Almanaque Raimundo Floriano
Fundado em 24.09.2016
(Cultural, sem fins comerciais, lucrativos ou financeiros)


Raimundo Floriano de Albuquerque e Silva, Editor deste Almanaque, também conhecido como Velho Fulô, Palhaço Seu Mundinho e Mundico Trazendowski, nascido em Balsas , Maranhão, a 3 de julho de 1936, Católico Apostólico Romano, Contador, Oficial da Reserva do Exército Brasileiro, Funcionário Público aposentado da Câmara dos Deputados, Titular da Cadeira nº 10 da Academia Passa Disco da Música Nordestina, cuja patrona é a cantora Elba Ramalho, Mestre e Fundador da Banda da Capital Federal, Pesquisador da MPB, especializado em Velha Guarda, Música Militar, Carnaval e Forró, Cardeal Fundador da Igreja Sertaneja, Pioneiro de Brasília, Xerife nos Mares do Caribe, Cordelista e Glosador, Amigo do Rio das Balsas, Inventor da Descida de Boia, em julho de 1952, Amigo da Fanfarra do 1° RCG, autor dos livros O Acordo PDS/PTB, coletânea de charges, Sinais de Revisão e Regras de Pontuação, normativo, Do Jumento ao Parlamento, com episódios da vida real, De Balsas para o Mundo, centrado na navegação fluvial Balsas/Oceano Atlântico, Pétalas do Rosa, saga da Família Albuquerque e Silva, Memorial Balsense, dedicado à história de sua terra natal, e Caindo na Gandaia, humorístico apimentado, é casado, tem quatro filhos, uma nora, dois genros e dois netos e reside em Brasília, Distrito Federal, desde dezembro de 1960.

O Globo sexta, 31 de março de 2023

GASTRONOMIA: HAMBÚRGUER BOVINO OU VEGETARIANO? QUAL É O MAIS NUTRITIVO?

 

Por Beatriz Coutinho*

 

Entre as poucas diferenças entre os dois alimentos estão as fibras, substâncias que contribuem para o bom funcionamento do intestino e o colesterol.
Entre as poucas diferenças entre os dois alimentos estão as fibras, substâncias que contribuem para o bom funcionamento do intestino e o colesterol. Freepik

Lado a lado, a escolha parece óbvia: hambúrguer vegetal é mais saudável que o preparado com carne animal. Por sua vez, o vegetal perde de longe em relação à quantidade de proteína. Mas será mesmo? A Associação Brasileira de Defesa do Consumidor, a Proteste, derrubou inúmeros mitos ao testar seis marcas do alimento vegetal (feitos à base de soja, ervilha, arroz e lentilha) e comparar os resultados com os valores nutricionais do bovino. As surpresas ocorreram em praticamente todos os componentes, das taxas de gordura, proteína à fibra e calorias: eles são praticamente idênticos.

A começar pelas calorias: com fama de ser mais engordativo, o bovino tem 171 kcal, apenas 17 a mais que o vegetal.

No caso das proteínas, o vegetal tem menos do que o bovino, embora a diferença seja pouca: 11g para 14g, respectivamente. Os valores próximos podem levantar questões sobre substituições, principalmente em dietas restritivas quanto ao consumo de produtos animais. A pesquisadora estimula a prática, mas pede cautela, pois a qualidade dos aminoácidos é diferente.

Taveira explica que, nesses casos, os próprios fabricantes costumam utilizar diferentes proteínas vegetais no hambúrguer para fazer esse complemento, “igual arroz com feijão”. O hambúrguer de soja, por exemplo, tem carência da lisina, um aminoácido essencial, e, por isso, é misturado à proteína da ervilha. Juntas, apresentam todos os aminoácidos essenciais.

As combinações também valem no prato. Hambúrguer de ervilha, que não apresenta o aminoácido metionina, vai bem com semente de abóbora (na frigideira, ficam crocantes), soja, castanha do para e até arroz integral. No de soja, o ideal é combinar com feijão, lentilha e ervilha. Dessa forma, a pesquisadora observa que “o consumidor vegetariano ou vegano vai estar consumindo todos os aminoácidos essenciais que o organismo precisa.”

E se os componentes do hambúrguer vegetal em muito se assemelham ao bovino, não seria diferente em compostos como o sódio, por exemplo. A análise da Proteste mostrou que os lotes do alimento vegetal apresentaram 400 miligramas de sódio, enquanto, segundo a tabela nutricional, os de origem animal têm 580 mg. O mesmo vale para as gorduras totais, em que a diferença foi pouca: 10g no hambúrguer vegetal e 12 no bovino. Nenhum dos dois, porém, mostrou gorduras trans.

Entre as poucas diferenças entre os dois alimentos, estão as fibras, substâncias que contribuem para o bom funcionamento do intestino, o controle da glicemia e do colesterol e aumento da saciedade. Em um hambúrguer vegetal de 80 gramas, há 3 gramas de fibras. Os bovinos nem chegam a apresentar o composto.

— É de se esperar ter mais carboidrato e fibras porque o hambúrguer vegetal leva, claro, vegetais, cereais, como beterraba em pó, farinha de grão de bico. Isso tudo faz com que aumente o teor de fibras, favorecendo o controle dos níveis de açúcar, a diminuição do colesterol e a prevenção de doenças cardiovasculares, trazendo esse benefício no consumo, pontua.

Quanto à questão de aditivos, a pesquisadora explica que são encontrados em ambos os produtos. O bovino apresenta pelo menos 14, enquanto o de vegetais tem entre três e quatro. Todos esses aditivos são permitidos pela legislação, embora um produto mais próximo ao natural seja sempre a melhor escolha, os famosos “clean label”, ou rótulo livre, em português — rótulos com poucos ingredientes e sem nomes complicados.

Além da composição nutricional, a análise também realizou um teste mais amplo, que avaliou se o hambúrguer vegetal é seguro para o consumo, se tem bactérias ou fungos causadores de doença (e que podem levar ao câncer e à morte), e se apresentam metais pesados. Nesses sentidos, todos os lotes são de excelente qualidade, mas exigem conservação redobrada:

Afinal, qual é o melhor? A resposta para essa pergunta é “não há um melhor em relação a nutrientes”. A escolha certa depende dos princípios e estilo de vida individuais. A nutrição garante a qualidade de ambos.

 


O Globo quinta, 30 de março de 2023

PAPA FRANCISCO: SAÚDE DO SUMO-PONTÍFICE *MELHORA PROGRESSIVAMENTE*, E ELE TRABALHA DO HOSPITAL

 

Por AFP — Roma

 

O Papa Francisco durante missa na Catedral de São Sebastião, no Rio de Janeiro em 27 de julho de 2013
O Papa Francisco durante missa na Catedral de São Sebastião, no Rio de Janeiro em 27 de julho de 2013 LUCA ZENNARO / AFP

A saúde do Papa Francisco "melhora progressivamente" depois de passar a noite no hospital Roman Gemelli, em Roma, onde "leu alguns jornais e voltou ao trabalho", informou a assessoria de imprensa do Vaticano nesta quinta-feira. O Pontífice, de 86 anos, foi internado na quarta-feira por uma infecção respiratória.

"Sua Santidade, o Papa Francisco, descansou bem durante a noite. O quadro clínico melhora progressivamente e os tratamentos previstos continuam. Esta manhã, depois do café da manhã, leu alguns jornais e voltou ao trabalho", afirmou em um comunicado o porta-voz do Pontífice, Matteo Bruni.

Os próximos compromissos do líder da Igreja Católica foram cancelados. O Vaticano informou que Francisco permanecerá hospitalizado por vários dias para receber tratamento. No Twitter, Francisco disse estar "comovido" com as mensagens de carinho.

Mais cedo, uma fonte do Vaticano tinha afirmado à agência Ansa que o Pontífice passou uma noite "tranquila" no hospital e os funcionários que o atendem estavam "muito otimistas".

Fontes do hospital também afirmaram que é possível que o Pontífice possa comandar a missa do Domingo de Ramos no Vaticano, "salvo imprevistos". A missa abre as celebrações da Semana Santa, que tem como ponto máximo o Domingo de Páscoa, a data mais importante do cristianismo. O Vaticano, no entanto, já teria um plano B: o vice-decano do Colégio de Cardeais, Leonardo Sandri, estaria sendo preparado para celebrar a missa caso seja necessário.

O anúncio de sua inesperada hospitalização provocou muitas perguntas sobre o estado de saúde do primeiro Papa latino-americano da história. Na quarta, depois de afirmar que a internação era motivada por "exames programados", o porta-voz do Vaticano finalmente anunciou, após várias horas de silêncio, que o Papa sofria de uma "infecção respiratória".

As cerimônias, no entanto, são longas e cansativas para uma pessoa que passou vários dias internado. Francisco tem uma viagem programada para a Hungria no fim de abril, à cidade de Budapeste, para acompanhar o encerramento de um Encontro Eucarístico Internacional.

 

Renúncia não está descartada

 

A hospitalização surpreendeu a opinião pública, ainda mais porque na quarta-feira o Papa participou de maneira normal da tradicional audiência geral na Praça de São Pedro, durante a qual apareceu sorridente e saudou os fiéis do "papamóvel".

A manchete desta quinta-feira do jornal La Stampa — "Papa: O grande medo" — descreveu momentos dramáticos, depois que o Pontífice revelou "uma forte dor no peito", o que levou os auxiliares a chamarem uma ambulância com urgência e decidirem pela internação imediata.

Os problemas médicos o obrigaram a cancelar várias audiências em 2022 e a adiar uma viagem à África, o que provocou muitos questionamentos sobre uma possível renúncia. Em várias entrevistas concedidas nos últimos meses, Francismo mencionou a possibilidade de renunciar, assim como fez em 2013 seu antecessor, Bento XVI, que faleceu em dezembro de 2022.

— É verdade que escrevi a minha renúncia dois meses depois de minha eleição (em março de 2013)... Eu fiz isso para o caso de ter algum problema de saúde que me impeça de exercer meu ministério — revelou Francisco, embora depois tenha esclarecido que ainda não havia pensado em renunciar ao cargo.

Em julho do ano passado, ele confessou que já não podia viajar no mesmo ritmo de antes e declarou que poderia optar pelo afastamento. No mês passado, o Pontífice voltou a abordar o tema para explicar que a renúncia de um Papa "não deve virar uma moda" e destacou que a ideia "não estava em sua agenda no momento".

Francisco é atendido com frequência por uma equipe de médicos e enfermeiros, seja no Vaticano ou durante as viagens ao exterior. No ano passado, ele foi admitido na mesma Policlínica Gemelli para fazer uma operação pré-agendada para tratar de uma diverticulite — uma inflamação na parede do intestino grosso que causa espessamento da parede do órgão, que fica mais estreito.

A saúde de Francisco, cujo Papado completou 10 anos no último dia 13, tem gerado preocupações mais acentuadas recentemente. Francisco tem dificuldade para andar devido a um problema inoperável no joelho, que o vem obrigando a se locomover com muletas ou cadeiras de rodas. Ele também teve de cancelar ou reduzir as atividades várias vezes nos últimos meses devido à dor.

O Papa sofre de osteoartrite, também chamada de artrose, do joelho direito. A idade avançada certamente contribuiu para essa situação, mas, segundo informações da imprensa italiana, a doença estaria associada à postura errada. O problema postural o levou a descarregar mais peso na articulação do joelho direito, o que levou ao seu enfraquecimento ao longo do tempo e provocou um desgaste severo do ligamento.

O religioso também não tem parte de um pulmão, que foi retirada quando ele tinha em torno de 20 anos e morava em Buenos Aires, o que não impede suas atividades normais.

 


O Globo quarta, 29 de março de 2023

LONGEVIDADE: CAMINHADA DE 8 MIL PASSOS UMA VEZ NA SEMANA REDUZ RISCO DE MORTE, DIZ ESTUDO

 

Por AFP

 

Caminhada de 8 mil passos ao menos uma vez na semana reduz risco de morte, diz estudo
Caminhada de 8 mil passos ao menos uma vez na semana reduz risco de morte, diz estudo Ana Branco / Agência O Globo

Caminhar 8 mil passos, ou cerca de 6,4 quilômetros, um ou dois dias por semana pode reduzir significativamente o risco de morte prematura, de acordo com um estudo divulgado nesta terça-feira. Embora o exercício regular seja conhecido por reduzir o risco de mortalidade, o estudo publicado na revista JAMA Network Open analisou os benefícios para a saúde de caminhar intensamente apenas alguns dias por semana.

Para o estudo, os pesquisadores da Universidade de Kyoto, no Japão, e da Universidade da Califórnia, nos Estados Unidos, analisaram dados de 3.100 adultos americanos. Eles descobriram que aqueles que caminhavam 8 mil passos ou mais um ou dois dias por semana tinham 14,9% menos probabilidade de morrer em um período de 10 anos do que aqueles que nunca atingiram essa marca.

Para aqueles que caminharam 8 mil passos ou mais de três a sete dias por semana, o risco de mortalidade foi ainda menor: 16,5%. Os benefícios para a saúde desse hábito mostraram-se ainda maiores para os participantes com 65 anos ou mais.

"O número de dias por semana dando 8 mil passos ou mais foi associado a um menor risco de mortalidade por todas as causas e cardiovascular", disseram os pesquisadores. “Essas descobertas sugerem que os indivíduos podem obter benefícios substanciais para a saúde caminhando apenas alguns dias por semana.”

O americano médio caminha de 3 mil a 4 mil passos por dia, de acordo com a Mayo Clinic, que afirma que caminhar regularmente pode reduzir o risco de doenças cardíacas, obesidade, diabetes, pressão alta e depressão.


O Globo terça, 28 de março de 2023

GERASCOFOBIA: SAIBA MAIS SOBRE O MEDO EXAGERADO DE ENVELHECER QUE ATINGE OS JOVENS

 

Por Laís Rissato — São Paulo

 

Gerascofobia é o medo exacerbado de envelhecer
Gerascofobia é o medo exacerbado de envelhecer Shutterstock

Aos 29 anos, Amanda Mendes tem pressa. Gerente de um escritório de arquitetura, ela decretou uma verdadeira batalha contra o tempo, transformando-o em seu pior inimigo, e entendendo ser tarde demais para certas conquistas, como casar-se ou comprar um imóvel. “Já queria estar casada, ter um carro, um apartamento, ou pelo menos pagando por essas coisas, e não pensando em começar”, avisa. “Então, parece que estou atrasada. Me acho velha e pronto”, conta.

No espelho, as marcas no rosto também são motivo de ansiedade. “Já faço botox há um ano e meio. Com qualquer ruguinha, fico desesperada”, diz. A terapia, conta, tem servido para amenizar os efeitos emocionais de algo que é inevitável, o envelhecimento. De acordo com pesquisas divulgadas nos últimos anos, como a da Sociedade Real para a Saúde Pública do Reino Unido, feita em 2018, 40% dos entrevistados entre os 18 e 24 anos tinham visões negativas sobre a velhice. Outro estudo encomendado pela Pfizer em 2015 afirma que 90% da população brasileira tem medo de envelhecer. E esse medo tem nome: gerascofobia.

A estudante Renata Queiroz, de 35 anos — Foto: Arquivo pessoal

A estudante Renata Queiroz, de 35 anos — Foto: Arquivo pessoal

Muito desse pânico tem a ver com as redes sociais. “É um faz de conta, uma válvula de escape para burlar essa noção de temporalidade que chega para todos”, diz o pesquisador. Não à toa, a dependência dos filtros que melhoram a pele e a aparência atinge cerca de 84% dos jovens, de acordo com levantamento feito pela empresa Edelman Data & Intelligence em 2020. No aplicativo Tik Tok, o filtro “Como um adolescente”, que “revive” a aparência do usuário nessa fase da vida, já tem quase quatro milhões de vídeos.

Para as mulheres, os efeitos da passagem do tempo são, socialmente, mais cruéis, e os maiores exemplos vêm da indústria do entretenimento. Em 1986, ao fazer 40 anos, a atriz e cantora Cher, de 76, ouviu que era “velha demais e nada sexy” para integrar o elenco do filme “As Bruxas de Eastwick”. Aos 33 anos, em 2015, Anne Hathaway declarou em entrevista sentir estar perdendo papéis para atrizes na faixa dos 20. Desde que a cerimônia do Oscar foi criada, em 1929, só 30 atrizes com mais de 50 anos foram premiadas com a estatueta. Entre os homens, esse número dobra.

“O que é crítico nessa conversa é que a mulher é sempre velha para alguma coisa, seja para brincar de boneca ou fazer uma tatuagem. Estamos perenemente condenadas a um relógio que faz alusão ao biológico”, explica Iza Dezon, CEO da agência de previsão de tendências Dezon. Ela afirma que o nosso confronto com a imagem o tempo todo nas redes, selfies e videochamadas piora o problema. Pela primeira vez em muito tempo a estudante Renata Queiroz não comemorou seu aniversário. Ao completar 35 anos em fevereiro, teve uma sensação diferente. “Eu realmente não sabia se estava feliz. Minha família e meus amigos se espantaram por eu não querer a casa cheia. Amava fazer aniversário”, lamenta ela.

O consultor de investimentos Allysson Moraes — Foto: Arquivo pessoal

O consultor de investimentos Allysson Moraes — Foto: Arquivo pessoal

 

Se para as mulheres vale (quase) tudo para barrar a ação do tempo na pele, para os homens, questões como a solidão, o medo de morrer e a falta de perspectivas no mercado de trabalho parecem ser mais importantes. “A sociedade ocidental não está preparada para encarar a finitude. A tendência é a gente negar a morte”, fala o analista de dados Igor Carvalho, 39 anos. “Estou tentando não surtar (risos). A velhice é um conjunto de perdas. Pensar na possibilidade de não ter amparo em um momento em que precisamos de apoio é uma realidade difícil de encarar”, continua ele.

Mas o que fazer, já que é impossível parar o tempo? A psiquiatra e psicogeriatra Salma Ribeiz diz ser essencial exercitar a arte de viver no presente. “Cultivar amizades, ter disposição para aprender algo novo e ver as mudanças positivas, e não apenas negativas, que a passagem do tempo traz, como mais experiências, segurança e regulação emocional”, afirma. Para estudiosos do tema, a velhice deveria ser entendida como um ganho, afinal, é um privilégio envelhecer com dignidade em um país desigual como o Brasil, uma vez que nem todos têm esse direito. “Ir em busca de um propósito de vida também norteia e facilita a aceitação do envelhecimento”, finaliza Salma.


O Globo segunda, 27 de março de 2023

ESPIRITUALIDADE NA MEDICINA: *FÉ NÃO GARANTE CURA,MAS SEM ELA FICA MAIS DIFÍCIL*, DIZ GERIATRA

 

 

Por Elisa Martins — São Paulo

 

O geriatra Fábio Nasri
O geriatra Fábio Nasri Maria Isabel Oliveira

Desde os tempos dos “primeiros médicos”, os xamãs e curandeiros, espiritualidade e medicina caminharam juntas. Depois, se separaram, como se fossem opostas. A relação tem sido resgatada recentemente, no Brasil e no mundo, puxada por pesquisas que mostram a influência da espiritualidade em desfechos favoráveis de saúde.

No mês passado, o Hospital Albert Einstein, em São Paulo, criou um grupo médico-assistencial focado no tema. O objetivo é aprofundar os conhecimentos na combinação entre espiritualidade e medicina, e em como ela pode aumentar o bem-estar de pacientes, inclusive levando líderes religiosos para os leitos, quando solicitados.

Em entrevista ao GLOBO, o coordenador do grupo, o geriatra Fábio Nasri, é enfático: “Quando o paciente entra no hospital, não pode entrar só o coração, o apêndice. É preciso considerar toda a dimensão dele, inclusive a espiritualidade. Ela pode ser mais uma ferramenta poderosa de saúde”.

Por muito tempo a medicina foi tida como uma área objetiva e direta, e a espiritualidade, como algo subjetivo, quase como se uma fosse impeditiva da outra. Afinal, elas combinam?

A espiritualidade é parte das pessoas. Mesmo quem não tenha uma fé, crença ou religião, interage com a natureza, com o clima, com o sol. Não podemos negligenciar essa dimensão nas pessoas, seria apartar algo intrínseco ao cuidar da saúde delas. Houve uma separação no passado. Mas a tendência hoje no Brasil e no mundo é de juntar esses valores novamente. Não há como atender um paciente, dar a notícia de que ele tem um câncer, dizer que ele vai fazer uma cirurgia complicada ou que tem uma doença crônica sem atendê-lo como um ser completo. E a espiritualidade não pode ficar de fora. Pode, inclusive, ser ferramenta adicional no arsenal terapêutico.

Os “primeiros médicos” eram líderes espirituais, os xamãs. Como se deu essa separação?

Vem de muito tempo. Desde a teoria da razão de (René) Descartes, houve interesse também da Igreja de que houvesse essa separação. Como se fosse um acordo do tipo: "Olha, vocês ficam com o corpo, a gente fica com a alma". Ao mesmo tempo, a Ciência começou a se desenvolver, e houve uma espécie de materialização das sensações. A medicina seguiu um curso reducionista.

O que levou à reaproximação?

Começaram a acontecer fatos que chamavam a atenção, em vários campos da Ciência médica. Primeiro as experiências de quase-morte, em que pessoas que passavam por períodos de morte momentânea e retornavam relatavam experiências de encontrar entes queridos. Outros pesquisadores começaram a publicar casos de lembranças de vidas passadas. Existem relatos impressionantes de crianças que em idade muito tenra lembravam de vidas pregressas. Ao mesmo tempo, tornaram-se mais conhecidos desfechos favoráveis de saúde em pessoas com a espiritualidade mais presente. Elas iam melhor em uma série de quesitos.

Que efeitos a espiritualidade produzia nesses pacientes?

Passavam melhor pelas doenças, pelo pós-operatório. Não falo de cura, mas de vivência do processo, de como atravessam um período duro. Pesquisas ao longo do tempo mostram que quem realmente acredita, tem fé, tem uma evolução melhor. Isso chamou atenção, e os estudos aumentaram. É um caminho sem volta.

A Ciência comprova esses benefícios?

Diversos artigos mostram isso. Quando uma pessoa faz uma prece, independentemente da religião, a frequência cardíaca tende a diminuir, a pressão cai. Há uma série de fenômenos pensando em neurotransmissores e estimulação cerebral que fazem bem às pessoas que têm a espiritualidade intrínseca. Diminui a atividade do sistema simpático, responsável por aumentar a pressão e a frequência cardíaca. Melhora a perfusão cerebral. Ativa sensações ligadas a prazer e bem-estar libera ocitocina, serotonina. E não necessariamente precisa de um templo para isso. A pessoa pode admirar música, o pôr do sol, meditar, fazer yoga. Normalmente quem segue esses preceitos acaba sendo mais saudável, por questão de conduta. Mas também existe um outro lado.

Quando a espiritualidade pode fazer mal à saúde?

Existem pessoas que se dizem religiosas, mas não incorporam esses valores em suas vidas. Então não colhem os benefícios. Existem também as que acham que só a crença vai curá-las. E desistem do tratamento. Ou vão a outros lugares onde entendem que vão ser curadas, mas não são espaços de índole adequada. É preciso cuidado também. O que vemos na medicina é que não dá para sair dizendo que a fé é garantia de cura. Mas dá para dizer que sem ela é mais difícil.

A delicadeza do tema explicaria por que médicos ainda são receosos de abordá-lo em consulta?

Existem pesquisas que mostram que os pacientes gostariam que os médicos abordassem esse tema no consultório. E existem pesquisas entre médicos, inclusive no Brasil, que é líder de estudos na área, que indicam que eles gostariam de falar mais sobre isso com os pacientes. Mas há médicos que receiam que os pacientes achem que eles querem levá-los para a igreja deles. Além disso, numa consulta em que o médico tem de verificar pressão, colesterol, tratar câncer, avaliar a memória etc, nem sempre sobra tempo. Mas o principal motivo é que os médicos não têm treinamento para isso. Não é só sair perguntando: “E aí, você tem alguma religião?” Há uma estratégia, e poucas escolas brasileiras oferecem aulas sobre isso.

A pandemia reforçou a importância da espiritualidade em momentos críticos?

Outro dia, cheguei no hospital cedinho para ver pacientes e me surpreendi quando vi a equipe que estava pegando o plantão formar uma roda e fazer uma prece para que tudo corresse bem, para que pudessem ser instrumento de auxílio aos doentes. Vi depois que era prática em vários momentos no hospital. E isso talvez seja um efeito pós-pandemia. Um dos maiores pesquisadores dessa área já preconizava os benefícios de que médicos orassem junto com os pacientes antes de uma cirurgia ou procedimento. Mas ainda não é algo muito difundido.

Para que lado caminham as pesquisas?

Muitos estudos mostram a associação positiva entre espiritualidade e bons desfechos em saúde. Várias sociedades médicas brasileiras já incorporaram esse tema. O pulo do gato é como isso acontece. É fácil explicar e a pessoa entender que no momento em que ora, medita ou vai a uma cachoeira isso traz benefícios para os sistemas endócrino, cardiovascular, etc. O problema é como isso acontece no nível da célula. Qual é a proteína? Como essa energia entra? É algo do DNA? Não sabemos. Precisamos abrir a cabeça. Ainda vai demorar para descobrir.

 


O Globo domingo, 26 de março de 2023

DIRVERSÃO: ÚLTIMA LOCADORA DE VÍDEO DO RIO RESISTE À ERA DO STREAMING

Por Geraldo Ribeiro

 

Acervo. Na Storm, José Carlos Menezes guarda 25 mil DVDs de filmes identificados por gêneros e diretores. Ele aposta em títulos difíceis de achar no streaming
Acervo. Na Storm, José Carlos Menezes guarda 25 mil DVDs de filmes identificados por gêneros e diretores. Ele aposta em títulos difíceis de achar no streaming Fabio Rossi
 
 
 

Quem entra na Galeria Castelinho, na Rua Gomes Carneiro, entre Ipanema e Copacabana, na Zona Sul do Rio, e atravessa a portinha de uma de suas pequeninas lojas acaba mergulhando em um verdadeiro túnel do tempo. As muitas estantes que formam corredores estreitos no interior do estabelecimento acomodam 25 mil DVDs de filmes identificados por gêneros e diretores.

  

A última das locadoras de filmes
 
 
Elas também mostram que, na contramão do avanço da tecnologia digital, ali funciona um tipo de comércio que muita gente já julgava extinto: a locação de vídeos. A Storm resiste bravamente como a última locadora da cidade de que se tem notícia. Pelo menos funcionando nos moldes tradicionais, com direito a clientes cadastrados que têm até sete dias para devolver títulos alugados por R$ 7, apesar das facilidades oferecidas pelas plataformas de streaming.

É um negócio movido a nostalgia, com muita dedicação e amor à Sétima Arte, por parte do proprietário José Carlos Alves Menezes, de 61 anos, que em 1992 abandonou o emprego na área de informática em uma empresa de engenharia para comandar o negócio aberto cinco anos antes por dois irmãos dele. Na época, vivia-se ainda a febre dos videocassetes, e alugar suas fitas era um programa familiar. A substituição pelos DVDs veio no começo dos anos 2000. Pouco mais de dez anos depois, a oferta de filmes pelo streaming fez a demanda pelas locadoras cair vertiginosamente, provocando o fechamento desses estabelecimentos.

 

Metade sebo

 

Hoje, a locadora explora um nicho, oferecendo a seus clientes títulos que não se encontra facilmente no streaming. São filmes de cineastas como Ingmar Bergman, Pier Paolo Pasolini e Luis Buñuel, ou então obras produzidas por diretores de países como Irã, Uruguai e Vietnã. A clientela é composta basicamente por idosos, estudantes de cinema e cinéfilos.

A locadora que, nos tempos de glória, alugava mais de quatro mil filmes por mês, atualmente vê deixar suas prateleiras no mesmo período pouco mais de 400. O cenário só não é mais desfavorável por causa da fidelidade de clientes como a figurinista Maria Lúcia Areal, a Lulu, de 72 anos, moradora de Ipanema. Ela contou que descobriu o estabelecimento de José Carlos há cerca de dez anos, quando a locadora que frequentava, na Praça General Osório, sucumbiu aos novos tempos e fechou as portas. Nunca mais abandonou a nova loja e se tornou amiga do dono.

— Ele tem um acervo deslumbrante. Muita coisa que você não encontra por aí, nem no streaming, onde só colocam os títulos mais importantes de determinados cineastas e atores. Na locadora do José Carlos, você tem a obra completa desses artistas, incluindo os títulos mais obscuros. Se um dia a loja fechar, vai ser uma perda irreparável — diz a cliente, que ainda tem em casa dois aparelhos para reprodução de DVDs, e cujo último filme alugado, na semana passada, foi “Retorno a Howard’s End”, dirigido em 1992 por James Ivory e estrelado por Anthony Hopkins.

Na contramão desse público está o estudante Samuel Valadares, de 21 anos. Frequentador da locadora dos 10 aos 15, quando o ramo já havia entrado em decadência, aos 16, com uma câmera na mão e uma ideia na cabeça — como nos tempos do Cinema Novo — , começou a filmar a saga de José Carlos, que resultou no filme “Storm Vídeo”, disponível na Globoplay desde dezembro de 2021.

— Minha ideia não era contar a história da locadora, mas mostrar a relação de José Carlos com a loja, os clientes e com um funcionário que foi demitido e voltava lá todos os dias, além de abordar a forma como ele lidava com esse comércio que estava morrendo — contou o rapaz, quehoje é estudante de direção teatral na UFRJ.

Para garantir a sobrevida do seu negócio, José Carlos resolveu diversificar as atividades e, hoje, metade da loja virou um sebo. Mas ele assegura que boa parte da renda ainda vem do aluguel e venda de DVDs. O faturamento, segundo garante, é (quase sempre) suficiente para bancar o negócio.

— Sei que o ramo está com os dias contados. Mas pode ser que tenha uma reviravolta, como aconteceu com os vinis — sonha.

Outro “herói da resistência” no ramo das locadoras foi a Cavideo, que sucumbiu durante a pandemia, quando fechou a loja na Cobal do Humaitá. Com o acervo de mais de 27 mil títulos de filmes e 20 mil livros de cinema acumulados ao longo de 30 anos, o dono, Cavi Borges, fechou parceria com a prefeitura do Rio, que cedeu gratuitamente um espaço nas Casas Casadas, em Laranjeiras, onde instalou o Espaço Cultural Cavídeo. Lá os filmes não são mais alugados e sim emprestados.


O Globo sábado, 25 de março de 2023

ABDOMINAIS: OS 4 ERROS MAIS COMUNS QUE AS PESSOAS COMETEM

 

Por Victoria Vera Ziccardi, La Nacion

 

Músculos do abdômen não podem ser pensados ​​e treinados de maneira isolada
Músculos do abdômen não podem ser pensados ​​e treinados de maneira isolada Freepik

“Tonifique o abdômen”, “reduza a barriga”, “reduza o risco de doenças metabólicas”, “tenha um corpo semelhante ao de personalidades como Cristiano Ronaldo e Jennifer Lopez”. Essas são algumas das frases que se repetem nos consultórios de médicos do esporte ou nas conversas com o personal trainer na academia a respeito do abdômen ideal que se deseja alcançar.

No entanto, na maioria dos casos, o tempo passa e essas pessoas percebem que os dias e as sessões de exercícios não trouxeram resultados: o abdômen não achata, nem a barriga diminui. O motivo? Segundo o pediatra, médico do esporte e diretor da Diplomatura en Medicina Deportiva Pediátrica de la Universidad Favaloro, Santiago Kweitel, o problema está ligado a diversos fatores, e não com um problema particular.

Para que serve o abdômen?

— O abdômen é importante porque é formado por músculos posturais e, sem o seu trabalho ou tratamento adequado, pode produzir um aumento da curvatura da coluna vertebral a nível lombar, denominado hiperlordose, que se afasta dos índices normais da postura desta parte do corpo, explica o professor de Educação Física, Luciano Aguilera.

Neste contexto, o profissional acrescenta que esses músculos acompanham a maior parte dos gestos que as pessoas fazem no dia a dia: espirrar, tossir, levantar objetos, urinar, sentar e levantar. Por isso, não são relevantes apenas por motivos estéticos, como a popular “barriga trincada” ou o “abdômen de aço”. Esta parte do corpo também é fundamental quando se trata de saúde geral e mobilidade diária.

Por sua vez, Kweitel afirma que, a princípio, os músculos do abdômen não podem ser pensados ​​e treinados de maneira isolada.

Por isso, o funcionamento correto do abdômen é fundamental, já que o core aciona diferentes funções, como a estabilidade do tronco, da pélvis, da coluna, a respiração correta, a proteção das vísceras, o retorno venoso e o controle da pressão.

Erros mais comuns ao fazer abdominais

Ambos os especialistas enfatizam que existem certos enganos que se repetem ao fazer abdominais e que é necessário conhecê-los para evitar erros no futuro e atingir os objetivos desejados.

1. Sempre fazer exercícios que envolvem o iliopsoas (músculo flexor da articulação do quadril)

Exercícios que implicam na exigência dessa parte do corpo são as abdominais em dobradiça ou em "V", além de outros que envolvem o movimento das pernas e sua elevação.

— Hipertrofiar (crescimento das células e aumento do tecido formado por elas, portanto) esse músculo pode trazer alterações posturais, pois ele é responsável por motivar movimentos como caminhar, correr e flexionar o quadril, explica Aguilera.

O professor de Educação Física acrescenta que uma alternativa é variar os movimentos e colocar os joelhos a 90° em diferentes exercícios abdominais para conseguir bloquear o músculo psoas (que se conecta da lombar ao fêmur) e, dessa forma, trabalhar os restantes músculos que compõem o abdômen.

2. Fazer rotações com o tronco nos exercícios oblíquos

— Quando trabalhamos os oblíquos, devemos evitar a todo custo que as rotações partam do tronco, destaca Aguilera.

Essa recomendação é feita porque a coluna não está preparada para fazer curvas sozinha, podendo ser prejudicada com um movimento errado. Para evitar isso, recomenda-se fazer exercícios do tipo alpinista, cruzando levemente as pernas e tentando manter o tronco o mais reto possível ou minimizando o seu movimento.

3. Acreditar que fazer centenas de abdominais é mais eficaz

— Conquistar o abdômen perfeito não acontece apenas fazendo abdominais. Você deve acrescentar outros exercícios, como cardio, treinamento de força e uma dieta saudável, esclarece Kweitel. Segundo o médico, realizar tudo isso em conjunto deixa o abdômen mais liso.

— Não dá para estabelecer a meta de ter o físico ou fazer prancha abdominal como um atleta de elite, porque a população em geral não é um atleta de alto rendimento. Quando as pessoas percebem isso, surge uma grande frustração por não atingir esse objetivo irreal, afirma.

4. Abaixar ou levantar muito o quadril ao fazer prancha

Segundo os especialistas, ao fazer o exercício de prancha é preciso evitar que o quadril caia no chão ou fique muito levantado.

— O quadril tem que estar na mesma linha que o corpo todo, ensina Aguilera.

Se feito de maneira errada, este exercício pode causar curvatura lombar excessiva ou retroversão deficiente do quadril, que pode levar a lesões.

Ambos os profissionais concordam que, se o objetivo é reduzir a gordura abdominal, o essencial é reduzir os níveis de cortisol (hormônio do estresse), já que quanto mais cortisol, mais o corpo aumenta o armazenamento de gordura. Além disso, recomendam ingerir pouca quantidade de carboidratos e açúcares, junto com uma alimentação saudável. Por fim, para manter-se saudável e obter resultados permanentes, o ideal é aliar as abdominais às sessões de treinamento de alta intensidade do resto corpo, mantendo a consistência e a rotina.


O Globo sexta, 24 de março de 2023

SAÚDE: A COMIDA QUE ESTÁ NOS ADOECENDO

 

Por Daniel Becker

 

Batatinha chips é alimento ultraprocessado
Batatinha chips é alimento ultraprocessado Unsplash

Mais um estudo, entre muitos, que reafirma os riscos dos ultraprocessados para a saúde humana.

A pesquisa foi desenvolvida pelo Núcleo de Pesquisas Epidemiológicas em Nutrição e Saúde (Nupens) e pelo Departamento de Medicina Preventiva da Faculdade de Medicina da Uiversidade de São Paulo (FMUSP), utilizando os dados do European Prospective Investigation into Cancer and Nutrition (EPIC), um projeto gigantesco que acompanhou 521.324 pessoas entre 18 de março de 1991 e 2 de julho de 2001, em dez países europeus. A publicação do grupo brasileiro saiu na revista científica Lancet Planetary Health, dia 6/3, e evidenciou a associação entre o consumo de ultraprocessados e o risco de desenvolvimento de diversos tipos de câncer.

Cerca de 10% dos 450.111 participantes analisados apresentou algum tipo de câncer. Através de cálculos estatísticos, o estudo mostrou que a substituição de apenas 10% de alimentos ultraprocessados ​​por uma mesma quantidade de alimentos naturais ou minimamente processados, foi associada a uma redução significativa no risco de câncer em geral e especificamente para câncer de cabeça e pescoço, esôfago, cólon e reto, fígado e mama.

Um outro estudo baseado no EPIC mostrou que o consumo de frutas e vegetais protege contra o desenvolvimento de diversos tipos de câncer, como os de cólon, mama, pulmão e próstata.

Mais uma vez, um esforço mínimo de trocar o refrigerante por água geladinha (que pode ser saborizada com frutas), o macarrão instantâneo pelo de verdade, o salgadinho do lanche por um sanduíche, o biscoito recheado por um bolinho caseiro saudável, o hambúrguer com batata frita por um prato de arroz com feijão, é um investimento que rende enormemente para a saúde de crianças e adultos. Gera bem estar no curto prazo, e no longo, vai reduzir o risco não só de câncer, mas de infarto, derrame, depressão e outras. E a alimentação saudável pode ser prazerosa também.


O Globo quinta, 23 de março de 2023

BEBIDA ALCOÓLICA, COCHILO: OS 5 MITOS SOBRE UMA BOA NOITE DE SONO

 

Por Melanie Shulman, La Nacion

 

Uma boa noite de sono garante qualidade de vida e promete um ótimo desempenho nas atividades diurnas
Uma boa noite de sono garante qualidade de vida e promete um ótimo desempenho nas atividades diurnas Freepik

É através do descanso que o cérebro e o corpo se recuperam do estresse acumulado durante o dia, os tecidos neurais são reparados e a memória é consolidada. No entanto, cada um tem sua realidade: alguns conseguem ter um sono de qualidade durante toda a noite, enquanto outros podem chegar a passar longas horas sem "pregar o olho".

Mas, é inegável que uma boa noite de sono garante qualidade de vida e promete um ótimo desempenho nas atividades diurnas. Pelo contrário, quando não se dorme bem, no dia seguinte pode-se parecer sonolento e desatento, e, com o tempo, a predisposição para desenvolver doenças aumenta.

Em contraste com essa realidade, dados colhidos entre 2018 e 2019 pela Associação Brasileira do Sono (ABS), mostram que a população brasileira está dormindo menos. De 6,6 horas por dia em 2018, a quantidade de horas de sono por dia caiu para 6,4, em 2019.

Acontece que nos últimos tempos, “o sono perdeu prestígio”, segundo a médica neurologista especializada em sono da Unidad de Medicina del Sueño de Fleni, Agustina Furnari. Hoje, dorme-se entre uma e duas horas a menos do que há 50 anos. E o motivo tem a ver com a mudança de estilo de vida.

— Questões relacionadas com a adrenalina diária, com a carga de trabalho exigida e com uma vida social ativa, fazem com que tenhamos menos horas para descansar, afirma a especialista.

 

E esta situação é claramente evidente na sociedade brasileira. De acordo com uma pesquisa publicada na revista Sleep Epidemiology (Epidemiologia do Sono, em tradução do inglês), cerca de 66% dos brasileiros dormem mal e, entre esses, as mais afetadas são as mulheres, que podem ter um sono até 10% pior do que o dos homens.

 Dormir é uma necessidade universal e inevitável, mas vários fatores devem ser levados em conta para promover ou não um bom descanso.

Curiosidades

1) Como surgiu a cama?

Os registros indicam que a primeira cama remonta à Idade da Pedra, há 227.000 anos. Esses dados foram revelados pela revista Science. Uma investigação descobriu que em Border Cave, uma caverna na África do Sul, havia indícios do uso de camas. Os pesquisadores estimam que essas comunidades buscavam um local para se proteger de insetos e pragas, enquanto tentavam manter a ordem no espaço. Essas camas foram construídas com grama e cinzas.

Mais tarde, os gregos e os romanos adotaram as camas e deram-lhes um caráter multifuncional: não só dormiam, como também comiam. Nos tempos medievais, na Europa, já era costume dormir reclinado sobre algum artefato: as pessoas de baixa renda o faziam sobre palha e feno, enquanto os ricos mandavam construir camas grandes, como símbolo de luxo. Naquela época, independentemente da classe social, as camas eram comunitárias: ali também descansavam famílias inteiras e, às vezes, hóspedes.

 Os anos foram passando e alguns hábitos, mudando. Nos tempos modernos, as camas passaram a ser usadas por uma ou duas pessoas, e eram sinônimo de opulência e riqueza. Os monarcas, como por exemplo Luís XIV, da França, as encomendavam com designs luxuosos e enormes. O material preferido era a madeira, mas, ao longo dos anos e por questões de higiene, esse material foi gradualmente substituído pelo ferro.

Atualmente, as camas fazem parte do mundo privado das pessoas e são vistas como um espaço de descanso, confortável e que gera prazer.

2) Quantas horas de sua vida uma pessoa dorme?

— Cada faixa etária tem a quantidade de horas recomendada, mas, em média, recomenda-se que os adultos durmam em média oito horas por noite. Isso significa que uma pessoa dorme um terço de toda a sua vida.

 3) Como não caímos da cama?

Ao longo da vida desenvolve-se a propriocepção: o cérebro aprende a tomar consciência do corpo e da dimensão dos espaços.

— Assim, inconscientemente, sabemos até onde vai a cama e como se movimentar para não cair, explica Furnari.

4) É bom dormir com protetor de ouvidos e máscara?

Para Furnari, embora seja um hábito válido, adotado por um grande número de pessoas, principalmente as que moram em grandes cidades e são sensíveis à luz e ao som, "o ideal é manter as condições naturais na hora de dormir e adaptar o quarto para evitá-lo”. E acrescenta que o importante é garantir um local adequado para descansar bem: fresco e escuro.

 Mitos

“Alguns copos de álcool para relaxar antes de dormir”

Embora o álcool possa ajudar a adormecer mais rapidamente, já que pode ter um efeito sedativo, a verdade é que a longo prazo "gera um sono de má qualidade, superficial e fragmentado", alerta a médica neurologista do Hospital Italiano e presidente da Associação Argentina de Medicina do Sono, Stella Valiensi.

Acontece que esses tipos de bebida, segundo Furnari, “são predadores do sistema nervoso central”. Ela explica que, nas primeiras horas da noite, quando ainda há álcool no sangue, o mais provável é que a pessoa adormeça profundamente, mas sem sonhar. Isso porque, o álcool age sobre o ácido gama-aminobutírico, um neurotransmissor que inibe os impulsos entre as células nervosas e promove a calma. Porém, quando o nível de álcool no sangue cai, o cérebro começa a acelerar e a qualidade do sono é perdida.

Furnari também conta que o álcool funciona como um diurético. Sendo assim, o consumo em excesso pode fazer com que a pessoa acorde no meio da noite com a bexiga cheia. A especialista em sono sugere ingerir pouco líquido e concentrado. Por sua vez, recomenda alimentos ricos em triptofano, componente que gera a melatonina, o hormônio do sono. Entre eles cita o kiwi, a banana e o leite.

"Eu assisto TV até pegar no sono"

De acordo com as especialistas consultadas, o quarto deve ser reservado para dormir e que o restante das atividades deve ocorrer fora dele.

— O ideal é desligar os aparelhos eletrônicos uma hora antes de dormir, pois as telas emitem uma luz que suprime a secreção de melatonina, esclarece Furnari.

Porém, "para muitas pessoas, a televisão funciona como um remédio para dormir", aponta Valiensi. Apesar disso, a neurologista recomenda tomar cuidado com o conteúdo que se assiste, porque quando se trata de violência ou terror, "pode ​​alterar e gerar adrenalina”, sugerindo que o melhor é assistir a filmes ou séries calmas e relaxantes.

Rolar na cama por não conseguir dormir é comum. No entanto, as especialistas revelam que é preciso levantar.

— Se você ficar na cama sem dormir, pode gerar uma associação negativa com a cama e o quarto —, afirma Furnari. A neurologista diz que o normal é adormecer em 20 ou 30 minutos. — [Quando ultrapassado esse tempo] sugere-se mudar de espaço e ir para um local confortável, onde se possa relaxar e fazer alguma atividade para induzir o sono novamente.

Isso inclui ler com pouca luz, ouvir música suave ou realizar uma técnica de relaxamento e, quando o sono voltar, "já pode voltar para a cama", afirma Furnari.

“Eu adio o alarme por mais cinco minutos”

Essa circunstância que parece agradável, no final é contraproducente. Acontece que o sono é composto por duas fases: a conhecida como "não-REM", onde o sono é leve, e depois a "REM", onde há sono profundo e o movimento rápido dos olhos. Todo o processo dura entre 80 e 100 minutos e estima-se que sejam realizados de quatro a seis ciclos por noite. Portanto, o problema de adiar o alarme é que a pessoa entra novamente no processo do sono, e interrompê-lo “faz com que ele não siga seu curso normal e a pessoa acorde mais cansada”, destaca Furnari .

Nesse contexto, outra questão é descrita por Valiensi como “o perigo de continuar a dormir”, já que “esses cinco minutos podem transformar-se em uma hora”. Por isso, ela insiste na importância de manter uma rotina na quantidade de horas de sono e de permanecer na cama.

 Para a neurologista, há também o “jet lag social”.

— As pessoas são muito ativas durante a semana e aos fins-de-semana tentam compensar as horas de sono, mas a verdade é que o descanso é uma rotina e não se deve ultrapassá-lo duas horas extras compensatórias, porque nosso cérebro não está acostumado a dormir tanto, então, para algumas pessoas, essas horas podem fragmentar o sono, diz Valiensi.

“Eu ronco porque durmo profundamente”

Para as especialistas, o ronco ocasional é universal. Porém, quando é persistente, intenso e impacta o dia-a-dia, “é motivo para acender o alerta”, aponta Valiensi. A neuro explica que, às vezes, o ronco pode ser ocasionado por patologias como apneia do sono ou microdespertares.

Nessa linha, a neurologista aconselha dormir de lado, principalmente o esquerdo. Assim, haverá menos colapso da via aérea e haverá melhor drenagem linfática do cérebro e motilidade gastrointestinal. Ela revela ainda que “a pessoa ronca mais quando dorme de barriga para cima”.

Dessa forma, existem muitos fatores que entram em jogo durante o sono. Combiná-los para dormir de maneira saudável e bem-sucedida evitará desconforto no dia seguinte e garantirá uma ótima qualidade de vida.


O Globo quarta, 22 de março de 2023

JORGE BEN JOR: QUANTOS ANOS TEM CANTOR? NOVOS LIVROS DECIFRAM ESSE E OUTROS MISTÉRIOS

 

Por Silvio Essinger — Rio de Janeiro

 

O cantor e compositor Jorge Ben Jor, em show no festival Rock The Mountain, em novembro de 2022
O cantor e compositor Jorge Ben Jor, em show no festival Rock The Mountain, em novembro de 2022 Divulgação/Reginaldo Teixeira

Esta quarta-feira, Jorge Ben Jor — um dos arquitetos da moderna música popular brasileira, que estreou em LP em 1963 com o divisor de águas “Samba esquema novo” — chega aos 84 anos de idade ainda envolto em uma série de mistérios.

Mas ao menos um deles foi desvendado: o da idade. Para quem já o ouviu dizer ter nascido em 1942, 1945, 1947 e, mais recentemente, 1949 (ano passado, o jornalista Pedro Só trombou com Jorge na fila da quarta dose da vacina contra Covid e o flagrou dizendo à enfermeira que tinha 73 anos), a revelação pode surpreender. Mas está amparada numa certidão de nascimento obtida por Kamille Viola, autora do livro “África Brasil: um dia Jorge Ben voou para toda a gente ver” (Edições Sesc, 2021).

— Tim Maia e Erasmo Carlos (amigos de Jorge na célebre Turma da Tijuca, do fim dos anos 1950) sempre faziam piada sobre isso, porque teve uma época em que o Jorge começou a dizer que tinha nascido em 1942. E, na minha pesquisa, vi até que, algumas vezes, ele dava um dia diferente de nascimento, 23 de abril, dia de São Jorge — conta Kamille.

Com a pulga atrás da orelha, a jornalista resolveu pesquisar a certidão do cantor nos registros públicos, de 1942 para trás, com a ajuda do seu irmão mais velho, advogado. Num processo de “tentativa e erro”, ela descobriu nos arquivos um documento de 1939 que batia em tudo — nome do pai, data de nascimento —, mas não no nome da mãe. Depois que o e-book da obra saiu, duas pessoas que conheciam Jorge a procuraram para garantir que o registro era mesmo do esquivo astro.

E agora, enquanto Kamille enfim edita em papel o seu livro, finalista do Prêmio Jabuti, e planeja noites de autógrafos no Rio e em São Paulo, outros escritores se debruçam sobre os mistérios de Ben Jor — que continua fazendo shows e driblando o assédio da imprensa. Tom Cardoso, autor de biografias de figuras tão diversas quanto o jogador Sócrates, o jornalista Tarso de Castro e o encalacrado ex-governador do Rio Sérgio Cabral Filho, começou uma investigação biográfica acerca do cantor que será publicada em livro, ainda sem data de lançamento, pela editora Planeta. E admite:

— “Tárik (de Souza, jornalista), mestre de todos nós, meu guia (escrevi a biografia da Nara Leão também a partir de uma conversa com ele), foi quem cantou a bola: “A história musical de Jorge Ben é a mais fantástica da MPB. É um enigma. Uma esfinge.” E é isso mesmo: quanto mais eu pesquiso sobre Jorge, menos eu sei sobre ele!

Enigma é um termo que o mestre e doutor em Cultura e Educação pela USP, pesquisador bolsista de pós-doutorado, historiador e escritor de ficção Allan da Rosa usa com alguma frequência para se referir ao atual Ben Jor. Ele e o pesquisador Deivison Faustino (um dos maiores especialistas no Brasil na obra de Frantz Fanon, célebre intelectual negro anticolonialista antilhano) lançam em julho o livro “Balanço afiado — Estética e política em Jorge Ben”, num projeto dividido pelas editoras Fósforo e Perspectiva.

Oriundos da literatura de favela e do movimento negro, os escritores adiantam esta semana, em rodas de conversa com jovens e professores em diferentes espaços da periferia de São Paulo, os resultados dos dois anos de pesquisa para o livro. Que começou quando Allan, hipnotizado pela música de Jorge Ben que ouvia deitado no quintal de casa, resolveu chamar o amigo de mais de 20 anos para embarcar numa investigação que ele define como “livre, mas fundamentada” sobre o artista.

Em suas análises sob a perspectiva da negritude, os autores se propõem a ir além do deslumbramento acrítico e mesmo do racismo mal disfarçado com que, acreditam, a obra de Jorge estava sendo tratada pela intelectualidade acadêmica. A intenção deles, com seus estudos e escritos, foi a de desafiar os muitos lugares-comuns acerca do artista, como o de que ele é um intuitivo, desprovido de erudição (sendo que ele chegou ao ponto de citar títulos de livros de Dostoiévski na música “As rosas eram todas amarelas”) ou, então, um ser apolítico (que, por sinal, lançou em 1971 o LP “Negro é lindo”, bem no calor da ditadura militar que oprimia os movimentos negros).

— Jorge Ben é um estudioso profundo da alquimia, passou pelo canto gregoriano... Ele é um artista de grande sofisticação, que teve uma formação eclética, mas muito estudiosa. Ele tem muitos fundamentos espirituais e mundanos. Ele é um cientista — afirma Allan da Rosa. — Suas músicas trazem mensagens cifradas que muitas pessoas não conseguiram entender. São coisas que ele malandramente colocou nas canções e que até hoje não se esgotaram.

