concordava e achei melhor me retirar. Mas é o que eu digo: você só verá o tamanho do buraco se estiver próximo dele. Vivemos momentos difíceis, roteiros escabrosos de corrupção no esporte em geral. E não acredito que isso tenha acabado. Mas, enquanto eu estiver dentro do processo e podendo continuar, vou enfrentar o desafio. Não sei se em quatro anos a gente consegue mudar tanta coisa que fizeram ao basquete brasileiro.

Quando assumiu, você disse que a CBB enfrentava dívidas de mais de R$ 45 milhões, processos trabalhistas e cíveis e sofria com a falta de certidão negativa de débitos (o que impede parcerias com entes públicos). A entidade foi suspensa pela Fiba, e as seleções perderam torneios internacionais. Como se chegou a esse ponto?

A culpa é do próprio basquete, porque, quando se reelege alguém que não faz a coisa do jeito que tem de ser, é porque muita gente concordou com isso, certo? Para a gente que não tem certidão negativa de débito, a dificuldade de receber recursos inclui o privado. Hoje, as empresas têm compliance e, quando veem a situação da entidade, é natural que não queiram ser nossas parceiras. A gente passou a negociar e pagar essa dívida, muito em função da nova lei que permite que 20% da verba das Loterias sejam investidas no pagamento dessas pendências. Mas a verdade é que esse recurso, que recebemos via COB, é um terço do que necessitamos. Principalmente com a entrada do 3 x 3. Precisamos urgentemente ter resultados para receber também recursos por eles. O grande legado da nossa gestão seria conseguir essa certidão.

 
Estou aqui de passagem e não posso ter essa cobrança após a terra ter sido arrasada por anos. Não dá para fazer mágica, mas dá para começar. O que quero é classificar para Paris-2024.
— Magic Paula

Pela segunda vez seguida, o Brasil não vai disputar o Mundial Feminino.

Somos uma seleção que precisa treinar, as jogadoras precisam estar juntas. Na minha época, para o Mundial da Austrália (o Brasil foi ouro), treinamos quatro meses. Mas, hoje, a Fiba permite que as atletas fiquem em seus clubes até quatro dias antes da competição. E, olha, a gente perdeu de dois pontos da Coreia do Sul, de seis da Sérvia e de 12 da Austrália. Se ganhasse da Coreia, a gente estava dentro. Bateu muito na trave.

Como se resolve isso?

Estou aqui de passagem e não posso ter essa cobrança após a terra ter sido arrasada por anos. Não dá para fazer mágica, mas dá para começar. O que quero é classificar para Paris-2024. Vamos fazer todo o possível para a gente não ficar de novo fora de uma Olimpíada.

Magic Paula, vice-presidente da Confederação Brasileira de Basquete. — Foto: Divulgação

Magic Paula, vice-presidente da Confederação Brasileira de Basquete. — Foto: Divulgação

E a seleção permanente que foi bandeira na eleição?

Temos duas realidades, de atletas que estão aí há algum tempo e que talvez estejam deixando a seleção, caso da Érika. Mas já temos uma nova geração. O investimento tem de ser feito nas jogadoras de 18, 19 anos. E a ideia de ter uma seleção permanente é para fortalecer esse grupo e obter resultado daqui a quatro, oito anos. Mas isso também exige investimento. A ideia é que elas estivessem no mesmo clube, com o desejo de ter um time jovem. Ainda não conseguimos mesmo com boas conversas com dois times. Também porque não será fácil trazê-las. A maioria atua nos EUA porque aqui não tinha competição, foram para lá por uma questão de sobrevivência. Se a gente não pode oferecer o melhor, que elas tenham o melhor em outro lugar. Pelo menos, voltarão falando inglês e formadas. Se vão virar jogadora é outra história. As más gestões mataram gerações do basquete. A gente sabe que temos uma comunidade que quer resultados imediatos, mas a gente tem de seguir fazendo o nosso trabalho. Muitas vezes o próprio basquete não torce pelo basquete...

Como assim?

Exemplo, a gente convoca uma seleção. Tenho recurso para treinar uma semana. Mas teríamos de treinar um mês. Se não, a outra seleção não se apresenta. Temos de nos adequar. Aí, os cornetas começam: "Mas como treinar só sete dias?". É mais fácil criticar do que ajudar. Eu falo que eu já fui pedra, já estive de fora. Hoje eu vejo que não é bem assim.

 

O que destacaria até agora em um ano de trabalho?