 

Negritude na MPB

 

Para Allan, a produção artística de Jorge Ben ainda tem uma grande virtude, que é a de ampliar a presença da negritude na música popular brasileira.

— O (sociólogo e grande estudioso das questões negras do Brasil) Muniz Sodré diz que João Gilberto faz um samba tão perfeito que deixa de ser samba. Jorge Ben põe o fervo nessa história — analisa. — Ele aprofunda a ideia do território negro, um território da justiça e da alegria. Sua música é circular, ele repete a mesma frase, mas cada vez de uma forma diferente. Ele renova a circularidade da música com pequenos detalhes.

— Jorge faz o resgate da ancestralidade negra, de uma história que não começou e nem terminou com a escravidão. Ele exalta a cultura negra de uma forma que não era feita na MPB — diz ela, para quem “faltou sensibilidade entre a intelectualidade branca” para entender as músicas e a interpretação do cantor e compositor.

 

Sem entrevista

 

Na feitura de seu livro, ela insistiu e conseguiu entrevistar Ben Jor algumas vezes. Os autores do “Balanço afiado” nem tentaram.

— Jorge sempre optou muito pela discrição, e creio que nos comunicamos com ele pelo seu maior fruto, que são suas músicas. Acabamos o livro, mas continuo a ouvir Jorge Ben dez horas por dia — admite Allan, que promete um volume “apaixonado”, todo escrito a quatro mãos, com um formato fluido, onde se misturam cartas para os personagens das canções (como Hermes Trismegisto, Maria Conga e o Zagueiro), diálogos, contos e até partituras.

E enquanto todas as palavras são ditas sobre ele, Jorge Ben Jor toca a vida adiante com uma agenda que inclui shows em Campinas (dia 1/4, no Expo Dom Pedro) e nos festivais MITA (27/5, no Jockey Clube do Rio de Janeiro) e Turá (24/6, no Parque do Ibirapuera, em São Paulo).

Visto pelo que apresentou recentemente em apresentações no Rock The Mountain, no Festival Village e no Copacabana Palace (onde mora há alguns anos), ele passará pelos clássicos (“Chove chuva” , “País tropical”, “A Banda do Zé Pretinho”), pela cultuada “O homem da gravata florida” (em arrepiante versão piano-e-voz) e a pop “Quero toda noite”, que gravou em 2011 com Fiuk. Com sorte, rola a música inédita sobre Copacabana, bairro onde ele morou também por volta de 1963.

Para decifrar Jorge Ben Jor

 

 

  1. Em pesquisa nos arquivos públicos, a jornalista Kamille Viola encontrou um documento no qual consta que Jorge nasceu em 1939 e tem, portanto, 84 anos.
  2. Críticos da obra de Jorge chegaram a afirmar que ele é desprovido de erudição, mas os pesquisadores Allan da Rosa e Deivison Faustino afirmam que o compositor é um estudioso que chegou ao ponto de citar títulos de livros de Dostoiévski na música “As rosas eram todas amarelas”)
  3. Alan e Deivison também afirmam que a fama de apolítico não é real, Jorge, afinal, lançou em 1971 o LP “Negro é lindo”.
  4. Jorge é um estudioso de formação eclética: passou pela alquimia e o canto gregoriano.
  5. Para a jornalista Kamille Viola, Jorge também exalta a cultura negra de uma forma que não era feita na MPB. Os pesquisadores afirmam que Jorge aprofunda a ideia de um território negro de justiça e alegria.

O Globo terça, 21 de março de 2023

FLAMENGO X FLUMINENSE: QUEM É FAVORITO NA FINAL DO CARIOCA?

 

Por Vitor Seta

 

Cano e Pedro são os artilheiros de Fluminense e Flamengo, que se enfrentam na decisão
Cano e Pedro são os artilheiros de Fluminense e Flamengo, que se enfrentam na decisão Lucas Tavares

O quarto Fla-Flu consecutivo a decidir o Campeonato Carioca equilibra, no panorama geral, um cenário de favoritismo que rondou o Estadual do Rio nos últimos anos. Se em 2020 e 2021 um Flamengo mais sólido entrava mais forte contra o Fluminense, o tricolor, atual campeão, assumiu essa boa perspectiva na edição 2022. O que deve se repetir a partir do primeiro final de semana de abril.

As finais, marcadas para 1º ou 2 de abril e 8 ou 9 do mesmo mês ,no Maracanã, terão um tricolor no auge da performance do trabalho de Fernando Diniz, que tem tudo para completar um ano de trabalho nas Laranjeiras no próximo mês. Os 7 a 0 sobre o Volta Redonda na semifinal são a as melhores credenciais.

Na comparação com o rival, o tricolor fica mais com a bola, faz mais gols e leva menos. Mas enfrentará um rubro-negro que, apesar das dificuldades e dos três meses de trabalho de Vítor Pereira, parece estar em franca evolução física e técnica— como nos intensos confrontos com o Vasco na semifinal, nos quais os rubro-negros aliaram a velocidade e a efetividade para eliminar os cruz-maltinos.

— O Fluminense tem a passagem de ano mais bem resolvida entre os grandes do Rio e deu uma resposta contundente à derrota para o Volta Redonda com a goleada . O trabalho do Fernando Diniz está mais maduro, e ele começa a fazer algumas alterações no jeito de o time jogar. Pode não ter mais recursos técnicos do que o Vítor, mas os jogadores sabem exatamente o que ele quer. Agora, é favoritismo de clássico, que raramente passa de uma relação de 60/40 — avalia o colunista do GLOBO Marcelo Barreto, que ainda não vê tantos avanços no Fla.

Para o comentarista do ge e e autor do blog Painel Tático Leonardo Miranda, o trabalho mais longevo de Diniz o coloca o tricolor à frente na decisão, assim como o desempenho:

— O Fluminense fez jogos melhores que o Flamengo no ano. O Fla teve dois bons, com três tempos excelentes, contra o Vasco. Está crescendo, só que o Fluminense mostrou, não apenas na goleada, mas no campeonato inteiro, que tem uma equipe que assimila melhor as ideias de seu treinador. Por isso leva vantagem.


O Globo segunda, 20 de março de 2023

GABRIELA DUARTE: ATRIZ ESTÁ DE SAÍDA DA GLOBO, APÓS 35 ANOS

 

Por Anna Luiza Santiago

 

Gabriela Duarte
Gabriela Duarte Divulgação

Gabriela Duarte está de saída da Globo depois de 35 anos. Como vem acontecendo na emissora, não houve renovação de contrato de prazo longo. 

 

Sua primeira novela foi "Top model". Depois veio "Irmãos coragem". Em "Por amor'", a atriz fez o papel de maior destaque de sua carreira, a mimada Eduarda, filha de Helena, vivida por Regina Duarte, sua mãe na vida real.

Em seguida, as duas dividiram o papel de Chiquinha Gonzaga na minissérie que levava o nome da compositora. Gabriela esteve ainda em "Esperança'", "América" e "Passione". Seu trabalho mais recente na TV foi em "Orgulho e paixão", de 2018.

Atualmente, Gabriela trabalha num livro autobiográfico junto com a jornalista e escritora Brunna Condini.


O Globo domingo, 19 de março de 2023

BELA GIL: *CARREGO POUCOS TABUS*

 

Por Maria Fortuna — Rio de Janeiro

 

Bela Gil: 'Percebi que meu comportamento natural é assustador ou surpresa para muitos'
Bela Gil: 'Percebi que meu comportamento natural é assustador ou surpresa para muitos' Maria Isabel Oliveira

Bela Gil está on. A expressão resume bem o momento intenso e prolífero que vive a chef de cozinha, apresentadora e escritora de 35 anos. No campo profissional, ela lança, dia 13, o livro “Quem vai fazer essa comida?” (editora Elefante), acaba de estrear no time do programa “Saia justa”, do GNT, toca seu restaurante em São Paulo, desenvolve projetos de reality de sobrevivência e de documentário sobre a exploração sofrida por mulheres.

Na vida pessoal, terminou a relação não monogâmica de 19 anos (com João Paulo Demasi), anda namorando quem tem vontade e lidando bem com a fluidez sexual da filha. O modo como dá de ombros para pudores tem feito Bela alcançar posição além do lugar de referência que conquistou como guru da boa alimentação. Ela vem se tornando inspiração para mulheres. Mas reconhece que sua liberdade ainda espanta alguns.

— Carrego poucos tabus. Mas percebi que meu comportamento natural é assustador ou surpresa para muitos. É algo estrutural da sociedade que, com a maturidade e a exposição, aprendi que não posso tratar as coisas como dadas, desdenhar. Quero ser cada vez mais eu, verdadeira, mas jamais arrogante ou petulante. Reconhecer que sou diferente me dá o filtro de não achar que meu modo de ver a vida é comum para todo mundo — diz ela nesta entrevista, em que também conta como os memes impactaram sua vida e revela desejo de entrar para a política.

 

Bela Gil: 'Uma crítica que chegou com a separação:  'foi abrir o relacionamento, olha no que deu.’ As pessoas só leem manchete, se fossem além saberiam que foram 19 anos de relação não monogâmica bem-sucedida”  — Foto: Maria Isabel Oliveira

Bela Gil: 'Uma crítica que chegou com a separação: 'foi abrir o relacionamento, olha no que deu.’ As pessoas só leem manchete, se fossem além saberiam que foram 19 anos de relação não monogâmica bem-sucedida” — Foto: Maria Isabel Oliveira 

Saia Justa

 

"Quatro mulheres de personalidades diferentes e pensamentos antagônicos conversando, se ouvindo e se respeitando é uma mensagem muito importante. Porque as pessoas não conseguem mais dialogar. Viram inimigas e imediatamente divergem. Parece que as pessoas buscam a polaridade. Essa interação mostra que a gente pode pensar diferente, mas, ainda sim, dialogar. São mulheres inteligentes, com bagagem que, muitas vezes, nos fazem até mudar de opinião. No programa cabem opiniões formadas e aberturas de pensamento".

 

Livro

 

"Em 'Quem vai fazer essa comida?' relaciono alimentação, feminismo e trabalho doméstico, que não é remunerado. A gente sabe que alimentação de verdade previne doenças. Li um estudo que mostra a correlação direta entre consumo de produtos ultraprocessados e mortes. Cinquenta e sete mil pessoas morrem no Brasil. Mas quem faz a comida de panela? É mais barato e prático abrir um pacotinho ou pegar uma lasanha congelada. Principalmente para uma mãe que tem duas jornadas de trabalho e tem que alimentar três crianças. Cozinhar dá trabalho, não dá para romantizar. Mas esse fardo não pode recair novamente no colo das mulheres. É preciso redistribuí-lo. Não só em relação à questão de gênero em casa, mas com a sociedade. Precisamos de mais cozinhas comunitárias, de boa alimentação escolar. Políticas públicas são fundamentais. Discuto isso no livro. Quero que todo mundo coma bem sem sobrecarregar a mulher. É um livro denso, diferente de tudo que já lancei. Trabalha com questões profundas que tocam em feridas da sociedade".

O novo livro de Bela Gil, que sairá pela Editora Elefante: R$ 60 — Foto: reprodução

O novo livro de Bela Gil, que sairá pela Editora Elefante: R$ 60 — Foto: reprodução

Relação aberta e separação

 

"Foi uma resolução boa em termos de convivência, companheirismo. O nosso amor permanece e é o maior presente. Eu e JP nos alinhamos muito nesse lugar de que nos fazemos bem ao outro, da amizade. A gente nunca quis perder isso. Continuamos firmes na parceria profissional e como pais. Uma crítica que chegou quando postei sobre a separação, foi: 'Isso que dá, foi abrir o relacionamento olha no que deu'. O problema é que as pessoas só leem manchete, se não saberiam que foram quase 20 anos de uma relação não monogâmica bem sucedida. Há casais monogâmicos que duram um ano. Tempo não é minha régua para dizer se foi um bom relacionamento ou não. Foi bom independente do tempo em que a gente ficou junto".

 

Namoros e tabus

 

"Não converso com a Flor sobre isso (sobre Bela namorar) porque é algo natural na minha educação e na educação que recebi. Carrego poucos tabus da sociedade. A própria sexualidade da Flor... Ela é super aberta, nunca teve que falar nada para mim. Segue a vida dela do jeito que quiser, fica com quem quiser. É muito gostoso compartilhar esse momento da vida dela, a descoberta da adolescência e como ela se apaixona. Ela diz: 'Mamãe, o que eu faço com fulano, com fulana?'. A gente tem uma cumplicidade muito legal'. Outro dia, perguntaram no Instagram se ela era gay. Ela respondeu: 'Por que escolher um se você pode ter todos?'.

 

Sapiosexual

 

"Nunca me cobrei estar no físico desejável porque esse não é o meu lugar de desejo. A beleza, a estética, o corpo, não são de suma importância para eu me apaixonar. Obviamente, a gente quer se sentir desejada e acho que a maior parte das mulheres hoje acham que só serão se estiverem em um padrão estético vigente. Quando você não cai nessa armadilha... Acho sempre que a pessoa vai gostar de mim pelo que sou e não pelo que aparento. Até posso me atrair fisicamente por alguém, mas seria difícil manter uma relação. Já poderia ter algo longo com alguém por quem me atraio intelectualmente. Para mim, ler um livro é como se eu estivesse pegando peso na academia, como se eu estivesse me alimentando. Porque vou ter mais coisa para falar, dá tesão na vida, amo".

Política

 

"Não consegui aceitar o convite para assumir a Secretaria Especial da Alimentação Saudável (do Governo Lula) por questões pessoais e profissionais. Mas estou colaborando como consultora técnica do Ministério do Desenvolvimento Agrário. Meu espaço como comunicadora ainda é muito forte, talvez possa alcançar mais gente e fazer mudanças talvez mais tangíveis na vida das pessoas de uma maneira mais eficiente. Mas meu objetivo de vida é democratizar a boa alimentação, fazer com que a comida saudável, agroecológica, orgânica chegue no prato de todos. Tenho vontade de entrar para a política de maneira mais formal, de exercer a política parlamentar. Daqui a 4 ou 8 anos pode ser que isso aconteça. Por que não vejo outra saída para a democratização da alimentação e o combate à fome se não por meio dos programas sociais. O primeiro objetivo é fazer com que todo mundo tenha comida".

 

Reality de sobrevivência

 

"É uma mistura do perrengue do ‘No limite’ com um pouco do conforto e das intrigas de convivência do ‘Big Brother’. Mas a mensagem do programa é que a Humanidade se dá melhor na cooperação que na competição. Há provas e conceitos sustentáveis: as pessoas aprenderiam a plantar sua comida, cozinhá-la, fazer produtos de limpeza, composteira. Práticas que se pode levar para a vida. A gente não quer que quem esteja assistindo se sinta culpado porque não faz nada daquilo e nem se sinta de mãos atadas diante de práticas impossíveis".

 

Documentário

 

“Linka a economia do cuidado com a caça às bruxas, que nada mais é do que o apagamento da mulher e de todo conhecimento esotérico que havia e foi literalmente queimado porque servia de obstáculo para a implementação do capitalismo. O trabalho assalariado não era uma coisa normal, tipo 'começou assim e sempre foi assim'. Houve uma resistência muito forte. Domesticaram mulheres. Disseram ‘agora você vai parir, cozinhar cuidar da casa’. Nos colocaram para fazer todo trabalho necessário para que qualquer outro existisse. Porque ninguém pode filosofar, tocar música ou estudar medicina se a cozinha está suja e a criança, sem banho. O documentário vai mostrar que esse trabalho gera 13% do PIB mundial, ou seja, o maior subsídio do capitalismo, porque se a gente tivesse que remunerá-lo, a conta não fecharia”.

Memes

 

"Eu super agradeço aos memes, eles me fizeram muito bem. Se não fossem eles, metade da população que me conhece, não me conheceria. Tem esse papel de ser rápido, divertido, que chega na boca do povo. Bem ou mal, se as pessoas vêm pelo churrasco de melancia, pela placenta, pela cúrcuma ou pelo inhame, entendem um pouco sobre a importância de uma alimentação boa. Pode achar bom ou ruim, mas sabe minha bandeira. Mas há lados ruins. Como uma mulher preta fazendo churrasco de melancia virei meme, mas se fosse um homem branco chef, seria 'nossa, que ideia, você é um gênio'. E tem a coisa de ser raso. Ninguém aprofunda nada com meme e isso não é bom em tempos de proliferação de fake news".

 

Negritude

 

"Nunca me senti confortável em me reconhecer como uma mulher negra porque sofri muito menos racismo ou preconceito que uma mulher preta mais retinta, mais pobre ou da periferia sofreu. Por isso, demorei a me reconhecer nesse lugar. A geografia, o status social e a pele mais clara me deram privilégios que outras não tiveram. Então, não me sentia no direito. Como se tivesse que sofrer mais para estar nesse lugar. O que é um pensamento muito errado. Poxa, tem que sofrer para se reconhecer preto? Aí, quando o próprio movimento negro me dá o aval dizendo "Bela, é importante que uma mulher preta bem-sucedida como você se reconheça assim, a gente precisa dessas influências positivas", eu falei 'ah, então, tá'".

 

Influência do pai

 

"Meu pai me influenciou sem saber, porque ele comia aquelas comidas macrobióticas. Comecei a praticar ioga na adolescência, ele me deu o livro 'Autobiografia de um iogue", que mudou minha percepção não só da alimentação como de mundo. Com a prática, mudei a minha alimentação. Nada forçado, mas meu corpo falando, uma experiência de autoconhecimento. Quando vi, estava comendo as coisas que ele comia, o arroz integral que eu achava estanho. Lembro que a pessoa para quem eu mais amava cozinhar quando comecei, era meu pai. Porque ele não só entendia porque eu estava fazendo aquelas escolhas, como conhecia e podia dizer se estava bom, se não, como podia melhorar. Gostava de receber as críticas dele porque eram certeiras. Hoje, o prato que ele mais pede no meu restaurante é meu macarrão ao pesto. Ama. Adora queijo parmesão. Mas o meu é vegano. Uso rama de cenoura. Ele disse: 'O que tem aqui de diferente?'. E começamos a elocubrar sobre rama de cenoura (risos)".

Veia artística

 

"Sempre tive a consciência do meu 'não dom' para cantora. Respeitei e fui tocar panela. É lindo ver a Flor desabrochando nesse lugar. Meu pai tem uma relação especial com ela, acho que é por ser a primeira neta e também porque, dos filhos e netos que trabalham com música, ela foi a primeira a despontar tão nova".

 

Preta Gil

 

“Ela está recheada de amor. Temos nosso grupo de Whatsapp porque a família vive espalhada. Preta está fazendo quimioterapia a cada 15 dias, a gente se divide na presença. Ela me pediu aconselhamentos sobre alimentação e indiquei uma nutricionista. Entendeu que alimentação é muito importante para a saúde, principalmente, no caso dela. Pode ajudar junto com o tratamento medicinal alopático. Ela mudou os hábitos, disse que nunca comeu tão bem na vida, está entendendo tudo de rótulos. Digo: ‘Nossa, quem diria’”.

 

Ativismo

 

“Com certeza, muita gente me acha chata, mas não ligo, vou continuar aqui. Desculpa, não tenho paciência. Mas nunca fui de apontar dedos, olhar o prato de alguém e dizer, ‘isso aí tá ruim’. Só falo com quem me pede. Respeito a individualidade de cada um. Me meto na educação dos meus filhos, aí sim, sou mãe chata”.

 

Mãe chata

 

“Postei a merenda da Flor e virou uma chacota na internet, com pessoas dizendo: ‘Que mãe chata, não deixa nada, a criança vai crescer e se revoltar’. Se um adulto dissesse ‘parei de comer açúcar, mudei minha alimentação e estou me sentindo melhor’, as pessoas dariam os parabéns. Já a criança é ‘ah, coitadinha’. É preciso mudar essa cultura de que comida de criança é sinônimo de besteira. Na minha casa não entra porcaria e eu jamais vou oferecer fast food. Mas se minha filha vai a um aniversário, come brigadeiro. Se está com a avó, eu não fico enchendo o saco. Mas a gente tem que ser firme em alguns pontos como educador, impor limite. Talvez meu limite para besteira seja menor do que o da maior parte da população. Minha filha é muito feliz. Meu filho (Nino), outro dia, comeu uma sopa de legumes dizendo, ‘nossa, mamãe, está com gosto de sorvete’. Eles têm gosto para comer legumes, salada, e ficam pouquíssimo doentes. Chegar em casa cansada e minha filha dizer ‘fiz o jantar’ é o maior presente. Não me arrependo de nada. Seria essa mãe chata todas as vezes”.

Mais filhos?

 

"Tenho vontade. Amo ficar grávida parir, amamentar. Nasci para ficar prenha. Mas não estou pronta para passar pela privação de sono de novo. É a única coisa que tenho a reclamar da maternidade".

 

As escolhas de Bela:

 

 

  • Prato preferido: “Farofa… como com tudo e qualquer coisa.”
  • Livro de culinária de cabeceira: “‘Cozinhar’, do Michael Pollan. Ampliou o meu olhar sobre o ato de cozinhar.”
  • Programa de entrevistas: “‘Amigos, sons e palavras’. Não é só porque o meu pai apresenta, mas amo como as conversas se dão de maneira muito natural.”
  • Ingrediente que não vive sem: “Limão. Acho que conserta qualquer prato mais ou menos"
  • Música de que mais gosta: “O disco inteiro ‘Verde-anil-amarelo-cor-de-rosa e carvão’, da Marisa Monte. Foi um dos que mais escutei na vida e sou apaixonada pela faixa ‘Balança pema’. Me remete a muitos momentos alegres da infância.”

O Globo sábado, 18 de março de 2023

GOJI BERRY: FRUTA EXPLODE NO TIKTOK E É RECONHECIDA COMO *ELIXIR DA JUVENTUDE"

 

Por Melanie Shulman, La Nacion

 

A fruta vermelha é conhecida por fortalecer o sistema imunológico e prevenir o envelhecimento celular
A fruta vermelha é conhecida por fortalecer o sistema imunológico e prevenir o envelhecimento celular Pixabay

Apelidado de "o fruto da eterna juventude", o goji berry (ou baga de goji, em portugês, sendo baga a designação para fruta carnosa com sementes) é um sucesso entre os alimentos nutritivos e saudáveis. É uma pequena fruta vermelha desidratada, semelhante às passas, e com um sabor doce, conhecida por fortalecer o sistema imunológico e prevenir o envelhecimento das células do corpo. Por esses motivos, nos últimos anos seu consumo viralizou entre os adeptos de um estilo de vida mais saudável.

Alimento milenar, a fruta é originária da China, onde era utilizada para fins medicinais, para melhorar a longevidade e para tratar problemas respiratórios e cardiovasculares.

O goji berry desembarcou no ocidente, no século XIX, e sua popularidade vem aumentando devido aos seus diversos benefícios estéticos e físicos. A hashtag #berryasdegoji acumula 217,1 milhões de visualizações na plataforma de vídeos Tik Tok. Lá, usuários de todo o mundo postam vídeos experimentando a fruta e listando os seus inúmeros benefícios.

Considerado um superalimento, o goji berry, segundo a Biblioteca Nacional de Medicina dos Estados Unidos, ganhou relevância mundial significativa há duas décadas devido ao seu alto índice de componentes bioativos, essenciais para a promoção da saúde.

— É um produto natural, livre de processos industriais e conservantes artificiais — afirma Estefanía Beltrami, nutricionista.

A fruta vem de uma planta conhecida como Lycium barbarum, um tipo de arbusto característico de climas temperados, que cresce de maneira selvagem no Himalaia e nas regiões do Tibete e da Mongólia, na Ásia.

Quais os benefícios que o goji berry fornece?

— Tem todos os macronutrientes de que precisamos e que são responsáveis ​​por gerar energia e manter os tecidos vitais do corpo: 65% são carboidratos, 15% proteínas, que neste caso inclui todos os aminoácidos essenciais, e 10% de gorduras insaturadas, diz a nutricionista.

Por sua vez, também são fontes de micronutrientes. Analía Yamaguchi, especialista em nutrição clínica do Hospital Italiano, explica que a fruta contém minerais como potássio, cálcio, zinco, magnésio e ferro. Componentes antioxidantes e anti-inflamatórios que retardam o envelhecimento celular e protegem a microbiota intestinal, grupo de microrganismos alojados no cólon, responsáveis ​​por regular as funções do organismo e mantê-lo em equilíbrio.

À lista, unem-se também as vitaminas do grupo B e C, necessárias para fortalecer o sistema imunológico e prevenir o desenvolvimento de doenças e infecções. A esse respeito, Yamaguchi acrescenta que, quando a vitamina C é ingerida após o almoço ou jantar, “o ferro é melhor fixado, principalmente em vegetarianos”.

Além disso, a fruta ainda é aliada da visão, pois possui carotenoides: pigmentos orgânicos que dão cor aos alimentos – como no caso da cenoura, do tomate e da gema do ovo –, ajudando os músculos oculares e evitando sua deterioração. Além disso, graças à presença de flavonoides, compostos naturais que fazem parte das plantas, o cérebro e o coração também ficam protegidos.

Diante desse cenário, o MedlinePlus, site mantido pela Biblioteca Nacional de Medicina dos Estados Unidos, menciona que, graças às suas substâncias, o goji berry é usado para tratar doenças como diabetes, auxilia na perda de peso e no cuidado da pele. Porém, enfatizam que ainda não há boas evidências científicas que respaldem esses usos.

Esta fruta apresenta-se em diferentes formatos: recheada, crua, em pó e em suplementos, podendo ser consumida de muitas maneiras e adaptada ao gosto pessoal. A nutricionista Beltrami esclarece que uma das opções é combinar a fruta em pratos doces.

— Pode ser misturada com iogurte, em preparações para pudins e pão-de-ló, ou, por exemplo, como cobertura de panquecas.

Já os adeptos dos sabores agridoces “podem adicionar esta fruta a saladas ou sopas”, indica a nutricionista, explicando que outra alternativa é batê-la ou usar o pó para fazer sucos, batendo bem para misturar em diferentes bebidas e realçar o gosto.

Sobre a dose recomendada para ser ingerida, um relatório do MedlinePlus afirma que, para um consumo seguro, a quantidade diária não deve exceder os 15 gm. No entanto, os pesquisadores sugerem que é melhor consumir a fruta por um curto período de tempo, pois não se sabe ao certo se pode gerar efeitos colaterais a longo prazo.

Por se tratar de um produto específico e um tanto exótico, o goji berry pode ser encontrado embalado em lojas de produtos naturais e dietéticos.

 O consumo de goji berry tem contraindicações?

Yamaguchi destaca que, embora seja um alimento natural com grandes propriedades, não deve ser atribuída nenhuma qualidade mágica, já que seus benefícios só são obtidos dentro de uma dieta saudável.

Alguns grupos, além disso, devem ter mais cuidado para não exagerar na quantidade. Entre eles, Beltrami cita aqueles em tratamento anticoagulante e que tomam medicamentos com a propriedade.

— Nesses casos, o goji berry pode interferir e anular os efeitos da medicação — esclarece.

 Uma declaração do MedlinePlus também sugere que pessoas com alergias, bem como mulheres grávidas ou lactantes, devem evitar a fruta, pois ainda não se sabe ao certo se pode ter um impacto negativo.

Sem dúvida, este alimento antigo está ganhando espaço entre os fiéis seguidores de um estilo de vida natural: aqueles que retornam às raízes e reivindicam os hábitos de culturas ancestrais, que consumiam produtos orgânicos recém-colhidos e sem qualquer tipo de intervenção, prometendo qualidade de vida e um caminho longe de doenças crônicas e estresse.


O Globo sexta, 17 de março de 2023

ADÇANTES: QUAL O MELHOR PARA A SAÚDE?

 

Por Beatriz Coutinho*

 

Para evitar as doenças que o consumo em excesso do açúcar traz, o uso de adoçantes tem sido cada vez maior
Para evitar as doenças que o consumo em excesso do açúcar traz, o uso de adoçantes tem sido cada vez maioroverlay-clever

Uma colherada no café, alguns sachês no suco, principalmente quando a fruta é cítrica: o açúcar faz parte da alimentação dos brasileiros. Segundo Pesquisa de Orçamentos Familiares, 85,4% da população adiciona o produto em alimentos e bebidas no país. Mas, para driblar as doenças que o consumo em excesso comprovadamente traz, a substituição pelos adoçantes tem sido cada vez maior -- estima-se que os adoçantes estejam presentes em 13,4% das mesas brasileiras, de acordo com dados da Pesquisa Nacional de Acesso, Utilização e Promoção do Uso Racional de Medicamentos. Os maiores consumidores são as mulheres, sobretudo do Sudeste e Nordeste, da classe econômica A/B.

 Do natural ao artificial, as opções adoçam com pouquíssimas calorias. O Globo procurou especialistas para detalhar as diferenças entre eles, da origem à melhor função de cada um na cozinha – e o impacto na saúde.

— Os adoçantes têm origens completamente diferentes. Eles podem vir da cana-de-açúcar e de aminoácidos, enquanto outros são produzidos quimicamente. Têm dulçor maior que o açúcar, sendo 200, 300 e ou até 500 mais potentes. Então, por exemplo, 1 grama de aspartame adoça 200 vezes mais que 1 grama de açúcar — explica Daniel Magnoni, nutrólogo do Hospital do Coração, em São Paulo.

Para quem busca perder peso, produtos adoçados com adoçantes podem ser uma alternativa, desde que associados a uma dieta hipocalórica e à atividade física.

— Em uma recente revisão sistemática, o uso de bebidas açucaradas com adoçantes como substituto para bebidas adoçadas com açúcar resultou em uma pequena melhora em fatores de risco cardiometabólicos (risco de diabetes e doenças cardíacas) – afirma a vice-presidente do Departamento de Diabetes da Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia (SBEM), Melanie Rodacki.

— A indústria alega que os trabalhos foram feitos em animais e não em humanos. Realmente, 1 grama de ciclamato para um rato é muito mais do que para um humano, por isso que precisaria de mais trabalho, de mais pesquisa. Mas falo para meus pacientes evitarem o ciclamato – diz o nutrólogo Magnoni.

O médico sugere cautela também com a sucralose em algumas situações. Estudos recentes indicam que o composto pode liberar substâncias tóxicas quando exposto a temperaturas maiores que 120° (deve-se evitar levar ao forno, portanto). Outro alerta importante é para o uso de aspartame por quem tem fenilcetonúria, doença congênita na qual a pessoa não consegue metabolizar a fenilalanina (o excesso exerce ação tóxica em vários órgãos).

Quanto aos impactos no organismo, a endócrino Rodacki pontua que evidências mais recentes mostram um possível impacto dos adoçantes artificiais na microbiota intestinal, além de aumentarem o apetite.

— Em trabalhos com ratos, o consumo de adoçantes artificiais aumentou o desejo de alimentos adoçados com açúcar e peso corporal. Um estudo em homens com peso normal indicou que a ingestão de bebidas adoçadas com adoçante induziu maior vontade de comer e menor sensação de plenitude, diz a médica.

  Pesquisa conduzida pela Universidade de Harvard, nos Estados Unidos, a pedido da Organização Mundial da Saúde, chegou à conclusão que adoçantes artificiais e de baixa caloria podem não ajudar na perda de peso.

— Estudos de longo prazo são necessários para avaliar os efeitos sobre o sobrepeso e a obesidade, o risco de diabetes, doenças cardiovasculares e doenças renais —, ressaltaram os pesquisadores responsáveis, em publicação na British Medical Journal.

Os melhores produtos para a saúde, de acordo com os especialistas, são os de origem natural, como stevia, xilitol e eritritol. Têm segurança estabelecida e costumam conferir dulçor semelhante ao açúcar, além de apresentar poucos efeitos colaterais e serem estáveis à temperatura do cozimento. Mas os médicos são unânimes em afirmar que o ideal mesmo é o alimento com seu próprio sabor, sem adição de açúcares, seja o natural ou o artificial.

 

Confira as especificações dos adoçantes

Sacarina: Tem doçura 300 a 500 vezes maior que o açúcar, sendo necessária pouquíssima quantidade, portanto. É resistente à temperatura de cozimento dos alimentos, possui um sabor residual metálico e nesse sentido, normalmente é utilizada junto com outro tipo de adoçante.

Ciclamato: Resistente à temperatura, tem doçura 30 a 40 vezes maior que o açúcar. Pode ser combinada com a sacarina, fornecendo sabor mais doce. Na década de 80, foi proibido nos Estados Unidos em decorrência de estudos em animais que associaram sua ingestão ao desenvolvimento de câncer de bexiga. É permitido no Brasil.

Acessulfame de potássio: Tem doçura 200 vezes maior que o açúcar. De todos é o que possui melhor sabor. Estável na pasteurização e esterilização.

Sucralose: Tem doçura 600 vezes maior comparado ao açúcar. Não possui sabor residual e é estável ao aquecimento. Apesar disso, estudos recentes mostram que quando submetido a temperaturas maiores que 120º podem liberar substâncias tóxicas. Apesar de vir da cana-de-açúcar, não é natural, porque sofre reações químicas.

Stevia: Tem doçura 300 vezes maior que o açúcar e pode ir ao fogo. Extraído da planta Stevia rebaudiana, planta nativa da América do Sul, comum na região Sul do Brasil. Tem sabor um pouco amargo, que muitas vezes limita o uso. Está entre os melhores para a saúde.

Eritritol: Praticamente sem caloria alguma: 0,2 por grama. Tem ingestão bem tolerada e é mais usado na indústria alimentícia (é estável no calor). Tem doçura 300 a 400 vezes maior que o açúcar. Estudos mostram que 90% do composto é eliminado pela urina, o restante é fermentado pelas bactérias intestinais. É natural, extraído da cana-de-açúcar. Tem sabor muito parecido com o açúcar.

* estagiária sob supervisão de Adriana Dias Lopes


O Globo quinta, 16 de março de 2023

DIA DE SÃO PATRÍCIO: SAIBA ONDE COMEMORAR A DATA, 17 DE MARÇO, UMA DAS MAIORES CELEBRAÇÕES CERVEJEIRAS DO MUNDO

 

Por Marina Gonçalves

 

Chopp verde no Downtown
Chopp verde no Downtown Divulgação

O St. Patrick’s Day, ou Dia de São Patrício, comemorado no dia 17 de março é uma das maiores celebrações cervejeiras do mundo. E no Brasil, a tradição ganhou força nos últimos anos. Veja onde comemorar:

O festival acontece de 17 a 26 de março, de sexta a domingo, das 12h às 23h, na Praça Central do Shopping Downtown, na Barra, com entrada franca e pet friendly. Serão dois fins de semana de festa, com dez cervejarias já confirmadas e shows que vão do rock clássico à música tradicional, passando pelo folk punk à irlandesa.

St. Patrick´s day do Downtown — Foto: Divulgação

St. Patrick´s day do Downtown — Foto: Divulgação

Em torno da Praça Central, os estandes reúnem marcas de peso como Old School, Farra Bier, Kumpel, Antuérpia, Sampler, Labirinto, Criatura Craft Beer, Brewpoint, Cerveza Guapa, Dr. Duranz, Hocus Pocus, Mistura Clássica, Noi, Víquim, Vehrs Bier, Búzios e Odin, que, além do tradicional chope verde de São Patrício, traz a novidade de seu hidromel.

Além das cervejas, o St. Patrick´s Downtown terá drinques da 021 Batidas Premium e gastronomia do Gustô, da Tasquinha do Portuga e da Vulcano Sandwich.

 

Os Imortais

 

O bar Os Imortais, em Copacabana, vai comemorar o Saint Patrick’s Day nesta sexta-feira, dia 17, com chope verde, brindes, drinques e petiscos. Das 18h à 1h, a cada cinco chopes verdes (pilsen, 300ml – R$9), o cliente ganha um brinde exclusivo, como a disputada cartola característica da festa. O bar promove o evento desde a abertura da casa, há dez anos, e segue mantendo a tradição: além de decoração temática, quem for a caráter ganha um chope verde.

Para quem não é fã de cerveja mas quer participar da festa, foram criados drinques exclusivamente para a data: o coquetel Patrício, que leva gim, suco de limão, xarope de maçã verde, tônica e espuma de gengibre com espirulina e folhas de hortelã; e o Drink de Ouro, preparado com gim, xarope de maçã verde, tônica e folhas de ouro (R$ 28,90).

St. Patrick´s day do Imortais — Foto: Divulgação

St. Patrick´s day do Imortais — Foto: Divulgação

Para forrar o estômago, além dos petiscos clássicos do bar, como os bolinhos de arroz ou feijão recheados e as famosas Coxinhas da Vovó, a dica é experimentar as novidades. Entre elas, o Mickey Mouse (seis palitos de queijo mussarela empanados servidos com molho de tomate caseiro, R$ 32,90); e a Pipoca de Quiabo (porção de quiabo empanado, R$ 16,50).

 

Rio Tap Beer

 

O bar, no Flamengo, comemora a data de quarta a domingo, com muito chope verde, comida típica, banda de rock e gincanas. O prato especial é uma entradinha Irlandesa, a Irish’s Starter, um fiambre artesanal acompanhado de picles de pepino, crispy de shitake, molho de mostarda e melaço e um pãozinho de pretzel.

Na quinta, tem show ao vivo da banda Dry-Rocking, de Niteroi que tem um dos sócios do bar, Igor Figueiredo, como integrante. No sábado 18/03 é a vez de Gui Lopes, tocando o melhor do rock.

 

Uptown

 

Banda irlandesa Tailen — Foto: Divulgação

Banda irlandesa Tailen — Foto: Divulgação

De sexta a domingo (17 a 19/3), acontece a 1ª edição do St. Patrick's Festival na área de eventos do Uptown Barra. A entrada é franca. O evento conta com diversos expositores de gastronomia, apresentações de grupos de música e dança celta, além de bandas com rock nacional e internacional. O chopp verde, marca registrada da comemoração, está garantido. Serão mais de 50 torneiras de diversos estilos, servidos pelas principais cervejarias artesanais do Rio, como: Hocus Pocus, Noi, Antuérpia, Farra Bier, Mistura Clássica, Cervejaria Roter, entre outras.

Entre os expositores de comida, estão: Adega do Pimenta, Kabana do Alemão, Fritas, Looping, Vulcano, Dulcara (pão de alho) entre outros de gastronomia diferenciada. Para completar, área kids e área de jogos para a criançada ,além de oficinas.

 

Noi

 

Nos bares e restaurantes da Noi a comemoração já começou na segunda, com um combo especial que conta com uma caldereta exclusiva e chope pilsen verde por R$ 34. A promoção vai até o fim de março ou enquanto durarem os estoques.

Cerveja da Noi — Foto: Divulgação

Cerveja da Noi — Foto: Divulgação

 

Hocus Pocus DNA

 

No bar, em Botafogo, a casa toda ganhará luzes verdes e irá servir uma releitura da clássica cerveja Orange Sunshine, uma das mais vendidas da marca, só que na cor verde: a Green Sunshine (R$ 16 copo/ R$ 52 o Growler). E quem comprar cinco chopes ganhará o green sunshine fidelidade que dará direito a um tirante.

Para comer, receitas exclusivas para a data, como o St. Patrick's Sandwich (R$ 38): sanduíche de filé de lombo suíno à milanesa, banhado pelo molho Pomodoro de tomates cereja feito na casa, queijo mussarela, folhas fresquinhas de rúcula e uma finalização da maionese verde. Outra pedida é o Fish n' Chips (R$ 34): tiras de tilápia fritas no tempurá de cerveja alma combinadas com Chips de batatas asterix temperadas com páprica, sal e ervas acompanhado de maionese de salsa artesanal.

 

Bewteco

 

A rede aproveita a data para comemorar seus 10 anos, de 17 a 19 de março, com uma programação especial em cada unidade do Brewteco e três chopes especiais: a Brew Helles St Patrick’s (R$ 14): uma Helles com corpo médio e um leve toque de biscoito e lúpulos florais; Brew Pé Sujo Lime e Pepper (R$ 16), uma American Pale Ale bem equilibrada com aromas cítricos de lúpulo americanos e adição de limão siciliano e pimenta malagueta; e a Brew Traçado Tropical (R$ 18), com adição de flor de laranjeira, tangerina, limão, maracujá e abacaxi. Uma explosão de aromas cítricos.

São Patrício Smash do Brewteco — Foto: Divulgação

São Patrício Smash do Brewteco — Foto: Divulgação

Outra pedida é o São Patrício Smash, com Gin london dry, manjericão, vermute seco, maçã verde e mix de cítricos.

 

Hilton Barra

 

O hotel entra no clima da festa irlandesa com show de rock, comidas e bebidas típicas na sexta-feira, no Plaza, espaço ao ar livre, localizado no andar térreo. Além da decoração com elementos típicos da cultura irlandesa, como trevos de três folhas, moedas de ouro e uma iluminação especial verde, haverá show ao vivo com muito rock, chopp verde e coquetéis com Johnnie Walker Blonde.

Para acompanhar, mini burguers verdes, pratos típicos irlandeses, como o repolho refogado com linguiça, e uma estação de pães e pastas (R$ 149 + 10% de serviço, por pessoa). O evento é aberto a não hóspedes mediante a reserva antecipada.


O Globo quarta, 15 de março de 2023

EVANDRO MESQUITA: ASTRO LEMBRA BASTIDOR COM BOB MARLEY, E MUITO MAIS

 

Por Thayná Rodrigues

 

Evandro Mesquita com Andreia Coutinho e, à direita, Chico Buarque e Bob Marley, com quem dividiu bastidor inusitado no futebol
Evandro Mesquita com Andreia Coutinho e, à direita, Chico Buarque e Bob Marley, com quem dividiu bastidor inusitado no futebol Fotos de divulgação e Instagram

Evandro Mesquita é um baú de histórias divertidas e emblemáticas, tenham elas nascido no cenário da música brasileira ou no da interpretação. Por essas e outras, documentários e séries de que o ator e cancionista participa volta e meia entram em plataformas de streaming e na TV fechada: "Blitz, o documentário" (no Curta!); "A grande família" (Viva e Globoplay); os filmes inspirados em Asdrúbal Trouxe o Trombone (grupo de teatro do qual também fizeram parte Regina Casé e Luiz Fernando Guimarães) e em festivais musicais daquela época (entre eles "Dunas do barato", na Netflix).

Blitz, a banda que o ator integra há décadas, também está sob holofotes. Além de batizar um filme de ficção em desenvolvimento, uma turnê do grupo de Evandro, Rogério Meanda (guitarra), Alana Alberg (baixo), Andréia Coutinho (backing vocal) e Nicole Cyrne (backing vocal) tem emocionado fãs antigos e as novas gerações. No Rio, eles se apresentarão no Qualistage, na Barra, dia 25 de março, semanas depois de tocarem para o público de Belo Horizonte.

Por conta da turnê, ele não pôde rodar um filme entre fevereiro e março, mas diz querer conciliar a interpretação com a carreira musical. Paulão da Regulagem, personagem que viveu em "A grande família", é lembrado por fãs saudosos e por ele nas redes sociais:

— Se as histórias forem boas, eu tenho vontade de fazer outras séries e filmes. Se não forem, eu não tenho. Paulão eu fiquei nove anos fazendo. O programa teve 15. E foi muito legal porque todo mundo era craque. Era um jazz. Tinha o tema, mas a gente improvisava em cima. Passava a bola, vinha a bola redonda. Sempre fiz teatro e tinha essa troca de sintonia que é tão sutil, difícil de achar. E quando acha fica muito prazeroso. Tenho isso com Andréa Beltrão, Fernanda Torres, com todos do Asdrúbal. É uma prazer quando tem um diretor que entende essa linguagem e nos dá essa liberdade. Foi muito legal, divertido pra caramba fazer.

Também escritor (ele é autor de "Xis-Tudo", da Editora Rocco, de 2007), Evandro tem uma série pronta e quer negociá-la com produtoras e/ou plataformas. Trata-se da história de dois homens que enfrentam confusões com os vizinhos de um prédio. Ele pensa ainda em escrever um novo livros de memórias.

— Fiquei muito envolvido com o livro do Luiz Fernando Guimarães. E me deu uma certa vontade e uma certa preguiça de levantar essa lebre toda. Tem passagens muito legais. Fico às vezes contando para algumas pessoas e tal. Tem fatos históricos muito bacanas (de que Evandro participou). Eu chegando com uma fitinha cassete na Odeon Records, mal gravada, pedindo para gravar, quando a Blitz já fazia sucesso com uma ou duas músicas. E tem a vez em que a gente foi receber Papai Noel no Maracanã. Aquilo era uma coisa que eu, como peladeiro (queria viver). Pisar naquela grama em que Pelé, Garrincha e tantos ídolos jogaram. Como amante do futebol, foi maravilhoso ver o Maracanã inteiro cantando — recorda-se.

— Bob Marley não dividia, não passava a bola (risos). Graças a Deus, tinha outra bola, e a gente teve essa honra de celebrar esse ritual com o mestre, né? Foi sensacional.

Leia na íntegra a entrevista com Evandro Mesquita.

Com a Blitz, além do Rio, você vai tocar em outras capitais?

Vamos ao Teatro Bradesco, em São Paulo, mas a gente está viajando muito. A formação da banda está superlegal agora. Dá para ver, pela estrada, e vamos relembrando coisas, mostrando coisas novas. Na pandemia, como tenho um estúdio aqui em casa, a gente produziu cinco discos. Uns 85% estão prontos. Tem o Blitz Hits, com regravação dos sucessos com a tecnologia de hoje; o Lado B, Lado Blitz, com músicas que a gente adora, mas não tiveram tanta exposição... Esse tem volumes 1 e 2 ; e tem o Supernovas, de inéditas. Tem também um apelidado de "Blitz no dos outros", com interpretações Blitz de Roberto Carlos e Erasmo Carlos, Belchior, Paulo Diniz, Gilberto Gil. Tem umas coisas inusitadas e muito legais.

Você chegou a conversar com Erasmo sobre essas faixas?

Nos falamos. Eu disse: "Quero te mandar". Acabou que não conseguimos mandar a música masterizada como está agora. Mas é um parceirão. E tenho a honra de ter sido parceiro dele numa música. Foi uma grande perda mesmo. A gente gravou "Sentado à beira do caminho". Essa música vai estar no "Blitz no dos outros". É demais. Para esse disco, também convidamos o Ximbinha, aquele guitarrista. Tem uma pegada carimbó, um suingue diferente, bem legal. A gente foi fazendo com calma, vinha um, vinha outro...

Estou fissurado. Muito bem, graças a Deus. E louco para estar na estrada. A estrada me alimenta. O show autoral me alimenta muito. Tem uma coisa nossa, emocionando as pessoas, nos emocionando. É fantástico. É a vida mesmo.

Como está a pré-produção do filme de ficção da Blitz?

Fiquei afastado da produção. Teve uma hora que eu queria me envolver mais, dar palpites no roteiro... Depois eu deixei rolar e não sei como está isso, não. Sugeri uns nomes e tal, mas não estou sabendo, não. Tem o documentário da Blitz, que passa no Curta!, no Now, é muito legal. Umas pessoas comentam, falam que não viveram essa época e ficam espantadas com como foi forte, e não tinha rede social nem nada disso. Se tivesse... Foi um fenômeno.

Você tem um livro lançado, mas há histórias saborosas ainda pouco exploradas, né? A do futebol com Chico Buarque e Bob Marley, por exemplo... Os bastidores...

Tem uma resenha dessa no Museu da Pelada. O Paulo Cézar Lima (PC Caju, jogador de futebol) me convidou. O que aconteceu foi que eu estava na praia com a Regina Casé e com a Patricya Travassos. Sempre fui bom de futebol. Jogava com Paulo Cézar, Pintinho, Nei Conceição. Ele disse que estava indo à casa do Chico jogar bola com Bob Marley. E eu pensei: "Meu Deus do céu, olha o convite. Jogar bola com Bob Marley, com Paulo Cézar na casa do Chico". A gente tinha um ensaio importante (com a galera do teatro). E expliquei para as meninas como foi forte esse convite. Nesse meu livro eu conto essas passagens, dando umas dribladas nas coisas que posso falar.

Uma das coisas de que não pode falar é que ele era jamaicano e não dividia a bola?

No Instagram, você posta vídeos e montagens divertidas. É uma forma de levar leveza às pessoas?

É a única brincadeira digital que eu curto. Não gosto de Facebook nem de coisas assim. Faço uma curadoria de vídeos. Para refletir, para sorrir, para gargalhar, para discordar, para protestar. Porque é um instrumento.

Essa é uma rede em que celebridades e personalidades ostentam ali seus procedimentos, suas mansões... Esta não é sua onda, né?

Não é a minha onda mesmo. Eu sou de outra onda (risos). E ainda não estou na fase de "demonização facial". Eu acho que as rugas contam histórias de uma vida. Então, sigo nessa filosofia dos Rolling Stones. Quando me perguntam quantos anos eu tenho, eu falo que tenho menos do que tinha a Gloria Maria (risos). Idade dá um peso. Já vem um peso assim... Sem olhar no espelho, acho que estou com 48. Mas, quando olho, caio na realidade. Fico pensando. Sem dizer, fico mais tranquilo.

Você tem filhas de 16 e 33 anos (Alice e Manuela, filhas de Iris Bustamante e de Andréia Coutinho). Elas são de diferentes gerações. Como são as conversas?

A de 33 mora sozinha desde os 18 anos. E agora estou acompanhando de perto a de 16. É incrível a troca. Tento acompanhar... E mostrar coisas também. É muito interessante, mas o mundo vai numa velocidade incrível, né? Às vezes eu tento passar para elas umas coisas de que eu gostava, que eu gostaria que curtissem também. Elas têm a sensibilidade de pescar. Uma discute mais do que a outra. É aquele choque de gerações. Os filhos de cada um vão pegando as melhores conversas, para a personalidade. Isso alimenta as minhas filhas também.

Claro. Com as duas falamos sobre isso. Elas me alertam bastante. Eu caio em armadilhas. Prestar atenção nisso sempre é legal. Mas cresci no teatro, comecei a fazer peça com 19 anos, vivia de rock, com o pessoal do Teatro Ipanema. A gente foi descobrindo o teatro, a vida, digamos assim. Tem uma coisa de gerações harmônicas comigo. Minha mãe é muito presente. Perdi meu pai (Marcos Porciúncula de Mesquita) com 18 anos. E ele me ensinou bastante também. Era vegetariano, fazia ioga, falava em macrobiótica quando eu nunca tinha ouvido ninguém falar, de ligação com a natureza... Eu tive a sorte de ter pais muito presentes enquanto estiveram aqui. Minha mãe (Samira Nahid Mesquita) foi a primeira decana mulher da UFRJ. Foi muito atuante. Em feiras culturais, falava com cantadores de embolada, cordelistas, poetas... Sempre teve esse olhar atento à cultura, à literatura também. Venho de ambientes com pessoas sem preconceito. Minha mãe levava a esses eventos professoras homossexuais, professores também. Convivi naturalmente com isso, por conta dela e do teatro.

Vez ou outra saem matérias com fotos de sua família. Na sua rede, elas são pouco publicadas. Por quê?

Sou discreto. Mesmo com a Andréia (Coutinho, que faz parte da Blitz) fico meio assim... Penso em não botar (na web) porque internet é uma terra de ninguém. A gente sabe como é perigoso. Eu boto poque é aniversário, e como não colocar ali a família? Em outras datas, fico mais reservado.

Como você reage quando vê matérias ou usuários da internet chamando suas filhas de gatas?

Eu vejo pouco isso. Quando tem, procuro ver o perfil do cara que está elogiando. Mas acho que elas têm armas para se defender, têm personalidade. Claro que estou sempre presente, observando, mas conto com isso. Elas sabem se defender.

A gente sempre abre um espaço na agenda para coisas de que eu goste muito. Depois de um certo tempo, quero fazer coisas que me dão prazer. Com atores, diretores, texto... Isso é bem legal. Estar com a Blitz é um prazer tão grande, a turma está tão boa agora, que tem sido gostoso. Tem um lado emocional da Blitz que mexe comigo. Mas a gente abre vaga para o que for bacana.


O Globo terça, 14 de março de 2023

ALIMENTAÇÃO: SAL ROSA, LIGHT, MARINHO OU REFINADO - QUAL É O MELHOR PARA A SAÚDE?

 

Por O Globo — Rio de Janeiro

 

Segundo o estudo, o sal light reduz os riscos de morte precoce por qualquer causa em até 11%, doenças cardiovasculares em 13% e os riscos de ataque cardíaco ou acidente vascular cerebral por 11%

 

Segundo o estudo, o sal light reduz os riscos de morte precoce por qualquer causa em até 11%, doenças cardiovasculares em 13% e os riscos de ataque cardíaco ou acidente vascular cerebral por 11% Freepik
 

— O sal, em si, não faz mal à saúde. Ele é importante e necessário. O que faz mal é o seu consumo em excesso. A Organização Mundial da Saúde (OMS) indica o consumo de até 5 gramas de sal por dia por pessoa. O brasileiro tem um consumo médio de 14 gramas. É três vezes o indicado e pode causar aumento de pressão, doenças cardiovasculares, hipertensão e sobrecarga renal, algumas das doenças que mais matam no mundo. Tão errada quanto o excesso, também, é a alimentação completamente livre de sal, que pode provocar desmaios, fraqueza, tonteira, perda de consciência e perda neurológica — afirma Daniele.

Essas consequências que vêm com a falta de sal se devem ao fato de o consumo do alimento ser crucial para os impulsos nervosos, a contração muscular, o equilíbrio líquido das células, e também para a regulação da quantidade de iodo que ingerimos, entre outras funções. O iodo, um micronutriente em abundância no sal, é usado na síntese dos hormônios produzidos pela tireoide e pode prevenir diabetes, problemas cardíacos e infartos.

 

Os tipos de sal e para quem são indicados

 

Se o sal é importante e necessário, então qual usar? Daniele costuma indicar tipos diferentes para cada paciente. Ao GLOBO, ela desmistifica o suposto "poder" do "queridinho das famosas", como ela diz, que virou sinônimo de um estilo de vida e, portanto, um objeto de desejo de consumo, mais do que qualquer coisa: o sal rosa do Himalaia. 

— Não costumo indicar o sal rosa para os meus pacientes porque o custo é alto e os benefícios são poucos, se comparados com os outros tipos. Não existe nenhum estudo científico demonstrando o benefício do uso dele a médio e longo prazo em relação ao sal refinado. A diferença de composição nutricional entre os dois é insignificante. Fora o custo do rosa, que é de quatro a cinco vezes maior que o refinado. Esse investimento não se justifica por uma diferença nutricional tão pequena. Não há benefícios — afirma Daniele.

— Outra questão importante é que, pelo fato do sal rosa ter um 'poder de salgar' muito menor, por causa da composição do solo, as pessoas acabam colocando muito mais sal nas comidas. Ou seja, a quantidade de sódio e o custo aumentam — completa a nutricionista.

Confira abaixo uma lista com três tipos de sal que são recomendados pela profissional, sempre, é claro, dentro da quantidade estipulada pela OMS de 5 gramas ao dia:

 

  • Sal comum (de cozinha): para pessoas saudáveis, sem problemas de saúde que impliquem cuidados, o sal comum pode ser usado sem preconceitos.
  • Sal light: tem um sabor mais suave que o de cozinha. Por ter menos sódio que o comum, é indicado para quem é hipertenso. Por ter mais potássio que o comum, não é indicado para quem tem problema renal, com risco de sobrecarregar os rins.
  • Sal marinho: por não passar pelo processo químico do sal comum, o marinho tem uma quantidade menor de aditivos químicos como conservantes e corantes — associados ao desenvolvimento de câncer. Ele mantém maior quantidade de minerais como cálcio, potássio, ferro, zinco e iodo. É o mais recomendado por ela para quem necessita de ajuste na quantidade de sódio ingerida.

 

O importante é dosar a quantidade

 

Já que não temos vilões, nenhum tipo de sal é necessariamente ruim e passível de ser evitado completamente. O segredo está, justamente, na dosagem. Na hora de tentar reduzir o consumo de sal para se adequar à quantidade estabelecida pela OMS (5g/dia), é preciso ter dois cuidados principais, alerta Daniele.

O primeiro, é prestar atenção nos produtos ditos "light" ou "diet". O segundo, e igualmente importante, é ficar ciente do fato de que o sal está onde menos esperamos. A dica a ser seguida à risca é sempre ler atentamente os rótulos dos produtos, que costumam ser "repletos de pegadinhas".

— Se você deixa de botar sal na salada no almoço para diminuir o consumo e à noite come batata chips pronta, você troca um pelo outro. O impacto no organismo é o mesmo ou até pior. Por isso ler o rótulo é bem importante. O refrigerante diet, por exemplo, eles tiram o açúcar e, para 'compensar' no sabor, colocam mais sódio — diz a especialista.

— Os alimentos ditos 'light', também, não são sinônimos de 'menos sal'. 'Light' é qualquer alimento que tenha 25% a menos de qualquer componente (como gordura, por exemplo). Ele pode ser assim e ter o triplo de sódio. O sódio também está em grande quantidade nos biscoitos e até mesmo nas bolachas doces — completa.

 

Alimentos doces com alto teor de sódio

 

 

  • Refrigerantes: em média 48 mg de sódio em uma lata de 350 ml
  • Bolacha doce recheada: 490 mg de sódio em um pacote
  • Pós para sucos: cerca de 32 mg de sódio em 1/2 colher de sopa
  • Mistura para bolo: em média 179 mg de sódio em 3 colheres de sopa

O Globo segunda, 13 de março de 2023

CARIOCÃO 2023: FLEMENGO X VASCO - ONDE ASSISTIR E ESCALAÇÕES PARA A SEMIFINAL

 

Por O Globo

 

Marlon Gomes fez sua estreia pelo Vasco este ano no clássico contra o Flamengo
Marlon Gomes fez sua estreia pelo Vasco este ano no clássico contra o Flamengo Daniel Ramalho/CRVG

Flamengo e Vasco entram em campo no Maracanã, às 21h10 (de Brasília) pelo primeiro jogo da semifinal do Campeonato Carioca, em busca de uma vaga na final da competição. Os vascaínos possuem a vantagem de jogar por dois resultados iguais. Eles já se enfrentaram no Estadual e o time cruz-maltino conseguiu vencer com um golaço do lateral-direito Pumita Rodríguez.

 

Flamengo x Vasco

 Horário: 21h10

  • Estádio: Maracanã
  • Transmissão: Band e BandSports
  • Arbitragem:
  • Árbitro: Wagner do Nascimento Magalhães
  • Assistentes: Rodrigo Figueiredo Henrique Corrêa e Thayse Marques Fonseca
  • VAR: Rodrigo Nunes de Sá
  • Provável escalação - Flamengo: Matheus Cunha; Fabrício Bruno, Rodrigo Caio e Pablo; Matheuzinho, Vidal, Thiago Maia e Ayrton Lucas; Arrascaeta, Gabigol e Pedro.
  • Provável escalação - Vasco: Léo Jardim, Pumita, Capasso, Léo, Lucas Piton; Rodrigo, Andrey, Jair, Alex Teixeira, Gabriel Pec e Pedro Raul.

O Globo domingo, 12 de março de 2023

SOPHIE CHARLOTTE: ATRIZ FALA SOBRE FILME EM QUE VIVE GAL, E MAIS

 

Por Marcia Disitzer

 

A atriz Sophie Charlotte
A atriz Sophie Charlotte Mariana Maltoni
 

A icônica afirmação de Simone de Beauvoir — “Ninguém nasce mulher, torna-se mulher” — sintetiza o turbilhão de transformações e descobertas pelas quais Sophie Charlotte, de 33 anos, vem passando nos últimos tempos. A atriz, que nasceu em Hamburgo, na Alemanha, veio para o Brasil aos 8 anos e despontou para o grande público em 2007, em “Malhação”, da TV Globo, avançou na carreira e rompeu limites profissionais, sem abrir mão de um traço quase palpável da sua personalidade: a responsabilidade.

Sophie Charlotte: top Rodrigo Evangelista, tanga Gustavo Silvestre, calça vintage New Division, colar Victor Hugo Mattos e sandálias Alexandre Birman — Foto: Mariana Maltoni

Sophie Charlotte: top Rodrigo Evangelista, tanga Gustavo Silvestre, calça vintage New Division, colar Victor Hugo Mattos e sandálias Alexandre Birman — Foto: Mariana Maltoni

Para falar sobre os filmes que lançará este ano — “O rio do desejo”, com direção de Sérgio Machado, baseado em conto do escritor amazonense Milton Hatoum e estreia marcada para 23 de março; “Meu nome é Gal”, dirigido por Dandara Ferreira e Lô Politi, que será lançado dia 21 de setembro, aniversário da cantora baiana; e “The killer”, de David Fincher, que chegará à Netflix em novembro — e também sobre a segunda temporada da novela “Todas as flores” (Globoplay), foram necessários dois encontros por meio de chamadas de vídeo. Em ambos, Sophie enfatizou palavras como “processo”, “revolução” e “potência”. Além de projetos profissionais, a atriz também discorreu sem rodeios sobre o casamento com o ator Daniel de Oliveira, a potência da maternidade e o desejo de aumentar a família. “É difícil essa escolha, mas eu quero (um segundo filho, ela já é mãe de Otto, de 6 anos). Porém, acompanho mulheres com mais de 35 que levaram um susto (por não conseguirem engravidar), que poderiam ter congelado os óvulos se tivessem tido mais informações. Deveríamos falar mais sobre esse assunto, debatê-lo. Ainda não congelei meus óvulos, mas penso nisso. Farei 34 e tenho muito trabalho em 2023”, conta.

Como foi interpretar a Gal?

Para além das voz de cristal, é um farol para todas nós, mulheres. Como artista e também pela revolução a qual ela se propôs, tantas vezes, durante a carreira. Também me impactou muito resgatar aquele

Top Adriana Degreas na NK Store, saia Ateliê Mão de Mãe e colar Sauer — Foto: Mariana Maltoni

Top Adriana Degreas na NK Store, saia Ateliê Mão de Mãe e colar Sauer — Foto: Mariana Maltoni

tempo histórico, que é o recorte do longa (o filme retrata as vivências da cantora no final dos anos 1960 e início da década de 1970). Gal segurou a bandeira do tropicalismo enquanto Gil e Caetano estavam exilados, viveu a liberdade na contenção da ditadura. Fez uma revolução na praia, com o corpo livre sob o sol. Esse desbunde foi ligado a um contexto específico. Foram quatro anos de pesquisa em que a conheci, aproximei-me ainda mais de Salvador, vi de perto o bairro da Graça, assisti a todos os seus shows e ouvi compulsivamente seus discos. Gal é tão múltipla, ela tornou-se um farol na minha vida. Sou outra: nunca mais falarei do feminino da mesma maneira.

Você citou o tempo histórico do filme, que foi a época do desbunde, do corpo livre, de drogas, das dunas da Gal. Você já desbundou?

A minha geração está aprendendo com a que está chegando agora, que tem algo que se aproxima mais da geração da Gal. A minha é muito careta (risos). Sempre fui muito responsável e ligada ao trabalho. Não sei se me dei esse espaço. Mas também acredito que não seja algo, necessariamente, ligado aos 18 anos. Dá para viver o desbunde em qualquer época da vida.

Quais gavetas a Gal abriu dentro de você?

A atriz Sophie Charlotte usa vestido Paco Rabanne para NK Store, sandálias Valentino e bracelete Laura Cangussu — Foto: Mariana Maltoni

A atriz Sophie Charlotte usa vestido Paco Rabanne para NK Store, sandálias Valentino e bracelete Laura Cangussu — Foto: Mariana Maltoni

Muitas e continuará abrindo. Provocou um exercício de entendimento e desconstrução do que se espera do feminino. Mulheres como ela são absolutas, isso vem naturalmente. Outras vão evoluindo para se tornarem exatamente quem são e se tornarem sua máxima potência. Estou me repassando nessa conversa quase de análise (risos)... Talvez o meu desbunde ainda chegue.

Já fumou maconha?

Claro! Minha relação com as drogas é muito suave, nenhuma delas me pegou. Mas faço questão de falar sobre esse assunto de maneira responsável porque a adicção química é muito arriscada e grave. Tenho amigos que, por vários motivos, não fizeram um caminho tão legal. Na minha vivência, foi tudo certo.

Antes de “Meu nome é Gal”, chega aos cinemas o filme “O rio do desejo”, rodado na amazônia. É uma trama densa (a personagem de Sophie se envolve com três irmãos). Como foi a experiência?

Vestido Gustavo Silvestre, cinto Victor Hugo Mattos, brincos Sauer e sandálias Alexandre Birman — Foto: Mariana Maltoni

Vestido Gustavo Silvestre, cinto Victor Hugo Mattos, brincos Sauer e sandálias Alexandre Birman — Foto: Mariana Maltoni

É uma tragédia amazônica. A força do filme é relacionar-se com o que existe de mais humano em nós, tem uma crueza que não passa por filtros do Instagram. A régua da minha personagem, Anaíra, é a do desejo, ela é uma mulher desejante e não objeto de desejo desses irmãos. E como é importante voltar os olhos do audiovisual para áreas menos retratadas do Brasil. A Floresta Amazônica é tão valiosa, precisamos defender os povos originários. Retomar as rédeas dessa democracia ativa com possibilidade ética, para mim, é voltar a respirar. Estou feliz pelo fato de o filme estrear neste momento do país.

Tem ainda a sua estreia no mercado internacional e a segunda temporada de “Todas as flores”.

Já filmamos “The killer”. Saí três vezes do Brasil para isso. É uma personagem com poucas cenas, mas foi um sonho trabalhar com o David (Fincher). Fui recebida com muito carinho por todos. Sobre a novela, que encontro massa tive com a Letícia (Colin) e a Regina (Casé). É lindo quando se estabelece o momento cênico entre atrizes, amo as duas.

Você contracena com Daniel (de Oliveira) em “O rio do desejo”. Como é trabalhar junto?

m desafio. Nossos encontros em cena são sempre muito potentes, mas temos jeitos diferentes de atuar. Sempre fui muito do estudo, da disciplina. Na novela “O rebu”, a gente ensaiava e, quando começava a rodar, ele parecia outra pessoa. Cada ator tem um processo. Não fico o dia inteiro dentro da personagem, mas tirar todas as “peles” é árduo, me demanda suor físico e emocional.

Vocês estão casados desde 2015 e tem um filho, Otto, de 6 anos. Como lidam com as crises?

Depois deste tempo todo, o mais legal é desdobrar os vínculos que temos. Daniel é meu parceiro amoroso, pai do Otto, pai dos meninos (Raul, de 15 anos, e Moisés, de 12, do casamento com Vanessa Giácomo), meu roomate... São muitas relações e cada uma delas tem suas questões. No decorrer da vida, é necessário entender qual precisa de ajustes. Já passamos por crises brabas, mas faz parte. O entendimento do desejo é uma dinâmica de espaço e tempo. Há momentos de aproximação, outros de afastamento. O importante é se escutar, manter a admiração e a vontade de estar perto.

Você é ciumenta?

Sou. Mas entendi bem nova que, se deixasse meu ciúme solto, isso seria um gatilho. Fui conseguindo afrouxá-lo. Faço terapia desde os 29 anos.

O que a maternidade mudou na sua vida?

Vestido Raquel de Carvalho e corset Minha Vó Tinha — Foto: Mariana Maltoni

Vestido Raquel de Carvalho e corset Minha Vó Tinha — Foto: Mariana Maltoni

Foi como atravessar um portal. O amor materno, para mim, foi absoluto. Ninguém me contou sobre a paixão, inversamente diferente da romântica, que cresce de acordo com o desenvolvimento da criança, por meio da nossa troca. Tive uma gestação potente, meu parto foi avassalador, domiciliar e sem anestesia, derrubou pilares e levantou novas fundações. É também um processo solitário, ninguém passa por você. Tive um pouco de baby blues, mas estava muito bem amparada.

Já fez aborto?

Não, só engravidei uma vez, de Otto. Mas sou absolutamente a favor do direito das mulheres nessa decisão.

Desejam ter um segundo filho?

É difícil essa escolha. Eu quero. Porém, acompanho mulheres com mais de 35 anos que levaram um susto (por não conseguirem engravidar), que poderiam ter congelado os óvulos se tivessem tido mais informações. Deveríamos falar mais sobre esse assunto, debatê-lo. Ainda não congelei meus óvulos, mas penso nisso. Farei 34 anos e tenho muito trabalho em 2023.

A atriz Sophie Charlotte — Foto: Mariana Maltoni

A atriz Sophie Charlotte — Foto: Mariana Maltoni

Como é educar um menino hoje?

Meu objetivo é dar uma educação antirracista, falar abertamente sobre a questão de gênero. É um exercício constante desconstruir o imaginário misógino. Minha relação com o meu pai (o cabeleireiro paraense José Mário da Silva, que morreu, em 2021, aos 62 anos) foi muito forte e linda. A referência dele me ilumina por meio de memórias, momentos, cartas e também da genética, quando olho para o meu filho. Penso, muitas vezes, qual seria o conselho que ele me daria na educação de Otto. Isso não significa, necessariamente, que eu o seguiria porque vivemos outro tempo. E isso não é deixar de amar: é saber seguir.

Assistentes de fotografia: Gabriel Yoneya e Pedro Bodick. Beleza: Dindi Hojaj. Assistente de beleza: Raquel Teixeira. Assistência de moda: Maju Bergamaschi e Ottavia Delfanti.Produção de moda: Gabriel Saraiva.Produção executiva: Kariny Grativol. Assistente de produção: Rosely Grativol. Tratamento de imagem: Bruno Rezende. Camareiras: Linda Soares e Gabi. Agradecimento: Estúdio Damas.


O Globo sábado, 11 de março de 2023

FACE OZEMPIC: AS DIETAS COM REMÉDIOS QUE REJUVENESCEM O CORPO, MA DEIXAM O ROSTO DESPENCADO

 

Por Ana Lucia Azevedo — Rio de Janeiro

 

Medicamentos que provocam emagrecimento rápido afetam gordura subcutânea do rosto
Medicamentos que provocam emagrecimento rápido afetam gordura subcutânea do rosto Arte de Andre Mello

O corpo dos sonhos pode vir acompanhado por um rosto de pesadelo, descobriram usuários da classe de drogas que promove uma revolução no tratamento da obesidade. A pessoa emagrece muito e depressa. Mas o rosto desaba junto com o ponteiro da balança. Se o corpo rejuvenesce, com o rosto o efeito, por vezes, é o contrário. O problema ganhou até nome, segundo o New York Times, cunhado pelo dermatologista americano Paul Jarrod Frank: face de Ozempic, em alusão ao mais conhecido desses medicamentos.

No Brasil e no mundo, a hashtag #ozempicface acumula dezenas de milhões de visualizações e milhares postagens em redes sociais — já se aproximam de cem milhões só no Tik Tok. Famosos e anônimos unidos pela mesma cara. E o problema nada tem a ver com o Ozempic nem algum dos outros remédios propriamente ditos. Eles não fazem o rosto cair.

Isso acontece porque levam a uma perda de peso expressiva e rápida — em alguns casos cerca de 10% do peso corporal. Os primeiros resultados, muitas vezes, já podem ser observados em cerca de uma semana. Mas, como já dizia Catherine Deneuve, “após uma certa idade você precisa escolher entre o seu rosto e a sua bunda”.

O rosto de Ozempic não surpreendeu dermatologistas especializados em estética, já acostumados a atender pessoas que emagrecem muito. O que diferente agora é a quantidade de pessoas e o ritmo em que o rosto fica com a aparência de ter sido chupado.

Para quem tem carteira gorducha, há solução. Mas é cara, assim como as medicações, cujo custo mensal pode ultrapassar facilmente R$ 1.000. O wegovy (semaglutida) , por exemplo, pode chegar a R$ 6 mil.

As drogas são chamadas de mimetizadores de incretina ou remédios baseados em GLP-1. Isso porque são compostos por uma proteína sintética chamada semaglutida, que imita o efeito do hormônio GLP-1 associado à sensação de saciedade. O GLP-1 diz ao cérebro que o corpo está satisfeito. Ou seja, tira a vontade de comer.

Esses medicamentos foram originalmente desenvolvidos para o tratamento do diabetes do tipo 2, mas se mostraram mais eficientes do que qualquer outra droga conhecida para diminuir o peso. Eles chegam a levar à redução superior a um quinto da massa corporal. Mas precisam ser tomados, a princípio, para sempre. E, claro, acompanhado de dieta e atividade física.

É um alto preço que milhões de pessoas têm se disposto a pagar. No Brasil são aprovados pela Anvisa os injetáveis Ozempic (mas apenas para a diabetes, o uso contra a obesidade é “offlabel”) e Wegovy e o Rybelsus (comprimidos).

O impacto no mercado, na medicina e no comportamento tem sido comparado ao do valium contra a ansiedade nos anos 80, ao do prozac contra a depressão nos anos 80 e ao do viagra contra a impotência no fim dos anos 90.

As drogas com semaglutida já movimentam um mercado de US$ 23 bilhões por ano somente contra diabetes. As projeções são de que o uso contra a obesidade faça esse montante chegar a US$ 100 bilhões nos próximos anos.

Mas como não existe, literalmente, almoço grátis para quem quer emagrecer muito e depressa, a conta para recuperar o rosto é pesada.

A partir dos 30 anos, faz parte do processo de envelhecimento perder gordura no rosto. E, por ter menos gordura subcutânea que outras partes do corpo, o rosto fica desproporcionalmente mais magro quando se perde peso, explica a dermatologista Luiza Guedes.

E é por isso que emagrecer muito depressa pode fazer o rosto despencar. A meta pode ser perder gordura no abdômen, no quadril, nas coxas e nas nádegas, mas o ritmo do corpo é outro e o rosto afina primeiro. O efeito é mais acentuado em pessoas que já têm naturalmente o rosto alongado.

— O rosto fica esvaziado, lipodistrófico. Isso costuma ocorrer com quem faz cirurgia bariátrica. O que vemos acontecer agora é o aumento desse problema porque mais pessoas estão tendo acesso a tratamentos que proporcionam emagrecimento rápido — explica Guedes.

Quanto mais velha a pessoa, pior será o efeito no rosto. A cor da pele também influencia. Pessoas negras têm mais gordura subcutânea na pele e são menos afetadas.

Guedes diz que preencher a gordura perdida não basta. A recomendação é usar ultrassom para reposicionar os tecidos e dar mais firmeza ao rosto. A isso se soma o uso de bioestimuladores, para acelerar a produção de colágeno e repor a elasticidade e de preenchimento, evitando neste último a aplicação de metacrilato, que é mais barato, mas pode ter resultado desastroso e permanente.

— O rosto caído e esvaziado de quem emagrece muito é um clássico da dermatologia. Mas as pessoas precisam saber que mesmo se mantiverem o peso, perderão gordura subcutânea no rosto à medida que envelhecerem. Se fizerem regime, isso vai se acelerar — destaca Guedes.

 


O Globo sexta, 10 de março de 2023

NEYMAR: CRAQUE DESEMBARCA NO CATAR PARA PASSAR POR CIRURGIA NO TORNOZELO DIREITO

 

Por AFP — Doha

 

Neymar, do Paris Saint-Germain, durante partida contra o Mônaco no estádio Louis II em 11 de fevereiro de 2023
Neymar, do Paris Saint-Germain, durante partida contra o Mônaco no estádio Louis II em 11 de fevereiro de 2023 Valery Hache / AFP

Neymar desembarcou em Doha nesta sexta-feira (10) para passar por uma cirurgia no tornozelo direito, o que o impedirá de jogar até o final da temporada, informou a agência de notícias oficial do Catar.

O atacante de 31 anos, craque do Paris Saint-Germain, ficará afastado dos gramados por três a quatro meses após se lesionar em 19 de fevereiro contra o Lille.

Neymar já sofreu um problema na mesma articulação na primeira partida da Copa do Mundo no Catar contra a Sérvia e só conseguiu voltar a jogar pela Seleção nas oitavas de final.

"Neymar chegou a Doha para ser operado no hospital Aspetar", notou a agência de notícias Qatar.

O renomado especialista James Clader e Pieter D'Hooghe, especialista em cirurgia de tornozelo do Aspetar Hospital, serão os responsáveis ​​pela operação.

Neymar já foi tratado no Aspetar, por Calder, em janeiro de 2019. O jogador prometeu "voltar mais forte" após a intervenção.

Afetado pela decepção com a Copa do Mundo, diante da eliminação da seleção brasileira nas quartas de final contra a Croácia nos pênaltis, o jogador não vinha apresentando o ótimo desempenho exibido na primeira parte da temporada nos últimos jogos, mas continuou sendo um dos principais argumentos ofensivos Paris SG de Christophe Galtier com seus 13 gols e 11 assistências na Ligue 1 nesta temporada.

Abalado por lesões, caso não volte a jogar nesta temporada, desde sua chegada ao PSG em 2017 em uma transferência recorde de 222 milhões de euros (R$ 1,2 bilhão na cotação atual), Neymar terá disputado apenas 49% dos jogos da Ligue 1 (112 de 228) , um saldo ruim para o jogador de futebol mais caro da história.


O Globo quinta, 09 de março de 2023

LARANJA: POR QUE DEVEMOS EVITAR TOMAR O SUCO DA FRUTA?

 

Por Victoria Vera Ziccardi, La Nacion

 

O suco de laranja divide opiniões entre especialistas
O suco de laranja divide opiniões entre especialistas Freepik

Embora existam cada vez mais opções de sucos saudáveis ​​de fruta, verduras ou vitaminas para começar o dia, o suco de laranja continua sendo uma das bebidas preferidas para “começar com tudo”. Os tempos estão mudando, a cultura sobre a importância nutricional e o conhecimento sobre como os alimentos consumidos influenciam na saúde estão aumentando. Mas no caso do popular suco cítrico, o costume de tomá-lo remonta a décadas e, inclusive, atravessa gerações.

Pode-se abandonar uma bebida cujo consumo foi cultivado pelos pais desde a infância? Parece difícil. E a verdade é que existe um grande questionamento acerca dos benefícios do suco de laranja. O assunto, por si só, gera discórdia entre os profissionais de saúde e da nutrição. Há quem incentive seu consumo, e quem, por outro lado, alerte que a prática pode ser prejudicial à saúde.

– Se falarmos dos nutrientes que a laranja fornece ao corpo como uma fruta inteira, encontramos muitos, mas se destacam principalmente os carboidratos simples e a vitamina C – explica Juliana Gimenez, nutricionista. Na mesma linha, ela acrescenta que a laranja contém grandes quantidades de fibras e, em menor quantidade, fornece potássio, folatos e cálcio.

Gimenez destaca que, graças aos nutrientes mencionados, a laranja apresenta benefícios como: aumento da função imunológica devido à vitamina C, melhora da digestão devido ao seu alto teor de fibras, e produz melhorias no sistema cardiovascular devido à sua alta contribuição de compostos antioxidantes que ajudam a reduzir a inflamação e o estresse oxidativo. Porém, a nutricionista esclarece que essas propriedades são efetivas quando a fruta é consumida inteira e não como suco.

Faz bem tomar suco de laranja todos os dias?

Segundo Gimenez, é importante ter em mente que ao consumir a laranja na forma de suco, são consumidas duas ou três unidades da fruta. Dessa forma, há uma maior concentração de açúcares, o que acaba afetando os níveis de açúcar no sangue, tornando-se algo perigoso, principalmente para pessoas com diabetes. Da mesma maneira, acrescenta que em pessoas com azia frequente deve-se avaliar a tolerância, pois, como a bebida contém grandes quantidades de ácido cítrico, aumenta a acidez do estômago e pode gerar sintomas de desconforto. 

Além disso, a nutricionista e diretora da Nutrim, Mariana Patrón Farias explica que existem duas grandes diferenças entre consumir diariamente o suco de laranja e consumir a fruta inteira. Como ponto principal, ela destaca a saciedade.

– O suco não requer mastigação como a fruta. Assim, beber não sacia. Por outro lado, se você comer a fruta, vai se sentir saciado graças ao rico teor de fibras”, afirma.

Como segundo ponto, Farias destaca o índice glicêmico.

– O suco concentra cerca de 10% de açúcares provenientes da fruta, valor semelhante à de um refrigerante comum, embora de origem diferente e com excesso de aditivos neste último caso – observa. Posteriormente, justifica que ao desperdiçar a fibra da laranja transformando-a em suco, após seu consumo, ocorre um aumento da glicemia (glicose no sangue).

Um estudo publicado na revista JAMA Network mostra que por não conter nenhum nutriente que sacia e que desacelera a digestão, o suco de laranja pode provocar um pico e uma queda de açúcar no sangue, o que a longo prazo pode acarretar em um aumento do peso.

E, como se não bastassem tais afirmações, o médico americano e especialista em obesidade, Robert Lustig, autor de “Fat Chance: The Bitter Truth About Sugar”, estabelece em seu livro que beber suco de fruta é pior do que beber refrigerante. De acordo com Lustig, descartar a fibra da fruta depois de espremê-la aumenta a absorção de frutose e diminui a presença de nutrientes, principalmente da vitamina C.

Sobre se vale a pena substituir o suco de laranja pelo suco de outra fruta, Gimenez adverte:

-- Considerando a questão da perda de fibras e dos picos de açúcar no sangue, a situação seria a mesma com outras frutas. Por isso, o que deve mudar é o modo de consumo.


O Globo quarta, 08 de março de 2023

CULINÁRIA: RODRIGO HILBERT REVELA OS TEMPEROS QUE NÃO PODEM FALTAR EM SUA COZINHA

 

Por Lucas Salgado — Rio de Janeiro

 

Apresentador Rodrigo Hilbert
Apresentador Rodrigo Hilbert Divulgação/Lucas Rangel

O apresentador Rodrigo Hilbert volta às telinhas no próximo dia 16 de março com a estreia da nova temporada de "Tempero de família", programa de gastronomia do GNT que completa 10 anos em 2023.

 

 

Ao longo da nova temporada, o apresentador receberá casais comemorando bodas de casamento. Na dinâmica, ele sempre cozinhará com o membro do casal que tem menos habilidade nesta área, preparando um jantar romântico para o parceiro.

Em entrevista ao GLOBO, Rodrigo fala detalhadamente sobre o tempero que não pode faltar em sua cozinha.

— Eu ia falar um clichêzão e responder: amor. Mas não, vou falar um tempero de verdade. Tenho cozinhado muita carne e eu uso um dry rub seco que eu faço em casa. Eu uso várias especiarias. É uma porção de açúcar mascavo, uma porção de sal, páprica defumada, páprica picante, cúrcuma, cebola em pó, alho em pó e as especiarias que quiser — diz o apresentador de 42 anos, famoso pelos dotes culinários. — Outra coisa que faço muito é temperar meu próprio sal. Não uso sal fino refinado. Eu pego o sal grosso, passo no processador. Às vezes coloco um alecrim, um tomilho, fica sempre um salzinho temperado.

Rodrigo Hilbert durante a gravação da nova temporada de

Rodrigo Hilbert durante a gravação da nova temporada de "Tempero de família" — Foto: Divulgação/Lucas Rangel

Já sobre sua vida pessoal, Rodrigo conta que "oxigênio" é o tempero insubstituível.

— Respiração não pode faltar em minha vida. Qualquer coisa que me tire do sério, que me tire do centro, preciso de 15 minutos de respiração para voltar para o foco. É impressionante o poder da oxigenação, o poder do respirar. Faço competições longas de mountain bike. Fiz uma prova de 700 km ao longo de sete dias, acampado em barraca. No meio da prova, no meio do momento mais difícil, a única coisa que te resta para se concentrar e não desistir é respirar. A respiração movimenta montanhas.

 


O Globo terça, 07 de março de 2023

BEM-ESTAR: RESPIRAR DA FORMA CORRETA MEHORA A SAÚDE

 

Por Alisha Haridasani Gupta, The New York Times

 

Respirar com narinas alternadas ajuda a melhorar o foco
Respirar com narinas alternadas ajuda a melhorar o foco Freepik

Nós inspiramos e expiramos aproximadamente 25 mil vezes por dia. E, apesar disso, segundo especialistas, incluindo pneumologistas e psiquiatras, a maior parte de nós está fazendo isso errado — respirando muito rápida e superficialmente.

 Ao longo das últimas décadas, pesquisas começaram a confirmar o que culturas ancestrais por muito tempo acreditaram: exercícios respiratórios, a prática de corrigir e controlar a respiração através de métodos simples, podem melhorar a saúde e o bem-estar.

Em repouso, o ritmo respiratório deve ser devagar e constante, entre 12 e 20 respirações por minuto. Desacelerar, conscientemente para cinco a sete por minuto pode ajudar a reduzir a pressão arterial, regular os batimentos cardíacos e melhorar o humor. Pesquisadores têm dito que respirar lentamente pode reduzir a dor crônica, o estresse e a depressão, além de melhorar a forma física e os níveis de energia.

Um estudo, publicado em abril do ano passado, descobriu que os exercícios respiratórios ajudaram pacientes em recuperação da Covid-19 a retomar um ritmo saudável. E um outro estudo, publicado em novembro, mostrou que essas práticas — incluindo as de atenção plena — foram tão efetivas quanto remédios para tratar transtorno de ansiedade.

O que o cocô quer dizer sobre sua saúde? Médica revela em 5 pontos, de cor a formato ideal

Quando doentes, estressadas ou ansiosas, muitas pessoas começam a respirar apressadamente com a parte superior do peito, o que ativa o sistema nervoso simpático do corpo, explica a pesquisadora de neurobiologia na Universidade de Stanford e co-autora de um estudo sobre como exercícios de respiração podem ser usados para melhorar o humor, Melis Yilmaz Balban. Respirar dessa maneira aumenta os batimentos cardíacos, inibe a digestão e eleva a tendência do cérebro de detectar perigos, sejam eles reais ou imaginários.

— Dias estressantes tornam-se semanas estressantes, e semanas estressantes tornam-se meses estressantes — alerta Sandeman.

O mecanismo que torna esse controle eficaz para a melhora da saúde mental, emocional e física, é que ele desacelera de maneira forçada a respiração, explica o pneumologista da Universidade do Sul da Califórnia, Raj Dasgupta, que usa exercícios respiratórios em pacientes com doenças pulmonares crônicas ou insônia. Ele ressalta os benefícios de uma respiração mais tranquila:

— O sistema parassimpático, que chamamos de sistema de ‘repouso e digestão’, assume o controle e ajuda você a se acalmar.

Dasgupta observa que, mesmo que a pessoa tenha condições de saúde que afetem a respiração, é seguro tentar aprofundá-la e desacelerá-la pouco a pouco.

Sobre a pesquisa recente que fala acerca de segurar a respiração, Sandeman diz:

— É o que praticantes de yoga e meditação têm falado há milhares de anos. Essas tradições mais antigas sabiam os benefícios de se respirar bem.

— Com qualquer tipo de exercício respiratório, somos forçados a prestar atenção na nossa respiração e no nosso interior —acrescenta Balban. —Isso traz você para o agora.

Respiração 4-4-8

 

  • Tente este exercício se você estiver se sentindo ansioso ou assustado.
  • O que fazer: Inspire por quatro segundos, prenda sua respiração por quatro segundos e, então, expire contando até oito. Repita.
  • Por que funciona: Diversos estudos apontam que ampliar propositalmente a expiração por mais tempo do que a inspiração — a proposta deste exercício —pode rapidamente diminuir a frequência cardíaca e a pressão sanguínea. Balban explica que estender a expiração é também algo que o corpo tende a fazer naturalmente a cada cinco minutos.

 

—Meio que para reiniciar o ritmo da respiração e consequentemente se acalmar.

Alternar a respiração entre as narinas

 

  • Esse exercício, emprestado das práticas da yoga, pode ajudar a melhorar o foco.
  • O que fazer: Feche sua narina direita e inspire através da sua narina esquerda contando até quatro. Agora, feche a sua narina esquerda e expire com a sua narina direita também contando até quatro.
  • Porque funciona: os antigos ensinamentos hindus diziam que cada narina era responsável por diferentes funções na mente e no corpo, e alternar intencionalmente entre elas poderia balancear esses dois sistemas e trazer mais foco, clareza mental e calma.
  • Estudos mais recentes encontraram evidências limitadas para embasar esse exercício, segundo Balban, demonstrando que a narina direita está conectada com o sistema simpático — nosso modo de luta ou fuga —enquanto a narina esquerda está conectada com o sistema parassimpático, mais calmo. Dessa forma, conscientemente alternar entre as duas narinas ajuda a desligar os pensamentos acelerados e a focar no agora.

 

Respiração box

 

  • Os Seals da marinha americana usam esta técnica para se preparar para treinamentos e até mesmo antes do combate, já que pode ajudar a melhorar o foco cognitivo.
  • O que fazer: inspire por quatro segundos, prenda a respiração por quatro segundos, exale contando até quatro e prenda a respiração novamente por quatro segundos.
  • Por que funciona: com tempos iguais, você força a respiração a entrar em ritmo constante, explica Sandeman, mantendo o corpo em alerta e energizado, em vez de levá-lo a um estado de completo relaxamento.

O Globo segunda, 06 de março de 2023

SAÚDE: CONHEÇA OS ALIMENTOS E BEBIDAS QUE CONTÊM UMA QUANTIDADE SURPREENDENTE DE ÁLCOOL

 

Por O GLOBO — Rio de Janeiro

 

Pão é um dos alimentos que pode ser resíduos alcoólicos por conta da fermentação
Pão é um dos alimentos que pode ter resíduos alcoólicos por conta da fermentação Freepik

Se você foi eleito o motorista da rodada, deve evitar a todo custo produtos à base de álcool. Isso significa que você pode, no máximo, tomar uma cerveja zero álcool. Drinques alcoólicos, vinho, chope? Hoje não! Mas talvez seja maneirar no consumo de outras bebidas e alguns alimentos que, aparentemente, são inofensivos, mas que possuem certo teor de álcool.

No Brasil, são considerados produtos não alcoólicos aqueles com menos de 0,5% de álcool por volume. A cerveja zero álcool, por exemplo, deve ter até esse limite para evitar que os motoristas sejam pegos na Lei Seca.

Veja abaixo alguns produtos com os quais você deve ter atenção:

 

Pão

 

À primeira vista, faz sentido que o pão seja alcoólico. Ele usa quase exatamente os mesmos ingredientes da cerveja (exceto o lúpulo), que passam por um processo de fermentação antes do cozimento. Se você sentir o cheiro de um pão enquanto ele cresce, pode perceber o aroma familiar de álcool. A diferença da cerveja, porém, é que ela entra no forno, onde a maior parte do álcool evapora junto com o restante da água da massa. Um relatório de 1926 chamado The Alcohol Content of Bread analisou doze diferentes tipos de pães e descobriu que o teor alcoólico deles variava entre 0,04% a 1,9% de álcool por volume. Pães com tempo de fermentação longos tendem a ter um teor alcoólico mais alto, pois o período assando no forno é insuficiente para fazer evaporar toda a quantidade de álcool produzida.

  

Suco de laranja e de outras frutas

 

Com seu alto teor de açúcar, o suco de laranja é relativamente alcoólico, assim como vários sucos de frutas que não são rotulados como tal. É amplamente conhecido que o suco de laranja pode conter até 0,5% de álcool por volume, ficando no limite da legislação brasileira.

Não é apenas o suco, porém, que é alcoólico — a própria fruta pode ser também. Bananas maduras têm até 0,5% de álcool, que varia dependendo de quão madura a banana está. Aquelas que estão prontas para serem consumidas normalmente têm cerca de 0,2%, mas as bananas com manchas começam a ficar mais alcoólicas, chegando até 0,5%.

Segundo os cientistas, mesmo que uma quantidade significativa desses alimentos seja ingerida, não é como tomar uma dose de bebida alcoólica, pois fica abaixo dos 0,5%, sendo classificado como não alcoólico. Ainda assim, eles recomendam não exagerar — mas as quantidades seguras não são especificadas no estudo.

 

  

Molho de soja

 

O molho de soja, um condimento salgado feito do grão, é o item mais alcoólico da lista, tente entre 1,5% e 2% de álcool por volume. Este molho é feito a partir de um processo de fermentação natural semelhante ao vinho ou à cerveja. O amido dentro do trigo, que faz parte dos ingredientes, se decompõe à medida que fermenta, transformando-se em etanol e dando ao molho de soja parte de seu sabor característico. Como resultado, alguns molhos de soja são quase tão fortes quanto uma cerveja fraca, apesar de não serem rotulados como tal, e podem ter um impacto em grandes quantidades.

 


O Globo domingo, 05 de março de 2023

VASCO X FLAMENGO: SETE EPISÓDIOS MAIS MARCANTES DA RIVALIDADE, QUE FAZ 100 ANOSDA

 

Por Bruno Marinho — Rio de Janeiro

 

Delegação do Vasco passa em frente à sede do Flamengo para comemorar título em 2000
Delegação do Vasco passa em frente à sede do Flamengo para comemorar título em 2000 Arquivo O Globo

Uma grande rivalidade entre dois times de futebol precisa ser recheada de partidas históricas, mas tem a cobertura de grandes causos fora das quatro linhas. O clássico entre Flamengo e Vasco, que completa 100 anos em 2023, é um desses. É uma grande gama de episódios, personagens, que ajudaram a construir a mística em torno do duelo. Confira sete passagens que ilustram por que o Clássico dos Milhões é um dos de maior rivalidade no Brasil.

 

O mais querido do Brasil

 

Quatro anos depois da primeira partida entre Flamengo e Vasco, os dois times se enfrentaram numa disputa que seria definidora de um dos rivais. Era 1927 e o Jornal do Brasil, ao lado de uma marca de água mineral da época, decidiu eleger o time mais querido do Brasil. Os votos precisavam ser escritos no rótulo da água mineral e entregues na redação do jornal.

Rubro-negros e vascaínos foram os que mais se engajaram. Reza a lenda que a colônia portuguesa mobilizou recursos para comprar o maior número de garrafas de água mineral possíveis. Os rubro-negros resolveram sabotar a estratégia vascaína: se disfarçaram de torcedores do time da Colina, recolheram parte dos votos que eram direcionados para o cruz-maltino e o jogaram no lixo.

No fim das contas, quem venceu a eleição foi o Flamengo, que passou a ostentar a alcunha de "time mais querido do Brasil". A frase pegou e ajudou a fama a se tornar realidade, com o rubro-negro sendo a equipe com mais torcedores do país.

Título de concurso de 1927 está até hoje escrita na sede do Flamengo — Foto: Jorge William

Título de concurso de 1927 está até hoje escrita na sede do Flamengo — Foto: Jorge William

O lado do Maracanã

 

Em 1950, o Maracanã seria inaugurado e passaria a ser a casa do futebol carioca. Mas havia uma questão aberta: em que lado do estádio as torcidas ficariam? A questão fazia diferença, uma vez que todas preferiam ficar no lado das arquibancadas onde fazia sombra nos jogos que começavam à tarde, à direita das tribunas de imprensa.

O Flamengo já tinha a maior torcida àquela altura, influência para fazer valer sua vontade, mas não teve como: ficou definido que quem vencesse o Campeonato Carioca daquele ano teria o direito de escolher o lado em que sua torcida ficaria no Maracanã. Deu Vasco e, daquela conquista até 2013, sempre que o Vasco jogou no Maracanã, sua torcida ficou no mesmo lado.

O vice-campeão foi o América, mas nem por isso o time teve o direito de ficar com o outro lado. Os rubro-negros fizeram do lado esquerdo das tribunas do Maracanã seu lugar cativo até hoje.

 

Jogo do Vasco no Maracanã na década de 1950 — Foto: Arquivo

Jogo do Vasco no Maracanã na década de 1950 — Foto: Arquivo

 

Na calada da noite

 

Uma das transferências que mais chocaram o futebol brasileiro foi a de Bebeto para o Vasco, em 1989. Ele era o melhor jogador do Flamengo, clube que o havia revelado e que o tratava como sucessor de Zico.

Diante disso, durante a competição, os dirigentes vascaínos começaram a agir nos bastidores, aproveitando a entrada que tinham na CBF - Jorge Salgado, hoje presidente vascaíno, era dirigente da entidade.

Depois de 28 dias de negociação, convenceram Bebeto. O jogador foi para seleção como ídolo do Flamengo e voltou da Copa América como reforço do cruz-maltino.

No primeiro clássico pelo Vasco, contra o Flamengo, em 1989, Bebeto perdeu e foi expulso — Foto: Arquivo O Globo

No primeiro clássico pelo Vasco, contra o Flamengo, em 1989, Bebeto perdeu e foi expulso — Foto: Arquivo O Globo

 

Torcida casada

 

Em 1998, o Vasco vivia a melhor fase de sua história. Havia sido campeão da Libertadores no ano do centenário e se preparava para a disputa do Mundial Interclubes contra o Real Madrid.

Até que torcedores do Flamengo tiveram a ideia de fundar uma torcida, a Fla-Madrid. Em tempos bem anteriores às redes sociais, a iniciativa viralizou o quanto pode, com camisas sendo produzidas.

Na manhã em que o Vasco foi derrotado pelo Real Madrid, centenas de torcedores da Fla-Madrid comemoraram o resultado pelas ruas de Copacabana.

Torcedores do Flamengo fazem a festa com a derrota do Vasco para o Real Madrid — Foto: Cezar Loureiro

Torcedores do Flamengo fazem a festa com a derrota do Vasco para o Real Madrid — Foto: Cezar Loureiro

 

Meu malvado favorito

 

Um dos maiores responsáveis por inflamar a rivalidade entre Vasco e Flamengo foi Eurico Miranda, por décadas vice-presidente de futebol e presidente do cruz-maltino.

Eurico fazia questão de provocar o rubro-negro e seus torcedores não deixavam por menos: por anos o dirigente foi o vascaíno mais xingado nos clássicos entre os times, mais do que qualquer jogador em campo.

Em 2000, apareceu na Gávea, levado por torcedores, um troféu feito em homenagem ao dirigente vascaíno. Tratava-se de uma corneta e na placa Eurico Miranda era lembrado da perda dos dois títulos mundiais, em 1998 e 2000, e dos Cariocas de 1999 e 2000.

Troféu feito especialmente para Eurico Miranda na sede do Flamengo, na Gávea — Foto: Ivo Gonzales

Troféu feito especialmente para Eurico Miranda na sede do Flamengo, na Gávea — Foto: Ivo Gonzales

 

Festa na porta da casa

 

Depois de emplacar vice-campeonato mundial, do Torneio Rio-São Paulo e do Carioca, o Vasco foi à forra no segundo semestre de 2000. O time foi campeão brasileiro e da Mercosul.

Arte — Foto: Arte

Arte — Foto: Arte

Na volta de São Paulo, onde venceu o Palmeiras por 4 a 3, a equipe desembarcou no Santos Dumont e logo em seguida começou carreata em cima do carro do corpo de bombeiros.

O destino era São Januário, mas a carreata sofreu um desvio na rota. O caminhão foi para o outro lado e fez questão de passar bem em frente à sede do Flamengo, na Gávea.

Torcedores vascaínos provocam rubro-negros após título da Libertadores — Foto: Luís Alvarenga

Torcedores vascaínos provocam rubro-negros após título da Libertadores — Foto: Luís Alvarenga

 

Homenagem da discórdia

 

Em fevereiro de 2019, dez jovens jogadores do Flamengo morreram, vítimas de um incêndio no alojamento onde dormiam no Ninho do Urubu.

A tragédia abalou o país e Vasco resolveu fazer uma homenagem: jogaria a partida seguinte com uma bandeira do Flamengo estampada no uniforme, passando por cima de uma rivalidade histórica.

A iniciativa deixou alguns conselheiros de Vasco insatisfeitos. Houve protestos nas redes sociais a respeito. Acabou que a condolência foi feita e a camisa passou a ser exposta no museu rubro-negro, como forma de retribuir a iniciativa três anos atrás.


O Globo sábado, 04 de março de 2023

CULTURA: CONHEÇA AS 4 RELÍQUIAS DESCOBERTAS OR PESQUISADORES NO REAL GABINETE PORTUGUÊ DE LEITURA

 

Por Jéssica Marques — Rio de Janeiro

 

Real Gabinete Português de Leitura, no Centro do Rio
Real Gabinete Português de Leitura, no Centro do Rio Fabio Rossi

A arquitetura de estilo neomanuelino — que em Lisboa, capital de Portugal, enfeita estrelas do patrimônio histórico local como a Estação do Rossio — também se destaca na paisagem do Centro do Rio, representada pelo imponente Real Gabinete Português de Leitura. O prestígio do endereço carioca, no entanto, vai além dos limites da cidade e do tempo: a instituição foi incluída, no dia 30 de janeiro, em uma lista das dez bibliotecas mais bonitas do planeta. E, recentemente, a surpresa: durante um trabalho de reorganização dos arquivos (o acervo atual reúne mais de 350 mil volumes), pesquisadores descobriram obras esquecidas, verdadeiros tesouros que, devidamente catalogados, vão engrossar a seção de preciosidades da biblioteca.

 
 

 

Conheça as 4 relíquias redescobertas

 

 

  1. Gravuras de ‘Os Maias’: o romance de tintas trágicas “Os Maias”, de Eça de Queiroz, foi lançado em 1888. Foram encontradas gravuras que retratam personagens e cenas da história de amor proibido entre os irmãos Carlos e Maria Eduarda.
  2. Uma carta do arquiteto do Real Gabinete: de julho de 1872, ano seguinte ao da aquisição do imóvel, o arquiteto português Rafael da Silva e Castro, fornece de próprio punho mais informações sobre o trabalho.
  3. A gravura francesa de Camões: do século XIX, a imagem retrata o autor de “Os lusíadas”.
  4. Tributo à aviação e assinatura de Santos Dumont: o memorial inclui partes do avião em que Sacadura Cabral estava quando morreu em um acidente aéreo, em 1924

 

O ranking montado pela Civitatis, empresa de distribuição on-line de visitas guiadas e excursões, inclui, entre outras, a Biblioteca Pública de Nova York, nos Estados Unidos, e a Trinity College, em Dublin, na Irlanda. Em 2014, o Real Gabinete Português de Leitura já havia sido lembrado em seleção semelhante publicada pela revista “Time”.

As estrelas da coleção, que vem sendo reunida desde o século XIX, incluem tesouros como um exemplar de “Os lusíadas”, do poeta Luís de Camões, de 1572. Entre os achados mais recentes identificados no arquivo estão uma carta escrita em 1872 pelo arquiteto Rafael da Silva e Barros, autor do projeto do prédio, uma gravura francesa que retrata o poeta Camões, nome maior da literatura portuguesa, uma assinatura do brasileiro Alberto Santos Dumont, o pai da aviação, e um conjunto de retratos de personagens do romance “Os Maias”, obra mais conhecida de outra estrela da literatura portuguesa, Eça de Queiroz. A seguir, saiba mais sobre as “novidades” encontradas no Real Gabinete Português.

 

Gravuras de ‘Os Maias’ com o devido destaque

 

Gravuras de ‘Os Maias’ no Real Gabinete Português de Leitura — Foto: Fabio Rossi

Gravuras de ‘Os Maias’ no Real Gabinete Português de Leitura — Foto: Fabio Rossi

Clássico maior do autor de “A relíquia”, “O Crime do Padre Amado” e “O primo Basílio”, o romance de tintas trágicas “Os Maias”, de Eça de Queiroz, foi lançado em 1888. Na reorganização do acervo realizada no fim do ano passado, pesquisadores do Real Gabinete Português de Leitura encontraram gravuras que retratam personagens e cenas da história de amor proibido entre os irmãos Carlos e Maria Eduarda.

A coleção de imagens, de autoria do arquiteto Wladimir Alves de Souza, foi concebida por ele em 1963, como parte das atividades do “Club do Eça”, formado por admiradores do escritor português. As gravuras ainda serão alvo de mais estudos promovidos pelos pesquisadores da instituição, mas já ocupam lugar de destaque na “sala queiroziana”, dedicada ao recorte do acervo do Real Gabinete Português de Leitura mais ligado à obra de Eça de Queiroz (1845-1900).