O fortalecimento da equipe da CBB com mulheres, a realização do Brasileiro no ano passado e a escolha de embaixadoras nos estados para nos ajudar a ter um diagnóstico de como estamos no Brasil. Além da ampliação do Adelante, projeto de capacitação do Neto (José Neto, técnico da seleção feminina) e da Adriana (Santos, coordenadora) com mais de 1.500 inscritos. É muito pouco perante o que ainda precisamos.

O que achou do skate, do surfe e da escalada em Tóquio-2020?

A gente que é das antigas acha meio estranho. Mas teve um poder altíssimo de levar a juventude a se movimentar. Esse tem sido um desafio grande. Tem questões nestas modalidades muito diferentes das tradicionais. Essa espontaneidade e essa coisa menos rígida que o esporte traz é bem bacana. Tem de ser mais leve. Se eu tivesse que repetir de novo (carreira como atleta), era isso que eu faria. Seria mais leve e me divertiria mais.

 

E qual a novidade sobre o filme que vai contar sua história e da Hortência?

O filme está em fase de captação e montagem do roteiro. A ideia é mostrar duas mulheres dos anos 90 que eram empoderadas e fizeram o que fizeram com o basquete feminino junto com outras mulheres incríveis. Lá atrás já teve gente que não dava bola para o que a torcida falava e ia atrás dos seus sonhos.

 


O Globo domingo, 12 de junho de 2022

DIA DOS NAMORADOS: PAOLLA OLIVEIRA E DIOGO NOGUEIRA POSAM EM ENSAIO EXCLUSIVO PARA O DIA DOS NAMORADOS

Por Joana Dale

 


Paolla veste saia, sutiã e shorts Intensify Me e Diogo, Emporio Armani — Foto: Fe Pinheiro

Paolla veste saia, sutiã e shorts Intensify Me e Diogo, Emporio Armani — Foto: Fe Pinheiro

No sofá, Paolla Oliveira pede ao fotógrafo esperar antes de clicar, e posiciona a cabeça do namorado, Diogo Nogueira. “Me beija de leve, não pode ser beijão”, orienta. No salão de festas, a atriz tira o cantor para dançar em câmera lenta. “É uma cena”, justifica. Na cama, avisa que ele precisa ficar deitado: “Não largadão”. Durante as três horas da sessão de fotos, Paolla carinhosamente dirige Diogo. “Eu falo mesmo. Conheço a figura. E quero vê-lo melhor do que já é, não vou deixar sair atochado na foto”, diz. “É uma questão de confiança. Quando estou em cima de um palco e ele fala: ‘Não vai para lá’, eu não vou. Aqui, como manjo mais desse métier, falo ‘faz assim’. A gente não discute. A gente confia”.

É a primeira capa de revista protagonizada por Paolla e Diogo, ambos se jogaram no mood proposto pela equipe de ELA: a história de um casal que está curtindo um baile e, mais ainda, o after party, com direito a café da manhã na cama e corridinha — com os dois envoltos em edredons — nos corredores do Copacabana Palace. “Eu me diverti em todas as cenas! Fiz poucos ensaios assim, então fico vendo como ela se movimenta para tentar chegar próximo. Não sou modelo”, diz Diogo. “Começamos super arrumados, com roupas de festa, e acabamos no chuveiro”, diz Paolla. “Como terminam as festas”, emenda Diogo. “E começam as boas coisas...”, gargalha ela. 

Em uma hora de entrevista concedida aos pés da cama king size da suíte, em uma rara terça-feira de folga do casal — a atriz está em ritmo frenético de gravações como protagonista da novela “Cara e coragem”, e o cantor em turnê com o novo disco, “Deu samba” —, Paolla e Diogo refletiram sobre amor, confiança, ciúme, cultura, política e revelaram o desejo de celebrar a união em uma festa de casamento e os planos de terem filhos. Confira os melhores trechos a seguir.

O GLOBO — Vocês estão juntos há um ano, Mas parece mais tempo... também têm essa impressão?

PAOLLA: Menina, não somos bons com data, mas é verdade, um ano! Essa é uma capa de aniversário (risos). Mas, sim, parece que tem mais tempo... Acho que porque é a primeira vez que eu tenho um relacionamento mais público. Mas como esconder essa figura embaixo da cama?

DIOGO: Sem dúvida. A gente não ia conseguir se esconder...

PAOLLA: Não foi uma opção. Somos duas pessoas públicas, a maneira de a gente se encontrar é eu estar num show dele ou ele num evento meu. Então, ficou mais aparente, até virou meme!

O que acham se serem considerados os namoradinhos do Brasil?