A propósito: este é um dos ambientes reservados do palacete na Rua Luís de Camões. O prédio abre para o público de segunda a sexta, das 10h às 17h, mas os visitantes têm circulação restrita ao grande salão nobre do térreo.

  

Uma carta do arquiteto do Real Gabinete

 

 Uma carta do arquiteto do Real Gabinete Português de Leitura — Foto: Fabio Rossi

Uma carta do arquiteto do Real Gabinete Português de Leitura — Foto: Fabio Rossi

Em carta com data de julho de 1872, ano seguinte ao da aquisição do imóvel na Rua da Lampadosa (atual Luís de Camões) onde viria a ser construída a sede do Real Gabinete, o autor do projeto, o arquiteto português Rafael da Silva e Castro, fornece de próprio punho mais informações sobre o trabalho.

O documento centenário encontrado nos arquivos da biblioteca foi armazenado junto a outros tesouros da tradicional “sala dos diretores” (espaço também fechado ao público). A carta de Silva e Castro agora divide atenções com a “colher de pedreiro” usada por dom Pedro II no lançamento da pedra fundamental do edifício, em 1880, o manuscrito original do “Dicionário da língua Tupi”, de Gonçalves Dias, e um exemplar da peça de teatro “Tu só tu, puro amor”, encomendada pelo Real Gabinete a Machado de Assis e autografada pelo autor.

Também são destaques da “sala dos diretores” a capa, a espada e o chapéu usados pelo escritor João do Rio em sua posse na Academia Brasileira de Letras, e um raro volume de “História universal, sagrado e profano”, de 1736, atingido por estilhaços durante um bombardeio na Revolta da Armada, em 1890.

  

A gravura francesa de Camões

 

 A gravura francesa de Camões  — Foto: Fabio Rossi

A gravura francesa de Camões — Foto: Fabio Rossi

Camilo Castelo Branco (1825-1890), renomado romancista e dramaturgo português, também é homenageado no Real Gabinete com um espaço exclusivo, a “sala camiliana”.

O ambiente ainda guarda obras de Luís de Camões e do pintor José Malhoa. A aquisição mais recente desta seção do acervo histórico da centenária instituição é uma gravura de origem francesa, do século XIX, que retrata o autor de “Os lusíadas”.

A obra, encontrada na mais recente reorganização dos arquivos, foi restaurada. A diretora cultural e do Centro de Estudos do Real Gabinete, Gilda Santos, observa que a imagem apresenta um brasão, no seu canto esquerdo, onde se vê a imagem de uma ave conhecida como “camão”.

— Esse brasão é bem original. A história conta que a ave teria inspirado o nome do poeta. É um registro raro e muito curioso, deve ser mais estudado — afirma Gilda.

Do mais recente mergulho nos arquivos da casa também resultou o descobrimento de dois desenhos do pintor português Columbano Bordalo Pinheiro: os “achados” foram colocados ao lado de duas obras já conhecidas do mesmo artista.

 

Tributo à aviação e assinatura de Santos Dumont

 

Tributo à aviação e assinatura de Santos Dumont  — Foto: Fabio Rossi

Tributo à aviação e assinatura de Santos Dumont — Foto: Fabio Rossi

Os aviadores portugueses Gago Coutinho e Sacadura Cabral, responsáveis pela primeira travessia aérea do Atlântico Sul, partiram de Lisboa em 30 de março de 1922 e, após algumas escalas, chegaram ao Rio de Janeiro no dia 17 de junho.

O feito da dupla de pilotos foi celebrado recentemente no Real Gabinete Português com peças do acervo ligadas ao tema. O memorial inclui partes do avião em que Sacadura Cabral estava quando morreu em um acidente aéreo, em 1924, e um documento com assinaturas de autoridades como o Papa Pio XI, Dom Manuel I (rei de Portugal), Afonso XIII da Espanha e o príncipe Alberto da Bélgica. Em meio a esses ilustres jamegões, foi encontrada recentemente a assinatura do brasileiro Santos Dumont, pai da aviação.

Outra peça rara é o retrato do então presidente Epitácio Pessoa, em traje de gala, ao lado dos pilotos Sacadura Cabral e Gago Coutinho, em pleno Palácio do Catete. A imagem, que enquadra de maneira informal um pássaro em uma gaiola e um cão, atraiu a curiosidade de Gilda Santos:

— O espantoso é que o fotógrafo não mandou tirar a gaiola e nem o cachorro. Não sei se foi para passar alguma mensagem — diz ela.


O Globo sexta, 03 de março de 2023

RIO DE JANEIRO: SAIBA COMO SERÁ A TIROLESA DE 755 METROS NO PÃO DE AÇÚCAR

 

Por Rafael Galdo — Rio de Janeiro

 

 

 
 
Bondinho do Pão de Açúcar vai ganhar tirolesa de 755 metros - Roberto Moreyra

Será um salto que partirá de 395 metros de altitude, entre o Pão de Açúcar e o Morro da Urca. Radical? Com certeza! E também uma experiência completamente diferente para admirar as belezas cariocas. É o que promete ser a tirolesa do Parque Bondinho Pão de Açúcar, já em construção e com previsão de ser inaugurada no início do segundo semestre deste ano.

 
 

 

Como será a aventura no Pão de Açúcar ?

 

 

  • A tirolesa terá 755 metros e a velocidade máxima será de 100 km/h
  • Serão quatro vias de descidas paralelas, com partidas e chegadas em plataformas próximas às estações do teleférico.
  • De capacete e proteção facial, o aventureiro vai se acomodar numa cadeirinha de tecido ultrarresistente, presa por equipamentos de ponta aos cabos.
  • Nenhum objeto solto será permitido, para não haver risco algum de que caia lá de cima. Óculos, carteiras e chinelos serão guardados numa mochila acoplada à cadeirinha da tirolesa.
  • O passeio será acessível a pessoas com deficiência ou mobilidade reduzida.
  • A capacidade da tirolesa não passará de 100 pessoas por hora.
  • Serão 52 empregos diretos gerados.

 

Na futura atração, os visitantes vão percorrer 755 metros pelos ares, içados por cabos, numa descida de aproximadamente 50 segundos, podendo atingir a velocidade máxima de 100km/h. A nova forma de vivenciar as maravilhas do Rio, segundo os idealizadores do projeto, ressignificará o turismo com um convite a uma aventura segura, sustentável e acessível a todos.

Há críticos da interferência no monumento natural. Mas o CEO do parque, Sandro Fernandes, assegura que todas as licenças necessárias foram obtidas junto a órgãos como o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), com os impactos do empreendimento estudados e debatidos. Ele detalha que a tirolesa, um investimento de R$ 50 milhões, terá quatro vias de descida paralelas, com partidas e chegadas em plataformas próximas às estações do teleférico. Os cabos, diz o executivo, serão quase imperceptíveis na panorâmica da cidade, com 15 milímetros de diâmetro, bem menos que os 50 milímetros que sustentam o bondinho. Já as sensações provocadas por essa viagem pelo cartão-postal devem ser daquelas que ficarão marcadas para sempre na memória.

Segurança nas alturas — Foto: Editoria Arte

Segurança nas alturas — Foto: Editoria Arte

  

 

Segurança reforçada

 

Ele conta que, antes da diversão nas alturas, os visitantes ouvirão explicações sobre o Pão de Açúcar e a atividade integrada à natureza, receberão instruções de segurança e, por fim, vão se paramentar para a descida. O capacete, com um toque de ficção científica ou das altas performances olímpicas, inclui proteção facial. O aventureiro, em seguida, vai se acomodar na cadeirinha de tecido ultrarresistente, presa por equipamentos de ponta aos cabos da tirolesa. Estará tudo pronto, então, para se lançar à coragem.

— Vamos trazer esse esporte a um outro patamar, com o mesmo nível de segurança reconhecido há 110 anos no bondinho — diz Fernandes. — Um sistema eletrônico-digital, com sensores, jamais permitirá que uma pessoa parta da rampa no Pão de Açúcar enquanto a que desceu anteriormente não tiver saído da via — exemplifica o CEO.

  

Fernandes ressalta também que o passeio será acessível a pessoas com deficiência ou mobilidade reduzida. Uma empresa especializada em acessibilidade foi contratada para não deixar escapar qualquer detalhe, com o objetivo de que a tirolesa ofereça equidade a quem quiser viver a atração.

 

Pesquisa com visitantes

 

Mesmo que, em um primeiro momento, a ousadia de descer do Pão de Açúcar ao Morro da Urca pendurado por cabos possa significar frio na barriga, e até vertigem para alguns, uma pesquisa encomendada à empresa QWST apontou que a maioria aprova a ideia. De outubro de 2021 a novembro de 2022, 10.563 visitantes do Parque Bondinho Pão de Açúcar responderam se topariam a aventura da tirolesa, caso tivessem a oportunidade. No final, 57% garantiram que sim. Outros 19% disseram que talvez. E só 24% responderam que não gostam de atividade radical.

Um grupo que inclui montanhistas, porém, tem se oposto à obra, com argumentos como a interferência na paisagem e a alegação de que faltariam informações suficientes sobre o projeto. As contestações deram origem a um abaixo-assinado. “Será que o número de turistas atraídos compensa o impacto ambiental na unidade de conservação? E o impacto na vizinhança, foi avaliado? A própria estrutura de transporte para o topo comporta o impacto do público?”, questiona o documento.

— Redobramos a fiscalização da Patrulha Ambiental. E vamos acompanhar com rigor obras num patrimônio tão emblemático para o Rio — afirma Tainá. — Do ponto de vista urbanístico, as obras estão de acordo com os parâmetros da prefeitura.

 

Até cem pessoas por hora

 

Sobre preocupações da vizinhança a respeito da poluição sonora da tirolesa, a secretária lembra que o projeto promete capacetes acústicos para reduzir ruídos dos gritos dos visitantes, enquanto se espera que o barulho da operação do maquinário não se distingua do que ocorre hoje com os bondinhos. Além disso, lembra que a supressão de vegetação para as obras não é significativa, mas que, em compensação, está em curso um processo de reflorestamento e recuperação ambiental no local.

Já o CEO Sandro Fernandes ressalta que a capacidade da tirolesa não passará de cem pessoas por hora, o que não significaria um aumento de fluxo no parque. Hoje, esclarece Fernandes, os bondinhos carregam até mil pessoas por hora montanha acima — ou seja, dez vezes mais do que suportará a tirolesa. Ele destaca ainda que o processo para que a novidade começasse a sair do papel durou anos. E que, além do Iphan, foram emitidas licenças de outros quatro órgãos, entre eles, o Instituto Rio Patrimônio da Humanidade (IRPH) e a própria Smac.

Muito pouco está por definir, segundo Fernandes. O preço do tíquete para a atração é um desses pontos. Ele não tem dúvidas, porém, do quanto a novidade significará para o turismo na cidade, onde uma tirolesa faz sucesso nas edições do Rock in Rio, mas com poucas opções permanentes para as descidas radicais.

— Serão 52 empregos diretos gerados. Mas tenho certeza de que toda a cadeia do turismo será beneficiada — conclui ele.


O Globo quinta, 02 de março de 2023

FLAMENGO: SEIS MOTIVOS QUE EXPLICAM POR QUE O CLUBE NÃO DEMITE VÍTOR PEREIRA

 

Por Diogo Dantas

 

Vitor Pereira
Vitor Pereira Flamengo

A decepção com os três títulos em disputa na temporada 2023 minaram a confiança do torcedor do Flamengo no trabalho do técnico Vítor Pereira, mas o português ainda conta com o prestígio junto ao elenco e à diretoria rubro-negros. Com contrato até o fim da temporada, o comandante foi trazido para o lugar de Dorival Júnior e em dois meses indicou o seu potencial, apesar dos resultados.

 

 

 

Mas afinal, quais os motivos para o Flamengo não demitir o treinador:

 

 

  1. Multa alta: O Flamengo acertou com Vítor Pereira que em caso de demissão o técnico receberia todo o seu contrato, válido por um ano, e com custo total de R$ 25 milhões. Logo, se for desligado após dois meses, a rescisão implicaria em uma multa de cerca de R$ 18 milhões
  2. Bom relacionamento: Vítor Pereira chegou ao Flamengo com a preocupação de não bater de frente com as estrelas do elenco. Apresentou suas ideias, entendeu que precisaria de tempo de adaptação, e faz tudo sem sobressaltos, mesmo com as cobranças por desempenho. A postura o ajudou a cair nas graças dos jogadores, ainda que não seja exatamente simpático.
  3. Conceitos: As ideias de jogo apresentadas por Vítor Pereira no Flamengo partem de um objetivo simples de dar ao time maior consistência, e não ficar refém do talento individual. Ao buscar essas soluções no dia a dia e apresentar alguns avanços, o treinador ganhou pontos com o elenco e com a diretoria. Falta agora implementar as ideias no campo.
  4. Bagagem: A experiência de Pereira com elencos internacionais e na disputa de grandes competições têm sido enfatizada no Flamengo. Não à toa o técnico resiste bem à pressão após um início conturbado, e sem dar motivos para cobranças além do desempenho em campo. É nessa casca que a diretoria aposta para que o técnico consiga extrair o melhor do elenco.
  5. Mea-culpa: A direção do Flamengo apostou alto na troca de Dorival por Vítor Pereira e não quer dar o braço a torcer de que tomou a decisão errada. Para não fazer mea-culpa, também insiste com o trabalho ainda que os resultados estejam longe do esperado. A ideia é esticar a corda ao menos até o fim do Campeonato Carioca para que o técnico dê a "liga" necessária.
  6. Falta de opções: Hoje no mercado o Flamengo não tem uma sombra ao trabalho de Vítor Pereira. Jorge Jesus, o treinador dos sonhos do torcedor a todo ano, só fica livre do Fenerbahce da Turquia no meio do ano. No mercado brasileiro, as alternativas são consideradas de nível inferior. Tite, ex-seleção, seria a exceção, mas o nome não é debatido no Flamengo.

 


O Globo quarta, 01 de março de 2023

RIO, 458 ANOS: FOTOS DO NASCER DO SOL MOSTRAM A BELEZA DA CIDADE

 

Por Custódio Coimbra* — Rio de Janeiro

 

O nascer do sol na Praia de Botafogo
O nascer do sol na Praia de Botafogo Custodio Coimbra

Sempre gostei de acordar cedo. Na redação, a ideia de produzir registros da cidade ao amanhecer ganhou forma, em um primeiro momento, como uma maneira de atualizar o site do jornal, ao abrir cada dia com uma cena das primeiras horas da manhã. A fotografia, curiosamente, tem o poder de estancar um momento para sempre. E, por outro lado, é um processo em que tudo acontece num átimo, em um brevíssimo espaço de tempo. O amanhecer acrescenta mágica a essa receita: nas primeiras horas do dia a gente vê o tempo passar, o sol subir, a luminosidade aumentar, as tonalidades mudarem. Toda essa dança acontece diante dos nossos olhos.

O amanhecer na cidade maravilhosa 


 Mas sou um carioca orgulhoso: nasci em uma cidade que, embora maltratada ao longo desses 458 anos, também acumulou muitas boas histórias. É isso que me anima a pegar a câmera e ir para a rua a cada novo amanhecer.

* Em depoimento a Pedro Tinoco

  1. De que ponto do Rio se vê o Cristo Redentor neste registro?

    quiz5
    • Onde se vê o nascer do sol junto à estátua de Chopin?
  2. quiz4
  3. Onde fica esta passarela?

     
  4. Em que águas cariocas os reflexos do sol aparecem?

    quiz3

 

Caçula dos cinco filhos da dona de casa Maria e do comerciante português Emygdio Antunes Coimbra, Custodio Coimbra cresceu nas ruas de Quintino, bairro da Zona Norte carioca, batendo bola com, entre outros vizinhos, seu primo Arthur — que depois viria a ser mais conhecido como o craque rubro-negro Zico.

 

Em 2021, teve 410 imagens adquiridas pelo Instituto Moreira Salles, principal acervo de fotojornalismo do país. Sua obra divide espaço com a de fotógrafos como Marc Ferrez, Walter Firmo e Evandro Teixeira.

Com quatro filhos e quatro netos, Custodio participou de diversas exposições e tem, entre outros livros publicados, “Rio de cantos 1000” (2009) e “Guanabara, espelhos do Rio” (2016), ambos em parceria com sua mulher, a jornalista Cristina Chacel (1959–2020). Imagens do fotógrafo já renderam menção honrosa no IV Prêmio Vladimir Herzog, em 1994, e o Prêmio Esso de Contribuição à Imprensa, concedido pela série “Retratos do Rio”, publicada em 2001, no GLOBO.

Ao longo de mais de quatro décadas de carreira, o fotógrafo já ultrapassou 1,2 milhão de imagens guardadas. Sua vasta coleção vai de episódios históricos a futebol e outros esportes, passando por registros da natureza e do Rio de Janeiro, suas duas maiores paixões.

 

O Globo terça, 28 de fevereiro de 2023

SHAKIRA: APÓS DIVÓRCIO, CANTORA DÁ PRIMEIRA ENTREVISTA A CANAL MEXICANO

 

Por O Globo — Rio de Janeiro

 

Shakira em entrevista ao jornalista mexicano Enrique Acevedo, do programa 'En Punto'
Shakira em entrevista ao jornalista mexicano Enrique Acevedo, do programa 'En Punto' Reprodução

A cantora Shakira falou pela primeira vez em uma entrevista após a separação com o ex-jogador Gerard Piqué e todas as polêmicas de traições e divórcio. A entrevista aconteceu no canal de televisão Las Estrellas, do México, e no streaming N+.

Shakira também falou sobre as críticas que recebeu ao lançar a Music Session #53 com o produtor argentino Bizarrap, que traz provocações a Piqué e a atual Clara Chia. Ela destaca que deve haver sororidade entre o gênero feminino. "Há um lugar no inferno reservado para todas as mulheres que não apoiam as outras."

— Estou no centro, acho que também comprei a história de que uma mulher precisa de um homem para se completar e ter uma família, também vivi aquele sonho de que os filhos tenham pai e mãe sob o mesmo teto. Nem todos os sonhos se realizam na vida, mas a vida procura uma maneira de te compensar, e comigo tem feito isso mais do que com meus filhos — afirma a colombiana que acrescenta:

—Também descobri nesta fábula que precisava de um homem, mas sempre fui emocionalmente independente, já me apaixonei pelo amor e acho que consegui entender esta história de outra perspectiva e sinto que sou suficiente para eu mesmo.— afirma.

Shakira disse ainda que se sente fortalecida.

— Quando você aprende com suas fraquezas, você aceita sua vulnerabilidade, essa dor, o oposto da depressão, é a expressão. Eu me basto e agora me sinto completa, tenho dois filhos que dependem de mim e tenho que ser mais forte que uma leoa.

Em outro trecho da entrevista, Shakira revelou seus filhos Shasa , de 11 anos, e Milan , de 9 anos, são fundamentais tanto em sua vida pessoal quanto profissional. A artista garante que eles têm uma sensibilidade especial e os escuta. Ela afirmou ainda que um de seus filhos foi quem a motivou a trabalhar com Bizarrap, e sobre o debate que isso gerou, disse:

— Eles têm uma participação bastante ativa na minha carreira, porque têm boas ideias. Eles têm muito critério, opiniões, eu sempre os ouço, eles sempre têm algo a dizer — explicou a cantora.
 

A parceria com Bizarrap é fruto de uma sugestão de seu filho Milan.

— Ele me disse 'mamãe você tem que fazer algo com Bizarrap, que é o Deus argentino e eu disse a ele olha quem me escreveu. Além disso, gravei um áudio do Milan no qual ele diz ao meu empresário Jamie que você tem que fazer minha mãe cantar com o Bizarrap, porque também foi ele quem me apresentou sua música, é bom ter filhos pequenos — confessa Shakira.


O Globo segunda, 27 de fevereiro de 2023

FIFA THE BEST: JORNAL CRITICA AUSÊNCIA DE VINI JR. ENTRE MELHORES ATACANTES EM PREMIAÇÃO DE JOGADORES

 

Por O Globo

 

Mesmo com gol na final da Champions, Vini Jr não entrou na lista dos melhores atacantes do ano segundo jogadores de futebol
Mesmo com gol na final da Champions, Vini Jr não entrou na lista dos melhores atacantes do ano segundo jogadores de futebol AFP

Nesta segunda-feira, a partir das 17h, o prêmio anual da Fifa irá decidir, entre outras categorias, quem foi o melhor jogador da temporada. Enquanto Messi, Mbappé e Benzema disputam o título principal no The Best, outra premiação foi motivo de crítica por parte do jornal espanhol Marca. É que o atacante Vini Jr, destaque do Real Madrid, sequer ficou entre os melhores da posição na eleição da FIFPro, espécie de sindicato dos jogadores e que elabora uma votação paralela.

De acordo com os membros da FIFPro, Benzema, Cristiano Ronaldo, Mbappé, Haaland, Neymar, Messi e Lewandowski são os seis melhores atacantes da temporada. O jornalista Feix Días traz uma série de perguntas sobre as escolhas. "Um jogador que foi decisivo para a conquista da Liga dos Campeões e da Liga pelo Real Madrid tem vaga? O debate está aberto. Dúvidas surgem em torno do mérito de um e de outro. A lógica diz que, se Messi, Benzema e Mbappé lutam para serem os melhores do mundo, o seu lugar deve estar assegurado, mas nem sempre é assim. Cristiano Ronaldo ou Neymar alcançaram mais méritos durante 2022 do que Vinicius? Aí está a dúvida."

Ele também cita o fato do goleiro Yassine Bounou, sensação do Marrocos na Copa do Mundo do Catar e jogador do Sevilla, que também não recebeu uma indicação na categoria de melhor goleiro no Fifpro, mas concorre hoje ao The Best.

O treinador do Real Madrid, Carlo Ancelotti, já criticou a entidade por deixar o brasileiro de fora, e o prêmio é alvo de polêmica no clube, que não listou o evento como uma data oficial do clube, apesar de ter dois jogadores (Benzema e Courtois, concorrendo a melhor goleiro) na premiação.

 


O Globo domingo, 26 de fevereiro de 2023

CINEMA: FERNANDO MEIRELLES

 

Por André Miranda

 

Fernando Meirelles
Fernando Meirelles Divulgação/ Jairo Goldflus

Após 40 anos como diretor de cinema, Fernando Meirelles resolveu dar uma “guinada de carreira”. A mudança parece sutil, mas é tão significativa quanto a transformação de Dadinho em Zé Pequeno. Meirelles, ele diz, quer voltar a ser apenas diretor de cinema. Só isso, nada mais.

Foi o diretor Meirelles que levou às telas filmes como “Cidade de Deus” (2002), “O jardineiro fiel” (2005), “Ensaio sobre a cegueira” (2008) e “Dois papas” (2019). Mas também foi ele, em seu papel de produtor, que ajudou a lançar obras variadas e bem-sucedidas, como “Marighella” (2019, de Wagner Moura) e “O banheiro do papa” (2007, de César Charlone). Agora, ele pretende focar mais em seus projetos do que nos dos outros.

De Los Angeles, onde dirige duas séries para streaming — “Sugar” (Apple TV+) e “The Sympathizer” (HBO Max) —, ele conversou com O GLOBO por videoconferência. Na entrevista, avaliou o mercado brasileiro, disse que não acredita mais na retomada das salas de cinema, revelou detalhes sobre a série spin-off de “Cidade de Deus” e contou que não votou no Oscar porque se esqueceu de pagar a anuidade.

Seu primeiro longa-metragem como diretor, “Menino Maluquinho 2: A Aventura”, foi lançado há 25 anos. Seus primeiros curtas-metragens são de 1983, foram lançados há 40 anos...

Pô, eu tô velho, não publica isso, não (risos). Eu comecei com vídeo independente, acho que em 1982 eu já fazia vídeos e ganhei uns prêmios. Já estou na estrada há um tempinho.

Você ainda sente a mesma paixão pelo cinema?

Eu sinto. Esse meu tempo fazendo streaming em Los Angeles me mostrou que o que eu gosto de fazer é dirigir. Gastei muito tempo da minha vida produzindo um monte de coisa. E só caiu a ficha quando eu cheguei aqui em Los Angeles no ano passado. É muito gostoso: vou para o set, falo com os atores, penso onde fica a câmera, depois como monta, que música usar.... É isso que gosto de fazer. Não vou falar que me arrependo de alguma coisa, mas posso dizer que estou numa guinada de carreira: quero ser só diretor, não quero mais produzir. Estou aqui, isolado, sem todos os problemas de sempre, só focado em dirigir. Como a vida fica boa. Adoro isso. A paixão não morreu. Eu tirei a produção da frente, e ficou gostoso de novo.

Há quanto tempo você está em Los Angeles?

Ano passado fiquei do meio de maio até o fim de novembro, filmando “Sugar”. É uma série com o Colin Farrell, e talvez a Apple aproveite para lançar logo caso ele ganhe o Oscar (Farrell concorre por “Os banshees de Inisherin”). Depois voltei para cá, para fazer um episódio de “The Sympathizer”, com o Robert Downey Jr.. O roteiro é em cima do livro (do escritor Viet Thanh Nguyen, publicado no Brasil como “O simpatizante”), e a história é sobre comunidades vietnamitas de Los Angeles, em 1977. Quem me convidou foi o Niv Fichman, que é meu amigo e produziu “Ensaio sobre a cegueira”. Estou há dois meses e meio, fico sozinho num apartamentinho. Acho bom, saio um pouco da minha vida, penso em algumas coisas, observo o Brasil de longe.

Como você vê o mercado do cinema brasileiro hoje?

O Brasil viveu uma situação há poucos anos em que nem o agronegócio crescia tanto quanto o audiovisual. A gente saiu de oito, dez filmes nacionais lançados por ano, para mais de cem. Nenhuma área da economia do Brasil teve esse crescimento. Mesmo recentemente, quando acabou o dinheiro público para o cinema, a atividade não foi reduzida porque entrou o dinheiro das plataformas, foram elas que passaram a financiar o audiovisual. E, agora, há uma tendência de o dinheiro público entrar de novo. A Ancine está se reestruturando, o Ministério da Cultura está se reestruturando. Então nós teremos as plataformas e o dinheiro público para a construção de projetos.

As plataformas sentiram o peso da crise mundial e frearam o altíssimo investimento que vinham fazendo. Isso tem afetado a produção?

Sim, elas não estão produzindo tanto, deram uma segurada. Os comentários em todo o mundo é que os orçamentos das plataformas ficaram mais restritos do que eram anos atrás, e no Brasil não é diferente. Mas elas ainda estão investindo. O importante é que tem muita gente pensando cinema, o que aumenta a chance de termos filmes geniais. O audiovisual é um espelho do país, e isso está em alta.

Aí não, as salas de cinema não vão se recuperar, não vamos ter de novo os números que tínhamos. Pessoalmente, eu prefiro assistir a um filme numa sala, mas o hábito das pessoas mudou. Antes era mainstream: assim que estreava um filme, todo mundo ia. Agora só vão alguns. Isso não significa que a sala de cinema vai acabar, mas ela caminha para ser um nicho. Quando inventaram a fotografia, falaram que acabaria a pintura. Depois, na época do vídeo, disseram que acabaria a fotografia. Não acabaram. A sala de cinema será um nicho, mas não vai acabar.

Todos os seus projetos engatilhados hoje são de séries para streaming. Você se vê mais distante de voltar a fazer um filme?

Eu tinha um projeto para a Netflix aprovado, com roteiro pronto, ia começar a viajar para ver locação. Era um projeto de adolescentes sobre a crise no clima. Só que a Netflix interrompeu. Aí eu fiquei frustrado, liguei para o meu agente, e ele me falou sobre umas séries em Los Angeles.

No ano passado, a HBO anunciou uma outra série com sua participação, a partir dos personagens de “Cidade de Deus”. Como será?

É criada pelo Sérgio Machado (diretor de “Cidade Baixa”) e dirigida pelo Aly Muritiba (de “Deserto particular”). Sou produtor com a Andrea Barata Ribeiro, da O2. Ela traz de volta alguns personagens, 20 anos depois, num momento em que as milícias começam a controlar algumas áreas no Rio. Apesar de haver drama, a intenção é mostrar as comunidades como potência e não mais como carência, como nos ensinou Preto Zezé (o presidente da Central Única das Favelas).

Como você bem sabe, “Cidade de Deus” é um dos filmes brasileiros mais celebrados de todos os tempos. O que é tão marcante nele?

Você considera “Cidade de Deus” seu melhor filme?

Por várias circunstâncias acabei tendo que financiar “Cidade de Deus” sozinho. Na verdade foi uma besteira que, por sorte, deu certo, já que eu não tinha que prestar contas de nada a ninguém. Fiz exatamente o que queria. Nunca fui tão autoral na vida nem antes e nem depois disso. Por esta razão, “Cidade de Deus” é o filme com o qual tenho maior ligação. Agora, se é o melhor ou o pior, não sei dizer, até porque nunca mais assisti ao filme. E aqui um furo para você: este mês todo o material de “Cidade de Deus” está vindo para Los Angeles, para ser remasterizado. A qualidade vai melhorar muito. Tecnicamente, o “Cidade de Deus” é precário porque foi o primeiro filme no Brasil rodado em cinema e finalizado em vídeo. Agora vai ficar bonitão, espero.

Você votou no Oscar neste ano?

Perdi a votação porque esqueci de pagar a anuidade da Academia, mas vou acertar as contas. De qualquer maneira, votaria em “Bardo”, do Alejandro Iñárritu, para quase todas as categorias, só que a Academia não o indicou. E votaria no Colin Farrell para melhor ator. O cara é mesmo extraordinário, além de ser muito sangue bom. Vai merecer se levar.

 

Diretor virá para o Rio2C

 

Fernando Meirelles virá ao Rio de Janeiro para uma palestra no Rio2C, festival de inovação que acontece entre os dias 11 e 16 de abril, na Cidade das Artes, Barra da Tijuca. O diretor brasileiro ocupará o palco principal ao lado do canadense Niv Fichman, seu parceiro de longa data, produtor do longa-metragem “Ensaio sobre a cegueira” e da série inédita “The Sympathizer”.

Para este ano, são previstos mais de 500 painéis em 11 palcos, sobre temas como cinema, música, streaming, games, meio ambiente, publicidade e design. Os ingressos estão à venda no site www.rio2c.com.


O Globo sábado, 25 de fevereiro de 2023

CARNAVAL: GRITO FINAL - BLOCOS DE RUA E DESFILE DAS CAMPEÃS NA SAPUCAÍ

 

Por Camila Araujo e Roberta de Souza — Rio de Janeiro

 

  1. Bloco Vem Cá Minha Flor esquentou o Centro do Rio com música ao vivo e fantasias inusitadas
Bloco Vem Cá Minha Flor esquentou o Centro do Rio com música ao vivo e fantasias inusitadas Fabiano Rocha

É como, infelizmente, diz a música: todo carnaval tem seu fim. O maior espetáculo da terra movimentou o Rio, trazendo turistas de vários lugares do Brasil e do mundo, lotou as ruas em mais de 400 blocos e atraiu milhões de olhares para a Apoteose durante os desfiles das escolas de samba do Grupo Especial. Mas, mesmo que oficialmente a festa tenha acabado na Quarta-Feira de Cinzas, ainda tem folia espalhada pela cidade. Para a programação do fim de semana, a previsão é de mais 34 blocos saírem às ruas, além do desfile das campeãs na Marquês de Sapucaí neste sábado.

Sapucaí recebeu grande público para os desfiles das escolas do Rio — Foto: Brenno Carvalho

Sapucaí recebeu grande público para os desfiles das escolas do Rio — Foto: Brenno Carvalho

Com ingressos esgotados para frisas e arquibancadas, restam apenas alguns camarotes para quem quiser assistir às seis primeiras colocadas do carnaval 2023 desfilarem a partir das 22h deste sábado. Em ordem descrescente de colocação, voltam à avenida as agremiações Grande Rio, Mangueira, Beija-Flor, Vila Isabel, Viradouro e a campeã Imperatriz Leopoldinense. Os ingressos variam entre R$ 2 mil e R$ 4.500.

Neste sábado, o Bloco da Anitta planeja arrastar cerca de 100 mil pessoas da Rua Primeiro de Março até Avenida Presidente Antônio Carlos, no centro do Rio. Com concentração às 11h, o Quizomba espera 10 mil pessoas para curtir a folia com músicas que vão do samba ao rock, na Lapa.

 

Turistas no carnaval carioca

 

Pelas ruas da cidade, idiomas de diversos lugares se misturaram. Um estudo feito pela Associação Brasileira de Agências de Viagens (Abav) mostrou que o carnaval do Rio foi o mais disputado entre os turistas, superando as festas de Salvador e São Paulo.

Buscando curtir os blocos oficiais e o desfile das escolas de samba na data tradicional, os quartos dos hotéis de luxo da cidade ficaram lotados no período de carnaval, de acordo com levantamento feito pela Secretaria estadual de Turismo. 

 

Os principais cartões postais da cidade, como Pão de Açúcar e Corcovado, tiveram crescimento de 20% de público em comparação a 2019, segundo o Rio Convention & Visitors Bureau.

— Esse foi o primeiro carnaval após as restrições sanitárias e tivemos um fluxo de turistas muito satisfatório para a nossa cidade. Foi lindo ver todos os equipamentos turísticos da cidade repletos de pessoas que escolheram o Rio como destino para passar esses dias de folia. Além de pular carnaval, muitos aproveitaram para visitar os principais pontos turísticos e celebrar a data com amigos em bares e hotéis — disse Roberta Werner, diretora-executiva do Rio CVB/VisitRio.


O Globo sexta, 24 de fevereiro de 2023

SÁBADO DA CAMPEÃS: QUEM SÃO AS RAINHAS DE BATERIA QUE VOLTAM NO SÁBADO

 

Por Ricardo Pinheiro — Rio de Janeiro

 

Evelyn Bastos no desfile da Estação Primeira de Mangueira
Evelyn Bastos no desfile da Estação Primeira de Mangueira Gabriel Monteiro / Riotur

Nas seis escolas de samba que voltam para a Marquês de Sapucaí no Sábado das Campeãs, neste final de semana, as rainhas de bateria são um show à parte. Algumas são estreantes no posto e, outra, já carrega esse título de monarca há dez anos. Suas idades variam de 16 a 42 anos. 

Veja abaixo a lista com as seis rainhas que desfilarão novamente neste sábado, da campeã até a sexta colocada:

 

Maria Mariá (Imperatriz Leopoldinense)

 

Maria Mariá, rainha de bateria da Imperatriz — Foto: Divulgação/Riotur/Alex Ferro

Maria Mariá, rainha de bateria da Imperatriz — Foto: Divulgação/Riotur/Alex Ferro

Estreante na Avenida no posto de rainha de bateria da Imperatriz Leopoldinense, Maria Mariá, de 20 anos, recebeu conselhos do carnavalesco Leandro Lima poucos minutos antes de pisar na Avenida, fazendo assim sua estreia, que, com o campeonato da escola, é mais do que pé quente.

— Eu disse a ela para se divertir, se encantar, realizar o sonho dela, só viver aquilo, sem pressão — contou ele antes de fazer também sua estreia no grupo especial com a agremiação (ele foi campeão com a escola na série ouro e era o titular da mangueira no Especial).

 Uma das rainhas que dominaram o carnaval no Rio este ano, Maria disse que não sentiu o peso de substituir a cantora Iza.

— Não sinto o peso de não ser famosa. Tenho muito respeito por esse posto, pela minha comunidade e por esse lugar — garante ela. 

Erika Januza (Unidos do Viradouro)

 

A rainha de bateria da Viradouro, Erika Januza  — Foto: Domingos Peixoto

A rainha de bateria da Viradouro, Erika Januza — Foto: Domingos Peixoto

Em seu segundo ano à frente da bateria da Unidos do Viradouro, Erika Januza, de 37 anos, veio com uma fantasia prateada e com lentes que deixaram seus olhos amarelos. A atriz misturou samba no pé com interpretação ao homenagear "Rosa Maria Egipcíaca", ou Rosa Courana, considerada a primeira mulher negra a escrever um livro no Brasil.

— Que alegria estar com a Viradouro trazendo luz para a história de Rosa Maria, a primeira mulher negra a escrever um livro no Brasil. Tanta gente não sabia disso, inclusive eu. Feliz demais das pessoas estarem a conhecendo. E que ela vá para os livros, porque realmente faz parte da nossa história — disse Erika, em entrevista à TV Globo minutos antes do desfile começar.

 

 

 

Sabrina Sato (Vila Isabel)

 

A rainha de bateria da Vila, Sabrina Sato  — Foto: Brenno Carvalho/Agência O Globo

A rainha de bateria da Vila, Sabrina Sato — Foto: Brenno Carvalho/Agência O Globo

 

Sabrina Sato, de 42 anos, passou como um furacão pela Marquês de Sapucaí, à frente da bateria da Vila Isabel no segundo dia de desfiles do grupo especial do carnaval do Rio. Com uma fantasia repleta de flores e muito colorida, a apresentadora chamou a atenção dos amigos famosos, como Anitta, Larissa Manoela e Lexa.

"Eu vou procurar palavras pra descrever e volto .... passada", disparou Anitta. "Nunca vi nada igual em toda minha vida, eu to passada. Pouco depois, ainda nos comentários, ela escreveu: "CA-RA-LHOOOOOO".

 O enredo da Vila Isabel foi desenvolvido pelo carnavalesco Paulo Barros. Em "Nessa festa eu levo fé", misturam-se a alegria e as festividades que têm ligação com a religiosidade, como o próprio carnaval, bem como festas típicas Brasil afora, ou até internacionais. Sabrina explicou para os seus seguidores o conceito da fantasia, dizendo que as flores são a demonstração máxima da beleza da natureza, simbolizando a fertilidade e a vida.

"Iluminadas pelo sol e nutridas pelo solo, são o mais lindo presente de Deus a renascer gloriosamente toda primavera. Hoje minha fantasia homenageia as flores das festas caipiras, dos mais lindos e tradicionais rituais brasileiros. Vamos pedir, agradecer e celebrar! Viva nossa @unidosdevilaisabel! 🌺🌸🌷🌼💐", escreveu Sabrina.

 

 

Lorena Raissa (Beija-Flor de Nilópolis)

 

Lorena Raíssa, 16 anos, estreia como rainha de bateria da Beija-Flor — Foto: Domingos Peixoto

Lorena Raíssa, 16 anos, estreia como rainha de bateria da Beija-Flor — Foto: Domingos Peixoto

Vice-campeã em 2022, a Beija-Flor de Nilópolis promoveu algumas mudanças em sua equipe para este ano. A rainha de bateria Raíssa Oliveira, detentora de oito títulos em 20 anos de escola, deu lugar à jovem Lorena Raissa, de 16 anos, eleita em um concurso que teve no juri nomes como a própria Raíssa, além de outras majestades, como Sônia Capeta e Neide Tamborim.

 Quando foi eleita como rainha de bateria da escola de samba, Lorena compartilhou em seu perfil no Instagram: “'Essa bateria tocava para você antes mesmo de você nascer'. O sonho se tornou realidade!"

 Lorena é a monarca mais jovem do Grupo Especial. Estudante do ensino médio, a jovem pensa em cursar faculdade de medicina.

 

Evelyn Bastos (Mangueira)

 

Evelyn Bastos durante desfile, na madrugada de segunda, à frente da bateria da Mangueira — Foto: Mauro Pimentel / AFP

Evelyn Bastos durante desfile, na madrugada de segunda, à frente da bateria da Mangueira — Foto: Mauro Pimentel / AFP

À frente da bateria da Mangueira há dez anos, Evelyn Bastos, de 29 anos, ganhou, na manhã desta Quarta-Feira de Cinzas, o destaque do público do Estandarte de Ouro, com 57,37% dos votos. Cria da comunidade, a sambista representou, no desfile na Marquês de Sapucaí, Oxum, orixá das águas doces e da fertilidade. A fantasia dourada trouxe elementos que remetem à divindade, como o abebé — espelho utilizado por Oxum e Iemanjá — e o filá, adorno usado pelos orixás femininos.

— Ganhar o Estandarte de Ouro é a realização de um sonho, uma premiação de louvor que representa muito para mim e para toda a comunidade. E, quando vem das mãos do povo, de uma força coletiva, tem um peso ainda maior. Me sinto honrada, presenteada, lisonjeada. Foi um desfile marcante, que fala do ancestral feminino e que trouxe representações impactantes. A Mangueira está em festa, todo mundo com a televisão na rua esperando o resultado — disse Evelyn, ao GLOBO 

 

Paolla Oliveira (Grande Rio)

 

Paolla Oliveira, rainha de bateria, desfilou com fantasia representando o orixá Ogum — Foto: Domingos Peixoto

Paolla Oliveira, rainha de bateria, desfilou com fantasia representando o orixá Ogum — Foto: Domingos Peixoto

Paolla Oliveira, de 40 anos, é rainha de bateria da Grande Rio, campeã do último ano, quando homenageou o orixá Exu. Neste ano, a escola falou sobre vida e obra de Zeca Pagodinho.

A atriz publicou uma notícia sobre ter chorado durante a apresentação e escreveu: "Obrigada a todos que vibraram comigo, me acompanharam na Avenida e postaram. Recebi muito carinho. Me emociono mesmo, é uma explosão de emoções e muita dedicação para fazer uma entrega à altura de vocês e do espetáculo que é o carnaval". Depois, postou um registro ao lado do namorado, o cantor Diogo Nogueira: "Tudo feito com amor é mais legal!".

 

— Foi lindo demais. A cada ano sinto mais essa energia. E esse em especial tinha algo diferente. Acredito que seja a autoconfiança e a sensação de liberdade renovados pelo o momento que estou vivendo — contou a soberana, que desfilou próxima do namorado Diogo Nogueira, um dos compositores deste ano da Tricolor de Caxias.


O Globo quinta, 23 de fevereiro de 2023

FLAMENGO: DIFICULDADE FAZ VÍTOR PEREIRA VIVER SINA DE PAULO SOUSA

Por Diogo Dantas

 

Vítor Pereira
Vítor Pereira Marcelo Cortes/Flamengo

O sucesso esportivo do Flamengo desde 2019 até agora se deu com trabalhos iniciados no meio da temporada. Todos os treinadores contratados para um planejamento do zero no início do ano perderam o emprego antes do fim. Vítor Pereira vive até aqui a mesma sina de Paulo Sousa, ao se deparar com um elenco montado que precisa se ajustar para implementar suas ideias. O português atual não tem conseguido traduzir a teoria na prática e cultiva pior aproveitamento que o compatriota anterior nos primeiros dez jogos.

Com o ‘doping’ do Estadual, onde o Flamengo obteve cinco vitórias e um empate, Vítor Pereira soma um total de seis vitórias, um empate e três derrotas, com um aproveitamento de 63,3%. Sob o mesmo recorte, Paulo Sousa teve sete vitórias, dois empates e uma derrota, com 76,6% de aproveitamento. O mesmo de Abel Braga, o outro profissional a comandar a equipe em um começo de temporada, a primeira da gestão Rodolfo Landim. Turbinado pela campanha no torneio regional, o aproveitamento engana, e faz os três superarem até Jorge Jesus em seus primeiros dez jogos. Jesus obteve 60% dos pontos em seu início.

A paciência com Jesus e outros treinadores que chegaram no meio do ano foi maior mesmo com aproveitamento pior. O momento pós-Estadual era de disputas mais complicadas, como Brasileiro, Libertadores e Copa do Brasil. Dorival Júnior teve 60% dos pontos (6 vitórias e 4 derrotas) antes de rumar para os títulos das duas últimas competições. Após a saída de Jesus, Domènec Torrent teve 56,6% de aproveitamento (cinco vitórias, dois empates e três derrotas), que culminaram com demissão após as oitavas de final da Libertadores.

 

Mudanças de métodos

 

Veio Rogério Ceni, que começou com quatro vitórias, quatro empates e duas derrotas (53,3%), ficou até o fim da temporada 2020, e levou o Brasileiro em meio à pandemia. Mesmo assim, não emplacou a temporada 2021. Foi substituído por Renato Gaúcho, que começou avassalador. No meio do ano, teve impressionantes nove vitórias e apenas uma derrota, com 90% de aproveitamento. Assim como Dorival, terminou a temporada com queda de desempenho, e sem nenhum título, o que o fez chegar a um acordo com a diretoria para não seguir.


O Globo quarta, 22 de fevereiro de 2023

CHAMPIONS LEAGUE: COM DOIS DE VINI E TRAPALHADAS DOS GOLEIROS, REAL MADRID VIRA E GOLEIA O LIVERPOOL

 

 

Vinícius brilhou em goleada do Real Madrid sobre o Liverpool na Inglaterra
Vinícius brilhou em goleada do Real Madrid sobre o Liverpool na Inglaterra Paul Ellis/AFP

Até um placar de 2 a 0 pode ser perigoso para quem enfrenta o Real Madrid na Champions League, competição vencida pelos espanhois por 14 vezes. Nesta terça-feira, o Liverpool viu isso acontecer na prática. Com eficiência em alta, os comandados de Carlo Ancelotti contaram com dois gols de Vinicius Junior, dois de Benzema e um de Militão para virar uma desvantagem de dois gols e golear os ingleses por 5 a 2 em pleno Anfield, na reedição da última final da competição, dessa vez pelas oitavas.

Os ingleses bem que tentaram sufocar os espanhois no seu melhor estilo de marcação no campo adversário. Abriram o placar com um golaço do criticado Darwin Núñez, de letra. Depois, contaram com a primeira trapalhada dos goleiros na noite: Courtois se atrapalhou em bola recuada, tentou sair jogando com os pés e deixou Salah à feição para empurrar para o gol e fazer 2 a 0.

No segundo tempo, saíram de cena os goleiros e brilhou a inexplicável conexão do Madrid com a competição. Eder Militão apareceu de cabeça para virar o jogo e tranquilizar de vez a partida.

Um já parcialmente nocauteado Liverpool assistiu Benzema, até então sumido da partida, tornar o placar elástico e a tarefa de tentar reverter a vantagem no jogo de volta ainda mais difícil: primeiro, em tabela com Rodrygo, finalizou com desvio em Joe Gomes que matou Alisson. O quinto veio em boa jogada de Vinicius, que terminou ainda melhor com um drible do francês sobre o goleiro.


O Globo quarta, 22 de fevereiro de 2023

CARNAVAL 2023: MAMILOS À MOSTRA

 

Por Taís Codeco, Luana Reis e Giovanna Durães

 

Tapa-seios: o acessório se mistura ao posicionamento político durante a folia
Tapa-seios: o acessório se mistura ao posicionamento político durante a folia Fabiano Rocha/Agência Globo

Depois de dois anos de privação, nos blocos de 2023 só se fala em uma coisa: liberdade. Em meio às fantasias elaboradas , apenas uma hot pant e um tapa-mamilo, que estão em alta entre as mulheres, foram capazes de expressar a alegria desse momento. Não se sabe ao certo quando o adereço tomou conta dos cortejos, mas se tornou uma verdadeira tendência. Os acessórios lembram aqueles usados pelas dançarinas em espetáculos burlescos nos séculos XIX. Se antes remetia a sensualidade feminina, hoje foi ressignificado como um símbolo de autonomia do próprio corpo.

É a primeira vez que Luciana Abud, 35 anos, de São Paulo, está saindo de casa para pular carnaval usando somente um pequeno pedaço de fita colante nos seios, a hot pant, uma peça que há vários carnavais virou hit. Ela conta que, a princípio, se sentiu insegura, e até levou uma blusa, mas depois o sentimento de liberdade foi tomando conta. O seu maior medo era o assédio, mas Luciana se surpreendeu com o respeito das pessoas nos espaços.

— Está sendo uma experiência muito legal. Todo mundo olha, isso é inevitável, até mesmo mulheres. Mas não me incomoda. Sinto que isso gera uma curiosidade — conta.

Sua amiga, Lorena Ribeiro, advogada de 28 anos e também de São Paulo, aderiu a um visual parecido, com uma blusa de renda transparente e sem nenhuma outra peça tapando os mamilos.

— É óbvio que os caras olham, mas eu acho que há 10 anos seria muito pior. Eu sinto que a gente venceu, mesmo que um pouquinho, mas só de conseguir andar pela orla sem ser importunado já é uma vitória. Isso para mim também é uma evolução pessoal, tanto mulher quanto como feminista, considero até mesmo uma licença poética — diz Lorena. Elas concordam que o visual é mais confortável, ainda mais em meio ao calor e à multidão dos blocos.

Um ponto que não passou despercebido pelas paulistas, é que o assédio está muito mais presente no dia a dia nas ruas e nos transportes públicos do que no carnaval. Este ano o governo do estado do Rio lançou a campanha ‘Ouviu um não? Respeite a decisão’, contra o assédio sexual em meio aos blocos de carnaval. As amigas parabenizaram a ação e disseram ter visto distribuição de informativos e incentivo às denúncias de violência.

Mamilos: Jhenifer apostou em um biquíni transparente, hot pants e uma saia de fitas para compor o visual — Foto: Taís Codeco/Agência O Globo

Mamilos: Jhenifer apostou em um biquíni transparente, hot pants e uma saia de fitas para compor o visual — Foto: Taís Codeco/Agência O Globo

A estudante Jhenifer Gonçalves, de 22 anos, veio de Macaé pular carnaval em terras cariocas. A jovem apostou em um biquíni transparente, com apenas algumas flores tapando os mamilos.

— Carnaval pode tudo! Por enquanto tem sido bem tranquilo, ninguém veio mexer comigo, mas eu também estou em um grupo grande e vim de carro, acho que isso ajuda. Se tivesse que vir de ônibus ou metrô acho que me sentiria mais insegura — conta.

Mamilos: Mariane Nóbrega e Laís Castro, de Fortaleza, se divertem em bloco no Rio — Foto: Ana Branco/Agência O Globo

Mamilos: Mariane Nóbrega e Laís Castro, de Fortaleza, se divertem em bloco no Rio — Foto: Ana Branco/Agência O Globo

Mariane Nóbrega e Laís Castro, de Fortaleza, adoram frequentar os blocos no Rio de Janeiro e, mesmo com os seios à mostra e uma hot pant que mostra parte do bumbum, também não tiveram problemas com assédio e se surpreenderam com a segurança.

— Sentimos que, depois da pandemia, as pessoas estão mais animadas. A gente adora carnaval e esse é um momento de felicidade. Estamos nos sentindo bem respeitadas, não houve nenhum assédio nem violência por estarmos vestidas assim — conta Laís.

Mamilos: Foliã mostra adesivos de mamilo que comprou para o carnaval — Foto: Giovanna Durães/Agência O Globo

Mamilos: Foliã mostra adesivos de mamilo que comprou para o carnaval — Foto: Giovanna Durães/Agência O Globo

 

A tendência do adesivo de seios não cativou apenas as cariocas e brasileiras. Após curtir seus primeiros blocos, a norte-americana Melanie Gaunt também aderiu aos adesivos. Visitando o Rio de Janeiro pela primeira vez, ela decidiu se jogar de vez no carnaval, embalada pela sensação única de liberdade, que afirmou nunca ter vivenciado em sua terra natal.

— Assim que vi meninas usando fiquei encantada. Decidi ir ao Saara e comprar um monte desses adesivos para usar ao longo do feriado. A cada dia uso um diferente e ainda deixo dentro da pochete para ter de reserva - conta Melanie.


O Globo terça, 21 de fevereiro de 2023

CARNAVAL 2023: BEIJA-FLOR CONQUISTA O ESTANDARTE DE OURO

 

Por Carolina Callegari e Vera Araújo — Rio de Janeiro

 

Beija-Flor desfilou na segunda noite do Grupo Especial
Beija-Flor desfilou na segunda noite do Grupo Especial Domingos Peixoto/Agência O Globo

A Beija-Flor foi eleita a melhor escola do Grupo Especial, pelo júri do Estandarte de Ouro deste ano. O desfile, desenvolvido pelos carnavalescos Alexandre Louzada e André Rodrigues, foi um grande "ato cívico" pelo protagonismo do povo brasileiro. O melhor mestre-sala é o da escola de Nilópolis, Claudinho.