PAOLLA: Dá certo por que somamos. Outro dia, uma pessoa me perguntou: ‘O Diogo aprovou sua roupa?’. Oi? Como assim? Somos um casal que soma. Estou aqui puta da vida porque amanhã ele vai para Maceió, mas no fundo estou feliz por ele. Aí trocamos mensagens, falamos por vídeo. Esse moço viaja muito... Fui tentar pegar um fim de semana dele, e só consegui um dia no meio de agosto!

DIOGO: Saudade é amor! E estou feliz por ela estar fazendo novela. Sou noveleiro! Não sei como vou reagir às cenas de beijo. Pode ser que dê aquela irritaçãozinha e que eu prefira levantar do sofá para pegar um copo d’água...(risos).

PAOLLA: Os dois estarem realizados profissionalmente é uma premissa importantíssima. Quando só um está feliz, não dura muito. Tudo isso parece muito clichê... Principalmente em tempos de casais modernos, trisais... Mas nós somos um casal simples, que fala coisas normais. Parceria, admiração e afeto soam como palavras fora de moda?


O Globo sábado, 11 de junho de 2022

ATUALIDADES: GRETCHEN PARABENIZA FILHA PELOS 19 ANOS, E BELEZA DA MENINA ENCANTA WEB

 

Por O GLOBO — Rio de Janeiro

 

Gretchen parabeniza filha pelos 19 anos, e beleza da menina encanta web; veja fotos
Giullia é filha de Gretchen Reprodução
 
Filha de Gretchen — Foto: Reprodução

Filha de Gretchen — Foto: Reprodução

Giulia é modelo a agência Mega e mora sozinha na França. Giu, como é chamada, se mudou há cinco anos para Mônaco, junto com a mãe e a irmã mais nova, Valentina. Acabou ficando pela Europa, onde chegou a trabalhar como entregadora de comida em um restaurante. Ela é fruto do relacionamento de Gretchen com Juliano Cezimbra, ex-segurança de Ratinho. O casal ficou junto entre 2002 e 2003.

Giullia nasceu em Recife. Em diversas entrevistas, já disse que sua relação com a mãe é ótima e que tem profunda admiração pelo trabalho de Gretchen.


O Globo sexta, 10 de junho de 2022

BRASILEIRÃO: AS ÚLTIMAS HORAS DE PAULO SOUSA NO FLAMENGO FORAM CHOCANTES ATÉ PARA O FUTEBOL BRASILEIRO

Martín Fernandez: as últimas horas de Paulo Sousa no Flamengo foram chocantes até para o futebol brasileiro

Clube deu ao técnico a chave do departamento de futebol, um salário alto, um contrato longo. Ao mesmo tempo, faz dele a peça mais descartável
 
Paulo Sousa, técnico do Flamengo Foto: Divulgação
Paulo Sousa, técnico do Flamengo Foto: Divulgação
 

Talvez não devesse mais ser motivo de espanto, mas é impossível evitar a sensação quando o Flamengo fornece provas tão consistentes de que é administrado de maneira aleatória, fortuita. O clube que fatura R$ 1 bilhão por ano, que é parte importante da vida de dezenas de milhões de pessoas, demonstra semana após semana que toma decisões cruciais — como escolher quem comanda o time de futebol — com base em tentativa e erro.

O roteiro das últimas horas de Paulo Sousa como funcionário do clube foi chocante até para os padrões exóticos do futebol brasileiro.

Após a derrota por 1 a 0 para o Bragantino na quarta-feira, Paulo Sousa acordou demitido pela imprensa, que obviamente não inventou nada, e sim publicou qual era a intenção de quem manda no clube. No início da tarde, Dorival Júnior aceitou a proposta do Flamengo e interrompeu por decisão própria um trabalho no Ceará que durou 73 dias e 18 jogos — a categoria sempre colabora decisivamente para esse estado de coisas, mas esta é outra discussão.

 Um pouco depois das 16h, enquanto o Mundo Flamengo já discutia quais mudanças o novo técnico fará no próximo jogo, Paulo Sousa orientou um último treino inútil para jogadores que já sabiam não estar mais sob suas ordens. Só no final da tarde o português e seus auxiliares foram comunicados da demissão pelos mesmos cartolas que seis meses atrás foram buscá-lo na Europa.

O pensamento mágico de reviver 2019 levou a direção do Flamengo a assinar com Paulo Sousa um contrato de dois anos. Não há trabalho em curso na elite do futebol brasileiro que seja tão longevo — Maurício Barbieri está há 21 meses no Red Bull Bragantino, num contexto sem par no Brasil, e Abel Ferreira só dura 19 meses no Palmeiras porque ganhou duas vezes a Copa Libertadores. Mais importante do que isso: ninguém aguentou tanto tempo assim no Flamengo neste século, o que inclui todos os profissionais contratados por esta gestão.