 

 

Confira os vencedores do Estandarte de Ouro 2023

Claudinho, da Beija-Flor, é o melhor mestre-sala — Foto: Roberto Moreyra / Agência O Globo

Claudinho, da Beija-Flor, é o melhor mestre-sala — Foto: Roberto Moreyra / Agência O Globo

A melhor bateria é a do Paraíso do Tuiuti. A escola abriu o segundo dia de desfiles e conquistou ainda outras categorias: samba-enredo e comissão de frente, além de melhor puxador, Wander Pires.

A melhor ala de passistas é da Vila Isabel.

A melhor porta-bandeira é Cintya, da Mangueira.

A revelação do Grupo Especial é Vitinho, mestre de bateria do Império Serrano.

O abre-alas da Mocidade foi o destaque no Prêmio Fernando Pamplona, entregue à escola que fezz o melhor trabalho com poucos recursos.

A Imperatriz Leopoldinense venceu com melhor enredo. A escola teve também a melhor ala, a Chopinho de Olaria, que levou para a Avenida as “Paisagens sertanejas Mandacaru”.

A melhor ala das baianas é da Grande Rio.

 

Portela: inovação e personalidade

 

Já os drones da Portela foram o destaque de inovação. A ex-porta-bandeira Irene conquistou o prêmio de personalidade, em deferência ao centenário da Portela.

O Estandarte de Ouro é apresentado por FIT Combustíveis, com patrocínio de Invest.Rio e realização dos jornais O GLOBO e Extra. Desde 1972, o prêmio contempla a renovação, a criatividade e a emoção.

 

Vencedores da Série Ouro

 

A Unidos do Porto da Pedra foi eleita a melhor escola da Série Ouro pelos jurados do Estandarte de Ouro. A vermelho e branco de São Gonçalo, que se apresentou na madrugada do último domingo na Sapucaí, trouxe o enredo "A invenção da Amazônia", do carnavalesco Mauro Quintaes, mostrando a exuberância da floresta e fazendo um apelo pela sua preservação.

O Estandarte de melhor samba-enredo da série foi para a Lins Imperial, com “Madame Satã: resistir para existir”, dos compositores Paulo Cesar Feital, Claudio Russo, Mateus Pranto, Naldo, Genésio, Kiko Vargues, Jefferson Oliveira e Samuel Gasman.


O Globo segunda, 20 de fevereiro de 2023

CARNAVAL 2023: MANGUEIRA ENCERRA 1º DIA DO GRUPO ESPECIAL EM GRANDE ESTILO

 

Mangueira encerra 1º dia do Grupo Especial em grande estilo, com a Bahia; confira os destaques na Sapucaí

 

Margareth Menezes no desfile da Mangueira no carnaval 2023

 

Carnaval 2023: blocos voltam às ruas; escolas do Grupo Especial fazem segundo dia de desfile no Rio

Veja os destaques dos desfiles e acompanhe a folia pelas ruas do país nesta segunda-feira 


 

Bloco Areia arrasta multidão no Leblon
 
Bloco Areia arrasta multidão no Leblon
Tem de tudo no bloco: futebol americano e quadrilha de festa junina caem na folia
Tem de tudo no bloco: futebol americano e quadrilha de festa junina caem na folia
Veja o recado da influencer Thaynara OG para o desfile de hoje à noite da Estácio
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Foliões ocupam ruas e ladeiras de Santa Teresa no Carmelitas
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Musa da Viradouro, Carolina Macharete, viraliza ao mostrar muito samba no pé no ensaio té
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Marquês de Sapucaí inunda durante forte chuva que atingiu o Rio
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Carnaval 2023: Saiba como será a nova Intendente Magalhães
Carnaval 2023: Saiba como será a nova Intendente Magalhães

Destaques

 

Portela levará cortejo de rainhas para a Sapucaí no centenário da escola

 

Os vencedores do Estandarte de Ouro 2023 da Série Ouro

 

Veja como chegar (e sair) do Sambódromo para os desfiles

 

Veja o que pode ou não ser levado pelo público para os desfiles na Sapucaí

 

Confira a previsão do tempo no Rio nos dias de folia

Últimas atualizações

 

No Salgueiro, mestre-sala e porta-bandeira 'atletas' usam método de preparo físico especial para a Avenida

Sidclei Santos e Marcella Alves: garra e beleza com o pavalhão do Salgueiro na Sapucaí

Sidclei Santos e Marcella Alves: garra e beleza com o pavalhão do Salgueiro na Sapucaí (Foto: Divulgação Riotur / Foto de Alex Ferro)

Prestes a comemorar três décadas de parceria, o casal de mestre-sala e porta-bandeira do Salgueiro, Marcella Alves e Sidclei Santos, brilhou na Sapucaí não só devido a sua dança, mas também pelo preparo físico apresentado durante o desfile. Marcella, que é bailarina e professora de Educação Física, conta que desenvolveu um método específico para a passarela como projeto de conclusão de curso na faculdade. Nos últimos anos, além de aplicá-lo para si mesma, tem feito escola, com adesão de outros casais às atividades físicas.

Quer saber como é o treinamento do casal? Clique aqui

No gargarejo e vestimenta completa da Guarda Real: os Beatles no carnaval do Rio

Folião vai de guarda real para o Bloco do Sargento Pimenta

Folião vai de guarda real para o Bloco do Sargento Pimenta (Foto: Márcia Foletto/Agência O Globo)

Se o carnaval é plural, o bom e velho rock n' roll não pode faltar. E há uma década um dos destaque é o Bloco do Sargente Pimenta, que mistura a folia carioca com o som dos garotos de Liverpool. Os foliões estão no Aterro de Flamengo desde o início da manhã, com destaque para Lia Palga, que há 10 anos sempre chega cedo pra ficar no gargarejo do bloco.

Lia Palga, que há 10 anos sempre chega cedo pra ficar no gargarejo do Bloco Sargento Pimenta

Lia Palga, que há 10 anos sempre chega cedo pra ficar no gargarejo do Bloco Sargento Pimenta (Foto: Márcia Foletto/Agência O Globo)

E se tem Beatles, tem Guarda Real. Nem o calor carioca intimidou Álvaro Soares, internacionalista que mora na Alemanha. que vem ao Brasil para o carnaval. Com o traje típico, ele aguarda o início do bloco, que pouco antes das 9h começa a se aquecer.

O engenheiro civil Caio Laport e o advogado Renan Gonzalez recorreram ao improviso para o Sargento Pimenta

O engenheiro civil Caio Laport e o advogado Renan Gonzalez recorreram ao improviso para o Sargento Pimenta (Foto: Márcia Foletto/Agência O Globo)

E vale de tudo para ir fantasiado. O biquíni de fita isolante foi a escolha para o engenheiro civil Caio Laport e o advogado Renan Gonzalez. Encontraram em casa o que precisavam, com direito a saia de tuli.

 

Criatividade para driblar o baixo orçamento

Rodolfo Annechino se fantasiou de Axel Rose, numa versão baixo orçamento, e Pollyanna Serrao resolveu sair de bonita.

Rodolfo Annechino se fantasiou de Axel Rose, numa versão baixo orçamento, e Pollyanna Serrao resolveu sair de bonita. (Foto: Ana Branco/Agência O Globo)

Com recursos ou com orçamento baixo, os foliões do Bloco Virtual investiram nas fantasias. Tem quem quer sair bem na foto — ou fazer bons registros. O fotógrafo Patrick Sister, de 42 anos, sempre dá um jeito de sair com uma câmera . Para o desfile, o escolhido é uma figura que virou meme: Ricardo Stuckert, fotógrafo oficial do presidente Lula.

— Hoje a meta é achar a Janja. Já encontrei o Lula em outros blocos, mas hoje quero fotografar a primeira dama — brinca o folião.

O fotógrafo Patrick Sister, de 42 anos, homenageia o também fotógrafo Ricardo Stuckert

O fotógrafo Patrick Sister, de 42 anos, homenageia o também fotógrafo Ricardo Stuckert (Foto: Ana Branco/Agência O Globo)

Com uma blusa estampada com o rosto de Alcione, Rodolfo Annechino se fantasiou de Axel Rose, numa versão baixo orçamento, brincou ao lado de Pollyanna Serrao, que resolveu sair de bonita.

E se a preocupação é com a saúde, a dupla Gisela Guarienti e Marília Chaves brinca de imunizar os foliões com mate batizado de rum, distribuído em gotinhas.

(Tais Codeco)

Mar Vermelho inspira os foliões do Bloco Virtual

O biólogo Daniel Oliveira Melo no Bloco Virtual embarca no tema do Mar Vermelho

O biólogo Daniel Oliveira Melo no Bloco Virtual embarca no tema do Mar Vermelho (Foto: Ana Branco/Agência O Globo)

É segunda-feira! E o bloco segue na rua. O Virtual já ocupa o Leme desde as 7h30, início da concentração. O Mar Vermelho é o tema desse ano, e, no embalo das ondas, é fonte de inspiração, como para o biólogo Daniel Oliveira Melo, acompanhado por uma tartaruga.

— É legal essa temática para conscientizar as pessoas da importância dos mares. Falar do mar e das necessidades do Rio em momentos de diversão e descontração também é importante — diz o biólogo de Niterói.

Maitê Lacerda, do Rio, e o marido alemão, Till Pupak, curtem o Bloco Virtual, no Leme

Maitê Lacerda, do Rio, e o marido alemão, Till Pupak, curtem o Bloco Virtual, no Leme (Foto: Ana Branco/Agência O Globo)

A folia encanta. Maitê Lacerda, do Rio, e o marido alemão, Till Pupak, que mora no Brasil há 15 anos, gostam do bloco por ser engajado. Empolgado com o carnaval carioca, Till costurou a própria fantasia.

— Sempre gostei de ir a blocos, ainda mais os que trazem temas de relevância. Viemos em 2020 quando o tema foi águas. Carnaval é um momento de se expressar — conta Maitê.

(Tais Codeco)

Os destaques da primeira noite de desfiles do Grupo Especial

Mangueira desfila enredo sobre as Áfricas da Bahia

Mangueira desfila enredo sobre as Áfricas da Bahia (Foto: Alexandre Cassiano)

A primeira noite de desfiles do Grupo Especial do Rio de Janeiro na Marquês de Sapucaí, na madrugada de domingo para segunda-feira, teve emoção do início ao fim, com grandes homenagens abrindo a noite e a Mangueira encerrando a apresentação.

Teve homenagens emocionantes a Arlindo Cruz e Zeca Pagodinho; comissão de frente surpreendente da Unidos da Tijuca com a atriz Juliana Alves; Viviane Araujo brilhando à frente da bateria do Salgueiro; Mangueira aos gritos de "é campeã"; entre outros destaques. Clique aqui para ver a lista com os 7 principais pontos da primeira noite de desfiles do Grupo Especial.

 

Segunda noite do Grupo Especial do Rio tem Tuiuti, Portela, Vila Isabel, Imperatriz, Beija-Flor e Viradouro

Portela completa 100 anos em 2023 e levará enredo sobre a escola para a Avenida. Tia Surica, integrante da velha guarda, é um dos personagens marcantes da escola

Portela completa 100 anos em 2023 e levará enredo sobre a escola para a Avenida. Tia Surica, integrante da velha guarda, é um dos personagens marcantes da escola (Foto: Alexandre Cassiano / Agência O Globo)

Paraíso do Tuiuti abre a segunda noite do Grupo Especial, contando a origem e as lendas dos búfalos da Ilha de Marajó, no Pará. Depois, a Portela celebra seu centenário na Sapucaí. Terceira escola a pisar na Avenida nesta segunda, a Vila Isabel apresenta o enredo desenvolvido por Paulo Barros. Em "Nessa festa eu levo fé", misturam-se a alegria e as festividades que têm ligação com a religiosidade, como o próprio carnaval.

Imperatriz é a quarta a desfilar, com enredo sobre Lampião. Em seguida, a Beija-Flor faz um "ato cívico" dos excluídos, com enredo que celebra o 2 de julho, que marca o bicentenário a Independência na Bahia. A Viradouro fecha os desfiles do Grupo Especial deste ano com a história de Rosa Maria Egipcíaca, a santa africana que foi escravizada e viveu no Brasil.

Popularidade da Mangueira acorda a Sapucaí com samba bom de cantar

Mangueira canta as Áfricas na avenida do samba

Mangueira canta as Áfricas na avenida do samba (Foto: Alexandre Cassiano)

Com um dos sambas mais populares da atual safra, a Mangueira conseguiu animar o público do Sambódromo no fechamento da primeira noite de desfiles na Sapucaí. Provando a popularidade da verde e rosa, as arquibancadas e frisas estavam lotadas no final do desfile, por volta das 6h.

A escola levantou a Avenida do começo ao fim com o cortejo afro do enredo "Áfricas que a Bahia canta". A comissão de frente trazia uma saudação dos orixás e um elemento cenográfico em formato de uma árvore, no alto do abre-alas, de onde saiam os componentes.

Mangueira encerra desfile já com dia claro e levanta o público, que invade a Avenida

Desfile da Mangueira

Desfile da Mangueira (Foto: Gabriel de Paiva)

A Mangueira encerrou a primeira noite de desfiles do Grupo Especial do Rio já com o dia claro, mas quem disse que o público já estava cansado? Ao fim da apresentação, uma multidão invadiu a Avenida e seguiu a Verde e Rosa, que emocionou quem estava no Sambódromo.

Público invade a Avenida após o desfile da Mangueira no carnaval 2023

Público invade a Avenida após o desfile da Mangueira no carnaval 2023 (Foto: Camila Araujo)


O Globo domingo, 19 de fevereiro de 2023

CARNAVAL 2023: TUDO SOBRE OS DESFILES DE ESCOLAS E BLOCOS NESTE COMINGO

 

Carnaval 2023: tudo sobre os desfiles das escolas de samba no Rio e em São Paulo e os blocos deste domingo

Veja os destaques dos desfiles e acompanhe a folia pelas ruas do país


 

Destaques

 

Portela levará cortejo de rainhas para a Sapucaí no centenário da escola

 

Histórias de Zeca Pagodinho e Arlindo vão cruzar a Sapucaí na noite deste domingo

 

Os vencedores do Estandarte de Ouro 2023 da Série Ouro

 

Série Ouro: conheça os destaques do 2º dia

 

SP: Mancha Verde, Mocidade e Império de Casa Verde brilham na 2ª noite

Últimas atualizações

 

Quinho, a voz tradicional do Salgueiro, busca novos talentos

Quinho, que luta contra um câncer, agradece pela homenagem que receberá: “Emoção vai estar aflorada”

Quinho, que luta contra um câncer, agradece pela homenagem que receberá: “Emoção vai estar aflorada” (Foto: Guito Moretto/Agência O Globo)

“Arrepia Salgueiro!!!” O grito de guerra que se tornou marca registrada do intérprete Quinho vai ecoar neste domingo na abertura do desfile da vermelha e branca, mas como uma homenagem. Em seguida, ele passará o microfone para o intérprete Emerson Dias.Enfrentando um dos maiores desafios de sua trajetória — está se recuperando de um câncer de próstata —, ele teve o contrato renovado até o fim da atual gestão da escola, assim que descobriu a doença. Também ganhou uma estrela na calçada dos bambas de um bar temático da Tijuca, batizou com o seu nome o carro de som da escola e elabora com a diretoria da agremiação um projeto para descobrir novos talentos do microfone.

 

Xurras da Jogada mostra remelexo com hit 'Lovezinho' no Bangalafumenga (Foto: Fabiano Rocha/Agência O Globo)

'Sequência de lovezinho'

O Rio de Janeiro não é para amadores, principalmente em tempo de Carnaval. O médico Felipe Maia se fantasiou do fenômeno do TikTok "Xurras da jogada". Só que ele também teve que se dedicar a aprender as dancinhas para entrar no personagem.

— Fiquei vendo os vídeos do YouTube para aprender cada passinho — conta Maia.

No meio da multidão do Bangalafumenga, no Aterro, ele deu uma palinha da coreografia.

(Ana Clara Galante).

 

Prefeito de Salvador reage à 'fogueira' de Ivete: ' Veveta querendo me complicar!'

Ivete brinca com prefeito de Salvador depois que Anitta o chamou de 'delícia'

Ivete brinca com prefeito de Salvador depois que Anitta o chamou de 'delícia' (Foto: Reprodução)

 

Depois que Anitta elogiou o prefeito da capital baiana Bruno Reis, chamando de 'delícia', foi a vez da cantora Ivete Sangalo deixar um recado ao político do alto do trio elétrico, durante a apresentação no Bloco Coruja, do circuito Dodô.

"É Bruno Reis que está ali? Rapaz...eu vi tudo pela televisão. Cabra, pulaste uma fogueira, macho. Abre seu olho, rapaz", brincou.

O momento foi compartilhado no perfil das redes sociais do prefeito que respondeu: 'Olha pra Veveta querendo me complicar! Deixa baixo isso, mainha'.

Ivete ainda continuou a brincadeira com o prefeito, ao comentar que ele também cresceu em Juazeiro (BA), cidade natal dela. “Eu sei a história de Bruno, mas não vou dizer porque ele é prefeito. Esse homem pegava é gente”.

 

Salgueiro vai falar sobre a valorização da liberdade de expressão, com homenagem a Joãosinho Trinta

Operário retoca alegoria do Salgueiro

Operário retoca alegoria do Salgueiro (Foto: Alexandre Cassiano)

Penúltima escola a entrar na Marquês de Sapucaí neste domingo de carnaval, o Salgueiro buscará o décimo título de sua história no ano em que completará sete décadas de existência. Para isso, a vermelho e branco aposta tudo no enredo “Delírios de um Paraíso Vermelho”, desenvolvido pelo carnavalesco Edson Pereira.

A escola vai falar sobre a valorização da liberdade de expressão, com homenagem a Joãosinho Trinta, além de mostrar que cada um constrói o seu próprio paraíso. Um dos grandes ícones do carnaval carioca, Joãosinho chegou ao Rio em 1951, onde montou peças como “O Guarani”, de Carlos Gomes, e “Aida”, de Giuseppe Verdi.

 

Portela levará cortejo de rainhas para a Sapucaí no centenário da escola

Edcléa, Luiza, Bianca, Sheron e Adriane no ensaio técnico: prévia do encontro histórico que marcará o desfile da Portela em seu centenário

Edcléa, Luiza, Bianca, Sheron e Adriane no ensaio técnico: prévia do encontro histórico que marcará o desfile da Portela em seu centenário (Foto: Divulgação)

Mais de três décadas de majestade estarão representadas no desfile da Portela, no fim da noite de segunda-feira. O momento, que gerou expectativas no ensaio técnico, promete ser um dos mais emocionantes do Grupo Especial. O desfile de centenário da azul e branco de Madureira exaltará rainhas de bateria que fizeram história na escola, com a participação de Adriane Galisteu, Edcléa Nunes, Luiza Brunet e Sheron Menezzes, além de Bianca Monteiro, que ocupa a posição desde 2017. Elas estarão juntas, sem competir, para contar uma história.

 

 

 

 
Amigos se reúnem no Boitatá fantasiados como poeta Gentileza, na Praça XV

Amigos se reúnem no Boitatá fantasiados como poeta Gentileza, na Praça XV (Foto: Marcia Foletto/Agência O globo)

Palavras de Gentileza

Um grupo de amigos que se reúne há 15 anos para curtir o Cordão do Boitatá decidiu apostar numa fantasia conjunta homenageando o poeta Gentileza. A ideia, segundo deles, veio com a divisão que o país vive nos últimos anos.

O Boitatá foi fundado em 1996, e atrai milhares de apaixonados por pular carnaval, com bateria e orquestra de sopros em apresentações que chegam a durar sete horas, sempre no domingo de carnaval.

Da política para a folia: sátiras ganham os blocos de rua no carnaval do Rio

No Prata Preta, foliona usa máscara de Janja, com o bonequinho Lula. Alusões e homenagens à primeira-dama foram comuns nos blocos

No Prata Preta, foliona usa máscara de Janja, com o bonequinho Lula. Alusões e homenagens à primeira-dama foram comuns nos blocos (Foto: Custódio Coimbra/Agência O Globo)

As sátiras bem-humoradas aos personagens políticos tomaram os blocos cariocas deste ano. Nas fantasias, muitas coloridas pelas camisas amarelas da seleção brasileira e algemas como adereços, os foliões criticaram e ironizaram os atos antidemocráticos e os “patriotários”, referência aos seus apoiadores. Entre os homenageados, destaque para a primeira-dama Rosângela Lula da Silva, a Janja. O atual contexto político inspirou muitos foliões, como no Céu na Terra, Prata Preta, Cordão da Bola Preta e Amigos da Onça.

 

Histórias de Zeca Pagodinho e Arlindo vão cruzar a Sapucaí na noite deste domingo

Zeca Pagodinho diz não estar ansioso para o desfile

Zeca Pagodinho diz não estar ansioso para o desfile (Foto: Leo Martins/Agência O Globo)

Nos caminhos que Zeca Pagodinho passou, Arlindo Cruz esteve. E faz umas quatro décadas que a recíproca é verdadeira. Porque nos sambas até de manhã de Arlindo, Zeca sempre bateu ponto “com cerveja pra comemorar”. Quiseram os deuses do carnaval que esses dois compadres de longa data virassem enredo na Sapucaí no mesmo ano e, para melhorar, num desfile após o outro, na abertura do Grupo Especial do Rio esta noite. Primeiro, o Império Serrano toca seus agogôs para saudar Arlindo — que leva a verde e branco no coração.

Arlindo Cruz, que se recupera de um AVC, passou por exames para estar na Avenida

Arlindo Cruz, que se recupera de um AVC, passou por exames para estar na Avenida (Foto: Gabriel de Paiva/Agência O Globo)

Depois, é a Acadêmicos do Grande Rio que se carregará de axé para aclamar Zeca. Pronto! A patota de bambas estará formada para reverenciar os irmãos de vida que, de tanto andarem juntos, colecionaram apelidos como Cosme e Damião, o Gordo e o Magro e o Preto e o Branco. Leia a reportagem completa.

 

 

O Globo sábado, 18 de fevereiro de 2023

CARNAVAL 2023: TOM MAIOR, ROSAS DE OURO E GAVIÕES SE DESTACAM NA PRIMEIRA NOITE DE DESFILES EM SÃO PAULO

 

Por Gustavo Schmitt e Mariana Rosário

 

Gaviões da Fiel: sonho do quinto título
Gaviões da Fiel: sonho do quinto título Mariana Rosário

A primeira noite de desfiles das escolas de samba do grupo especial de São Paulo foi marcada por sambas-enredo engajados, pouca chuva — apesar dos camarotes alagados — e rostos conhecidos na avenida. A escola de samba Independente Tricolor foi a primeira a abrir os desfiles. A agremiação apresentou o enredo “Samba no pé, lança na mão. Isso é uma invasão”, baseada na Guerra de Troia e na escola da agremiação.

Os 1,6 mil componentes da escola trouxeram para a avenida paulistana referências gregas, com deuses e mitos. Um grandioso Poseidon apontava para a avenida no segundo carro. A alegoria trazia o Deus do Mar rodeado de dois dragões que pareciam flutuar sobre as águas. Emocionados, os componentes relembravam batalhas próprias dentro da agremiação: em 2018, a escola com 12 anos de existência enfrentou o primeiro rebaixamento. Em 2019, um incêndio atingiu o barracão da escola, destruiu carros alegóricos e impediu a competitividade do grupo em 2020. Um dos momentos marcantes do desfile foi a paradinha da bateria no final da noite, quando o público cantou junto com os instrumentistas o refrão do samba à capela: “Um guerreiro valente eu sou/ se preciso for, eu vou/além do infinito defender você/sou independente até morrer”.

Independente: primeira apresentação da noite agitou o Anhembi — Foto: Gustavo Schmitt

Independente: primeira apresentação da noite agitou o Anhembi — Foto: Gustavo Schmitt

Na sequência, a Acadêmicos do Tatuapé, com 2,2 mil componentes, ganhou a avenida com uma homenagem à cidade histórica de Paraty, com um enredo que, em diversas ocasiões, fez referência ao fundo do mar e às belezas naturais. Uma das primeiras figuras a aparecer na avenida foi a madrinha da escola Leci Brandão. A cantora e compositora afirmou estar recuperada de um problema de saúde que a impediu de sambar, mas mesmo assim permitiu que caminhasse por todo o percurso. A apresentação pela escola, disse, foi a realização de um sonho de sua mãe, Dona Lecy de Assumpção, morta em 2019.

A primeira alegoria da escola contava com uma seleção de tecidos ornamentais que faziam as vezes de ondas. Os componentes, por sua vez, exibiam cabeças de peixe. Chamou a atenção do público um carro alegórico com uma seleção de crianças trajadas como indígenas. Outra alegoria graciosamente espalhou bolhas de sabão pela avenida.

 

Chuva e engajamento

 

O primeiro sinal de chuva ocorreu logo no início do desfile da Barroca Zona Sul, que iniciou a passagem pela avenida após 1h da manhã. O enredo homenageou os indígenas guaicurus, que, por mais de 300 anos, defenderam seu território das tentativas de invasão estrangeira. Para tanto, os carros fizeram alusões às expedições espanholas e ao Pantanal. Nas redes sociais, a agremiação foi homenageada pelo teor político.

Por volta das 2h10, a escola passou a enfrentar pancadas de chuva e ventos mais fortes. A intempérie, porém, não foi capaz de estragar carros e fantasias. O mesmo não se pode dizer dos camarotes, nos quais poças d'água, incomodavam os foliões.

A escola apresentou um samba-enredo que saudou a história do bairro da Zona Norte paulistana que batiza agremiação, que comemora 69 anos. O desfile foi permeado com referências dos anos 1950 — ano em que a escola de samba foi fundada – e trouxe combinações insólitas num mesmo desfile: havia uma alegoria dedicada à Nossa Senhora Aparecida, outra à Maçonaria e até Ayrton Senna foi relembrado (ele teve uma casa na Vila).

Rosas de Ouro: Pelé e Glória Maria entre os homenageados — Foto: Mariana Rosário

Rosas de Ouro: Pelé e Glória Maria entre os homenageados — Foto: Mariana Rosário

Com discurso forte, a Rosas de Ouro apresentou a luta do povo negro contra o racismo e por justiça. A escola trouxe imagens fortes que remeteram ao período da escravidão no Brasil. O carro que mais chamou atenção trazia em sua dianteira uma placa com a frase que o ministro dos Direitos Humanos e Cidadania, Silvio Almeida, disse quando assumiu o cargo no atual governo Lula: “'Vocês existem e são valiosos para nós”. O carro prestou homenagens, por meio de fotos, a Glória Maria, Pelé, Seu Jorge e Leci Brandão.

 

A escola trouxe ainda a estreante no carnaval paulista Karol Conká e mais o apresentador Manoel Soares. A comissão de frente impressionou por um barco pendulante no qual bailarinos faziam acrobacias no ar, trajados como vítimas de navios negreiros.

 

Mães pretas ancestrais

 

Seguindo na temática da representatividade racial, a escola Tom Maior homenageou as “mães pretas ancestrais”, e sua relação com as religiões de matriz africana, com um samba enredo que levantou a arquibancada mesmo após mais de sete horas de desfile e com o sol começando a nascer. Chamou a atenção uma ala grandiosa organizada de maneira vertical, que coloria a avenida como um arco-íris, onde cada fileira de componentes representava um orixá — e combinava com o carro alegórico logo atrás, levando a um belo efeito visual. Nossa Senhora Aparecida também foi lembrada no desfile.

Tom Maior: mães pretas ancestrais como matriarcas da sociedade e das religiões — Foto: Gustavo Schmitt

Tom Maior: mães pretas ancestrais como matriarcas da sociedade e das religiões — Foto: Gustavo Schmitt

A noite foi encerrada por Gaviões da Fiel e seus 2 mil componentes. Celebrando a liberdade religiosa, a escola fez referência a Chico Xavier e a Jesus Cristo. A agremiação contou com um empurrãozinho importante: a arquibancada cantava a plenos pulmões o samba-enredo e o público do Anhembi foi tomado por um clima de comoção.

Sabrina Sato, rainha de bateria mais celebrada da noite e há dezenove anos na Gaviões, surgiu trajada de dragão de São Jorge. Nos bastidores da festa, disse que não teve tempo para treinar pesado na academia antes do Carnaval, mas garantiu que estava pronta.

— A verdadeira preparação para o Carnaval é a vida — garantiu.


O Globo sexta, 17 de fevereiro de 2023

DIA MUNDIAL DO GATO CONHEÇA FAMOSOS QUE SÃO APAIXONADOS POR SEUS FELINOS

Por O GLOBO

 

Grazi Massafera, Taylor Swift e Carolina Dieckman: paixão por gatos
Grazi Massafera, Taylor Swift e Carolina Dieckman: paixão por gatos Reprodução/Instagram

Hoje, 17 de fevereiro, é o Dia Mundial do Gato, e não há quem resista a um felino gordinho, fofinho e peludo. Prova disso são esses famosos que adoram mostrar seus pets nas redes sociais. Confira abaixo quem são eles.

 

Carolina Dieckmann

 

A atriz da novela "Vai na Fé" é apaixonada pela raça maine coon, que tem gatos considerados "gigantes". Chili é o atual pet de Carol, que também teve outro bichinho antes dele, da mesma raça e mesma cor, chamado Kibe. Os fãs apontam sempre que Chili e atriz são muito parecidos. Você também acha?

 

Taylor Swift

 

A cantora tem três gatinhos: Meredith, Olivia Benson e Benjamin, da raça Scottish Fold. Olivia, aliás, foi avaliada em 97 milhões de dólares, o equivalente a mais de 506 milhões de reais, segundo o site The Ultimate Pet Rich List. Quanto poder, hein?

 

Grazi Massafera

 

A atriz e a filha, Sophia, são donas da gatinha Sol, da raça. O pet foi um presente da menina, fruto da relação de Grazi com Cauã Reymond. Parecida com um tigre, com manchinhas pelo corpo. Quando namorava com Caio Castro, ganhou de presente um filhote da mesma raça de Sol, que foi batizado como Brownie.

 

Leo Jaime

 

O cantor adotou a gatinha Lola em 2019, e desde então, ela aparece frequentemente em suas redes sociais. "Lola fazendo charminho", escreveu, em um vídeo em que a felina aparece se rolando no chão de barriga pra cima

 

Jão

 

Pai de três gatos, Santiago, Chicória e Vicente, o cantor considera os felinos como seu amuleto da sorte. “Os fãs já nem querem saber de mim. Só deles (risos)", falou Jão, certa vez, em entrevista.

 

 


O Globo quinta, 16 de fevereiro de 2023

CARNAVAL 2023: 4 RECEITAS DO CHEF RODRIGO OLIVEIRA PARA CAIR NA FOLIA COM ENERGIA E PRAZER

 

Por Giulia Vidale — São Paulo

 

Chef Rodrigo Oliveira, do restaurante Mocotó (SP). Foto: Maria Isabel Oliveira / Agência O Globo.
Chef Rodrigo Oliveira, do restaurante Mocotó (SP). Foto: Maria Isabel Oliveira / Agência O Globo. Maria Isabel Oliveira / Agência O Globo

O carnaval exige muita saúde e disposição dos foliões. São quatro dias de muito samba, diversão, pouco sono e horas em pé, em baixo de sol e calor. Embora muitas vezes seja deixada em segundo plano, uma boa alimentação é a chave para dar energia, tanto para quem vai desfilar na avenida quanto para os amantes dos blocos de rua.

A pedido do GLOBO, o chef Rodrigo Oliveira, à frente do premiado restaurante Mocotó, na capital paulista, preparou um menu com quatro pratos leves que ao mesmo tempo que fornecem toda a energia necessária para o carnaval. São eles:

 

  • Ceviche de beijupirá, leite de tigre de umbu e chips de cará;
  • Salada de abóbora assada, queijo de cabra, pesto de coentro e rúcula;
  • Moqueca de caju, arroz vermelho e farofa de coco;
  • Pavlova de frutas amarelas e mel de uruçu.

 

— Todos esses pratos são frutados, doces ricos e nutritivos, mas sem ser pesados. Quando pensamos em uma salada, você não imagina que ela pode ser provocante e a salada de abóbora tem isso. O ceviche, como já se imagina, é muito fresco, muito leve, provocante e picante, como deve ser o carnaval. A moqueca é um prato suntuoso e verdadeiramente inclusivo. Além de ter referências de todo o país em uma panela, ela não tem glúten nem lactose e funciona muito bem para quem come carne e para quem não come. Já a pavlova é uma ode à leveza, uma apelação total. Meu pai fala “se só mistura coisa boa, tem que ficar bom mesmo”. Além de ter o açúcar, que tem tudo a ver com carnaval — diz Oliveira. 

Segundo o chef, todas as receitas são de fácil preparo, com nível de dificuldade “três de dez”, e adaptáveis. O preparo do ceviche, por exemplo, não precisa de fogão de nada, apenas de uma faca para cortar os peixes e o vegetais e o “resultado final é um prato lindo”.

— Para quem não gosta ou não tem queijo de cabra, a salada fica incrível com ricota. Para o ceviche, a gente sugere chips de cará e beijupirá, que é um peixe abundante na região nordeste, e umbu. Mas você pode trocar o peixe por outro que você encontrar no supermercado. Os chips podem ser feitos com babata doce ou outras batatas e de diversas maneiras — diz Oliveira.

O chef cravou seu nome na história da gastronomia brasileira ao mostrar a riqueza da culinária sertaneja. Segundo ele, de todos os deliciosos pratos desse “cardápio de carnaval”, a moqueca é o que mais representa a cozinha de “comida de panela”, como ele mesmo diz, que aprendeu com seu pai. 

— Hoje, é difícil você ver uma exaltação a essa comida de panela, que tem um “que” de cozinha doméstica, mas que tem uma construção de sabor e uma técnica tão fina por trás para pegar um ingrediente comum e preparar com tanta maestria e cuidado de forma que isso se transforme em uma iguaria. A moqueca tem esse símbolo dessa cozinha que depende muito da sensibilidade do cozinheiro porque, muitas vezes, você não tem nenhuma grande estrela. É o conjunto da obra que faz o negócio acontecer — diz Oliveira.

Confira abaixo as receitas do chef Rodrigo Oliveira, e o modo de preparo de cada prato.

 

Ceviche de beijupirá

 

Ceviche de beijupira, leite de tigre de umbu, chips de cará, pelo chef Rodrigo Oliveira. Foto: Carol Gherardi/Divulgação — Foto: Carol Gherardi/Divulgação

Ceviche de beijupira, leite de tigre de umbu, chips de cará, pelo chef Rodrigo Oliveira. Foto: Carol Gherardi/Divulgação — Foto: Carol Gherardi/Divulgação

Rendimento: 3 a 4 porções

Tempo de preparo: 15 minutos

Ingredientes

 

  • 360g de beijupirá
  • 100g de cebola roxa
  • 10 folhas de coentro fresco
  • 2g de pimenta dedo de moça
  • 40ml de suco de limão
  • 2g de sal refinado
  • 45g de coco fresco
  • 250g de leite de tigre (veja a receita abaixo)
  • 100g de chips (veja a receita abaixo)

 

Modo de preparo

Corte o peixe em cubos médios. Corte as pimentas em lâminas e a cebola roxa em tiras. Tempere o peixe com suco de limão e sal e deixe descansar por 5 minutos. Adicione a cebola, as pimentas e o leite de tigre e misture bem. Finalize com as lâminas de coco fresco e as folhas de coentro. Sirva com os chips de cará.

Ingredientes para o leite de tigre

 

  • 15g de salsão
  • 80g de aparas de peixe
  • 150g de polpa de umbu
  • 100ml de água
  • 50g de gelo
  • 2g de gengibre

 

Modo de preparo do leite de tigre

Processe todos os ingredientes no liquidificador por 2 minutos. Coe em uma peneira fina e reserve.

Ingredientes para os chips de cará

 

  • 200g de cará inteiro e sem casca
  • 200ml de óleo de milho
  • 1g de sal refinado

 

Modo de preparo dos chips de cará

Fatie o cará em tiras finas. Aqueça o óleo em uma frigideira e ao chegar à temperatura de 180ºC frite as fatias, sem sobrepor, até que elas comecem a ficar douradas. Retire os chips do óleo e deixe escorrer em uma tigela forrada com papel toalha.

 

Salada de abóbora

 

Salada de abóbora assada, queijo de cabra, pesto de coentro e rúcula, pelo chef Rodrigo Oliveira. Foto: Carol Gherardi / Divulgação — Foto: Carol Gherardi / Divulgação

Salada de abóbora assada, queijo de cabra, pesto de coentro e rúcula, pelo chef Rodrigo Oliveira. Foto: Carol Gherardi / Divulgação — Foto: Carol Gherardi / Divulgação

Rendimento: 3 a 4 porções

Tempo de preparo: 45 minutos

Ingredientes

 

  • 40g de rúcula
  • 250g de abóbora cabotiá
  • 60ml de creme de leite
  • 12 unidades de tomate cereja
  • 40g de queijo de cabra
  • 20g de castanha caramelizada
  • 40g de pesto de coentro (veja o preparo abaixo)
  • 1g de sal

 

Modo de preparo

Asse a abóbora cabotiá em cubos grandes, enrolada no papel alumínio, em forno pré-aquecido a 200ºC por 20 minutos ou até ficar macia. Com um fouet, misture a abóbora cozida com o creme de leite e sal. Sirva a salada com o creme de abóbora no fundo do prato, coloque metade do queijo, o pesto e a rúcula. Finalize com as castanhas caramelizadas quebradas, o tomate cereja cortado ao meio e o restante do queijo de cabra e pesto de coentro em cima da salada.

Ingredientes para o pesto de coentro

 

  • 15g de coentro
  • 15ml de azeite
  • 5g de queijo de coalho
  • 5g de castanha de caju
  • 1 unidade de dente alho
  • 1g de sal
  • 15ml de óleo de milho

 

Modo de preparo do pesto de coentro

Com a ajuda de um processador, bata todos os ingredientes e use na salada.

 

Moqueca sertaneja de caju

 

Moqueca de caju, arroz vermelho e farofa de coco, pelo chef Rodrigo Oliveira. Foto: Maria Isabel Oliveira / Agência O Globo. — Foto: Maria Isabel Oliveira / Agência O Globo.

Moqueca de caju, arroz vermelho e farofa de coco, pelo chef Rodrigo Oliveira. Foto: Maria Isabel Oliveira / Agência O Globo. — Foto: Maria Isabel Oliveira / Agência O Globo.

Rendimento: 3 a 4 porções

Tempo de preparo: 45 minutos

Ingredientes

 

  • 120g de maxixe pré-cozido em água por 8 minutos e cortado em cubos grandes
  • 200g de caju cortado em cubos grandes
  • 50g de vagem holandesa branqueada e cortada em três partes
  • 200g de banana da terra cozida em água por 12 minutos e cortada em rodelas
  • 80g de pimentão verde
  • 80g de pimentão vermelho
  • 80g de pimentão amarelo
  • 8g de cebola branca
  • 10ml de azeite de dendê
  • 20ml de azeite de oliva
  • 2g de colorau
  • 8 folhas de ora-pro-nóbis
  • 450 ml de molho de moqueca (veja a receita abaixo)
  • 8 tomates cereja
  • 10 folhas de coentro

 

Modo de preparo

Corte os pimentões e a cebola em cubos pequenos. Refogue-os no azeite de oliva, no dendê e no colorau. Adicione o maxixe, a vagem, o caju e a banana da terra, refogue tudo por 2 minutos. Acrescente o molho de tucupi e deixe cozinhar até reduzir um pouco, garantindo que os legumes estejam bem quentes. Adicione o molho de moqueca e deixe cozinhar por 8 minutos, até encorpar. Finalize no recipiente com folhas de ora-pro-nóbis, coentro e tomate cereja.

Finalização da moqueca sertaneja. Foto: Maria Isabel Oliveira / Agência O Globo — Foto: Maria Isabel Oliveira / Agência O Globo

Finalização da moqueca sertaneja. Foto: Maria Isabel Oliveira / Agência O Globo — Foto: Maria Isabel Oliveira / Agência O Globo

Ingredientes do molho da moqueca sertaneja

 

  • 50g de cebola branca
  • 1 unidade de dente de alho
  • 50g de alho-poró
  • 60g de tomate em cubos
  • 20g de salsão picado
  • 20ml de azeite
  • 50g de cenoura em cubos
  • 400ml de tucupi
  • 200ml de leite de coco
  • 10ml de extrato de tomate
  • 1g de sal
  • 5g de gengibre

 

Moqueca Sertaneja pelo chef Rodrigo Oliveira. Foto: Maria Isabel Oliveira / Agência O Globo. — Foto: Maria Isabel Oliveira / Agência O Globo.

Moqueca Sertaneja pelo chef Rodrigo Oliveira. Foto: Maria Isabel Oliveira / Agência O Globo. — Foto: Maria Isabel Oliveira / Agência O Globo.

Modo de preparo do molho da moqueca sertaneja

Corte todos os legumes em cubos pequenos e, em uma panela, aqueça o azeite e refogue a cebola, salsão, cenoura, alho-poró, tomate, gengibre e o dente de alho. Adicione o tucupi e deixe cozinhar em fogo baixo por 1 hora. Coe o molho e volte à panela com o leite de coco e o extrato de tomate. Mexa bem e deixe cozinhar até levantar fervura. Acerte o sal e reserve.

Ingredientes para o mix de arroz

 

  • 25g de cebola branca
  • 20ml de azeite
  • 120g de arroz vermelho
  • 170g de arroz cateto
  • 60ml de vinho branco
  • 720ml de água
  • 1 unidade de folha de louro
  • 5g de sal

 

Modo de preparo do mix de arroz

Em uma panela, refogue a cebola, em cubos pequenos, no azeite. Junte a mistura de arroz cateto e arroz vermelho e refogue por 2 minutos. Adicione o vinho branco e cozinhe até secar todo o líquido. Acrescente a água quente, a folha de louro e o sal e deixe cozinhar com a panela tampada por 25 minutos ou até os grãos ficarem macios. Desligue o fogo, tampe e deixar descansar por pelo menos 5 minutos.

Ingredientes da farofa de coco e castanha

 

  • 15m de óleo de canola
  • 15 ml de azeite
  • 25g de coco seco
  • 25g de castanha de caju picada
  • 140g de farinha de mandioca
  • 1g de sal refinado

 

Modo de preparo da farofa de coco e castanha

Em uma panela, adicione o azeite e o óleo de canola. Doure o coco seco e a castanha de caju misturando sempre para não queimarem. Adicione a farinha de mandioca.

 

Pavlova de frutas amarelas

 

Pavlova de frutas amarelas e mel de uruçu, pelo chef Rodrigo Oliveira. Foto: Ricardo D'Angelo/Divulgação — Foto: Ricardo D'Angelo/Divulgação

Pavlova de frutas amarelas e mel de uruçu, pelo chef Rodrigo Oliveira. Foto: Ricardo D'Angelo/Divulgação — Foto: Ricardo D'Angelo/Divulgação

Rendimento: 3 a 4 porções

Tempo de preparo: 2 horas

Ingredientes

 

  • 1 unidade de merengue assado (veja a receita abaixo)
  • 60ml de creme de leite fresco
  • 100g de manga fresca cortada em cubos
  • 80g de caju cortada em cubos grandes
  • 80g de polpa de maracujá com sementes
  • 100g de carambola em rodelas
  • 10 unidades de poejo ou hortelã

 

Modo de preparo

Bata o creme de leite fresco com um mixer ou batedeira, o ponto deve ficar levemente firme. Reserve na geladeira. Transfira a pavlova fria para a louça de sua preferência, coloque o creme batido no meio e depois a polpa de maracujá. Finalize com as frutas e folhas por cima.

Ingredientes para o merengue assado

 

  • 75g de clara de ovo
  • 140g de açúcar
  • 5g de polvilho doce
  • 8ml de vinagre de caju
  • 1g de sal
  • 1 amburana

 

Modo de preparo do merengue assado

Aqueça uma panela com água - ela servirá de banho maria. Ligue o forno a 125ºC. Junte o açúcar com as claras numa mesma tigela e leve para o banho maria. Com um auxílio de um fouet, bata por alguns minutos. Deixe cozinhar, mexendo aos poucos. O ponto correto se dá quando os grãos de açúcar desapareceram por completo e a mistura estiver líquida. Transfira a mistura líquida de claras e açúcar para o bowl da batedeira e bata na velocidade máxima por 15 minutos, até o merengue ficar brilhoso. Adicione o polvilho e bata por mais 2 minutos. Adicione o vinagre de caju ao merengue e bata o suficiente para incorporar. Transfira o merengue para uma forma forrada com papel manteiga, centralizando toda a massa e fazendo um círculo com a espátula, começando pelo centro e depois bordas, deixando-as um pouquinho maior. Rale a semente de umburana em cima do merengue e nas bordas, leve ao forno pré-aquecido e asse por 15 minutos. Após esse tempo, diminua a temperatura para 95ºC e asse por 1 hora. Deixe esfriar no forno desligado.


O Globo quarta, 15 de fevereiro de 2023

CARIOCÃO: VASCO - HALLS TEM CHANCE DE OURO CONTRA O BOTAFOGO

 

Por Bruno Marinho — Rio de Janeiro

 

Halls tem 23 anos e apenas cinco jogos como profissional do Vasco
Halls tem 23 anos e apenas cinco jogos como profissional do Vasco Daniel Ramalho/CRVG

É daquelas chances que acontecem uma vez na vida de um jogador de futebol. Na de um goleiro, então, é mais rara ainda. Impossibilitado de escalar Léo Jardim, Ivan e Thiago Rodrigues, o Vasco deve enfrentar o Botafogo amanhã, clássico importante para o time da Colina se manter na briga por uma vaga na semifinal do Estadual, com o goleiro Halls.

Os três goleiros não foram inscritos a tempo na Ferj para participarem do jogo, válido pela terceira rodada do Campeonato Estadual e adiado para amanhã a pedido do cruz-maltino, que queria mais tempo para treinar. Talvez não contasse com esse pequeno detalhe burocrático. 

Com isso, caberá a Halls defender o gol. Aos 23 anos, deve fazer sua sexta partida como titular dos profissionais do cruz-maltino. Já teve períodos emprestado ao Náutico e ao Boa Esporte, onde também não jogou com regularidade. É a chance para deixar boa impressão em meio à posição, tão disputada, com dois goleiros contratados para 2023, Léo Jardim e Ivan.

— É um jogo com responsabilidade grande, mas ele já está há algum tempo no profissional, é um rapaz muito trabalhador, acredito que esteja preparado — afirmou o treinador Marcus Alexandre.

Ele fala com conhecimento de causa. Foi quem levou Halls para o Vasco, ainda no sub-17. Alexandre lembra como Halls sempre foi meio que azarão na Colina: 


O Globo terça, 14 de fevereiro de 2023

COMA SEM CULPA: 10 ALIMENTOS COM POUCA CALORIA PARA COMER SEM MEDO DE ENGORDAR

 

Por La Nacion

 

O peixe, por exemplo, é rico em proteínas e ácidos graxos ômega-3 e pobre em gordura
O peixe, por exemplo, é rico em proteínas e ácidos graxos ômega-3 e pobre em gordura Freepik

Começo do ano e semana pré-carnaval é o principal momento de as pessoas realizarem dietas. Comida sob medida, poucas calorias, exercícios horas a fio na academia, entre outras alternativas para eliminar aqueles quilos indesejados.

 Mas tem alimentos que são nutritivos, ajudam na ansiedade, mantém a sensação de fome sob controle e ainda tem pouca caloria, ou seja, você pode comer sem medo de engordar. Entre eles estão o ovo, maça e até mesmo alguns caldos. No entanto, é importante saber que você não deve se alimentar exclusivamente com base nesses nutrientes, mas sim combiná-los para obter uma alimentação completa e saudável.

Confira 10 alimentos que vão ajudar a manter a fome e o peso sobre controle para este pré-carnaval:

 

Caldos

 

A sopa pode fornecer até 80% mais calorias do que outros alimentos. Apesar disso, as sopas de caldo são escolhidas em vez das sopas de creme, pois contêm menos calorias e causam menos inchaço. Uma sopa à base de caldo é uma ótima alternativa para quem quer se sentir saciado por mais tempo depois de comê-la, além de ser extremamente saborosa.

 

Ovos

 

Comer ovos é uma ótima maneira de incluir uma dose de proteína em sua dieta. Os ovos são reconhecidos como alimentos saudáveis, apesar de sua péssima reputação no passado. Eles também são fonte de triptofano, além de possuírem vitaminas, gorduras boas e nutrientes essenciais para o corpo. Tudo isso contribui para o aumento de energia no corpo. O bom disso tudo é que pode consumi-los no café da manhã, almoço ou jantar.

 

Peixe

 

O peixe é rico em proteínas e ácidos graxos ômega-3 e pobre em gordura, sendo uma opção muito saudável. Comê-los pode melhorar a saúde do cérebro e a capacidade de concentração.

 

Maçã

 

As maçãs contêm um tipo de fibra conhecida como pectina, que é benéfica para a digestão, tem muitos nutrientes, além de conter um alto índice de saciedade.

  

 

Abobrinha

 

É pobre em calorias e, em comparação com a quantidade de água acessível, há excesso de oferta de sal, sendo que este último ingrediente traz benefícios a longo prazo para a saúde digestiva e intestinal humana.

 

Leguminosas

 

As leguminosas são ricas em proteínas e fibras que o mantêm saciado por mais tempo. Em certos casos, as leguminosas são mais benéficas do que os carboidratos amiláceos para ajudar a reduzir o peso.

 

Morangos

 

Morangos são perfeitos para comer entre uma hora e outra. Eles fornecem muita fibra e baixa carga glicêmica. São super saciantes e é a fruta que contém mais vitamina C em comparação com as demais.

 

Batatas cozidas

 

A quantidade de carboidratos que as batatas possuem é muito significativa. Batatas incluem uma alta concentração de vitaminas e fibras. Vale a pena mencionar que as calorias fornecidas pelo amido são uma melhoria significativa em relação às calorias fornecidas pelo amido normal. Elas também podem ser consumidas de diversas formas.

  

Melancia

 

Comer frutas ajuda a perder peso e, ao mesmo tempo, melhora sua saúde e bem-estar geral. A melancia contém 92% de água e tem apenas 30 calorias por porção. Tem a mesma quantidade de minerais e vitaminas que o resto das frutas. Contém arginina, que ajuda a reduzir os níveis de gordura corporal.

 

Tomate

 

Os tomates são pobres em gordura, calorias, potássio, cromo, ácido fólico e fibras, entre outros minerais. Comer tomate ajuda a perder peso, reduzindo a ingestão de calorias, o que é benéfico.

 


O Globo segunda, 13 de fevereiro de 2023

SUPERCOPA FEMININA: CORINTHIANS CONQUISTA O BICAMPEONATO EM GOLEADA SOBRE O FLAMENGO

]

Por Laís Malek — Rio de Janeiro

 

Corithians venceu o Flamengo e se tornou bicampeão da Supercopa Feminina
Corithians venceu o Flamengo e se tornou bicampeão da Supercopa Feminina Rodrigo Gazzanel/Corinthians

Se no futebol praticado por homens o Flamengo venceu o Corinthians em uma disputa acirrada na Copa do Brasil em 2022, na modalidade das mulheres a situação foi bem diferente. O clube paulista não teve dificuldades para vencer as visitantes em uma goleada por 4 a 1 na Neo Química Arena, sob os olhares de mais de 25 mil torcedores. Os gols das campeãs foram marcados por Millene e Tamires, que balançaram as reds suas vezes cada uma, e Daiane descontou para o Fla.

E o show do Corinthians começou, literalmente, no primeiro minuto da partida. Na primeira vez que as Brabas chegaram na área adversária, Vic Albququerque chutou forte e a goleira Bárbara não conseguiu segurar. Na sobra, Isabela rolou para Tamires, que abriu o placar antes mesmo do relógio chegar na marca dos dois minutos de bola rolando.

Aos 28 minutos, Gabi Portilho fez bom cruzamento para Vic Albuquerque, que foi derrubada na área por Bárbara. A juíza advertiu a goleira com um cartão amarelo e marcou o pênalti para o time da casa.Millene errou a primeira cobrança, mas a árbitra mandou repetir e na segunda tentativa a bola entrou, com um chute no canto direito da goleira aos 35 minutos. O time continuou pressionando e teve a chance do quinto com Bellinha, mas Bárbara defendeu.

No final da primeira etapa, já aos 48 minutos, Millene brilhou mais uma vez. Depois de uma falha de Daiane ao tentar desviar um cruzamento, a bola sobrou para Vic Albuquerque, que tocou para a atacante marcar o segundo dela na partida e o terceiro do Corinthians. O Flamengo pouco produziu durante o primeiro tempo, e não se encontrou no jogo para se defender e nem para atacar.

Na volta do intervalo, o Corinthians podia apenas segurar o resultado, mas foi além. Aos 11 minutos, Gabi Portilho fez bela jogada e deixou Tamires de cara para o gol, e a lateral precisou apenas empurrar para o fundo das redes. O Flamengo conseguiu descontar com uma bela cabeçada de Daiane depois de uma cobrança de escanteio aos 23 minutos, mas não foi suficiente para esboçar de fato uma reação.

— Parabéns ao Corinthians por mais essa conquista no futebol feminino. O clube é um exemplo de gestão também no feminino. Parabéns também aos torcedores do Corinthians, que estão sempre apoiando as Brabas. Elas encheram novamente a arena. Quero também parabenizar o Flamengo por ser um adversário que abrilhantou muito o campeonato. Queremos cada vez mais os grandes clubes envolvidos no futebol feminino.

Do mesmo jeito que começou 2022, o Corinthians iniciou mais um ano vencendo, de maneira invicta, a Supercopa Feminina e demonstrando dentro de campo porque é a principal força do país no futebol feminino. A diferença, desta vez, está no prêmio: além do troféu, as Brabas levam para casa R$ 500 mil como premiação, enquanto o rubro-negro fica com R$ 300 mil.


O Globo domingo, 12 de fevereiro de 2023

XUXA: ATRIZ, QUE FARÁ 60 ANOS, ABRE QUESTÕES DE IDADE E MUITO MAIS

 

Por Patrícia Kogut

 

A apresentadora Xuxa
A apresentadora Xuxa Divulgação

Em suas mais de quatro décadas de carreira, Xuxa se dirigiu sobretudo aos “baixinhos”. Mas, fenômeno pop gigantesco, acertou o Brasil inteiro. Depois, conquistou um público numeroso em outros países também. Em 27 de março, ela completará 60 anos mostrando que sua presença ainda é poderosa na televisão, no cinema, no streaming e até em alto-mar. E não se trata de força de expressão. Ela passará a data a bordo de um cruzeiro que zarpará de Santos em 24 de março. O roteiro será orientado pela meteorologia: a embarcação vai navegar na “direção do Sol”. O Navio da Xuxa só atracará de volta em Santos dia 27, o do aniversário. Os muitos shows, projeções e confraternizações com os fãs a bordo serão transmitidos pelo Multishow num especial. Em 4 de março, o Canal Viva relançará 17 episódios do “Xou da Xuxa”. A Rainha também é tema de uma série documental dirigida por Pedro Bial para o Globoplay, ainda sem data para estrear. E estrela “Tarã”, uma ficção para o Disney+, e o reality “Caravana das drags”, para o Prime Video da Amazon. No meio do ano, chegará aos cinemas o longa “Uma fada veio me visitar”, adaptado de um livro de Thalita Rebouças. Nesta conversa de quase duas horas, ela fez um balanço da carreira, falou das agruras do envelhecimento, de Marlene Mattos, do desejo de ser avó e de política. Tudo com a espontaneidade e o peito aberto que conserva intocados desde os primórdios.

Fazer 60 anos

Vejo este momento por dois aspectos. Um, de mulher realizada com o homem que eu amo. Chegar aos 60 com um cara que te ama como o Ju (Junno Andrade) me ama faz a minha vida íntima ser redondinha. Minha filha é independente e me manda mensagem todos os dias, de manhã e de noite e sempre envia uma foto em que está sorrindo. Estou no auge que um ser humano pode alcançar como amante, como mulher, como mãe. Mas olho minha pele enrugadinha e é um outro lado da idade. O colágeno não existe. Minha pele é castigada do sol, que continuo pegando, porque adoro. Por mais que eu use os melhores cremes, me olho no espelho e não me vejo como antes. Ju fica dizendo que sou linda e gostosa. Mas eu trabalho com a imagem desde jovem e sei que não é igual. É difícil. Me olho e falo: nunca mais terei aquele corpo, aquela cinturinha.

A dor da cobrança nas redes

As pessoas me cobram: “A Xuxa tá velha”. Não fico magoada. Eu tenho espelho em casa. Eu sei. Eu entendo elas. Eu sei me olhar com o olhar delas. Mas meus fãs de antigamente também envelheceram. E não querem se ver desse jeito. Muitas dessas pessoas, pelo visto, não têm maturidade para curtir essa fase. Moramos num país onde “velha” vem como um negócio pesado. Colocam uma coisa ruim ao lado da experiência que a maturidade traz. Eu sou uma privilegiada, se você puser a minha história ao lado das de tantas outras mulheres. Não sofri preconceitos ao longo da minha carreira. E continuo trabalhando aos 60.

O documentário

Pedro Bial é meu amigo. Uma das primeiras grandes entrevistas dele na Globo foi comigo. Ele me mostrou as imagens. Foi em 86/87. Ele foi até a nossa casa em Coroa Grande (na Zona Litorânea do Rio, onde ela cresceu). Eu era garota e dizia assim: “Quero ser uma velhinha chocante”. Eu disse a ele que não queria mesmo fazer algo chapa branca, tipo “Xuxa, eu te amo. E eu me amo”. Ele me botou em saias justas. Reencontrei o ator de “Amor estranho amor” (Marcelo Ribeiro. O filme é de em 1982, quando ele era criança). E a Marlene, com quem não falava havia 15 anos. Eu acho que ela foi meio armada, achando que era “meu documentário, feito pelo meu amigo Pedro”. Já chegou de um jeito assim: “Se vocês acham que vou pedir desculpas, não vou”. Ela não mudou nada. Isso me deixou chocada. Eu mudo quase diariamente.

Vacinação

Com a música “Ilariê” a gente já conseguiu que 96% das crianças brasileiras se vacinassem. Campanha de vacinação é um negócio assim que dá uma alegria... Agora estamos lá em baixo. Como pode? Eu que me ofereci para ser embaixadora da Campanha de Vacinação do Ministério da Saúde. Procurei descobrir o telefone da Janja (a primeira-dama) e me pus à disposição. Eu fiz isso com todos os ex-presidentes do Brasil. Menos com aquele que chamo de tudo, menos de gente (ela se refere a Jair Bolsonaro). Quero voltar a trabalhar ao lado do Zé Gotinha. Mostrar a carteirinha de vacinação da minha filha. Já pedi autorização a ela, porque Sasha é discreta e não gosta de aparições públicas. Ela topou.

Bolsonaro

Nunca fui petista, pelo contrário. Mas fui contra esse homem desde o início. Mas antes eu era contra o genocida. Só que depois que o Bozo falou aquilo de “pintou um clima” para se referir a meninas adolescentes, tive muito nojo. Queria muito fazer uma campanha chamada “Pintou um crime”. Contra velhos babões que olham para crianças de 12, 13, 14 anos. Como eu fui olhada quando era criança. Crianças dessa idade não se prostituem, são exploradas. A gente tem que mostrar que isso está muito errado. Não podem passar a mão na cabeça. No mínimo, ele deveria ter chamado a polícia, se achou que havia algo errado ali.

A morte da irmã

Esses dias, perdi minha irmã (a pedagoga Mara Meneghel morreu de embolia pulmonar em Barcelona, onde vivia). Ela era saudável, uma pessoa de grande coração, que ajudava todo mundo. Estava com viagem marcada para o Brasil. Acordou com um resfriado e acabou assim. É um grande aviso para as pessoas não fazerem o que eu fiz: eu estava sem falar com ela. Foi por divergência política. Ela ficava me mandando uns vídeos com fake news. Falei para parar. Não parou e eu bloqueei ela. Não tem amanhã garantido, nem para quem está com saúde.

Falar de amor

Eu era uma pessoa incapaz de falar de afeto. Nunca disse ao Ayrton (Senna, seu ex-namorado) que gostava dele. Eu era uma idiota. Não falava o que sentia. Hoje falo isso toda hora. Ao Ju, digo o dia todo o quanto amo ele.

Filha e netos

Sasha é um orgulho. Se formou em moda, tem sucesso no caminho dela. Queria muito ser avó. Eu pressiono ela. Mando vídeos de crianças fofas, brinco e sempre encerro a mensagem dizendo: “Sem pressão”. Ela ri.

Cuidados

Tenho muita energia. Se subir na esteira, ando cinco, seis quilômetros e só paro porque tenho um ossinho quebrado no pé que dói. Mas não sinto cansaço. Me cuido, sou vegana, nunca fumei, tenho intolerância ao álcool, faço reposição hormonal. Está tudo certo. Não tenho vontade de fazer plástica no rosto, fiz na barriga há pouco tempo, mas não ficou como eu imaginava, tanquinho.

‘Xou da xuxa’ no Viva

Estou receosa com a estreia dos programas antigos. A gente fazia brincadeiras naquela época que hoje seriam justamente consideradas erradas. Estou com medo de como as pessoas vão receber, de virar meme. Eu falei coisas que hoje não falaria.

Xuxa — Foto: Blad Meneghel

Xuxa — Foto: Blad Meneghel

Marlene Mattos, Pedro Bial e Xuxa durante as gravações da série documental sobre a apresentadora para o Globoplay — Foto: Divulgação

Marlene Mattos, Pedro Bial e Xuxa durante as gravações da série documental sobre a apresentadora para o Globoplay — Foto: Divulgação

Marlene Mattos e Xuxa gravam série documental sobre a apresentadora para o Globoplay — Foto: Divulgação

Marlene Mattos e Xuxa gravam série documental sobre a apresentadora para o Globoplay — Foto: Divulgação


O Globo sábado, 11 de fevereiro de 2023

ONDA DE CALOR: UM GUIA COMPLETO PARA EVITAR OS DANOS À SAÚDE CAUSADOS PELAS ALTAS TEMPERATURAS

 

Por Ana Lúcia Azevedo

 

Mulher usa um leque para se proteger do sol na Avenida Vicente de Carvalho, no Rio de Janeiro. Foto de Márcia Foletto
Mulher usa um leque para se proteger do sol na Avenida Vicente de Carvalho, no Rio de Janeiro. Foto de Márcia Foletto Foto de Márcia Foletto
 

O corpo se livra do calor de duas maneiras. A primeira é por meio dos vasos sanguíneos. Eles se dilatam para levar mais sangue até a pele, para que o calor possa ser irradiado para fora do corpo. O segundo é suando. Isso refresca por evaporação. Quando esses meios não funcionam, morremos. 

Quando está quente, o hipotálamo redireciona o sangue para a pele, para dissipar o calor. Porém, isso prejudica a irrigação de outros órgãos. Eles recebem menos oxigênio e o organismo começa a liberar moléculas tóxicas. As células sofrem danos devido a lesões térmicas e químicas e isso afeta o funcionamento dos órgãos.

Em dias quentes, uma pessoa pode suar até dois litros e desidrata. O sangue se torna viscoso. E isso afeta o funcionamento de rins e coração, que precisam fazer esforço extra. A desidratação provoca vasoconstrição, que traz risco de trombose e de derrame. No calor extremo, o cérebro deixa de receber oxigenação suficiente e começa a falhar no controle do corpo e na própria defesa contra o calor.

O calor elevado altera a pressão e isso gera efeito dominó nos órgãos. Os sintomas vão de desmaios até, nos casos graves, um choque térmico letal. Quando o termômetro passa de 39ºC, 40ºC, enzimas fundamentais para o metabolismo sofrem uma queda abrupta na velocidade das reações químicas e o metabolismo entra em pane.

  

Proteja-se

 

 

  • EM CASA: A OMS recomenda que se fique no cômodo mais fresco da casa, principalmente à noite. Se possível, meça a temperatura entre 8h e 10h, às 13h e depois das 22h. A temperatura máxima suportável deve ficar abaixo de 32ºC durante o dia e 24ºC à noite.
  • JANELAS: Portas e janelas devem ficar abertas, principalmente durante as horas mais frescas, se o ar-condicionado não for usado. Use cortinas ou persianas para tapar a luz solar nas horas mais quentes. Toalhas molhadas podem ajudar a aliviar a temperatura ambiente.
  • AR-CONDICIONADO: Embora ele mesmo seja um fator de aquecimento do planeta, especialistas dizem que, enquanto não se inventa algo melhor, são essenciais para proteger as pessoas nos dias quentes. Se sua casa não tiver ar refrigerado, e a maior parte da população não tem, a OMS recomenda que se passe de duas a três horas do dia em lugares refrigerados, como prédios públicos e shoppings.
  • EVITE: Só saia ao ar livre nas horas mais quentes (das 10h às 17h) se for realmente necessário, diz a OMS.
  • EXERCÍCIOS: Evite atividades ao ar livre nos dias quentes. E se for fazer, opte pelo horário mais fresco, das 4h (da manhã!) às 7h.
  • SOMBRA: Busque sempre a sombra e procure os lugares mais arborizados, a copa das árvores pode reduzir em até cerca de 10ºC a temperatura.
  • CRIANÇAS: Não as exponha ao calor nem as deixe em ambientes sem ventilação. Menos ainda em carros fechados.
  • HIDRATAÇÃO: Se mantenha o tempo todo hidratado. Mas evite álcool, cafeína e bebidas doces.
  • COMIDA: A OMS recomenda fazer pequenas e mais frequentes refeições e evitar alimentos ricos em proteína.
  • BANHOS: Mantenha o corpo frio e tome o maior número de banhos para refrescar, sempre que possível.
  • TOALHAS: Use toalhas ou outros tecidos molhados para aliviar o calor do corpo.
  • ROUPAS: Evite roupas escuras (elas absorvem mais calor), prefira as claras, soltas e em fibras naturais.
  • ACESSÓRIOS: Chapéu e óculos escuros são indispensáveis.

 

Assistência médica

 

 

  • SINTOMAS: Tonteira, dor de cabeça, fraqueza e sede intensa são sinais de que é preciso se abrigar num lugar fresco e tirar a temperatura. É preciso se hidratar. Espasmos musculares demanda repouso imediato e a OMS recomenda bebidas com eletrólitos, água de coco é excelente. Se câimbras e espasmos durarem mais de uma hora, é melhor buscar ajuda médica.
  • PERIGO: Pele seca, delírio, convulsão e inconsciência precisam de socorro urgente. Enquanto a assistência médica não chega, coloque a pessoa num lugar fresco, em posição horizontal e eleve seu quadril e pernas. Tire a roupa da pessoa e coloque toalhas frias ou sacos com gelo no pescoço, nas axilas e na virilha. Pode aspergir água em temperatura ambiente pelo corpo. Não dê paracetamol ou ácido acetilsalicílico. Mantenha a pessoa consciente e não a deixe só.

 

 

Proteja seu animal de estimação

 

 

  • CÃES: Jamais passeie com ele nos horários mais quentes. Saia apenas no início da manhã e depois do anoitecer. Você pode não perceber, mas ele entrará em sofrimento. Os cães estão mais próximos do chão, têm má regulação térmica (não controlam a respiração e a temperatura, como nós). A sola das patas pode parecer grossa, mas não suporta sem dor e danos a temperatura do chão que pode superar 60ºC facilmente. Eles ficam sem ar, entram em hipertermia e sofrem queimaduras. Seu cãozinho pode morrer num passeio em dia quente ou sofrer muito. Nunca o faça lhe acompanhar enquanto pedala. Mesmo que você não saiba, isso é uma crueldade em dias quentes. Nunca deixe um cão trancado num carro. Ele morrerá sufocado.
  • GATOS E AVES: Jamais os deixe expostos ao sol ou confinados em lugares fechados. Pode matá-los.
  • RÉPTEIS: Eles não têm controle de temperatura e podem morrer se expostos ao calor excessivo.

 

 

Os grupos de risco

 

Toda pessoa sofre com o calor. Porém, pessoas obesas (a gordura retém calor), mulheres (têm maior composição de gordura), crianças (o sistema de regulação da temperatura é imaturo), idosos (a regulação térmica se torna ineficiente), diabéticos, cardíacos e pacientes renais são mais sensíveis.

 

  • GESTANTES: São especialmente suscetíveis. Elas já dividem o sangue com o feto e, além disso, têm o sangue mais concentrado. Ficam mais vulneráveis à trombose.
  • HIPERTERMIA E INSOLAÇÃO: São terríveis e temidas, mas não são as principais formas de matar do calor. Em geral, explica Paulo Saldiva, o calor mata porque agrava condições preexistentes. Atletas e trabalhadores ao ar livre (garis, operários, camelôs, policiais etc.) estão sujeitos à hipertermia.
  • SINAL DE ALERTA: A cor da urina é um bom indicador da hidratação. Quanto mais escura, pior. Idosos e crianças, que têm naturalmente maior dificuldade de regulação térmica, precisam de especial atenção.
  • SEDE: Não é preciso sentir sede para estar desidratado. É preciso se hidratar sempre, mesmo sem sede.

 

 

Sinal de perigo

 

 

  • CARNAVAL: O bloco nem precisa ser grande para alguém passar mal num dia quente. O efeito da temperatura do ar piora devido à aglomeração - sim, existe calor humano - combinada à movimentação dos foliões, que faz suar, sobrecarrega o organismo. O corpo perde líquido no momento em que mais precisa. O resultado pode ir de desmaios ao agravamento de condições preexistentes, principalmente em quem tem problemas renais, hipertensão, doença cardíaca, diabetes e câncer. O risco de hipertermia é grande. Hidratação sem álcool é fundamental.
  • CERVEJA: Ela até começa a hidratar, mas à medida que se sua cada vez mais, vai sendo eliminada. A hidratação funciona por cerca de uma hora, até duas. Mas depois disso, a sobrecarga térmica e o efeito do álcool causam diurese osmótica que, em termos gerais, faz com que a pessoa perca mais líquido do que ingeriu. O resultado é passar mal.

O Globo sexta, 10 de fevereiro de 2023

CARIOCÃO: FLUMINENSE X VASCO - DINIZ E BARBIERI BUSCAM JOGO OFENSIVO POR CAMINHOS DIFERENTES

 

Por Bruno Marinho e Marcello Neves — Rio de Janeiro

 

Diniz fez grande ano com o Fluminense; Barbieri tenta brilhar com o Vasco
Diniz fez grande ano com o Fluminense; Barbieri tenta brilhar com o Vasco Montagem sobre fotos de Marcelo Gonçalves e Daniel Ramalho

Um dos momentos em que Fernando Diniz e Maurício Barbieri deram as costas à beleza do futebol foi quando se enfrentaram pelo Campeonato Paulista de 2016. O Audax do hoje técnico do Fluminense venceu o Red Bull Brasil do agora treinador do Vasco, mas o resultado ficou em segundo plano depois que os dois discutiram asperamente na saída do gramado, gerando uma grande confusão até os vestiários.

Fora esse episódio feio, os dois tentam olhar sempre para o que há de mais bonito no jogo — o futebol ofensivo, a busca constante pelo gol. Ainda que com estilos um pouco diferentes. E essa promessa de partida boa de se assistir é um dos principais atrativos do clássico de domingo, no Maracanã.

Talvez por terem esse aspecto em comum, os dois deixaram a briga para trás. Quando enfrentou o Red Bull Bragantino ano passado, pela última rodada do Brasileiro, Fernando Diniz fez questão de elogiar Barbieri, mesmo com o técnico já fora da equipe do interior paulista, demitido na rodada anterior:

— Conheço bem o pessoal aqui, está todo mundo de parabéns. Barbieri fez um trabalho de primeiro nível. Em determinado momento neste ano, o time não conseguiu vencer seus jogos, mas é um dos times com futebol mais estruturado no país.

Do tempo em que ambos eram técnicos de times do interior paulista até os jogos pelo Brasileirão, foram seis partidas, com três vitórias de Diniz, dois empates e um triunfo de Barbieri.

Ano passado, o técnico do Fluminense levou a melhor, mas, em janeiro de 2021, o cenário foi o contrário. Os treinadores se enfrentaram pela Série A e o Red Bull Bragantino conseguiu vitória incontestável sobre o São Paulo de Fernando Diniz: 4 a 2, fora o domínio com a bola rolando.

Intensidade é ponto chave

Eles vivem momentos diferentes na carreira. Diniz está consolidado na primeira prateleira depois de 2022, e já chegou a ser cogitado na seleção brasileira. Barbieri fez grande trabalho no Bragantino, mas ainda precisa de bons resultados à frente de um clube grande — a oportunidade de assumir o Vasco já no contexto de SAF pode ser o que falta. 

O primeiro privilegia mais a posse de bola, a troca de passes. O outro procura mais verticalização rumo ao gol. Tanto que nos quatro jogos em que se enfrentaram pelo Brasileiro, independentemente do resultado, as equipes de Diniz sempre tiveram mais tempo com a bola.

O que há de comum é o jogo com intensidade no campo de ataque. E a falta disso neste começo de temporada tem incomodado Fernando Diniz no Fluminense.

Nas vitórias que teve sobre Maurício Barbieri, a palavra intensidade esteve presente na maioria de suas análises. Este ano, o treinador admitiu que muitos atletas ainda estão longe do físico ideal. O planejamento da comissão técnica é que o ritmo só seja atingido nas semifinais do Carioca e próximo do início da Libertadores. O problema é que, com clássicos pelo caminho, há a chance de cobrar caro. Como foi diante do Botafogo.

Já o Vasco vê esse aspecto, de intensidade, crescer a cada partida. Nas vitórias sobre Resende e Nova Iguaçu, houve momentos em que o time conseguiu impor grande volume de jogo. Falta ao time da Colina o entrosamento que o Fluminense já possui e isso foge do controle do treinador vascaíno. Será preciso paciência para que o conjunto se fortaleça. O clássico contra um dos melhores times do Brasil em 2022 será uma ótima chance para medir o nível atingido neste início de trabalho.


O Globo quinta, 09 de fevereiro de 2023

MUNDIAL DE CLUBES: REAL MADRID VENCEU AL AHLY POR 4 A 1 E VAI DECIDIR O TÍTULO CONTRA O AL HILAL, NO SÁBADO

Por AFP — Rio de Janeiro

 

Vini Jr. durante vitória do Real Madrid no Mundial de Clubes
Vini Jr. durante vitória do Real Madrid no Mundial de Clubes Fadel Senna/AFP
 

O técnico do Real Madrid, Carlo Ancelotti, disse nesta quarta-feira que Karim Benzema e Éder Militão, que haviam ficado na capital espanhola para se recuperarem de suas lesões, vão se juntar ao elenco nesta quinta-feira para a disputa do Mundial de Clubes, com vistas para a final de sábado, contra o Al Hilal. Os merengues venceram o Al Ahly por 4 a 1, em Rabat, pela semifinal do torneio.

— Não estão plenamente recuperado, mas Karim está bastante bem, Militão com mais dúvidas. Vão treinar na sexta-feira na véspera da partida e tomaremos as decisões. Também voltarão (Dani) Carvajal que estava com febre e (Marco) Asensio que tinha uma sobrecarga — disse Ancelotti.

O campeão europeu venceu com gols dos brasileiros Vinícius Junior, Rodrygo, Valverde e Sergio Arribas, enquanto o Al Ahly diminuiu com um pênalti cobrado pelo tunisiano Ali Maaloul. 

— O Vinícius gosta de jogar futebol, onde quer que esteja. Fez um jogo muito completo, fez um gol fantástico, sempre foi perigoso, foi o Vinícius que você vê muitas vezes — disse ao ser perguntado sobre o brasileiro, que foi o centro das atenções devido a controvérsias na Espanha nas últimas semanas.

 

Triunfo contra egípcios

 

Ancelotti se mostrou descontente com o fato de seu time ter perdido o controle da partida quando vencia por 2 a 0, afirmando que "é um jogo em que há muito a perder e pouco a ganhar". No estádio Príncipe Moulay Abdallah, a maioria dos torcedores torceu pelo time branco.

— O ambiente tem sido bom para o Real Madrid, quero agradecer aos torcedores, também foi um bom jogo, o adversário jogou bem, tentaram de tudo — disse o treinador, antes de tratar sobre o Al Hilal. — Temos de respeitá-lo, tem qualidades individuais e um bom coletivo, eles vão estar empolgados por jogar a final, mas nós também.


O Globo quarta, 08 de fevereiro de 2023

BEM-ESTAR: OS 3 MELHORES EXERCÍCIOS PARA TONIFICAR OS BRAÇOS DEPOIS DOS 50 ANOS

 

Por Victoria Vera Ziccardi, La Nacion

 

Flexões estão entre as opções práticas de exercícios, sem equipamento envolvido
Flexões estão entre as opções práticas de exercícios, sem equipamento envolvido Freepik

Aos 49 anos, a rainha Letizia da Espanha tornou-se uma referência fitness depois de usar roupas que revelam seus braços tonificados. A verdade é que treinar essa parte do corpo ao entrar na casa dos 50 anos se torna um desafio e, ao mesmo tempo, uma obsessão estética.

Os braços se tornaram o novo desafio tanto para mulheres quanto para homens. Se eles ainda não são definidos, é melhor começar o quanto antes, pois a deterioração é maior com o passar do tempo sem treinar.

A especialista aponta que existem locais do corpo onde se acumula mais tecido adiposo do que em outros. Nas mulheres isso acontece nos quadris e tríceps, enquanto que nos homens é no abdômen.

— A questão é que nos homens a gordura intra-abdominal pode se tornar perigosa se for muito excessiva, por outro lado, nas mulheres a questão dos braços é algo puramente estético — esclarece.

 

Como tonificar os braços?

 

Para a profissional existem dois elementos essenciais a se levar em conta quando se pensa em treinar os braços: a gordura localizada e a forma correta de tonificar os músculos.

— Aquela frase que diz que quanto mais tonificados os músculos, mais a gordura diminui é um mito. Se fizer muito exercício de braço vai tonificar mas não diminuir — explica Hintze.

Da mesma forma, a médica diz que para perder gordura o que você tem que fazer um balanço energético negativo, ou seja, consumir menos calorias do que você gasta diariamente.

— O receio de ficar com os braços do Hulk é outro mito que existe com o treino. Um braço de algumas pessoas só fica gigante a esse ponto porque elas complementam o treinamento com outras coisas como proteínas especiais, anabolizantes ou simplesmente são pessoas que se dedicam ao fisiculturismo. Entre as pessoas comuns, quando o braço incha após o treino, é porque há uma maior concentração do sangue na região após exercitá-la — afirma Francisco Piperatta, um treinador conhecido como Oso Trainner.

Em relação a exercícios específicos de braços para fazer na academia ou em casa, Piperatta sugere os três a seguir:

 

1) Flexões

 

Saiba como fazer duas modalidades de flexões — Foto: Editoria de Arte

Saiba como fazer duas modalidades de flexões — Foto: Editoria de Arte

Estas podem ser feitas com o seu próprio peso e sem a necessidade de elementos externos. Tem duas posições: com os braços abertos para fora como um "sapo" para trabalhar o esterno e o peito; ou faça estilo fechado, onde a linha dos ombros segue os braços e trabalha tríceps e peito.

 

2) Paralelo

 

Conheça duas versões do exercício para os tríceps — Foto: Editoria de Arte

Conheça duas versões do exercício para os tríceps — Foto: Editoria de Arte

Este exercício trabalha tríceps e bíceps e pode ser praticado em academia ou em casa. Neste último caso, a elevação é feita colocando os pés em cima de uma cadeira e os braços, voltados para trás, em outra cadeira, então a pessoa fica "sentada" no ar e se inclina para baixo e faz força para subir, em forma de "L".

 

3) Rosca de bíceps

 

Para fazer rosca bíceps e elevação de ombro você vai precisar de um elástico — Foto: Editoria de Arte

Para fazer rosca bíceps e elevação de ombro você vai precisar de um elástico — Foto: Editoria de Arte

Como o próprio nome indica, apenas o bíceps é trabalhado, mas de forma concentrada. É um exercício muito prático e eficaz, grandes resultados são alcançados se feito corretamente. O exercício é feito com elásticos longos.

— Você pisa nele com os dois pés e braços junto ao corpo e os alonga de baixo para cima, chegando até o ombro — detalha o treinador.

Segundo Piperatta, é bom treinar sem o auxílio de máquinas porque isso ajuda a fibra a trabalhar melhor e o sangue a dilatar mais.

— Quando você não usa pesos, tira o máximo proveito do seu próprio corpo — salienta.

Ele acrescenta que esportes como a natação, o tênis ou o ciclismo são excelentes para alternar com o treino de braços porque oxigenam o sangue e melhoram a resistência.


O Globo terça, 07 de fevereiro de 2023

CAMPEONATO CARIOCA: CANO, PEDRO RAUL E TIQUINHO DESENCANTAM

 

 

Cano, Pedro Raul e Tiquinho desencantam e renovam esperanças de Fluminense, Vasco e Botafogo
Cano, Pedro Raul e Tiquinho desencantam e renovam esperanças de Fluminense, Vasco e Botafogo Editoria de Arte

Ao marcar três vezes diante do Audax, domingo, no Maracanã, Germán Cano tirou um peso das costas e trouxe esperança para o Fluminense. Além de ter interrompido uma sequência de duas derrotas seguidas, o tricolor viu seu artilheiro reencontrando o caminho das redes após viver o maior jejum de gols com com a camisa do clube. Mas não foi apenas a equipe das Laranjeiras que viveu esta situação em 2023. Três dos quatro grandes do Rio também viram as secas de seus artilheiros — além de Cano, Pedro Raul (Vasco) e Tiquinho Soares (Botafogo) chegarem ao fim nos últimos jogos do Estadual, o que pode representar um futuro melhor na competição e no restante da temporada.

Cano precisou de cinco jogos para anotar seus primeiros gols no ano. Ele abriu a “porteira” com atuação de gala: foram logo três contra o Audax. O jejum ficou para trás e ele alcança números melhores do que o início de 2022. No ano passado, quando marcou 44 gols, o argentino precisou de 481 minutos para balançar as redes três vezes. Nesta temporada, atingiu a marca em 435 minutos.

— Sabia que em algum momento eu ia marcar gol. Não tenho problema com isso. Confio nas minhas condições — disse Cano.

O argentino não é fundamental apenas para o Fluminense marcar gols, mas para a construção das jogadas, ao lado de Jhon Arias e Paulo Henrique Ganso, principalmente. Se está mal, é uma engrenagem do esquema do técnico Fernando Diniz que não funciona. Bem marcado, pouco conseguiu construir nas rodadas inciais, o que coincide com as atuações ruins da equipe. Em seu melhor jogo, ajudou o Fluminense a conseguir uma vitória convincente.

O domingo também foi de gols e alívio para Tiquinho Soares. O centroavante alvinegro ficou quatro jogos sem marcar até desencantar contra o Boavista, marcando duas vezes na goleada de 4 a 0, em Brasília.

Tiquinho também foi importante para o alvinegro em 2022, na arrancada que fez o clube sonhar com uma vaga na Libertadores. Não falta crédito com a arquibancada para um dos nomes de confiança do técnico Luís Castro.

Pedro Raul havia sofrido com a seca de gols, mas se livrou do jejum um pouco antes, marcando duas vezes na quinta-feira, quando o Vasco goleou o Resende.

Principal reforço da 777 Partners, grupo que adquiriu o controle da SAF do Vasco, o centroavante se tornou uma das contratações mais caras da história do cruz-maltino. Ele foi adquirido por 2 milhões de dólares (cerca de R$ 10,5 milhões), pagos à vista ao Kashiwa Reysol. E nos primeiros jogos, incluindo os amistosos de pré-temporada nos Estados Unidos, passou em branco — com direito a um pênalti perdido no caminho, na derrota diante do Volta Redonda. As pazes com a torcida foram feitas nos 5 a 0 sobre o Resende, em São Januário.

 


O Globo segunda, 06 de fevereiro de 2023

GRAMMY: COM QUATRO TROFÉUS, BEYONCÉ DOMINA A FESTA DE PREMIAÇÃO EM 2023

 

 

Beyoncé no Grammy 2023
Beyoncé no Grammy 2023 VALERIE MACON / AFP

Não bastou para a Beyoncé bater no domingo o recorde de 32 Grammys, tornando-se a artista mais premiada da história da Academia de Gravação (ela desbancou o maestro Georg Solti, que recebeu 31 gramofones ao longo da carreira).

A cantora americana também foi a grande vencedora desta edição, com quatro gramofones dourados: os de melhor performance de r&b tradicional (por “Plastic off the sofá”), melhor música de r&b (“Cuff it”), melhor gravação de dance music eletrônica (“Break my soul”) e melhor disco de dance music eletrônica (“Renaissance”).

 

No entanto, a premiação principal foi para o inglês Harry Styles, que levou o Grammy de álbum do ano por "Harry's house". Ele iniciou a noite ganhando o prêmio de melhor álbum de pop vocal pelo mesmo disco. A brasileira Anitta, que concorria a artista revelação, perdeu o Grammy para a jovem cantora americana de jazz Samara Joy.

“Estou tentando não ser muito emotiva, estou tentando apenas receber esta noite”, disse Beyoncé, bastante emocionada, ao receber seu Grammy de número 32, por melhor álbum dance music eletrônica.

“Quero agradecer a Deus por me proteger. Obrigada, Deus. Gostaria de agradecer ao meu tio Johnny, que não está aqui, mas está aqui em espírito", continuou ela. "Gostaria de agradecer meus pais: meu pai, minha mãe, por me amarem e me incentivarem. Gostaria de agradecer ao meu lindo marido e as minhas três lindas crianças que estão em casa assistindo. Gostaria de agradecer à comunidade queer por seu amor e por inventar esse gênero”.

Kendrick Lamar recebe de Cardi B o Grammy de melhor álbum de rap — Foto: Getty Images/AFP

Kendrick Lamar recebe de Cardi B o Grammy de melhor álbum de rap — Foto: Getty Images/AFP

O Brasil marcou presença na premiação preliminar do Grammy com uma estatueta de melhor disco de pop latino para “Pasieros”, álbum do cantor panamenho Rubén Blades com o grupo carioca Boca Livre gravado em 2011 mas só lançado ano passado.

A cantora carioca Flora Purim, de 80 anos, que concorria ao prêmio de melhor álbum de jazz latino por “If you will” (disco que planejava ser o último de sua carreira) foi derrotada por “Fandango at The Wall In New York”, de Arturo O'Farrill & The Afro Latin Jazz Orchestra com The Congra Patria Son Jarocho Collective.

A noite começou com festa latina caliente comandada pelo astro do reggaeton Bad Bunny, que levou o prêmio de melhor disco de música urbana por "Un verano sin ti" - primeiro trabalho em espanhol a concorrer a álbum do ano.

Sua apresentação foi seguida pela da cantora country Brandi Carlile, que pouco antes vencera dois Grammys preliminares justamente por melhor performance de rock e melhor canção por “Broken horses”.

Os cantores Smokey Robinson e Stevie Wonder em homenagem à Motown no Grammy — Foto: Valerie Macon/AFP

Os cantores Smokey Robinson e Stevie Wonder em homenagem à Motown no Grammy — Foto: Valerie Macon/AFP

E o palco pegou fogo logo depois com as participações de Stevie Wonder e de Smokey Robinson em uma homenagem à Motown, cantando clássicos como “Tears of a clown” e “Higher ground”, com a guitarra envenenada e os vocais do astro country Chris Stapleton.

No meio da festa, o prêmio Dr Dre de impacto global dado... a ao DJ e produtor Dr Dre foi a senha para o início de um grande espetáculo em homenagem aos 50 anos do rap.

Participaram nomes históricos como LL Cool J, Salt-N-Pepa, Public Enemy, Rakim, De La Soul, Scarface, Ice-T, Queen Latifah, Method Man, Big Boi, Busta Rhymes, Missy Elliott, Nelly e Too $hort, além de artistas de gerações mais novas como Lil Wayne e Glorilla.

Boas surpresas foram as vitórias dos veteranos Bonnie Raitt (73 anos, que levou o prêmio de música do ano, pela tocante “Just like that”) e Willie Nelson (89 anos, melhor álbum de country por “Live forever”). Ganhadora do Grammy de gravação do ano por “About damn time”, a cantora Lizzo explodiu de felicidade, aproveitando o discurso para dedicar o prêmio a Prince e derramar-se por Beyoncé.

 


O Globo domingo, 05 de fevereiro de 2023

CARNAVALESCO EDSON PEREIRA: *COMO SE ESTIVESSE RETRIBUINDO TUDO O QUE O CARNAVAL FEZ POR MIM*

 

Por Rafael Galdo — Rio de Janeiro

 

Edson no barracão do Salgueiro: trajetória no carnaval iniciada em meados dos anos 1990
Edson no barracão do Salgueiro: trajetória no carnaval iniciada em meados dos anos 1990 Hermes de Paula

Em “Delírios de um paraíso vermelho”, enredo do Salgueiro deste ano, o carnavalesco Edson Pereira percebeu seu inconsciente ganhando forma de alegoria e fantasia. O desfile vai propor a folia como um éden da liberdade de expressão, de um basta aos preconceitos e à miséria, onde não é pecado ser feliz. Sem que ele premeditasse, criou um lugar onírico que, na versão da vida real, o acolheu ainda adolescente, quando foi morador de rua. Posto para fora de casa aos 13 anos por pais que não entendiam sua personalidade artística, o garoto de Bangu, na Zona Oeste do Rio, pediu emprego no barracão da União da Ilha do Governador. Como ele mesmo afirma, virou um “filho do carnaval”.

 

Eram meados dos anos 1990, e a primeira oportunidade veio como pintor da arte, na equipe do carnavalesco Chico Spinoza. Trabalhava para, à noite, voltar à sarjeta. Até que o porteiro da escola — Wilson, de quem ele não esquece o nome — se deu conta de que o novato não tinha para onde ir após o expediente. Ofereceu que Edson dormisse escondido no barracão. Eram mãos estendidas para que o jovem construísse seu caminho, ganhasse independência, virasse figurinista, com diploma na Universidade de Iowa, nos Estados Unidos, e se transformasse no carnavalesco reconhecido pela suntuosidade na Sapucaí.

 

— Eu era invisível para a sociedade. E me tornei visível. Sinto como se estivesse retribuindo tudo o que o carnaval fez por mim — diz Edson, hoje com 45 anos.

Ele conta que foi somente em sessões de terapia que atentou para o fato de estar tratando um pouco de si no enredo de sua estreia no Salgueiro. As fantasias de duas alas, diz Edson, evidenciam mais essa identificação: as dos miseráveis e as do moleques de rua — temática que, pela primeira vez, ele vai abordar em seus desfiles.

Os encontros de suas experiências com os paraísos da vermelho e branco, no entanto, vão além. Para este ano, a inspiração nos enredos mais devaneadores de Joãosinho Trinta também estabelece esse diálogo: Edson trabalhou como figurinista do lendário carnavalesco em três carnavais da Unidos do Viradouro, entre eles o campeonato da agremiação em 1997. A mesma função exerceu com Milton Cunha, cuja tese “Paraísos e infernos na poética do enredo escrito de Joãosinho Trinta” esteve na base do desenvolvimento do espetáculo salgueirense que será visto daqui a duas semanas na Sapucaí.

Criatividade é luxo

Remonta ainda ao passado de Edson a opção por um carnaval mais sustentável em termos de materiais que vão parecer luxo na Avenida. Vai ter muito uso de produtos alternativos para “tirar da cabeça o que não se tem no bolso”. Serão quatro alas produzidas com cinco mil metros de sacos de lixo, decorados com lantejoulas, pintura de arte, placas de acetato reaproveitadas e restos de tecidos de carnavais anteriores.

Já no acervo do Salgueiro foram encontradas boias náuticas do campeonato da escola de 1993, com “Peguei um Ita no Norte”, do famoso samba “Explode coração”. Elas vão voltar ao Sambódromo este ano, como adereços na alegoria da Barca de Caronte. Na mitologia, explica Edson, a embarcação levava ao submundo os recém-mortos condenados pela sociedade, por exemplo, por se prostituirem ou serem homossexuais. Em seu desfile, os foliões na barca serão todos “descondenados”.

O “pecado original”, por exemplo, estará no abre-alas. Nele, Adão e Eva serão negros — historicamente, a causa contra o racismo é uma das mais caras ao Salgueiro —, representados pelo coreógrafo Carlinhos Salgueiro e pela musa Dandara Mariana. Nos bastidores, conta Edson, a escolha de Carlinhos para o personagem chegou a uma controvérsia que vai justamente no caminho contrário do que reivindica o enredo. Episódio, no entanto, que reforçaria a necessidade de se bater na tecla de questões sociais no carnaval.

— Chegaram a me dizer coisas como: ‘Vai botar o Carlinhos ali? Mas o Carlinhos é tão gay para ser o Adão’ — relata, com indignação, o artista.

Crimes homofóbicos, por sinal, estarão em pauta em outra alegoria do desfile, em que vão ser abordados vários tipos de violência, como a crescente onda de feminicídios.

— Não queria transformar o desfile numa coisa política. No entanto, o carnaval em si é uma manifestação política, mas não a suja — destaca Edson, exaltando o poder da celebração da Sapucaí no debate de temas que borbulham no dia a dia.

Nessa festa, além de pintor de arte e figurinista, o artista trabalhou na escultura, na carpintaria e na ferragem. Sua primeira chance como carnavalesco foi na Unidos de Padre Miguel, para o desfile de 2006, quando a escola ainda estava na quarta divisão da folia carioca. Entre idas e vindas, na última década ele assinou apresentações marcantes na vermelho e branco da Zona Oeste do Rio, muitas vezes apontadas pela crítica como carnavais de porte de Grupo Especial na Série Ouro, o atual grupo de acesso da Sapucaí. Neste ano de 2023, ele se divide entre o Salgueiro e a Padre Miguel, onde terá o enredo “Baião de Mouros”. Na Série Ouro, o artista foi ainda campeão pela Viradouro, em 2018.

Nessa trajetória, a grandiosidade das alegorias foi uma de suas principais marcas. Em 2019, seu abre-alas na Vila impressionou com 60 metros de comprimento. Em 2020, ele aumentou a aposta na abertura da azul e branco: eram três carros acoplados, totalizando 90 metros.


O Globo sábado, 04 de fevereiro de 2023

FUTEBOL: VINI JR. RESCINDE CONTRATO COM A NIKE E JOGA DE CHUTEIRA TODA PRETA

 

 

Vini Jr de chuteira preta antes da partida
Vini Jr de chuteira preta antes da partida AFP

Vinicius Júnior rescindiu com a Nike. O atacante do Real Madrid e da seleção brasileira entrou em campo contra o Valênica de chuteiras pretas, sem a marca, nesta quinta-feira. A informação foi trazida pela ESPN.

O vínculo de Vinicius Junior com a Nike iria até 2028. A alegação do atacante foi de um tratamento injusto. Por exemplo, o fato de usar a chuteira mercurial da coleção antiga. O atacante também não participou de alguns eventos da empresa.

A ação foi movida antes da Copa do Mundo. No primeiro semestre de 2022, Vini Jr. já estava jogando a reta final da Liga dos Campeões com a chuteira antiga. A reportagem será atualizada mediante ao posicionamento da Nike. A equipe de Vinicius Júnior não quis se manifestar.

Uma das principais armas do Brasil na Copa do Mundo, Vinicius Junior está em alta no mercado publicitário. O jovem chegou recentemente a 12 patrocínios pessoais e foi um dos atletas da seleção brasileira com mais campanhas do Mundial do Catar.

O contrato mais recente foi assinado com o Zé Delivery, que se juntou com outras 10 marcas que já apoiavam Vinicius: Nike, EA Sports, Vivo, Casas Bahia, BetNacional, OneFootball, JetEngage, Golden Concept e Royaltiz e Pepsi.


O Globo sexta, 03 de fevereiro de 2023

CARNAVAL: LEXA ABRE TEMPORADA DE MEGABLOCOS DO CARNAVAL CARIOCA - VEJA A PROGRAMAÇÃO

 

Por Carolina Callegari — Rio de Janeiro

 

Bloco da Lexa no Carnaval 2020 em São Paulo reuniu 500 mil pessoas

  
Bloco da Lexa no Carnaval 2020 em São Paulo reuniu 500 mil pessoas Rafael Cusato/Arquivo

Ainda faltam duas semanas para o carnaval — ao menos oficialmente — mas já tem bloco na rua, e não é de hoje. E nesse fim de semana não vai ser diferente. Apenas no calendário oficial da Riotur, mais de 40 cortejos vão animar todas as regiões da cidade. O grande destaque é o Bloco da Lexa, que estreia na folia carioca e, segundo estimativa da pasta, pode reunir 500 mil pessoas. Ele será o responsável por abrir a temporada dos megablocos, que teve alterações no calendário na última quarta-feira.

Lexa é quem abre o domingo, às 7h, no Centro do Rio, com concentração na Rua Primeiro de Março antes de percorrer a Avenida Presidente Vargas. Sucesso em São Paulo, onde reuniu 500 mil pessoas em 2020, o bloco chega à cidade carioca este ano, com hits antigos e novos da cantora, além de convidados especiais. O planejamento inicial era que Carrossel de Emoções abrisse a programação dos oito megablocos no sábado, mas, na última quarta-feira, a assessoria de Preta Gil anunciou o cancelamento do bloco da cantora, que estava programado para passar pelo Centro no dia 12. A data foi ocupada pelo Carrossel.

Nos próximos dois dias tem programação para todos os gostos e tipos, com blocos parados, temáticos, tradicionais e LGBTQIAP+. A promessa é que todo mundo se reúna — mesmo! Na Tijuca, na Zona Norte, o cortejo dogfriendly do blocão marca território mais uma vez. O tédio será combatido pelos super-heróis do Desliga da Justiça, no Centro. E a animação entra em pauta na passagem do Imprensa que eu Gamo, em Laranjeiras, na Zona Sul.

Quem não quiser deixar de ver a banda passar precisa ter atenção porque tem mudanças. Um dos que está com novo endereço é o Calma Amor, em Irajá, um dos destaques da Zona Norte do Rio.

E que tal curtir o desfile com vista para o mar? A Praia da Barra recebe o Carnaeco no sábado; os Amigos da Barra, que pode somar 20 mil foliões, se reúnem no domingo.

Na programação ainda há espaço para ensaio, como o das Carmelitas, que descem as ladeiras de Santa Teresa para ocupar a Praça Tiradentes, no Centro. Aos que preferem eventos em lugar fechado, há encontros em bar e até exibição de minidocumentário. Confira a programação:

 

Sexta-feria, dia 3

 

Festival CasaBloco

 

  • Hora: das 20h às 4h
  • Onde: CCBB (Rua Primeiro de Março, 66), Centro
  • O festival oferece, em seu primeiro dia, oficina de Make para carnaval (10h), Brincos Carnavalescos (14h) e Customização de Camisetas e Jeans (16h). Já a mostra de cinema e palestras terá , na sessão 1, “Pele de Pássaro” e “20 anos de suvaco” (16h); Palestra “Do folclore ao metaverso – o processo criativo no carnaval” com Milton Cunha e Leonardo Bruno (17h); e, na sessão 2, “Fantasias” e “Coração do Samba" (18h).

 

Carnaval de Bolso

 

  • Hora: a partir das 19h
  • Onde: Botequim Restaurante (Rua Visconde de Caravelas, 22), Botafogo, Zona Sul
  • O show tem um repertório de marchinhas e sambas carnavalescos comandado pelo quarteto Pedro Paulo Malta (voz), Henrique Cazes (cavaquinho), Luís Filipe de Lima (violão de sete cordas) e Beto Cazes (percussão). Eles integraram o elenco do premiado musical “Sassaricando – e o Rio inventou a marchinha”, que, com direção musical de Luís Filipe de Lima, ficou em cartaz por mais de uma década e cumpriu turnês nacionais e internacionais. Reservas pelo WhatsApp (21) 99166-1134. Couvert artístico R$ 40.

 

Sábado, dia 4

 

Banda da Rua do Mercado

 

  • Hora: concentração às 14h; início às 16h
  • Onde: Rua do Mercado, 23, Centro, Região Central
  • A banda foi fundada em 1998 para homenagear os trabalhadores do Centro do Rio e, desde o início, estiveram presentes profissionais de diferentes profissões, como jornalistas, operadores do mercado financeiro, comerciantes, profissionais liberais e estudantes.

 

Blocão da Tijuca

 

  • Hora: concentração às 9h; início às 10h
  • Onde: Praça Saenz Peña, Tijuca, Zona Norte
  • Surgiu em 2014 a partir de uma vontade de promover um "carnaval animal". Totalmente dogfriendly, o bloco é uma alternativa para quem gosta de levar o bichinho em todos os passeios de família.

 

Bloco da Praia

 

  • Hora: concentração às 18h; início às 20h
  • Onde: Rua Barros de Alarcão, 464, Pedra de Guaratiba, Zona Oeste
  • O encontro reúne principalmente os moradores do entorno.

 

Calma amor

 

  • Hora: concentração às 16h; início às 20h
  • Onde: Aenida. Monsenhor Félix (Rua dos Bancos), Irajá, Zona Norte
  • Um dos grupos de destaque da Zona Norte, agora tem novo endereço no Centro de Irajá.

 

Carnaeco

 

  • Hora: concentração às 13h; início às 14h
  • Onde: Av. Lucio Costa 3.360 (Posto 5), Barra da Tijuca, Zona Oeste
  • Fundado em 2013, volta às ruas da Barra após três anos sem desfilar.

 

Carnavraaau

 

  • Hora: concentração às 16h; início às 17h
  • Onde: Rua Ladeira do Livramento, 51, Saúde, Região Central
  • O bloco leva seu batuque para o berço do samba na cidade do Rio, o bairro da Saúde, na Zona Portuária.

 

Cordão do Prata Preta

 

  • Hora: concentração às 17h; início às 17h
  • Onde: Praça da Harmonia, Gamboa, Região Central
  • O cortejo foi fundado em 2004 para reviver o carnaval de rua da Zona Portuária do Rio, ao ficar concentrado na Praça da Harmonia, na Gamboa.

 

Desliga da Justiça

 

  • Hora: concentração às 8h; início às 10h
  • Onde: Praça Tiradentes, Centro, Região Central
  • Heróis, heroínas, vilões e personagens do cortejo vão combater o tédio com super-poderes da folia em novo endereço para esse carnaval, no Centro da cidade.

 

Fala meu louro

 

  • Hora: concentração às 15h; início às 17h
  • Onde: Rua Waldemar Dutra, 19, Santo Cristo, Região Central
  • Seu início se deu por conta de uma brincadeira da Banda do Louro, composta por amigos que se reuniam com instrumentos e fantasias improvisadas durante o carnaval.

 

GB Bloco

 

  • Hora: concentração às 13h; início às 15h
  • Onde: Rua General Glicerio, 206, Laranjeiras, Zona Sul
  • Laranjeiras vai ficar verde e laranja com o bloco criado por um grupo de amigos para exaltar o carnaval do Rio. O desfile é um convite para as famílias, que sempre dão o tom da festa, que também foi inspirada na folia de Pernambuco.

 

Gordelícia

 

  • Hora: concentração às 13h; início às 17h
  • Onde: Rua Leopoldina, 3, Piedade, Zona Norte
  • A bateria Pegada Suburbana promete levar os foliões para um passeio pelo bairro, acompanhado por um trio elétrico.

 

H Romeu Pinto

 

  • Hora: concentração às 14h; início às 17h
  • Onde: Rua Carumbé, 326, Realengo, Zona Oeste
  • O bom humor dá o tom do desfile, que percorre as ruas de Realengo, na Zona Oeste da cidade, no bloco que já se tornou tradicional.