O Flamengo elevou a outro patamar uma prática do futebol brasileiro: dar ao técnico a chave do departamento de futebol, um salário alto, um contrato longo, o poder de indicar reforços, dispensar jogadores e trabalhar apenas com sua própria comissão técnica. Ao mesmo tempo, faz dele a peça mais descartável, a primeira ser trocada em caso de turbulência, a um custo invariavelmente alto. O erro na origem cobra seu preço depois na forma de uma multa rescisória milionária a quem está indo embora e na urgência de contratar um sucessor no improviso, no desespero.

Os erros de Paulo Sousa foram muitos e foram públicos — o que alimentou uma perversa campanha para derrubá-lo do cargo. A questão aqui é como o clube se deixou levar a uma posição tão vulnerável a ponto de não ter nem funcionários próprios aptos a substituí-lo até a chegada do novo treinador. Qual era o plano, afinal? Havia algum?

A troca de Paulo Sousa por Dorival Júnior pode perfeitamente resultar em troféus no fim do ano, afinal a equação é composta por um bom profissional, um elenco qualificado e uma torcida capaz de carregar times nas costas. Mas, ainda que dê certo, também será um pouco fruto do acaso. Tal qual 2019, aliás.


O Globo quinta, 09 de junho de 2022

MÚSICA: HIROMI UEHARA VEM AO RIO PARA MOSTRAR SEU PIANO MUITO ALÉM DO PRETO E BRANCO

 

Por Silvio Essinger

 

 


A pianista japonesa Hiromi Uehara — Foto: Muga Miyahara/Divulgação

A pianista japonesa Hiromi Uehara — Foto: Muga Miyahara/Divulgação

Aos 43 anos, Hiromi Uehara, prodígio japonês do piano, pode dizer que sua evolução está bem documentada. Aos 6, ela se recorda de ter começado a aprender piano com uma professora que tocava música clássica, jazz e pop. Aos 8, já estava obcecada pelo jazz, estilo no qual, diferentemente do clássico, os músicos podiam ir além da partitura e improvisar.

Aos 24, ela misturou tudo o que tinha ouvido e tocado até então em seu álbum de estreia, “Another mind”. Seis anos depois, à beira dos 30, Hiromi lançou “Place to be”, disco de piano solo em que pretendia registrar o momento do seu estilo. Gostou tanto da experiência que, uma década depois, gravou outro disco nesse mesmo formato, “Spectrum”.

— Cada vez que eu toco, nunca é a mesma coisa. É como fazer uma viagem junto com a música — diz por e-mail a pianista, que se apresenta quinta-feira, só com o seu instrumento, no Theatro Municipal, abrindo no Rio a 13ª edição da série Jazz All Night, da Dellarte.

É a segunda vez que Hiromi toca solo na cidade. Em 2016, ela viria com seu trio (formado por dois veteranos do jazz, pop e rock, o baixista Anthony Jackson e o baterista Simon Phillips), mas por alegados problemas de saúde, ela acabou sozinha no palco.

 Agora, a japonesa se apresenta sem acompanhamento por vontade própria: ela quer mostrar “Spectrum”, sua travessia solitária por um vasto conjunto estilístico (e cromático) que inclui composições próprias como “Kaleidoiscope”, “Whiteout” e “Yellow Wurlitzer blues”, um “Blackbird” (Beatles) e um “Rhapsody in various shades of blue”, que vem a ser um azulado medley de “Rhapsody in blue” (George Gershwin), “Blue train” (John Coltrane) e “Behind blue eyes” (The Who).

— Sinto que, quanto mais você toca seu instrumento, mais cores você tem à sua disposição. Tocar música é como pintar: quanto mais cores, mais formas de se expressar você tem. Acho que hoje tenho mais cores na minha paleta do que há dez anos, por exemplo. Também é interessante que tantas cores diferentes de som saiam do piano, que só tem teclas pretas e brancas! — observa a artista, que diz esperar um som “mais rico e mais amplo” do que quando tocou no Rio em 2016.

Como muitos músicos, Hiromi sentiu muito a falta das plateias no isolamento durante a pandemia de Covid-19. Voltar aos palcos a fez sentir “em casa, muito viva”, o que não significa que ela tenha ficado parada durante esse tempo: ela compôs a “Silver Lining Suite”, uma peça em quatro movimentos, para piano e cordas, que gravou de forma remota, em 2021, com os violinistas Tatsuo Nishi e Sohei Birmann, o violoncelista Waturu Mukai e a violista Meguna Naka.

Colaborar com grandes músicos (alguns, gigantes do jazz, como o pianista Chick Corea e o baixista Stanley Clarke) é algo que Hiromi sempre apreciou. Em 2017, ela lançou um álbum ao vivo com o harpista colombiano e o jazzista Edmar Castañeda, a quem só tem elogios:

— Eu amo tanto a energia dele no palco, temos uma ótima química juntos, é simplesmente lindo poder compartilhar isso — diz a artista, que guarda boas lembranças do Rio. — Aproveitei muito o meu passeio à praia! Torço para poder fazer isso de novo.

 


O Globo quarta, 08 de junho de 2022

NUTRIÇÃO: POR QUE DEVO CONSUMIR FIBRAS?

Por que devo consumir fibras?

 

Alimentos ricos em fibras

 

 

A medicina já vem estudando e comprovando a importância da microbiota intestinal para a prevenção de doenças degenerativas e para a manutenção da saúde de forma geral.

As fibras são substâncias encontradas em alimentos de origem vegetal e que não são absorvidas pelo organismo durante a digestão. Seus benefícios vão além do bom funcionamento do intestino, passando pelo controle da glicemia e do colesterol, até aumentar a saciedade e diminuir a fome.

 Porem, além disso tudo, recentemente, pesquisadores do Japão descobriram que as fibras solúveis são capazes de estimular o fortalecimento das boas bactérias no intestino, ajudando a reduzir o risco do surgimento de enfermidades, como a demência.

O estudo foi feito com mais de 3.500 adultos e publicado na revista científica Nutritional Neuroscience, e mostrou que os adultos que consumiam mais fibras, particularmente as fibras solúveis, eram menos propensos a desenvolver demência, comprovando que existe uma interação entre intestino e cérebro.

O estudo aponta que, embora o risco de desenvolver demência, incluindo a doença de Alzheimer, possa ser influenciado pela genética, a alimentação pode ter um importante papel de prevenção. Vale lembrar que o Alzheimer atinge quase 35 milhões de pessoas no mundo. Projeções indicam que uma em cada 85 pessoas serão afetadas pela doença em 2050.

O Japão tem grande histórico de pesquisas sobre os hábitos alimentares de sua população. E segundo alguns desses estudos, um dos maiores fatores de risco genético para a demência se encontra no gene da apolipoproteína E (APOE), que atua no metabolismo dos lipídeos, levando o colesterol pelas células. As fibras conseguiriam reduzir este risco, justamente por serem capazes de “varrer” o excesso de colesterol, reduzindo sua absorção pelo nosso organismo. Esse é o papel das fibras solúveis.

Esse tipo de fibra, é assim chamado porque literalmente se dissolve na água e se transforma em uma espécie de gel, que além de “ir pegando” pelo caminho o excesso de colesterol, também vai trazendo glicose, e ajudando a manter os níveis de açúcar no sangue. Entre outras funções, a fibra solúvel também mantém os níveis de minerais adequados e aumenta o tempo de absorção dos nutrientes no intestino delgado, o que auxilia na maior produção de bactérias boas e no aumento do volume fecal, e por consequência, na eliminação dos resíduos e excessos. Todo esse processo também ajuda a manter a saciedade por mais tempo, já que o esvaziamento gástrico se faz de forma mais demorada. Esse tipo de fibra pode ser encontrada em alimentos como verduras, legumes, frutas e frutos, e alimentos que contem aveia, centeio e cevada.

Outro tipo de fibra que existe é a insolúvel, ou seja, que não dissolve na água. Por isso, elas passam mais rapidamente pelo intestino. É como se ela fosse correndo enquanto as solúveis fossem andando, e na correria, ela leva o bolo fecal mais rápido, ajudando-o a atravessar o longo caminho pelo intestino de forma bem mais eficiente, evitando a prisão de ventre e o câncer de cólon, por exemplo. Essas fibras podem ser encontradas no farelo de trigo, arroz integral, feijão e cereais matinais integrais, e também em algumas frutas como pera, ameixa com casca, laranja e tangerina.

De volta ao estudo japonês, a associação de fibras e demência ainda traz pontos a serem elucidados, mas uma grande possibilidade pode estar na explicação de que a fibra solúvel, através da regulação da composição das bactérias intestinais possa afetar, de forma positiva, a neuroinflamação, que desempenha um papel no início da demência.

Assim como tudo na vida, o equilíbrio é fundamental, e apesar de serem ótimas, as fibras também não devem ser consumidas em excesso. Recomenda-se 14 gramas de fibras a cada 1.000 calorias consumidas por dia. Infelizmente, ainda estamos longe de sofrer por excesso desse consumo, mas sim, pela falta. 


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