 

Imprensa que eu Gamo

 

  • Hora: concentração às 13h; início às 15h
  • Onde: Rua Gago Coutinho, 51, Laranjeiras, Zona Sul
  • Há 28 anos, o bloco formado por jornalistas desfila pelas ruas das Laranjeiras, da Gago Coutinho até o Mercadinho São José.

 

Já comi pior pagando

 

  • Hora: concentração às 16h; início às 16h
  • Onde: Rua Leite de Abreu, 10, Tijuca, Zona Norte
  • Com público de todas as idades, o bloco privilegia as marchinhas de diferentes épocas.

 

Lambabloco

 

  • Hora: concentração às 8h; início às 9h30
  • Onde: Praça dos Estivadores, Centro, Região Central
  • O bloco mata a saudade depois de dois anos longe da folia e promete não deixar os foliões parados trazendo de volta uma nostalgia e a agitação das aulas de lambaeróbica que foram febre nas academias.

 

Liga de Blocos e Bandas da Zona Portuária

 

  • Hora: concentração às 10h; início às 11h
  • Onde: Rua Ladeira do Livramento, 51,Centro, Região Central
  • A folia de rua é celebrada em um dos pontos mais tradicionais da cidade, na histórica Ladeira do Livramento, na Zona Portuária do Rio.

 

Minha Raiz

 

  • Hora: concentração às 8h; início às 9h
  • Onde: Rua Visconde de Intamarati, 42, Maracanã, Zona Norte
  • O tricolor das Laranjeiras vai ser homenageado no Maracanã, mas, no lugar de bola rolando, bloco na rua. O grupo foi criado por torcedores do Fluminense para exaltar a história do time.

 

Mistura de Santa

 

  • Hora: concentração às 17h; início às 18h
  • Onde: Mirante do Rato Molhado, Santa Teresa, Região Central
  • No sobe e desce das ladeiras de Santa Teresa, o bloco vai aparesentar o enredo “Tambores de Ogum, Mistura abre os caminhos”.

 

Panela Preta de Curicica

 

  • Hora: concentração às 16h; início às 17h
  • Onde: Rua João Bruno Lobo, 38, Curicica, Zona Oeste
  • Com influência de escolas de samba e nomes de destaque da música brasileira, como Arlindo Cruz, Zeca Pagodinho e Beth Carvalho, o desfile ganha as ruas de Curicica, na Zona Oeste do Rio, com uma programação para toda família.

 

Seu Kuka é eu do Grajaú

 

  • Hora: concentração às 16h; início às 18h
  • Onde: Praça Professor Francisco Daurea, Grajaú, Zona Norte
  • Como já é tradição, a Bateria Doidona tocará também composições criadas pelos integrantes do bloco, fundado em 2006.

 

Spanta Neném

 

  • Hora: concentração às 11h; início às 13h
  • Onde: Ciclovia da Lagoa (Av. Epitácio Pessoa), Lagoa, Zona Sul
  • A Lagoa Rodrigo de Freitas vai ficar mais uma vez colorida com a passagem do bloco. Na rua há 20 anos, foi criado para exaltar o carnaval carioca e a bela vista da lagoa. Com mistura de ritmos, o bloco virou até evento, se tornando um festival de música, para ter muitos mais dias de carnaval na cidade.

 

Vizinhos de Noel

 

  • Hora: concentração às 14h; início às 16h
  • Onde: Rua Felipe Camarão, 12, Vila Isabel, Zona Norte
  • Filho das ruas de Vila Isabel, o bloco comanda os corações dos foliões com a nostalgia trazida pelo bairro. Tudo isso, ao som do samba, característico dos bambas da região.

 

Vou treinar e volto já

 

  • Hora: concentração às 15h; início às 17h
  • Onde: Rua Martins Pena, Tijuca, Zona Norte
  • Criado pelo Sindicato dos Atletas de Futebol do Estado do Rio de Janeiro (SAFERJ), o bloco une os amantes dos esportes.

 

Bloco Barbas

 

  • Hora: às 16h
  • Onde: CCBB (Rua Primeiro de Março, 66, Centro)
  • Exibição do minidocumentário “Barbas: o bar que virou bloco”, sob a direção de Bruno Caetano. Faz parte da mostra de Filmes sobre Carnaval/Samba do Casa Bloco 2023.

 

Carmelitas

 

  • Hora: início às 18h; término às 22h
  • Onde: Casarão do Firmino (Rua da Relação, 19, Centro, Região Central)
  • O tradicional bloco desce as ladeira de Santa Teresa e ocupa a casa para um ensaio antes do desfile oficial.

 

Que Merda é Essa?

 

  • Hora: início às 18h; término às 22h
  • Onde: Bar Paz e Amor (Rua Garcia D`Ávila, 173, Ipanema, Zona Sul)
  • Ensaio do bloco que foi ganhando força no carnaval desde o seu primeiro desfile, em 1995. Bom humor e irreverência fazem parte da brincadeira.

 

Bloco Tá Pirando, Pirado, Pirou!

 

  • Hora: início às 14h; término às 18h
  • Onde: Rua do Lavradio, 20, Centro, Região Central
  • Comemoração dos 18 anos do bloco no Rio Scenarium e lançamento da camisa oficial

 

A Rocha da Gávea

 

  • Hora: a partir das 14h
  • Onde: Pedra do Sal (Rua Tia Ciata, Saúde)
  • O bloco sai da Gávea, na Zona Sul, para ocupar o bairro da Saúde em um ensaio aberto do bloco. Fundado por ex-alunos do curso de Geografia da PUC há 21 anos, virou um bloco de amigos com amigos dos amigos, com sambas-enredo e algumas músicas em ritmo de carnaval.

 

Bloco aí sim

 

  • Hora: a partir das 14h
  • Onde: Ponto de Cultura Escambo Cultural (Av. Albérico Diniz, 1657, Jardim Sulacap, Zona Oeste)
  • O bloco faz uma homenagem à banda de rock Forfun, mas em ritmo de caranval, claro.

 

O Bloco do Zeca

 

  • Hora: a partir das 15h
  • Onde: Praça do Samba, Glória, Zona Sul
  • O bloco criado em homenagem a Zeca Pagodinho faz um ensaio na Glória no dia do aniversário do artista. O grupo estreia neste carnaval.

 

Só Toca Bloco

 

  • Hora: a partir das 15h
  • Onde: Pedra do Leme, Leme, Zona Sul
  • O grupo faz seu ensaio aberto com vista privilegiada para o mar do Leme. Fundado pelo músico percussionista Fábio Florêncio em 2019 com o propósito de unir todas as tribos através da música.

 

NossoBloco

 

  • Hora: a partir das 15h
  • Onde: Rua do senado, 47, Centro, Região Central
  • Às 13h, começa a ser servida a feijoada e, em seguida, para gastar a energia, vem a festa do bloco no pré-carnaval.

 

Órfãos do Brizola

 

  • Hora: a partir das 16h
  • Onde: Rua do Teatro (ao lado do Teatro João Caetano), Centro, Região Central
  • O bloco faz seu primeiro ensaio no mês de fevereiro, levando a política e a crítica social para as ruas.

 

Noites do Norte

 

  • Hora: a partir das 17h
  • Onde: Quiosque Ginga, na Praia do Leme, Leme, Zona Sul
  • O grupo faz um ensaio aberto em homenagem a Yemanja, de frente pra praia.

 

Me chama de Carnaval

 

  • Hora: a partir das 23h
  • Onde: no Centro, local a definir
  • O primeiro encontro do evento vai reunir diferentes grupos para animar até o fim da madrugada de domingo. Vão se apresentar, Saymos do Egyto, Bunytos de Corpo, Carla Ferraz (Minha Luz é de Led), Gui Serrano (residente) e GRES Academicos da Rocinha. R$ 25 (segundo lote)

 

Festival CasaBloco

 

  • Hora: das 20h às 4h
  • Onde: Clube Monte Líbano (Av. Borges de Medeiros, 701), Lagoa, Zona Sul
  • A programação do dia é típica do carnaval, com o tema "Abre Alas: o baile". As atrações são: Filhos de Gandhi, Sambotica, Juliana Linhares, Baile da Orquestra Imperial com Fernanda Abreu e Gaby Amarantos, Bloco Quizomba e DJ Marcelinho da Lua. Ao mesmo tempo será realizada a feira “A RUA é nossa!”. Classificação: 18 anos. Ingresso: a partir de R$ 70 (meia entrada)

O Globo quinta, 02 de fevereiro de 2023

GLÓRIA MARIA SE ENCANTOU: JORNALISTA E APRESENTADORA MORRE AOS 73 ANOS

 

Por O Globo — Rio de Janeiro

 

Glória Maria (1949-2023)
Glória Maria (1949-2023) Divulgação / TV Globo

Morreu na manhã desta quinta-feira (2), aos 73 anos, a jornalista e apresentadora Glória Maria, em decorrência de um câncer no cérebro. Ela estava internada no hospital Copa Star, na zona Sul do Rio. Glória deixa duas filhas, Maria e Laura.

Em 2019, Gloria Maria foi diagnosticada com um câncer de pulmão. Depois, sofreu metástase para o cérebro e teve de passar por uma cirurgia. A apresentadora vinha fazendo tratamento com radioterapia e imunoterapia.

A jornalista estava afastada do "Globo Repórter" há mais de três meses, por conta do tratamento. O último programa apresentado por ela foi a edição do dia 5 de agosto de 2022. Ela trabalhava no "Globo Repórter" há 12 anos.

 

Precursora

 

Nascida em Vila Isabel, zona Norte do Rio, filha do alfaiate Cosme Braga da Silva e da dona de casa Edna Alves Matta, Glória Maria Matta da Silva se formou em jornalismo na Pontifícia Universidade Católica (PUC-Rio) e entrou na TV Globo como rádio-escuta na editoria Rio da emissora. Mais tarde, foi efetivada como repórter. Sua primeira entrada ao vivo foi em 1971, na cobertura do desabamento do Elevado Paulo de Frontin, no Rio de Janeiro. Ela também foi a primeira repórter a entrar ao vivo na primeira matéria a cores do "Jornal Nacional", em 1977.

 

Entrevistas icônicas e lugares exóticos

 

Mais tarde, ela virou âncora de programas como "RJTV", "Jornal Hoje", "Bom dia Rio" e "Fantástico". Este último, aliás, ela apresentou por um longo período, de 1998 a 2007, embora já fizesse parte da equipe desde 1986. No "Fantástico", Glória Maria entrevistou diversas personalidades como Michael Jackson, Harrison Ford, Nicole Kidman, Leonardo Di Caprio e Madonna.

Também ficou conhecida por matérias especiais em lugares exóticos, tendo visitado mais de 100 países, e participou de coberturas históricas como a guerra das Malvinas (1982), a invasão da embaixada brasileira do Peru por um grupo terrorista (1996), os Jogos Olímpicos de Atlanta (1996) e a Copa do Mundo na França (1998), entre outras.

Em 2007, ao lado do repórter cinematográfico Lúcio Rodrigues, ela bateu outra marca, realizando a primeira transmissão em HD da televisão brasileira. Foi uma reportagem para o "Fantástico" sobre a Festa do Pequi, fruta de cor amarela reverenciada pelos índios Kamaiurás, no Alto Xingu.


O Globo quarta, 01 de fevereiro de 2023

BEM-ESTAR: COMO FAÇO PARA PERDER 40 KG?

 

Por Marcio Atalla

 

A musculação pode ser utilizada como uma atividade terapêutica
A musculação pode ser utilizada como uma atividade terapêutica Unsplash
 

Recebi uma mensagem com a seguinte pergunta: “Tenho 121 kg, 1,79 de altura e sou sedentário. É possível perder 40 kg fazendo exercícios?”

Adorei essa pergunta, porque percebo que as pessoas associam a questão do emagrecimento com “ter fazer dieta”, cortar alimentos, passar fome, sofrer. Então eu respondo: sim, só é possível emagrecer fazendo exercícios, na verdade. Calma, pessoal!! Claro, que a alimentação tem um papel importante, mas não é mais importante que o exercício.

E vou explicar o porquê. Quando fazemos exercícios ativamos nosso corpo e aumentamos nosso gasto calórico, não apenas durante o momento da atividade física, mas também em repouso. Esse gasto em repouso, o chamado metabolismo basal, que é a quantidade de calorias que precisamos apenas para nos manter vivos, vai aumentando ao passo que nos tornamos fisicamente ativos e que vamos ganhando massa muscular. A massa magra consome 4 vezes mais energia que a massa gorda, logo, trocar gordura por músculos é um ótimo caminho para emagrecer. Os exercícios aeróbicos também são eficientes, sobretudo nesse primeiro momento. Eles promovem uma queima calórica mais imediata, diferentemente do gasto calórico que a musculação vai gerar, que acontece num prazo mais longo.

Do contrário, fazer dieta pode jogar nosso metabolismo pra baixo, porque reduzir o consumo de calorias é entendido pelo nosso corpo como privação, e ele passa a trabalhar mais lentamente para gastar menos, efeito exatamente contrário que o exercício físico promove. Por isso, fazer apenas dieta, na maior parte das vezes, não funciona. Além de que pode gerar compulsão, irritação, e até mesmo, transtornos alimentares. O importante é ter uma atenção na escolha dos alimentos, procurando se alimentar com comida de verdade (arroz, feijão, carnes, grãos, legumes, verduras, laticínios) e reduzir as quantidades em cerca de 10%. E sempre manter a regularidade no exercício físico.

 

Voltando à questão de ganhar músculos, não é fácil e nem rápido, e o exercício de força resistida é a melhor opção, como a musculação, por exemplo. O consumo de proteína adequado também vai fazer a diferença. Isso não significa que quanto mais proteína, melhor! Existe uma quantidade ótima de proteína que o corpo absorve e não acumula. A conta é simples: para cada 1kg de peso corporal, entre 1,2 a 1,6 gramas de proteína. Para uma pessoa que pesa 120 kg, por exemplo, será necessário consumir entre 150 e 190 gramas de proteína por dia. Mas atenção: essa quantidade deve ir reduzindo conforme for acontecendo a perda de peso e de gordura.

De volta à atividade física, o exercício melhora muitas funções do nosso corpo e os principais benefícios estão relacionados com a saúde mental e emocional. Melhora o estresse, ansiedade, humor, sono, autoestima, até mesmo raciocínio, foco e cognição. Parece que estou jogando palavras para fazer a “propaganda” do bem que o exercício físico faz, mas cada uma dessas palavras que estão nas linhas acima, foram cientificamente comprovadas com ganhos extremamente importantes, ainda mais significativos que a própria saúde física. Então, fazer algo que melhora todo o funcionamento do corpo e mente não seria melhor do que focar apenas em soluções que geram privação e limitação?

Mas emagrecer exige calma e determinação. Pense em quanto tempo você levou para ganhar os quilos que quer perder. Então tem que ser aos poucos para dar certo. Não adianta fazer 100 abdominais e levantar a camisa no espelho esperando ver a barriga “trincada”. E quando não achar essa imagem, ficar frustrado e querer desistir. Isso seria mágica. E mágicas não acontecem.

 Acho que uma dica valiosa para quem quer iniciar um processo de emagrecimento é deixar um pouco de lado o número: no caso, aqui, seriam quarenta quilos. Pense em mudar o estilo de vida aos poucos, um dia de cada vez, um quilo de cada vez. Escolha a atividade física que você vai conseguir dar regularidade. Pense melhor ao escolher os alimentos e a quantidade das próximas refeições. Tente dormir bem e pelo menos 7 horas por noite. O mais importante nesse processo é criar os novos hábitos que farão parte da sua vida.


O Globo terça, 31 de janeiro de 2023

ELTON JOHN: TURNÊ DE DESPEDIDA DO ASTRO BATE RECORDE DE MAIOR BILHETERIA DE TODOS OS TEMPOS

 

Por O Globo — Rio de Janeiro

 

Elton John
Elton John Agência O Globo

Elton John está se despedindo dos palcos em grande estilo. Batizada de "Farewell yellow brick road", a última turnê do astro bateu o recorde de maior bilheteria de todos os tempos. Foram arrecadados até agora mais de 664 milhões de libras — cerca de R$ 4,1 bilhões.

A turnê derradeira do músico britânico estreou em setembro de 2018, mas foi interrompida pela pandemia e retornou em janeiro do ano passado. Até aqui, foram 278 shows nos Estados Unidos, Europa e Oceania. Antes, a marca de maior bilheteria de uma turnê era de Ed Sheeran, que faturou 630,5 milhões de libras com "The divide tour". Sheeran, por sua vez, havia ultrapassado o U2, antigo dono do posto com "The 360° tour".

 Inicialmente, a "Farewell yellow brick road" previa cerca de 300 shows pelo mundo. Em 2018, numa coletiva em Nova York, Elton John anunciou que se aposentaria dos palcos definitivamente para cuidar dos filhos — ele é pai de Zachary (de 11 anos) e Elijah (de 9), frutos de seu casamento com o diretor de cinema canadense David Furnish.

À época do anúncio, Elton John afirmou que gostaria de continuar produzindo, compondo e gravando discos. "Não quero deixar a cena com um gemido, mas com uma grande explosão", prometeu o cantor. "Espero ser criativo até a morte."


O Globo segunda, 30 de janeiro de 2023

MC CABELINHO: RAPPER DO PAVÃO-PAVÃOZINHO DOMINA A INTERNET COM O ÁLBUM *LITTLE LOVE*

 

Por Silvio Essinger — Rio de Janeiro

 

O MC Cabelinho
O MC Cabelinho Guito Moreto

A maior inspiração artística, o MC Cabelinho não se contentou em tatuar apenas uma vez – ele tem nada menos que quatro representações da cantora inglesa Amy Winehouse (1983-2011) espalhadas pelo corpo. No antebraço esquerdo, há o rosto de uma Amy adulta e um outro da artista aos cinco anos de idade. Pouco abaixo da orelha esquerda, está escrito “Amy”. E do lado esquerdo do peito, salta aos olhos a imagem de uma Marge Winehouse – improvável fusão da trovadora dos corações dilacerados com a matriarca do desenho animado “Os Simpsons”.

— A Amy escreveu sobre tudo que ela viveu, tudo que ela falava nas músicas era real. Ela era muito autêntica, é a voz mais original que eu ouvi até hoje. Eu me identifiquei muito com a Amy, ela não tinha vergonha de falar do sentimento dela nas músicas. Acredito até que o “LITTLE LOVE” tenha influência dela — admite o carioca de 26 anos, fazendo referência ao disco que lançou no apagar das luzes de 2022, e que teve a melhor estreia de um álbum de rap na história do Spotify Brasil.

Sexta maior estreia geral de álbum na plataforma no país, com 5,4 milhões de streams, “LITTLE LOVE” ainda fez história no trap nacional ao emplacar 11 de suas 13 faixas no Top 50 Brasil do Spotify. Depois do sucesso com o álbum “LITTLE HAIR”, de 2021 (que teve os hits “Essência de cria” e “X1”), o MC Cabelinho não sossegou e acabou lançando o novo álbum exato um ano depois do anterior.

— Depois que terminei o “LITTLE HAIR”, percebi que eu estava escrevendo várias love songs. No meio do ano, eu já estava com oito músicas prontas, e até dezembro, quando resolvi lançar o disco, apareceram outras — conta ele. — Eu tinha terminado meu antigo relacionamento e depois disso fiquei com várias minas. Tava solteiro, enfim, e tive experiências que me fizeram escrever o “LITTLE LOVE”. Ele é um disco de amor pequeno, de amor de fim de noite, aquele amor que acaba rápido.

Educação sentimental

 

Espécie de “Back to black” (o clássico álbum de Amy Winehouse) versão Cabelinho, o disco fala, em suas músicas, de tudo um pouco: do sexo matinal (“é o bagulho depois das resenhas”, explica) e dos casos inconsequentes (“prazer te receber na minha casa / a foda certa com a pessoa errada”, canta o MC em “Sexy”) às fraquezas emocionais (“eu sou maluco, neurótico e possessivo”, confessa em “Valho nada”) e os cuidados a se tomar enquanto pessoa pública (“não vamos falar, postar aquilo que rola entre a gente / melhor viver, saber aproveitar tudo intensamente”, sugere ele em “Grifinória”):

—Eu me envolvia com várias pessoas nas festas e todo mundo tava com celular na mão. Não queria que ficasse saindo bagulho meu em site de fofoca, mas saiu algumas vezes. O tanto que eu podia me prevenir, eu me preveni.

Mas na última faixa do disco, “A minha cura”, a coisa muda de figura. “Quem diria que o Cabelinho uma hora ia falar de amor?”, canta ele na romântica canção – a única do disco inspirada pela atriz Bella Campos, a Muda de “Pantanal" e agora protagonista de "Vai na fé", com a qual namora há quatro meses.

 


O Globo domingo, 29 de janeiro de 2023

BEM-ESTAR: DOR NO NERVO CIÁTICO - OS 5 MELHORES EXERCÍCIOS PARA ALIVIAR O PROBLEMA

 

Por Melanie Shulman, La Nacion

 

Rotação da lombar pode ajudar a prevenir e aliviar a dor do nervo ciático.
Rotação da lombar pode ajudar a prevenir e aliviar a dor do nervo ciático. Pexels

A dor ciática não costuma passar. Ouvir alguém dizer que sofre desse desconforto tornou-se comum nos tempos atuais, situação que leva à perda de qualidade de vida e à limitação na realização de diversas atividades. É um mal intenso, produzido pela inflamação do nervo ciático, que se localiza desde a parte inferior da coluna, mais especificamente na região lombar, até os dedos dos pés.

Mas, quais são os motivos que desencadeiam essa patologia? Alejandra Hintze, médica do esporte e membro do conselho de administração da Associação Argentina de Médicos do Esporte, explica que é consequência de uma hérnia de disco, vértebra deslocada, tumor "ou qualquer coisa que comprima a raiz do nervo" .

Quando isso ocorre, mais de uma resposta pode ser gerada e seus sintomas incluem dor aguda que pode dificultar a postura ou o andar, dormência em uma das pernas e sensação de formigamento e queimação que desce por uma das pernas. A intensidade é relativa, varia de pessoa para pessoa.

— O nervo é formado por duas partes: A parte motora, que é central, e a parte sensitiva, que fica na periferia e atua como protetora. Então, uma alteração em qualquer uma dessas áreas vai gerar um desequilíbrio — detalha Hintze.

E embora em alguns casos esse quadro possa ser complicado ou mesmo ser o gatilho para diversos problemas colaterais, a verdade é que costuma ser algo temporário e pode durar alguns dias ou semanas. De acordo com Hintze, as pessoas mais predispostas a sofrer com isso são os idosos, pois seu sistema ósseo está enfraquecido, e os que estão acima do peso e sofrem alterações na coluna.

— A forma como o corpo utiliza o açúcar durante essa doença aumenta o risco de alterações nos nervos.

Mas uma notícia animadora é que existe uma série de orientações que podem ser realizadas, que atuam como prevenção.

— A inflamação do nervo ciático é evitada cuidando da postura, ao caminhar, sentar, até ao dormir — afirma Gaby Galvé, criadora do método "Bem-estar em movimento". 

E para proteger a região, ela recomenda a prática de atividade física, principalmente aquelas práticas nas quais é necessário desenvolver a consciência corporal “para estarmos mais atentos às nossas posturas nos movimentos diários”, acrescenta Galvé.

O fundamental é fazer questão de fortalecer o corpo, mais especificamente a região do core, ou seja, os músculos entre os ombros e a pelve, porque para evitar esse mal a chave é ter uma musculatura abdominal sólida para suportar o peso do corpo, comenta Hintze.

Portanto, esta área deve ser protegida previamente para evitar o desenvolvimento da dor no ciático. Para isso, Galvé recomenda estar atento aos movimentos do corpo e não carregar muito peso.

— Caminhe com a coluna reta e mantenha uma tensão abdominal mínima, durma com um travesseiro entre as pernas se dormir de lado ou sob os joelhos se dormir de costas, dobre as pernas ao lavar a louça se a pia for muito baixa e também para tirar o peso do chão — aconselha.

Como prevenir e aliviar a dor

 

Embora existam várias causas e ainda não exista uma fórmula mágica para prevenir a dor no nervo ciático, exercícios simples e dinâmicos podem ser usados ​​para cuidar dessa área do corpo e restaurar a vitalidade. A seguir, Galvé oferece cinco atividades para fazer três séries de dez repetições cada:

Exercício de pernas

 

  • Deite-se com o rosto para cima.
  • Estenda uma perna e dobre a outra em direção ao peito.
  • Repita com a perna oposta.
  • Mantenha a postura por 20 segundos.

 

Exercício alivia a dor do nervo ciático — Foto: Pexels

Exercício alivia a dor do nervo ciático — Foto: Pexels

Flexão do joelho

 

  • Deite-se de costas com os joelhos dobrados.
  • Coloque o tornozelo direito no joelho esquerdo.
  • Segure esse joelho com as duas mãos e tire o pé esquerdo do chão, aproximando as pernas do peito.
  • Repita o movimento com a perna oposta.
  • Mantenha a postura por 20 segundos.

 

Alongamento diminui a dor lombar — Foto: Freepik.com

Alongamento diminui a dor lombar — Foto: Freepik.com

Isquiotibiais (posterior de coxa)

 

  • Sente-se no chão com as costas retas e as pernas esticadas.
  • Incline-se suavemente para a frente até agarrar os pés.
  • No caso de não chegar, pode-se buscar auxílio em uma toalha, por exemplo, colocando-a na sola dos pés.
  • Mantenha a postura por 30 segundos.

 

Abrace os joelhos e mantenha-os próximo ao peito — Foto: Freepik.com

Abrace os joelhos e mantenha-os próximo ao peito — Foto: Freepik.com

 

Joelhos juntos perto do peito

 

  • Deite-se de costas com as pernas dobradas e os braços apoiados nos joelhos.
  • Mova suavemente para os lados.
  • Faça devagar.

 

Rotação lombar para aliviar dor de nervo ciático — Foto: Pexels

Rotação lombar para aliviar dor de nervo ciático — Foto: Pexels

Rotação de lombar

 

  • Sente-se no chão com os pés esticados à sua frente.
  • Dobre uma perna e cruze a outra sobre ela.
  • Gire o corpo ao contrário da perna dobrada.
  • Mantenha a posição por 10 segundos.
  • Repita os movimentos com a outra perna.

O Globo sábado, 28 de janeiro de 2023

SUPERCOPA DO BRASIL: PALMEIRAS X FLAMENGO - VENCEDOR LEVARÁ R$ 10 MILHÕES PARA CASA

 

Por Leonardo Nogueira — Rio de Janeiro

 

Taça da Supercopa do Brasil
Taça da Supercopa do Brasil Lucas Figueiredo/CBF

Com premiação mais alta da história do torneio, Flamengo e Palmeiras vão se enfrentar, neste sábado, pela Supercopa do Brasil e o vencedor vai levar R$ 10 milhões para casa. Já o vice, ficará com R$ 5 milhões. Os valores somam mais que o dobro de 2022, ano em que o Atlético Mineiro foi o campeão.

A premiação histórica conta também com o reconhecimento financeiro da Conmebol, que distribuirá 1 milhão de dólares (R$ 5 milhões na cotação atual) para compor o fundo que premia os clubes campeões das entidade filiadas.

 

A competição, que foi criada em 2019 com o objetivo de marcar de forma simbólica a abertura da temporada do futebol brasileiro, é disputada pelos campeões da Copa do Brasil e do Campeonato Brasileiro.

Em 2022, o Atlético Mineiro ganhou um valor em torno de R$ 5 milhões por vencer a competição nos pênaltis em cima do Flamengo, que ficou com o vice-campeonato, e levou R$ 2 milhões.

Além da bolada em dinheiro e como o maior simbolismo da competição, o campeão da Supercopa também fatura a tradicional taça em prata e 50 medalhas douradas para jogadores, comissão técnica e dirigentes. O segundo colocado levará apenas medalhas prateadas.

O Flamengo é o único clube que jogou todas as edições da Supercopa. Na primeira, ganhou do Athletico-PR; na segunda, derrotou o Palmeiras e, na última, foi vencido pelo Atlético-MG.


O Globo sexta, 27 de janeiro de 2023

FUTEBOL: PRESENÇA DE JOGADORES ESTRANGEIROS QUALIFICA O FUTEBOL BRASILEIRO

 

Por Martin Fernandez

 

O uruguaio Luis Suárez comemora gol pelo Grêmio
O uruguaio Luis Suárez comemora gol pelo Grêmio LUCAS UEBEL/GREMIO FBPA
 

Chegou a hora de a CBF rever um ponto específico de seu Regulamento Geral de Competições, para permitir que os clubes inscrevam mais jogadores estrangeiros. Hoje este limite é de cinco, que podem ser distribuídos em qualquer proporção entre os jogadores em campo e no banco de reservas. A última alteração ocorreu em 2013, quando o limite aumentou de três para cinco.

Nos últimos dez anos a situação mudou muito. O Brasil se consolidou como um mercado comprador. Estão aqui os melhores jogadores sul-americanos que não atuam na Europa. O continente que concentra a elite do jogo está saturado, como prova a grande quantidade de jogadores muito jovens que estão voltando ao Brasil depois de alguma experiência por lá (é um absurdo falar em “fracasso”, mas isso é tema para outra coluna).

Assim como aconteceu entre os treinadores, a presença de jogadores estrangeiros qualifica o mercado brasileiro. A reserva de mercado não faz sentido para nenhuma das duas categorias. Luiz Felipe Scolari, que trabalhou em Portugal, Inglaterra e outros países, resumiu bem a situação numa entrevista recente para a Rádio Gaúcha: “Nós saímos do Brasil tantas vezes e tiramos o lugar de tantos, não podemos querer agora cercear o direito de um estrangeiro trabalhar aqui. É bom? Traz. Tanto faz a nacionalidade”.

O Brasil costuma liderar as estatísticas de transferências internacionais e de nacionalidades mais presentes na maior competição de clubes da Europa, a Champions League. O futebol brasileiro produz jogadores em quantidade e qualidade suficientes para poder prescindir dessa reserva de mercado, que cria situações que não deveriam ocorrer.

No último domingo, quando enfrentou o Palmeiras, o São Paulo escalou Ferraresi (Venezuela), Arboleda e Méndez (Equador) e Calleri (Argentina) como titulares, e deixou Orejuela (Colômbia) no banco. Após o jogo, Rogério Ceni explicou que “não conseguiu completar o banco de reservas” porque não podia escalar mais estrangeiros. Ficaram fora Gabriel Neves (Uruguai), Alan Franco e Galoppo (Argentina). O Grêmio, com seis estrangeiros, vai enfrentar situação semelhante.

Mas é preciso adequar as regras ao que o mercado já consolidou como realidade: o Brasil é um destino atraente tanto para jovens promissores como o argentino Fausto Vera (22 anos, Corinthians) quanto para veteranos ultra consagrados como o uruguaio Luis Suárez (36 anos, Grêmio).

É evidente que nada disso significa que os estrangeiros sejam superiores. Ninguém produz jogadores de futebol como o Brasil. Mas a presença de atletas de outros países estimula a concorrência, puxa para cima o nível dos brasileiros. Foi o que aconteceu nas principais ligas europeias, com uma óbvia influência positiva no futebol de seleções desses países. O Brasil já fez esse favor ao resto do mundo. Está na hora de permitir que, pelo menos em parte, esse favor seja devolvido.


O Globo quinta, 26 de janeiro de 2023

TURISMO: O QUE FAZER EM KISSIMMEE, A VIZINHA DE ORLANDO QUE É MAIS QUE UMA *CIDADE DORMITÓRIO!

 

Por Eduardo Maia — Kissimmee, Flórida

 

Kissimmee é um bom destino para quem gosta de atrações ao ar livre e contato com a natureza, como os passeios de airboat nos pântanos do Wild Florida
Kissimmee é um bom destino para quem gosta de atrações ao ar livre e contato com a natureza, como os passeios de airboat nos pântanos do Wild Florida Eduardo Maia

Quando alguém diz que vai alugar uma casa em Orlando nas férias, muito provavelmente o endereço será em Kissimmee. A cidade, coladinha à terra dos parques temáticos da Flórida, consolidou-se como base para este tipo de hospedagem, muito valorizada por quem viaja em família ou grupo de amigos. Os imóveis, geralmente espaçosos e em condomínios fechados, são suas atrações mais conhecidas, mas não as únicas. Com boas opções de passeios em meio à natureza ou em seu charmoso Downtown, Kissimmee está longe de ser apenas uma cidade-dormitório.

A fama, porém, é justificada em números. Bem ao estilo americano, Kissimmee se considera a “capital mundial do aluguel por temporada”. São mais de 50 mil imóveis para locação, segundo os dados oficiais da cidade. Um deles, por exemplo, é a mansão de oito quartos (incluindo um com decoração inspirada nos Minions, de “Meu malvado favorito”) do lutador José Aldo, onde está hospedado o ex-presidente Jair Bolsonaro.

A popularidade das casas de Kissimmee tem explicações tanto históricas quanto práticas. Como até julho de 2021 a locação por temporada era proibida em Orlando, os condomínios para turistas encontraram na cidade vizinha um terreno fértil para florescer. As casas amplas permitem acomodar mais gente de uma só vez que um quarto de hotel, e as cozinhas equipadas, abastecidas pelos ingredientes comprados em megastores como Target, deixam a estadia mais barata.

 

Passeios em pântanos e tirolesas

 

Durante o passeio pelos pântanos, é possível avistar diversos animais, como os famosos aligátores  — Foto: Eduardo Maia

Durante o passeio pelos pântanos, é possível avistar diversos animais, como os famosos aligátores — Foto: Eduardo Maia

Ainda que seja desprovida de montanhas-russas ou simuladores de última geração, Kissimmee tem bastante a oferecer a seus visitantes. Especialmente àqueles que buscam atrações para aproveitar na natureza. A cidade é um dos melhores lugares, por exemplo, para fazer os tradicionais passeios por pântanos e áreas alagadas a bordo de airboats, balsas movidas por uma espécie de ventilador gigante na parte traseira. 

Este é um dos passeios oferecidos pelo parque natural Wild Florida. Com o vento no rosto e o sol sobre as cabeças, os visitantes deslizam sobre uma vasta área alagada observando a fauna local, que vai de pássaros (muitas garças e patos) a aligátores, o famoso “primo” americano do nosso jacaré e que é o animal símbolo da Flórida. Num dia bom, perde-se a conta de quantos desses bichos se consegue avistar. E mesmo os menores, quando passam perto da balsa, costumam impressionar.

No Orlando Tree Trek, em Kissimmee, a imersão na natureza vem em forma de cinco circuitos de arvorismos — Foto: Eduardo Maia

No Orlando Tree Trek, em Kissimmee, a imersão na natureza vem em forma de cinco circuitos de arvorismos — Foto: Eduardo Maia

Para quem quer emoções mais fortes, um bom programa é o Orlando Tree Trek (que, sim, fica em Kissimmee), parque instalado num bosque de 60 mil metros quadrados. O som da tranquilidade só é quebrado pelos gritos de quem desliza pelos cabos da tirolesa, de 15 metros de altura e 130 metros de comprimento.

Também há cinco circuitos de arvorismo (cada um para um nível de habilidade), em que os candidatos a Tarzan percorrem pontes suspensas, escalam paredes de cordas e se penduram em cabos até alcançarem o topo das árvores, a mais de 15 metros do chão. O ingresso custa US$ 59,95 por pessoa (orlandotreetrek.com).

 

Um passeio por Downtown

 

O Monument of States, formado por tijolos e pedras de todos os cantos dos Estados Unidos, é um marco no centro de Kissimmee, na Flórida — Foto: Eduardo Maia

O Monument of States, formado por tijolos e pedras de todos os cantos dos Estados Unidos, é um marco no centro de Kissimmee, na Flórida — Foto: Eduardo Maia

Quem se hospedar em Kissimmee e quiser conhecer um pouco da vida real da Flórida, fora dos parques, pode se programar para um passeio por Downtown, um charmoso centro urbano com (acredite se puder) calçadas, construções com cara de antigas e paredes cobertas por grafites bem coloridos.

Cor é o que não falta no Monument of States, uma espécie de pirâmide meio torta, formada por tijolos e pedras vindas de todo o país em 1943. A ideia era simbolizar a união nacional após os ataques à base de Pearl Harbour, durante a Segunda Guerra. Ele fica em frente ao Kissimmee Lakefront Park, área verde às margens do Lago Tohopekaliga, ótima para caminhadas no fim da tarde.

A maior parte dos restaurantes e das lojas ficam nas ruas Emmett, Main e Broadway, mas vale a pena se perder nas transversais. Se a fome bater, considere parar no Big Jonh’s Rockin’ BBQ, restaurante voltado para a típica culinária sulista dos Estados Unidos, com direito a cortes de carne como brisket (o peito bovino) e costelinhas suínas acompanhados de sides clássicos, como mac & cheese e purê de batata doce. Para a sobremesa, desbrave o interminável menu da Abracadabra Ice Cream Factory, uma sorveteria que fabrica os mais inusitados sabores usando técnicas como congelamento por hidrogênio líquido.

À noite, o Estefan Kitchen, restaurante da cantora Gloria Estefan, é uma opção animada em Kissimmee — Foto: Eduardo Maia

À noite, o Estefan Kitchen, restaurante da cantora Gloria Estefan, é uma opção animada em Kissimmee — Foto: Eduardo Maia

Bons restaurantes também estão no Promenade at Sunset Walk, um calçadão comercial a céu aberto que reúne opções gastronômicas das mais diversas. O maior destaque talvez seja a unidade local do Estefan Kitchen, a rede de restaurantes da cantora Gloria Estefan. No cardápio, claro, brilham os sabores latinos, especialmente os de Cuba, Porto Rico e México. Tudo harmonizado com música também latina, afinal, a dona do lugar tem um nome a zelar.

O calçadão faz parte do Margaritaville Resort Orlando, mas é aberto a não hóspedes. O hotel tem 265 quartos, além de parque aquático, restaurantes, espaços para eventos e um condomínio fechado de casas para alugar. Afinal, o nome diz Orlando, mas fica em Kissimmee.

Eduardo Maia viajou a convite do Experience Kissimmee


O Globo quarta, 25 de janeiro de 2023

SAÚDE: OS 13 SINTOMAS QUE INDICAM DEFICIÊNCIA DE FERRO NO ORGANISMO

 

Por La Nacion

 

Cansaço e falta de ar são sintomas da falta de ferro.
Cansaço e falta de ar são sintomas da falta de ferro. FreePik

Você costuma se sentir cansado, com falta de ar? Ou seus amigos comentaram que você parece muito pálido? Se sim, você pode estar sofrendo de deficiência de ferro ou anemia por deficiência de ferro, o distúrbio nutricional mais comum do planeta.

Mais de 30% da população mundial é anêmica, de acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS). Esta é uma condição na qual o corpo carece do mineral nos glóbulos vermelhos, o que significa que menos oxigênio chega às células.

A anemia por deficiência de ferro não deve ser autodiagnosticada nem tratada por conta própria, com automedicação. Os sintomas podem indicar a existência de outra doença e sobrecarregar o corpo com ferro pode ser perigoso, pois o acúmulo excessivo desse elemento pode danificar o fígado e causar outras complicações.

 

Portanto, você deve consultar um médico se sentir os seguintes sintomas:

 

  • Fadiga extrema e falta de energia
  • Falta de ar
  • Batimentos cardíacos perceptíveis (palpitações cardíacas)
  • Pele pálida

 

Os sintomas descritos acima são os mais comuns de acordo com a Mayo Clinic e o Serviço Nacional de Saúde do Reino Unido (NHS), embora existam outros menos comuns, como:

 

  • Dores de cabeça, tonturas ou vertigens
  • Inchaço ou dor na língua
  • Perda de cabelo — observe mais cabelo saindo ao escovar ou lavar
  • Desejos de comer substâncias não alimentares, como papel ou gelo, uma condição conhecida como alotriofagia
  • Feridas abertas dolorosas (úlceras) nos cantos da boca
  • Unhas em forma de colher ou quebradiças
  • Síndrome das pernas inquietas, um distúrbio que causa um forte desejo de mover as pernas

 

Existem vários fatores diferentes que podem levar à anemia por deficiência de ferro, incluindo gravidez, falta de ferro na dieta, crescimento rápido, menstruação e condições de saúde que afetem a absorção de ferro.

O nosso corpo não é capaz de produzir ferro. Se você quiser manter os níveis desse mineral adequados — seja por meio da alimentação natural ou da ingestão de alimentos fortificados — é preciso saber que nem todo ferro está em uma forma que seu corpo consegue absorver.

Existem dois tipos de ferro: heme e não-heme. O ferro heme vem de fontes animais, que é mais facilmente absorvido pelo organismo. Ele é encontrado em carne vermelha, fígado, ovos e peixes.

Há boas fontes de ferro em vegetais folhosos verde-escuros, como couve e espinafre, e legumes como ervilhas e lentilhas. No entanto, esses minerais são do tipo não-heme, o que significa que você não absorve tanto ferro de fontes vegetais quanto de origem animal.

Além disso, há como consumir ferro a partir de pães fortificados e cereais matinais, embora essa não seja uma forma que promova uma alta absorção do mineral.

 

O que você come influencia na absorção

 

A maneira como você prepara sua comida e o que você bebe também podem alterar a quantidade de ferro que você absorve. Para demonstrar isso, o cientista e nutricionista Paul Sharp, do King's College London, fez algubs experimentos para imitar a digestão humana.

Os testes imitaram o efeito das enzimas envolvidas na digestão dos alimentos e a reação química que ocorre nas células intestinais humanas para mostrar quanto ferro seria absorvido.

Sharp mostrou que se você beber suco de laranja com seu cereal matinal fortificado, você absorve muito mais ferro do que quando come apenas o cereal, porque o suco de laranja contém vitamina C, o que facilita a absorção do ferro dos alimentos.

Portanto, se um cereal fortificado é o seu café da manhã preferido, beber um copo pequeno de suco de laranja ou comer laranja ajudará a aumentar sua ingestão de ferro. Assim como também fará com que você espere pelo menos 30 minutos para tomar sua xícara de café após comer, para não prejudicar a absorção de ferro.

 

Fontes vegetais

 

O repolho cru é uma boa fonte de ferro disponível, mas cozinhá-lo no vapor reduz a quantidade de ferro disponível, enquanto fervê-lo diminui ainda mais. Isso porque, assim como a laranja, o repolho é rico em vitamina C e, ao fervê-lo, a vitamina C é liberada na água do cozimento.

Portanto, se você deseja obter o máximo de nutrientes do repolho, coma-o cru ou no vapor. O mesmo vale para outros vegetais que contêm ferro e vitamina C, como couve, brócolis, couve-flor e agrião.

Mas, curiosamente, o espinafre é completamente diferente. Sharp descobriu que o espinafre fervido liberava 55% mais ferro "biodisponível" do que o cru.

— O espinafre tem compostos, chamados oxalatos, que basicamente prendem o ferro. Quando cozinhamos o espinafre, o oxalato é liberado na água de cozimento e, portanto, o ferro que sobra estará mais disponível para absorção — explica o nutricionista.


O Globo terça, 24 de janeiro de 2023

OSCAR 2023: COMO ESTÃO WILL SMITH E CHRIS ROCK, UM ANO APÓS O TAPA POLÊMICO?

 

Por O GLOBO — Rio de Janeiro

 

O ator Will Smith (à esquerda) e o comediante Chris Rock
O ator Will Smith (à esquerda) e o comediante Chris Rock AFP

Foi um tapa cinematográfico. Mas real, bem real, e movido por raiva, ódio, dor. Um ano após o polêmico tabefe que o ator Will Smith tascou no rosto do comediante Chris Rock — em plena cerimônia do Oscar, em 2022 —, os artistas seguem sem se falar. Sim, até hoje, ambos não conversaram sobre o assunto. E não devem trocar qualquer palavra tão cedo, de acordo com pessoas próximas aos dois, como relata parte da imprensa americana.

 

 Suspenso da Academia do Oscar, grupo que elege os vencedores das categorias da premiação de Hollywood, Will Smith se desculpou pela agressão, por meio de um vídeo publicado no Instagram, em setembro do último ano, seis mês após o fato. "Passou um tempo... Nos últimos meses, eu pensei muito e trabalhei muito em mim mesmo. Falo diretamente a você, Chris. Peço desculpas a você. Meu comportamento foi inaceitável e estou aqui se estiver pronto para conversar", ressaltou o ator.

A resposta não veio. Will Smith, aos poucos, tenta retomar a carreira, apesar de deixar claro seu temor com as reações do público e da própria indústria cinematográfica. Não deixa de ser simbólico que, em seu primeiro trabalho pós-vexame global por bater em alguém, ele seja agredido na tela como nunca antes — e olhe que Smith já foi um boxeador em "Ali" (2001) e comeu o pão que alienígenas amassaram nos três filmes da franquia "Homens de preto" (1997, 2002 e 2012).

 

Em "Emancipation: uma história de liberdade", que estreou em dezembro de 2022, o ator interpreta um personagem verídico, Peter Gordon, um homem escravizado que fugiu de uma fazenda no estado de Luisiana, nos EUA, durante a Guerra Civil Americana. O trabalho do artista vem sendo elogiado, e ele pode até ser indicado à categoria de Melhor Ator. Com uma ressalva: caso ganhe, está impedido de subir ao palco para receber a estatueta, devido às restrições impostas pela Academia.

Chris Rock quebrou o silêncio sobre o tema também seis meses depois de receber o tapa. Num dos shows de comédia que ele apresenta, o humorista contou que a agressão "doeu para caralh*". "O filho da put* me bateu por causa de uma piada de merda, a piada mais legal que já contei", desabafou o artista.

O ator Will Smith dá um tapa no ator Chris Rock durante a 94ª premiação do Oscar, em Hollywood, Califórnia, em 27 de março.  — Foto: Robyn Beck / AFP

O ator Will Smith dá um tapa no ator Chris Rock durante a 94ª premiação do Oscar, em Hollywood, Califórnia, em 27 de março. — Foto: Robyn Beck / AFP

Profissionais na equipe de Chris Rock relatam que ele não desculpará Will Smith, e que o diálogo entre os dois não deve acontecer. "Will fingiu ser uma pessoa perfeita por 30 anos, e ele arrancou sua máscara e nos mostrou que é tão feio quanto o resto de nós. Quaisquer que sejam as consequências... Espero que ele não coloque a máscara novamente e deixe sua verdadeira face respirar. Me vejo em ambos os homens", afirmou Rock, num de seus espetáculos de stand-up comedy.


O Globo segunda, 23 de janeiro de 2023

GASTRONOMIA: RECEITA DE CEVICHE VEGANO, CO MANGA E CHCHU, IDEAL PARA O VERÃO

 

 

Ceviche de chuchu com manga
Ceviche de chuchu com manga Divulgação
 

Dias de verão merecem clássicos refrescantes. Um preparo muito fácil e rápido é o ceviche, receita peruana feita tradicionalmente com peixe. Mas há também versões vegetais, igualmente levinhas.

Aprenda a que leva chuchu e manga, que fica com uma combinação de sabor e textura ótima. O leite de tigre caseiro também dá o toque mais que especial. A dica é da chef e apresentadora Rita Lobo, do Panelinha.

LEITE DE TIGRE

Ingredientes:

1 pedaço de gengibre de cerca de 6 cm

3 talos de coentro

¼ de xícara (chá) de caldo de limão

1 cebola-roxa pequena

Como fazer:

Descasque, fatie a cebola em meias-luas finas e transfira para uma tigela. Cubra com ½ xícara (chá) de água e mantenha imersa por 10 minutos, enquanto separa os outros ingredientes. A cebola vai perder um pouco do ardor e a água vai ganhar sabor para ser usada no leite de tigre.

Descasque e corte o gengibre em cubos – assim ele bate melhor no liquidificador. Lave e seque o coentro, vamos usar os talos e as folhas.

Sobre uma tigela, escorra a cebola fatiada numa peneira. Reserve a cebola para o preparo do ceviche e transfira a ½ xícara (chá) da água de cebola para o liquidificador.

Junte os ingredientes restantes ao liquidificador e bata bem.

Sobre uma tigela, passe o leite de tigre por uma peneira, apertando bem com uma colher para extrair todo o caldo. Reserve.

CEVICHE

Ingredientes:

1 chuchu (cerca de 1 ¾ xícara (chá) em cubos)

1 manga madura mas ainda firme (cerca de ¾ xícara (chá) em cubos)

1 pimenta dedo-de-moça

1 colher (chá) de folhas de coentro picadas

a cebola-roxa fatiada

sal a gosto

Como fazer:

Descasque, lave sob água corrente e seque bem o chuchu com um pano de prato limpo – assim ele não escorrega na hora de cortar.

 

Corte o chuchu ao meio. Com uma colher, descarte o miolo com a semente. Corte cada metade em cubos de 1,5 cm. Descasque e corte a manga em cubos de 1 cm.

Lave e seque a pimenta-dedo-de-moça. Corte ao meio no sentido do comprimento. Com uma colher, raspe as sementes e descarte. Corte cada metade em cubinhos. Dica: para evitar acidentes com dedos apimentados nos olhos, passe óleo ou azeite nas mãos depois de cortar as pimentas — a capsaicina, substância responsável pelo ardor, é lipossolúvel. Depois, lave as mãos com sabonete para tirar o óleo.

Numa tigela, coloque o chuchu, a manga, a cebola e a pimenta dedo-de-moça. Tempere com sal, regue com o leite de tigre e misture bem. Leve à geladeira por pelo menos 10 minutos antes de servir – nesse tempo, a manga e o chuchu absorvem os sabores do leite de tigre e o ceviche fica mais saboroso.

Na hora de servir, misture as folhas de coentro e sirva com chips de mandioca.


O Globo domingo, 22 de janeiro de 2023

MARCOS NANINI: *TORNEI-ME TAMBÉM UM LEITOR DE MIM*

 

Por Gustavo Cunha

 

Marco Nanini
Marco Nanini Hermes de Paula

Marco Nanini avisa que ainda está aprendendo a interpretar. Embora tenha mais de cem obras no currículo — e seja povoado por toda a sorte de tipos brasileiros —, o ator de 74 anos sente uma “tensão doida e sofrida” a cada novo trabalho. Sob a pele de um homem comum, desses que não fosse a fama passaria despercebido, o artista guarda um fascínio pela própria capacidade de ser muitos.

 

 

 

— Há muita gente dentro de mim. Penso nisso o tempo todo. E adoro viajar nessa ideia. Tenho total consciência de que a fantasia é eterna dentro de mim — afirma o ator.

Parte dessa multidão é retratada no livro “O avesso do bordado”, escrito pela jornalista e roteirista Mariana Filgueiras, com lançamento no dia 1º de fevereiro. Editada pela Companhia das Letras, a biografia segue a cartilha de obras do gênero: revisita a infância e acompanha o crescimento profissional do ator, rosto de sucessos no teatro, na TV e no cinema.

 

Infância nômade

 

Condicionado a uma vida nômade devido à profissão do pai, gerente de hotéis de luxo — ele peregrinou por Recife, onde nasceu, João Pessoa, Salvador, Manaus e Belo Horizonte, antes de se fixar no Rio de Janeiro —, o pequeno Nanini era daqueles que não perdia a chance de tomar autógrafos de misses, figurões da sétima arte e presidentes (JK e Castelo Branco, entre eles), num caderninho conservado até hoje.

Nas páginas biográficas, estão intimidades pouco abordadas, como as primeiras grandes amizades (com nomes como Pedro Paulo Rangel e Ary Fontoura), os namoros — de Wolf Maya a Marília Pêra —, a cumplicidade inusitada com Renato Russo e a antiga dependência de Mandrix, sedativo que, associado ao álcool, causava um transe. Febre nos anos 1970 até ser proibida na década seguinte, a droga fez com que Nanini desmaiasse ao volante, o que o levou a abandonar o vício.

— Já me exponho tanto no palco. Para que ficar me exibindo? Quando era mais moço, me soltava, contava piada... De uns tempos pra cá, entendi que não era mais jovem. E aí falei: tenho que parar um pouco com essa infantilidade de brincar. Decidi sossegar um pouco.

Num primeiro momento, a decisão de realizar uma biografia — e foi o próprio biografado quem escolheu e procurou a biógrafa — pode soar surpreendente. Não se trata de um aceno nostálgico, mas da afirmação de uma história que o ultrapassa.

— Há coisas que havia esquecido completamente, e lembrei com carinho. Mas o que passou, passou — diz o ator, que está terminando de folhear as derradeiras páginas do livro. — Tornei-me também um leitor de mim. Tomara que possa me lembrar de mais tempos daqui pra frente.

A bem da verdade, a corajosa decisão de se expor já aconteceu outras vezes. Em 2011, Nanini revelou publicamente a homossexualidade. À época, interpretava Lineu, o popular patriarca de uma tradicional família brasileira, no seriado “A grande família”. Há 36 anos, é casado com o produtor Fernando Libonati. Os dois não pensam em filhos:

— Gosto de criança dos outros, com o pai e a mãe do lado. Comigo sozinho, vai cair da minha mão. Ficaria em pânico. Aí desisti disso, mas com muita certeza e segurança.

Nando e Nanini, como são chamados pelos amigos, também são parceiros profissionais e vivem em casas vizinhas, com uma passagem entre os muros, na companhia de seis cachorros.

— Conheço tantos casais de todos os jeitos: mulheres e homens bissexuais, transexuais, pansexuais. Chegou uma hora em que falei: tenho que normalizar, para não ficar me escondendo. — recorda ele, que se espanta com o avanço do conservadorismo no país, inclusive entre colegas como Regina Duarte e Cássia Kis. —Não compreendo essas pessoas. Não é nem uma questão de política. É uma questão de moral. Nunca poderia acreditar que certas pessoas fossem tão conservadoras a ponto de não suportar a homossexualidade, o negro, o pobre. Fico assustado. Acho fascista. Não imaginaria nunca essa corrente forte. Tanto é que eu estou comprando um monte de livros sobre fascismo para entender como é que isso nasceu e cresceu.

— Não pretendo fazer nada. Já fiz muita festa. Acho que vou ficar quieto. No máximo, uma coisinha pequena, um jantar... Mas isso também dá muito trabalho — diz ele, que abriu uma conta fake no Instagram só para espiar vídeos engraçados com crianças e bichos, algo que lhe serve de inspiração para o ofício artístico. — Os animais e as crianças fazem coisas tão irreverentes que absorvo um pouco essa energia deles. Mas não sei mexer em computador. É difícil, mas tento. Não sei nem o que é “stop” (ele se refere aos Stories, recurso de vídeos e fotos instantâneos do Instagram).

 

'Muitas afinidades' com Marília Pêra

 

Foi com Marília Pêra que Marco Nanini realizou dois dos seus maiores sucessos. No teatro, ela o dirigiu em “Irma Vap”, peça na qual o ator contracenava com Ney Latorraca e consagrada no “Guinness” como o espetáculo que ficou mais tempo em cartaz com o mesmo elenco, de 1986 a 1997. Na TV, a dupla formou uma parceria impagável na novela “Brega & chique” (1987). E haveria um novo reencontro, se Marília tivesse aceitado o convite para interpretar Dona Nenê em “A grande família”, papel que depois coube a Marieta Severo.

Marília Pêra e Marco Nanini na novela  “Brega & chique” (1987) — Foto: Divulgação

Marília Pêra e Marco Nanini na novela “Brega & chique” (1987) — Foto: Divulgação

De acordo com a biografia de Nanini, logo após o término “Irma Vap”, houve um desentendimento entre os dois, algo jamais superado. Ao ser perguntado sobre as memórias que cultiva acerca da atriz, que hoje completaria 80 anos, Nanini frisa:

— A gente foi muito amigo, a ponto de ter um caso rápido. Eram muitas afinidades. Mas em “Irma Vap” houve um problema, e a gente rompeu. Ali foi o fim. Fiquei sentido, claro. Teve uma brigalhada danada. Mas é assim: na vida, tudo acaba — afirma ele, que manteve o distanciamento até a morte de Marília, em 2015, e que hoje prefere não entrar em detalhes sobre o imbróglio. — Não ficou nada para resolver, porque falamos tudo. Dali em diante, não houve clima. Foi uma discussão fortíssima. A gente teve reunião com advogados. Foi tudo muito pesado, então foi definitivo mesmo. Mas continuo a admirando e tendo o prazer das lembranças de todos os encontros.

Para Nanini, as relações de trabalho e amizade sempre se embaralharam. Ele se emociona ao lembrar do amigo Pedro Paulo Rangel, morto em dezembro, e com quem iniciou a carreira num grupo de teatro amador, na igreja de Santa Teresinha do Menino Jesus, no bairro carioca de Botafogo.

— Essa coisa de ir perdendo os amigos é difícil. Sinto que vai embora um pedaço de mim — lamenta. — A finitude é uma surpresa. É um golpe. Fico me lembrando de tudo... Mas não com saudosismo. Até porque não tem jeito, né? Um dia termina a missa.

 


O Globo sábado, 21 de janeiro de 2023

GASTRONOMIA: O QUE COMER NO DIA SEGUINTE DE UMA NOITE MAL DORMIDA

 

Por O GLOBO — Rio de Janeiro

 

Kiwi, banana e outras frutas devem ser comidas após uma noite de sono mal dormida
Kiwi, banana e outras frutas devem ser comidas após uma noite de sono mal dormida Freepik.com

Uma noite mal dormida influencia diretamente na disposição do dia seguinte. Todos sabemos que é durante o sono que recuperamos as energias. Portanto, se esse descanso não foi suficiente, você vai para o próximo dia com menos bateria que o necessário. No entanto, alguns alimentos podem ajudar você a enfrentar o dia seguinte, aumentando a disposição e o melhorando o humor.

Não descansar o suficiente durante a noite afeta diretamente o humor, aumentando o risco de se sentir irritado, deprimido ou ansioso. Um estudo feito por pesquisadores da da Universidade de Oxford, no Reino Unido, comprovou que a perda de sono causa mudanças emocionais.

 

Frutas

 

A banana, por exemplo, é rica em triptofano — um aminoácido essencial para o corpo e fundamental na produção de serotonina "conhecida como o hormônio da felicidade". Este neurotransmissor ajuda na sensação de bem-estar (muito afetada após uma noite mal dormida) e regula o sono da próxima noite.

O kiwi também é uma fonte de serotonina, o que ajuda a manter a disposição durante o dia e contribui para uma noite de sono reparadora.

Frutas vermelhas, maçã e abacate também possuem compostos bioativos que proporcionam um descanso pronfundo durante o sono.

 

 

Ovos

 

Os ovos também são uma fonte de triptofano, além de possuírem vitaminas, proteínas, gorduras boas e nutrientes essenciais para o corpo. Tudo isso contribui para o aumento de energia no corpo.

 

Alimentos com fibras

 

As fibras são encontradas em frutas, verduras, legumes e cereais integrais. Elas ajudam no funcionamento e equilíbrio do trato gastrointestinal — promovendo o aumento de bactérias benéficas e ajudando na formação do bolo fecal. A serotonina é, em sua maioria, produzida no intestino. Por isso, o bom funcionamento intestinal é fundamental para regular o sono e melhorar o humor.

Leguminosas

 

As leguminosas, como ervilha, feijão e soja, possuem triptofano e ajudam na produção de serotonina. Por conta disso, elas contribuem para uma noite de sono mais tranquila e reparadora.

 

Água

 

Quem dormiu pouco à noite, tende a ficar com dor de cabeça durante o dia seguinte, devido ao excesso de fatores estressores ao cérebro. O sono reparador elimina toxinas nocivas ao principal órgão do corpo humano. Manter-se hidratado — consequentemente hidratando também as células cerebrais — diminui as chances de dores de cabeça. Além disso, o corpo precisa de água suficiente para funcionar adequadamente, inclusive para produzir hormônios como a serotonina.

 

Alimentos e bebidas estimulantes

 

Você deve estar se perguntando: e o café? Sim, para quem precisa de energia após uma noite de sono mal dormida, bebidas com cafeína podem ajudar. Guaraná, chá mate, chá verde, chá preto e chocolate também são bons estimulantes e podem contribuir na melhoria da disposição.

Mas é preciso ter cuidado no consumo dessas bebidas e alimentos. Evite consumi-los à noite, pois podem prejudicar seu próximo sono. Especialistas remendam que produtos que contenham cafeína sejam ingeridos até oito horas antes do momento de ir para a cama, já que cada organismo tem seu próprio ritmo metabólico e elimina a substância de maneira diferente.


O Globo sexta, 20 de janeiro de 2023

GASTRONOMIA: FAZ MAL TOMAR CAFÉ DE ESTÔMAGO VAZIO?

 

Por Trisha Pasricha*, The New York Times

 

Café reduz risco de morte em até 31%; veja quanto e como é necessário para isso
Café reduz risco de morte em até 31%; veja quanto e como é necessário para isso Unsplash
 

Para muitas pessoas, desfrutar de uma xícara de café feito naquela hora, logo pela manhã, é uma maneira inegociável de começar o dia. Mas a ideia de que tomar um gole sem comer nada junto pode prejudicar seu intestino — ou contribuir para outros males como inchaço, acne, perda de cabelo, ansiedade ou problemas de tireoide, como algumas pessoas alegam nas mídias sociais — conquistou tanta popularidade quanto incredulidade.

Pesquisadores têm investigado os benefícios e malefícios de beber café, especialmente no que se refere ao intestino, desde a década de 1970, comenta Kim Barrett, professora de fisiologia e biologia de membranas na Universidade da Califórnia, Davis School of Medicine, e membro do conselho de administração da American Gastroenterological Association. Felizmente, o estômago pode suportar todos os tipos de irritantes, incluindo o café.

— O estômago tem muitas maneiras de se proteger — afirma Barrett.

Por exemplo, ele secreta uma espessa camada de muco que cria um poderoso escudo entre o revestimento do estômago e tudo o que você ingere. Esse escudo também protege o estômago de seu próprio ambiente ácido natural necessário para decompor os alimentos, explicou ela.

Você teria que consumir uma substância muito dura “para que as defesas do estômago fossem rompidas, porque ele está constantemente em um ambiente muito adverso e prejudicial”, diz a especialista.

 

Como o café afeta o intestino?

 

Irritantes como álcool, fumaça de cigarro e anti-inflamatórios não esteróides — como ibuprofeno ou naproxeno — são bem conhecidos por alterar os mecanismos naturais de defesa do estômago e ferir seu revestimento, afirma Byron Cryer, chefe do medicina interna no Baylor University Medical Center, em Dallas. 

Seu laboratório de pesquisa é especializado em entender como diferentes medicamentos e outras substâncias químicas podem prejudicar o estômago e o intestino delgado. Embora certos irritantes possam tornar o estômago mais vulnerável a ácido e formação de úlcera, vários grandes estudos descobriram que esse não é o caso do café. Um estudo feito por pesquisadores do Kameda Medical Center Makuhari, no Japão, com mais de 8 mil pessoas que vivem no país, por exemplo, não encontrou associação significativa entre o consumo de café e a formação de úlceras no estômago ou no intestino — mesmo entre aqueles que bebiam três ou mais xícaras por dia.

— O café, mesmo em forma concentrada, provavelmente não causa dano objetivo ao estômago — pontua Cryer. — E muito menos nas doses típicas das bebidas habituais.

No entanto, o café tem um efeito sobre o intestino — pode acelerar o cólon e induzir a evacuação, e o café aumenta a produção de ácido no estômago.

Fora do intestino, a cafeína do café é bem conhecida por aumentar a frequência cardíaca e a pressão sanguínea. E se você beber muito perto da hora de dormir, pode atrapalhar seu sono. Mas essas mudanças são temporárias, esclarece Cryer.

 

O aumento do ácido estomacal causará algum problema?

 

É improvável que beber café com o estômago vazio cause algum dano ao estômago, mas teoricamente pode provocar azia, diz Barrett.

Sabemos que o café desencadeia a produção de ácido estomacal, mas se você tiver comida no estômago ou se tomar café com leite ou creme, isso ajudará a criar um tampão que ajuda a neutralizar esse ácido. Portanto, beber café, especialmente se for preto, sem uma refeição pode reduzir o pH do estômago mais do que se você o bebesse com leite ou acompanhado de uma refeição, aconselhou Barrett.

 

Embora um pH ligeiramente mais baixo não seja problema para o revestimento do estômago, pode representar um problema para o revestimento do esôfago, porque é muito mais vulnerável a danos causados ​​pelo ácido. Além disso, alguns estudos mostraram que o café pode relaxar e abrir o esfíncter que conecta o esôfago ao estômago, o que hipoteticamente poderia permitir que o ácido do estômago espirrasse mais facilmente para o esôfago e causasse sintomas desagradáveis ​​de azia.

Mas mesmo aí, os dados são mistos. Uma revisão feita por pesquisadores da Coreia do Sul de 15 estudos na Europa, Ásia e Estados Unidos não encontrou nenhuma ligação entre o consumo de café e os sintomas de azia, enquanto, em contraste, um estudo de pesquisadores americanos usando dados de mais de 48mil enfermeiras encontrou um risco maior de sintomas de azia entre os bebedores de café.

Para entender como o café pode afetar o esôfago, os cientistas também estudam uma condição chamada esôfago de Barrett, que ocorre quando o esôfago é danificado pela exposição crônica ao ácido estomacal, como em pessoas com problemas de refluxo ácido de longa data. Com essa condição, as células que revestem o esôfago se transformam em células mais resistentes, semelhantes ao estômago, para se protegerem do ácido. Essas alterações podem aumentar o risco de câncer de esôfago, especialmente se você tiver histórico familiar da doença ou se fumar. Mas, de forma tranquilizadora, um estudo com veteranos nos Estados Unidos não encontrou relação semelhante com o consumo de café. Os autores concluíram que, para o esôfago de Barrett, evitar o café provavelmente não seria útil.

 

Então, o que eu deveria fazer?

 

Na prática, como gastroenterologista, costumo dizer aos meus pacientes para observarem seus sintomas. Se eles notam constantemente uma dor ardente no peito ou um gosto amargo na boca depois de beber café, eles podem querer reduzir a quantidade — ou devem considerar um antiácido. Adicionar um pouco de leite ou dar uma mordida em alguma comida enquanto toma seu café matinal também pode ajudar. Mas se você não está percebendo nenhum sintoma, provavelmente é alguém que não sente refluxo significativo após o café e pode continuar bebendo em paz.

 Cryer gosta regularmente de tomar cappuccino ou seu café como latte — o leite vaporizado reduz o amargor, justifica ele. E, em geral, acrescentou, beber café tem muitos benefícios para a saúde: ajunda na longevidade, traz menor risco de doença cardiovascular e proteção contra muitos tipos de câncer, incluindo câncer de fígado, próstata, mama e colorretal .

— Há muito mais evidências para os benefícios do café do que para os danos — afirma Cryer.

*Trisha Pasricha é gastroenterologista no Hospital Geral de Massachusetts.


O Globo quinta, 19 de janeiro de 2023

VERA FISCHER: *VIVI COISAS DEMAIS"

 

Por Renato Lemos; Especial Para O GLOBO — Rio de Janeiro

 

Vera Fischer encena “Quando eu for mãe, quero amar desse jeito”: “Quem espera ver uma Helena do Manoel Carlos se surpreende ao ver a minha versão serpente no palco”
Vera Fischer encena “Quando eu for mãe, quero amar desse jeito”: “Quem espera ver uma Helena do Manoel Carlos se surpreende ao ver a minha versão serpente no palco” Leo Aversa

— Eu não estou pronta. Vivi muitas coisas, vivi coisas demais, mas não estou pronta. Nem como atriz, nem como mulher. E isso é bom, é sinal que tenho muito pra experimentar, pra aprender — diz a atriz, sentada em uma poltrona azul na plateia do Teatro Prudential, no bairro carioca da Glória. — Te digo uma coisa: tenho zero problema com a minha idade. Tenho 71 anos, sim, e tô muito de boa com isso. Com 20 anos eu era mais velha, hoje sou uma garota cheia de energia.

 

“Quando eu for mãe, quero amar desse jeito” é a peça com que, depois de circular por várias cidades do país, Vera volta ao Rio, nesta sexta. Escrita por Eduardo Bakr e dirigida por Tadeu Aguiar, a peça mostra a relação quase nunca fácil — quase sempre violenta e cruel — entre Dulce Carmona (Vera), uma mãe possessiva, seu filho (Mouhamed Harfouch) e sua nora (Marta Paret). Vera diz que a personagem não é exatamente como ela, mas vê muitos pontos comuns entre as duas:

— Ela tem ironia, sarcasmo, humor, pode ser selvagem ou dócil, é uma mulher imprevisível. Gosto de pensar que posso ser assim também — conta a atriz, que tem surpreendido um público que muitas vezes espera ver no teatro a Vera romântica das novelas de televisão. — Quem espera ver uma Helena do Manoel Carlos, ou aquela mulher gostosa e sedutora dos filmes do cinema, se surpreende ao ver a minha versão serpente no palco. Eu precisava dessa serpente.

‘Tinha que ser ela’

 

O autor da peça, Eduardo Bakr, diz que Vera reinventou o papel que ele mesmo criou:

— Eu escrevi imaginando uma mulher mais velha, fizemos testes com atrizes assim, mas, quando a Vera leu o texto pela primeira vez, com toda aquela energia, deu uma outra face à personagem. Tinha que ser ela.

A peça deveria estrear em maio de 2020, e a pandemia chegou quando os cenários já estavam prontos. Encaixotaram tudo. Ficou para janeiro de 2022. Entre uma data e outra, Vera fez lives encenando textos clássicos, se meteu na cozinha (onde experimentou receitas malucas que misturam abacate e gorgonzola), leu à beça, fez um filme a convite de Cleo (“Me tira da mira”), cuidou dos filhos (Rafaela do casamento com Perry Salles e Gabriel do casamento com Felipe Camargo), cuidou da casa, cuidou das plantas, cuidou de si — incluindo aí uma artrose nos quadris e nos joelhos, fruto de muitos ensaios e treinamentos em 55 anos de carreira.

— Isso eu posso botar na conta da Deborah Colker — diz ela, rindo, contando que a coreógrafa é uma parceira querida e constante em suas preparações. — Ela “fubrecou” meu joelho.

O joelho fubrecado é uma espécie de medalha da entrega da atriz a seus personagens. Joelho, pé, coluna, pescoço. Ossos do ofício. Estreou no teatro em 1983 com “Os desinibidos”, peça de Roberto Athayde encenada por Aderbal Freire-Filho. Tremeu no início, teve pavor de chegar ao centro do palco, mas arrumou coragem para ficar. Comeu pelas beiradas. Não saiu mais. Fez Shakespeare, O’Neill, Tennessee Williams. Sempre no centro.

A vida inteira foi assim. Quando decidiu sair de casa, em Blumenau, para disputar concursos de miss, já foi assim. Centrada. Chegou a Miss Brasil em 1969. Quando topou fazer pornochanchadas, a mesma coisa. “A superfêmea”, de 1973, estourou as bilheterias. Vera aparecia hipnótica em cartaz desenhado pelo craque Benício que hoje é peça de colecionador. Foi parar na TV, em que estreou em 1979, com “Espelho mágico”.

 

‘A cultura brasileira é outro patamar'

 

“Quero uma cultura plural, políticas que deem emprego a ator, marceneiro, figurinista, bilheteira, iluminador, produtor”, diz Vera Fischer — Foto: Leo Aversa

“Quero uma cultura plural, políticas que deem emprego a ator, marceneiro, figurinista, bilheteira, iluminador, produtor”, diz Vera Fischer — Foto: Leo Aversa

A independência é também a marca da nova peça. Pensada, produzida e encenada em época de vacas magras para a cultura, o espetáculo não tem patrocínio. Vera diz que encarou o desafio como deu. Transformou elenco e produção em família. Fez café na coxia. Carregou caixa. Pendurou cortina. Pagou transfer do próprio bolso. Ajudou a pregar tábua no cenário. Fez de “um tudo” — mas espera que a partir de agora as coisas sejam um pouco diferentes.

— Estou ansiosa com o novo governo. Eu vi o povo brasileiro, em toda sua pluralidade, colocar a faixa no presidente. É isso que eu espero. Um Brasil plural, uma cultura plural, políticas que deem emprego a ator, marceneiro, figurinista, bilheteira, iluminador, produtor. Tudo. A cultura é uma indústria que gera emprego, paga imposto, movimenta a economia muito mais que outros setores — diz a atriz, que aposta na força da Lei Aldir Blanc e da Lei Paulo Gustavo para alavancar novos projetos. — Ter o Ministério da Cultura de volta, ter um presidente que fala em cultura em seus discursos, isso já é uma imensa alegria. A cultura brasileira é outro patamar.

— Não gosto de nada morno, não gosto de nada sem tempero. Sou da pimenta. A vida pode estar nos pequenos detalhes. Quando preparo um gim tônica, por exemplo, sempre dou um jeito de colocar uma pimentinha ali. As coisas ficam bem melhores com pimenta, sabe como é?


O Globo quarta, 18 de janeiro de 2023

FUTEBOL: IMPRENSA INTERNACIONAL REPERCUTE PRIMEIRO JOGO DE SUÁREZ PELO GRÊMIO: *ESTREIA METEÓRICA*

 

Por O Globo

 

Luis Suárez marcou três gols na estreia pelo Grêmio
Luis Suárez marcou três gols na estreia pelo Grêmio LUCAS UEBEL/GREMIO FBPA

O atacante Luis Suárez chegou ao Grêmio com seu faro de artilheiro atiçado. O uruguaio de 35 anos fez sua estreia, na última terça-feira, contra o São Luiz, pela Recopa Gaúcha, e de quebra marcou três gols em 37 minutos, ajudando o tricolor a ficar com a taça. Sua atuação rodou o mundo e alguns jornais estrangeiros destacaram seu primeiro jogo no Brasil.

 

Jornal As repercute estreia de Suárez pelo Grêmio — Foto: Reprodução/As

Jornal As repercute estreia de Suárez pelo Grêmio — Foto: Reprodução/As

 

 
Jornal Marca destaca hat-trick de Suárez — Foto: Reprodução/Marca

Jornal Marca destaca hat-trick de Suárez — Foto: Reprodução/Marca

Também na Espanha, o Marca exaltou o hat-trick de Suárez em 38 minutos e apontou que o atacante não se cansa de fazer gols, seja na Holanda, Inglaterra, Espanha, Uruguai ou Brasil.

 

L'Équipe

 

Jornal francês L'Équipe destaca os três gols de Suárez — Foto: Reprodução/L'Équipe

Jornal francês L'Équipe destaca os três gols de Suárez — Foto: Reprodução/L'Équipe

Na França, o jornal L'Équipe disse que a história entre Luis Suarez e o Grêmio parece o início de um romance. E ainda relembrou que o último Hat-Trick do atacante em 45 minutos havia sido em 2013, quando ainda atuava no Liverpool.

 

A Bola

 

Jornal A Bola também exaltou o rápido hat-trick de Suárez — Foto: Reprodução/A Bola

Jornal A Bola também exaltou o rápido hat-trick de Suárez — Foto: Reprodução/A Bola

Em Portugal, o jornal A Bola disse que Suárez não poderia ser melhor em sua noite de estreia pelo Grêmio. Com seu Hat-Trick, que não marcava desde 2018, ele ajudou o time gaúcho a conquistar o primeiro troféu.

 

Olé

 

Jornal argentino repercute estreia de Suárez — Foto: Reprodução/Olé

Jornal argentino repercute estreia de Suárez — Foto: Reprodução/Olé

Assim como os demais portais, o jornal argentino Olé destacou o primeiro jogo, gol e título de Luis Suárez pelo Grêmio. Ainda afirmou que o atacante levou os torcedores gremistas ao delírio com seu hat-trick.


O Globo terça, 17 de janeiro de 2023

GINA LOLLOBRIGIDA SE ENCANTOU: ATRIZ MORRE AOS 95 ANOS

 

Por O GLOBO — Rio de Janeiro

 

A atriz Gina Lollobrigida acena para multidão no Festival de Cannes, em 1991
A atriz Gina Lollobrigida acena para multidão no Festival de Cannes, em 1991 Jacques Demarthon/AFP

Morreu, nesta segunda-feira (16), aos 95 anos, a atriz italiana Gina Lollobrigida, musa do neorrealismo e símbolo sexual em filmes lançados na década de 1950. A informação foi confirmada pelo advogado da artista. Segundo jornal "Corriere della sera", Gina estava internada num hospital em Roma.

Gina alcançou a fama nos anos 1950, ao representar o renascimento italiano após a Segunda Guerra Mundial. A atriz foi dirigida por nomes como Vittorio De Sica, Mario Monicelli e Pietro Germi e esteve em filmes como "O diabo riu por último" (1953), em que contracena com Humphrey Bogart, "O corcunda de Notre Dame" (1956), "Quando setembro vier" (1961), "Mar louco" (1963) e "Noites de amor, dias de confusão" (1968). Gina entrou para a calçada da fama, em Hollywood, em 2018.

Ao longo da carreira, sua imagem esteve associada à sensualidade, algo que lhe rendeu o apelido "maggiorata", termo para se referir às belas e voluptuosas atrizes italianas das décadas de 1950 e 1960. Em "Quando explodem as paixões" (1959), atuou ao lado de Frank Sinatra.

 Gina Lollobrigida, à esquerda, e Marylin Monroe conversam na entrada de um teatro de Nova York, em 1954 — Foto: AFP

Gina Lollobrigida, à esquerda, e Marylin Monroe conversam na entrada de um teatro de Nova York, em 1954 — Foto: AFP

Ao se afastar do cinema, tornou-se fotógrafa e escultora. Recentemente, a artista também tentou ingressar na arena da política. Em 1999, ela se candidatou pela primeira vez a uma vaga no Parlamento italiano. Em 2022, poucas semanas após completar 95 anos, candidatou-se ao Senado.

Gina Lollobrigida era uma poucas divas remanescentes da era de ouro de Hollywood. De acordo com o jornal "Corriere della serra", a artista estava internada desde setembro do ano passado, devido a uma fratura exposta no fêmur direito.


O Globo segunda, 16 de janeiro de 2023

GASTRONOMIA: PESQUISADORES DESCOBREM POR QUE O CHOCOLATE É TÃO IRRESISTÍVEL

 

Por O GLOBO — São Paulo

 

Chocolate. Foto: Unsplash
Chocolate. Foto: Unsplash Unsplash

Cientistas da Universidade de Leeds, no Reino Unido, decodificaram o processo físico que ocorre na boca quando um pedaço de chocolate é comido: ele se transforma de um sólido em uma emulsão suave totalmente irresistível para muitas pessoas. De acordo com o estudo, publicado na revista ACS Applied Materials & Interfaces, a sensação de chocolate surge pela forma como o chocolate é lubrificado, seja pelos ingredientes do alimento, pela saliva ou uma combinação dos dois.

A equipe espera que isso leve ao desenvolvimento de uma nova geração de chocolates de luxo que terão a mesma sensação e textura dos atuais, mas serão mais saudáveis​.

“Com a compreensão dos mecanismos físicos que acontecem quando as pessoas comem chocolate, acreditamos que uma próxima geração de chocolate pode ser desenvolvida de modo a oferecer a sensação de um chocolate com alto teor de gordura, mas que seja mais saudável", disse Siavash Soltanahmadi, da Escola de Ciência Alimentar e Nutrição de Leeds e principal pesquisador do estudo.

Os pesquisadores não investigaram o sabor do chocolate, mas a sensação e textura promovida pelo alimento. Os testes foram conduzidos usando uma marca luxuosa de chocolate amargo em uma superfície 3D semelhante a uma língua artificial projetada pela universidade. Os pesquisadores usaram técnicas analíticas de um campo da engenharia chamado tribologia para conduzir o estudo.

Os resultados mostraram que assim que o chocolate entra em contato com a língua, ele libera uma película gordurosa que reveste a língua e outras superfícies da boca. É esta película que faz com que o alimento fique macio durante todo o tempo em que está na boca.

“Se um chocolate tiver 5% de gordura ou 50% de gordura ainda vai formar gotículas na boca e é isso que dá a sensação gostosa do alimento", disse Soltanahmadi.

De acordo com a equipe, os novos chocolates precisam ter gordura apenas na camada mais externa e não em seu interior. Isso possibilita desenvolver um chocolate amargo com baixo teor de gordura, mas uma textura igual aos de alto teor.

Além disso, essas técnica podem ser aplicadas na investigação de outros alimentos que passam por uma mudança de fase, onde uma substância passa do estado sólido para o líquido, como sorvete, margarina ou queijo.


O Globo domingo, 15 de janeiro de 2023

MARÍLIA GABRIELA: *ESTOU VIVA, COMEÇANDO A APROVEITAR, COM DULAS, MAS TENHO CONTROLE DO QUE FAÇO*

 

Por Mariana Rosário — São Paulo

 

Marília Gabriela: das célebres entrevistas na TV ao prazer do 'não'
Marília Gabriela: das célebres entrevistas na TV ao prazer do 'não' Bruna Castanheira

Marília Gabriela ri ao ouvir a comparação de que entrevistá-la seria o equivalente a chamar a rainha Marta para “bater uma bolinha”. Apesar da gargalhada, a jornalista, que neste 2023 completa 75 anos, não ignora a própria trajetória. Diz que entrevistou todo mundo que quis e, portanto, está um “bocado cansada” de compromissos profissionais e de uma vida social badalada. Tem buscado o prazer em ser uma pessoa livre de agendas rigorosas e apta a se lançar às leituras e aos filmes que sempre quis. “Cheguei a me emocionar vendo o documentário da Selena Gomez”, confessa.

Apesar da calmaria, sentiu um comichão nos últimos meses para entender a louvação ao redor de influenciadores digitais. E preparou uma série no YouTube, com investimento próprio, para receber nomes relevantes do metiê. Ficou bravíssima ao notar que alguns de seus seguidores reprovaram a ideia. Faz mistério se vai voltar ao trabalho, e confessa que alguns lapsos recentes de memórias a fazem ficar de fora do mercado e a valorizar a tranquilidade e uma diminuta palavra: o não. Manda também um recado aos críticos: “Estou viva”.

 Ainda ladeada do paradoxo entre gostar de conversar com as pessoas e uma profunda timidez, abraçou a solidão após às 18h, quando só tem a si mesma de companhia. Aproveita o momento mais, digamos, recluso para começar a escrever o seu livro de memórias. Na conversa a seguir, adianta algumas e fala sobre culpa materna, críticas que recebeu nas redes sociais e a vida aos quase 75 anos. “Falei exatamente o que você esperava, não é?”, divertiu-se. Abaixo, os melhores trechos.
"Sofri muito inutilmente", diz Marília Gabriela sobre críticas — Foto: Bruna Castanheira

"Sofri muito inutilmente", diz Marília Gabriela sobre críticas — Foto: Bruna Castanheira

Por que voltar com um programa de entrevistas justamente com influenciadores?
Fiquei curiosa em saber quem são essas pessoas, de onde vem o poder extraordinário de ter milhões de seguidores que te amam, te idolatram. Achei todos ótimos. Fiquei possuída quando menosprezaram alguns. No meu Instagram, diziam que adoravam minhas entrevistas mas se recusavam a ver essas, especialmente com o MC Cabelinho. São pessoas que não param para pensar que eles devem ter algo de especial para ter tanta gente os seguindo.

Vai continuar?
Adoro falar com outras pessoas para conhecê-las e para me reconhecer nelas. Acho que o mecanismo que me levou a fazer o que fiz até hoje na vida foi esse de me procurar nos outros. Esse programa, como foi, talvez não faça mais. Mas como tem meu filho (Teodoro) e mais um monte de gente envolvida, se tiver patrocínio — porque é uma brincadeira caríssima — sou capaz de fazer novas entrevistas. Mas com outro tipo de gente.

Não é sua primeira tentativa na internet...
Em 2016, tive outro programa no YouTube e não deu certo. Eu errei e parei numa boa. Fui fazer outras coisas.

Como o teatro, por exemplo?
Sabe que até tinha comprado um espetáculo novo, quando fui aos Estados Unidos, em 2019. Uma peça sobre a Virgina Woolf e a mulher que ela amou a vida inteira (a poetisa Vita Sackville-West). Desisti porque não era justo estar começando uma carreira e ocupar um espaço, sendo que havia tanta gente precisando fazer teatro. Sou correta nesse sentido. Agora mesmo, estou com um convite, para daqui a dois anos, vamos ver... Embora não saiba o que acontecerá comigo em 2025 (risos).

Há novos planos para 2023?
Vou viajar e encarar meus demônios para tentar escrever um livro de memórias esparsas. Mas, como boa geminiana, não sei ainda o tema central.

O número não me incomoda, vivi até aqui intensamente. O que tem me incomodado é o desaparecimento de pessoas com idade próximas à minha. Então, me vem certa vulnerabilidade nesta observação. Começo a pensar: “Daqui a quanto tempo? Qual a minha probabilidade? Como se dá isso?”. Agora, entrei na zona do às vésperas de (risos). A idade me trouxe a clareza do viver.

Você diz gostar muito de conversar, mas também afirma ter muito apreço pela solidão. Como?
Já que trabalhei tanto, confundi a vida social com o meu ofício. Então, sempre voltei para casa e me tranquei. Sou péssima socialmente, não sei como me portar. Isso de não ter cultivado meu lado social me pesa um pouco.

Como lida com a solidão?
Comecei a regular ao que assisto na TV, por exemplo, porque dependendo do que escolher, aproveito para chorar tudo o que tenho para chorar, o que inclui a solidão.

Você já disse que o êxito profissional é um casamento com a culpa, ainda sente isso?
Eu sou a culpa em pessoa. Quando fiquei muito conhecida, os convites que mandavam na minha casa eram todos só em meu nome, não incluíam um marido. Quando algo me interessava muito, copiava a letra e botava o nome do meu companheiro no envelope e dizia que “nós fomos convidados”. Sentia culpa por ganhar mais dinheiro do que meu pai, um funcionário público. Sou a rainha da culpa quando o assunto são meus filhos (além de Teodoro, ela é mãe de Christiano Cochrane), para quem quis dar uma vida melhor. E há, é claro, a vontade da profissional que quer se realizar. É a culpa sobre a culpa. Só que não podemos nos esquecer que realizar-se é revolucionário.

O conflito deu o tom das últimas eleições presidenciais. Como enxerga isso?
Atravessamos um apagão de tudo que não seja ofensa contra o outro lado. Sem argumentação no geral e em cima de fatos políticos. Como isso pode ser melhor daqui pra frente? Não sei.

Sobrevivi. Estou aqui, mas acho que me machucou muito e muito inutilmente. Porque a reação é: “Ah, é? Vou mostrar até onde vou”. Essa é a maneira como reagi. Fui julgada, mas já nem me lembro mais pelo quê. Vou lhe dizer uma coisa: foda-se. Estou viva, começando a aproveitar, com culpas, mas tenho controle do que faço, tenho escolha. Escolho o prazer, a curiosidade, quero aprender o que me falta. E ainda assim até hoje de vez em quando me bombardeiam em alguma rede social.

Parece que está num momento de descoberta da vida. O que é isso exatamente?
Meu senso de humor está mais presente. Estou mais leve, até no relacionamento com os filhos. Agora consigo calar a boca quando eles vêm me contar alguma frustração. Sou mais capaz de não interferir em algo que eles podem resolver.

A pandemia foi muito difícil para você?
Fiquei sozinha em casa nos três primeiros meses. Em algum momento, comecei a comer muito mal à noite e, a partir daí, comecei a degringolar. Comia pipoca e só, porque não aguentava mais lavar panela. Juro, estou sendo honestíssima. Tudo resultou em uma manhã em que acordei e achei que estava morrendo. Tentava levantar e caía no chão. Fui diagnosticada com VPPB (vertigem posicional paroxística benigna, um distúrbio da orelha interna).

E parou por aí?
Depois, em Portugal, escorreguei fazendo pilates. Meti a cabeça na quina de uma porta. Ainda lá, caminhando naquelas calçadas e olhando para baixo, dei de cabeça numa placa. Tudo isso para dizer que fiquei meio prejudicada em algumas memórias. Penso nos nomes, mas eles não vêm. Isso colaborou para que eu ficasse mais quieta. Já fiz todos os exames, não tenho doenças degenerativas. Mas fiquei prejudicada depois do VPPB e dessas pancadas. Isso também é um dificultador no que faço. Mas não me deixa triste.

Marília Gabriela: bom humor em alta e fim dos "compromissos cartoriais" — Foto: Bruna Castanheira

Marília Gabriela: bom humor em alta e fim dos "compromissos cartoriais" — Foto: Bruna Castanheira

Você tem fome de quê? Vontade de quê?
De nada. Estou muito bem. Não sei se dá para acreditar, mas estou tranquila pela primeira vez. Leio, vejo filmes e viajo quando quero. E aí, quando tive vontade de ler e ouvir falar tanto dessa nova gente, decidi entrevistar os influenciadores.

Onde está a sua libido, que é energia vital?
Em todas essas atividades que resolvi fazer na vida. Fico bem com as meninas (que trabalham comigo). Depois das 18h, ninguém me liga, fico só. Nas viagens sinto prazer. Quando os filhos se reúnem, é uma maravilha, teatro é outro prazer.

Isso é inédito para você?
Sempre fui ligada à compromissos cartoriais. Além de trabalhar, viajava para atividades comerciais em outros estados, queria melhorar nossa vida, minha e dos meus filhos. Hoje em dia, posso dizer não. E é tão gostoso. É tão gostoso dizer “não quero”. Estou adorando esta fase. Não fico sentada pensando no que perdi.

Marília Gabriela: retorno às entrevistas com influenciadores foi temporária — Foto: Bruna Castanheira

Marília Gabriela: retorno às entrevistas com influenciadores foi temporária — Foto: Bruna Castanheira


O Globo sábado, 14 de janeiro de 2023

PAI SANTANA, ÍCONE DO VASCO, MASSAGISTA SEGUE LEMBRADO, GANHA BIOGRAFIA E VIRA ENREDO DE CARNAVAL

 

Por Rafael Oliveira — Rio de Janeiro

 

Pai Santana paga promessa e acende velas no centro do campo após a conquista do Carioca de 1970 pelo Vasco
Pai Santana paga promessa e acende velas no centro do campo após a conquista do Carioca de 1970 pelo Vasco Acervo O Globo
 

Eduardo Santana, mais conhecido como Pai Santana, não marcou gols e sequer foi jogador. Mas é mais lembrado que muitos daqueles que já calçaram chuteiras e atuaram nos gramados do país. Morto em 2011, o massagista segue presente na memória popular. No ano passado, batizou uma medalha distribuída pelo Vasco — clube com o qual mais estreitou laços — àqueles que se destacaram na luta antirracista. Agora, ganhou sua própria biografia em livro e ainda será tema de desfile no carnaval. Um prestígio que desafia a cultura do esquecimento tão comum no futebol.

Que o diga Roberto, seu filho. O Bola 7, apelido através do qual é mais conhecido, até hoje é abordado por torcedores que fazem questão de transmitir a ele o carinho que sentiam pelo seu pai.

— E até os mais jovens, que nem viveram a época dele. Mas ouviram tanto dos pais que falam do passado com propriedade — afirma Roberto, que esta semana participou da transmissão do velório de Roberto Dinamite na VascoTV, onde falou das histórias do massagista com o maior ídolo do clube.

 

A biografia do Pai Santana ajuda a compreender melhor o fascínio exercido por ele até hoje. Teve passagens por Botafogo, Fluminense, seleções brasileira e do Kuwait, Bahia e Vasco, onde ficou por mais tempo. Era reconhecido e valorizado como massagista, mas não apenas. Atuava também como um misto de psicólogo e coaching, pois sabia o que dizer para incentivar os jogadores e deixá-los mais seguros. Umbandista, usava ainda sua religiosidade para proteger atletas e o time de trabalhos espirituais que pudessem prejudicá-los. Muitos títulos foram atribuídos também a ele.

Em 2011, poucos meses antes de sua morte, Pai Santana foi ao Vasco e recebeu o carinho de Juninho Pernambucano e de Roberto Dinamite — Foto: Acervo O Globo

 

Em 2011, poucos meses antes de sua morte, Pai Santana foi ao Vasco e recebeu o carinho de Juninho Pernambucano e de Roberto Dinamite — Foto: Acervo O Globo

Acima de tudo, vinha o carisma. Não só jogadores, mas também jornalistas e principalmente torcedores se renderam a ele. Já nos anos 1990, em seu retorno ao Vasco após passagem pelo Kuwait, adotou o ritual de, antes de cada jogo em São Januário, estender uma bandeira cruz-maltina, se ajoelhar e beijá-la. A arquibancada, claro, ia à loucura.

— No início dos anos 70, a torcida do Vasco costumava gritar o nome do (goleiro) Andrada e do Dinamite. Mas chegou um momento em que passou a gritar, além dos dois, pelo Santana. Ou seja: botando no mesmo patamar que os maiores ídolos do time — conta o historiador Mauro Prais, especialista no clube de São Januário. — Acho que a torcida se via um pouco no Santana. É como se fosse um representante dela lá dentro.

 

 

Autor de biografia morreu antes de concluí-la

 

A trajetória do massagista é resgatada pelo livro “Pai Santana — O Orixá do futebol” (Ed.Rebento), lançado em dezembro. Foi escrito pelo autor Ecio Salles, criador da Festa Literária das Periferias (Flup), morto em 2019. Amigos que sabiam do projeto procuraram a viúva Daniele Salles com interesse em concluí-lo.

— A ideia inicial era ter um homenageado. Talvez a força espiritual do Pai Santana explique acabarmos tendo dois. De certa forma, a publicação traz memórias não só do Santana como do Ecio — opina Daniele. — É a celebração da vida de duas pessoas que tinham como conexão a espiritualidade e o futebol.

Sua contemporaneidade ajuda a explicar a presença ainda tão forte nos dias de hoje. Nos anos 80, muito antes do surgimento de movimentos como o Black lives matter (“Vidas negras importam”), que colaborou para ampliar o debate racial para além da comunidade negra, o massagista era membro do Comdedine (Conselho Municipal de Defesa dos Direitos do Negro). Sua postura diante do racismo era vista dentro dos clubes, onde foi alvo de piadas preconceituosas, e até dentro de casa.

— Ele criou os filhos levantando a bandeira de que não éramos inferiores em nada. E que brigaríamos por qualquer coisa de igual para igual com todo mundo — recorda o Bola 7.

O massagista também será enredo da União Cruz-maltina, escola de samba de torcedores do Vasco, que desfila pela Série Prata, espécie de terceira divisão do carnaval carioca. A força que ele tanto exibiu no futebol é a aposta da agremiação para ascender à Marquês de Sapucaí. Com o tema “Rodeia, Rodeia... Rodeia meu Pai Santana, Rodeia!”, desfilará na Intendente Magalhães, no dia 25 de fevereiro.


O Globo sexta, 13 de janeiro de 2023

LISA PRESLEY SE ENCANTOU: FILHA DE ELVIS INDICOU LOCAL ONDE GOSTARIA DE SER ENTERRADA, PRÓXIMA AO FILHO E AO PAI. AOS 54 ANOS, ELA SE FOI.

 

Por O GLOBO — Rio de Janeiro

 

A cantora Lisa Marie Presley, filha única de Elvis Presley
A cantora Lisa Marie Presley, filha única de Elvis Presley Chris Delmas/AFP

Quando Elvis Presley morreu, aos 42 anos — em agosto de 1977 —, o Rei do Rock foi enterrado no Cemitério Forest Hill, em Memphis, nos EUA, em cerimônia marcada por comoção popular. Em outubro daquele mesmo ano, o corpo do artista foi exumado após uma tentativa de roubo do caixão. À época, três criminosos confessaram à polícia que tinham a intenção de violar o túmulo e pedir um resgate no valor de US$ 10 milhões em troca do cadáver, para a família do astro da música. 

Desde então, os restos mortais de Elvis Presley estão no famoso jardim de meditação da Mansão Graceland, casa que serviu de residência para o cantor e que hoje é um ponto turístico em Memphis, com tours guiados para os visitantes. É lá, neste cemitério privado próximo a uma piscina, que deve ser enterrado o corpo de Lisa Marie Presley, cantora e filha única de Elvis, e que morreu aos 54 anos, na última quinta-feira (12). Esse era o desejo dela, a própria deixou explicitado para a família.

No mesmo local, estão os restos mortais dos pais de Elvis e de uma avó do artista. Um dos filhos de Lisa Marie Presley — Benjamin Keough, que se suicidou aos 27 anos, em 2020 — também foi enterrado no lugar. Em um ensaio para "People Magazine", em 2022, Lisa Marie disse que sua vida foi marcada por tristeza e perdas desde a infância, destacando que a morte do filho foi um golpe devastador para ela e suas três filhas.

Elvis Presley em frente à mansão Graceland, em Memphis, Tennessee, onde viveu por 20 anos, até sua morte em 1977 — Foto: Reprodução

Elvis Presley em frente à mansão Graceland, em Memphis, Tennessee, onde viveu por 20 anos, até sua morte em 1977 — Foto: Reprodução

Lisa Marie dizia que costumava ser assombrada pelo cemitério da família ao visitar a Mansão Graceland. O fato está ressaltado de "Lights out", canção que ela lançou em 2003. Um dos versos diz: "Alguém apagou as luzes lá em Memphis. É onde minha família foi enterrada e se foi. Da última vez que estive lá, notei um espaço sobrando, ao lado deles em Memphis, no maldito gramado dos fundos".

Em entrevista naquele período, a cantora e compositora fez comentários sobre a composição: "O gramado dos fundos de Graceland é basicamente um cemitério. Quantas pessoas têm um túmulo de família no quintal? Quantas pessoas são lembradas de seu destino, de sua mortalidade, todos os dias?", ela questionou. "Todos os túmulos estão alinhados e há um lugar lá, esperando por mim, ao lado de minha avó", acrescentou, à época.

Em outra ocasião, ela voltou a falar sobre o assunto. "Não planejo nada. Tenho certeza que vou acabar lá (no cemitério particular de minha família)", ela disse. Em seguida, fez uma brincadeira: "Ou então encolho a cabeça e serei colocada numa caixa de vidro na sala (da mansão). Vou atrair mais turistas para Graceland dessa maneira", afirmou.


O Globo domingo, 08 de janeiro de 2023

*NEVOU* NO RIO: MANIA DE DESCOLORIR O CABELO ATÉ FICAR QUASE BRANCO VIRA MODA ENTRE OS CARIOCAS

 

Por Geraldo Ribeiro — Rio de Janeiro

 

Jovens do Vidigal e a tendência que saiu das favelas e do subúrbio para a Zona Sul
Jovens do Vidigal e a tendência que saiu das favelas e do subúrbio para a Zona Sul Leo Martins

Em pleno verão, o fenômeno que vem chamando atenção nas ruas do Rio é conhecido como “nevada carioca”, ou apenas “nevou” — para os mais íntimos. Trata-se da mania de descolorir, platinando os cabelos até os fios ficarem completamente brancos, que tomou conta das cabeças dos jovens de Norte a Sul e virou a febre do momento. A onda começou às vésperas do Natal, ganhou força no réveillon e entrou em janeiro lotando os salões. Nascida nas comunidades e nos subúrbios, a tendência ultrapassou fronteiras geográficas e sociais da cidade, principalmente depois de ganhar as redes e de ter conquistado artistas e atletas.

 

 

— É uma tendência influenciada pelo Tik Tok e outras redes sociais. Os meninos postavam vídeos clareando os cabelos, barbas e bigodes, até deixá-los com aspecto nevado. O termo surgiu porque, nas postagens, eles também recorriam a aplicativos com efeitos simulando neve caindo em cima da cabeça, e daí postavam “nevou” ou “nevada”. Então, ficou esse nome. É uma febre. É muito a cara dos garotos praianos cariocas — diz Mauro Brettas, cabeleireiro e maquiador do salão Care, em Ipanema, ele mesmo um adepto do visual, que experimentou pela primeira vez no último carnaval.

Ratinho: moda enche salões no Vidigal e Bonsucesso — Foto: Leo Martins

Ratinho: moda enche salões no Vidigal e Bonsucesso — Foto: Leo Martins

Cabeleireiros e donos de salão apostam que o modismo resiste com força pelo menos até os dias de folia. A novidade deste ano é que a descoloração global substituiu o amarelado, em um tom mais para o louro, feito com água oxigenada e amônia, quase sempre em casa, por conta própria. Agora estão sendo usados produtos como pó descolorante, tinta branca e matizador, de resultado melhor e mais duradouro, que demandam ajuda profissional.

Para seguir o modismo é necessário desembolsar valores que vão de R$ 50 a mais de R$ 500, dependendo do salão. Também é possível arriscar fazer em casa, gastando só com produtos — em torno de R$ 100 —, mas sem garantia de resultado satisfatório, e com riscos ao couro cabeludo.

 
Onda do cabelo nevado invade a cabeça dos cariocas
 
 
 
 
 
 

Onda do cabelo nevado invade a cabeça dos cariocas

O principal público-alvo é masculino, composto por jovens entre 15 e 20 anos. Uma turma numerosa nessa faixa etária tem lotado a Barbearia do Ratinho, com filiais no Vidigal e em Bonsucesso. Nos dois estabelecimentos, os barbeiros Matheus Gaspar, o Pinguim, e Altair de Jesus Oliveira, o Ratinho, respectivamente, é que fazem as cabeças.

— O modismo começou nas favelas — defende Pinguim. — Antes, a garotada usava água oxigenada e amônia para descolorir por conta própria, e o resultado era que o cabelo ficava amarelado, além de arder muito o couro cabeludo. No fundo, o que todo mundo queria era o branco total, possível agora porque os produtos estão mais avançados.

O estudante Thomas Joubert Fernandes Rodrigues, de 18 anos, morador do Vidigal e frequentador da Praia do Arpoador, era um dos mais de dez jovens que, na manhã da última terça, enfrentavam a cadeira do barbeiro Pinguim. Após duas horas de espera — tempo para o platinado perfeito —, o jovem aprovou o resultado:

Modismo lota os salões em toda a cidade — Foto: Leo Martins

Modismo lota os salões em toda a cidade — Foto: Leo Martins

— Já é uma tradição de final de ano e começo de verão. Queima um pouco, mas vale a pena. Dá um resultado diferenciado, melhora o visual e aumenta a autoestima, além de, é claro, fazer sucesso com as mulheres.

Encobrindo grisalhos

Localizado no Jardim América, o WM Barber Club é um dos salões que atraem a garotada da Zona Norte, mas também figuras conhecidas como o jogador Andrey. O atleta revelado no Vasco da Gama e que hoje atua no Coritiba tem casa na Barra, mas sempre que está no Rio retoca o platinado no estabelecimento, como fez há duas semana.

West Pereira e os cliente: Onda no Rio 40 graus é o "nevou" — Foto: Leo Martins

West Pereira e os cliente: Onda no Rio 40 graus é o "nevou" — Foto: Leo Martins

— A moda no Rio de Janeiro 40 graus é neve o tempo todo — brinca West Pereira, dono do salão, que ao longo da quarta-feira passada enfileirava meia dúzia de clientes em busca do “nevou”.

Entre eles, estavam o lutador de jiu-jítsu Bruno Paixão, de 32 anos, e o músico Júnior Oliveira, de 34, que fogem ao perfil da maioria do público “nevado”. Entre os mais velhos — na casa dos 30 —, a mudança muitas vezes é guiada pelo desejo de disfarçar os primeiros grisalhos naturais.

— Tinha uns fios grisalhos aparecendo. Incentivado pelo barbeiro, tomei coragem e descolori tudo. Ficou maneiro. Deu até uma rejuvenescida. Acho que vou adotar — aprovou o lutador.

Além de Brettas, outro profissional que também abraçou o estilo “nevado” foi Fabyano Coelho, de 26 anos, da filial Leblon do Werner Coiffeur. Ele sempre gostou de descolorir os cabelos e acaba servindo de inspiração para os clientes:

— É um estilo com o qual me identifico muito. Hoje existem produtos que contribuem para um efeito ainda mais bonito. Muita gente tem aderido ao modismo, de esportistas a influenciadores digitais.

Ratinho, que comanda o salão de Bonsucesso batizado com seu nome, recomenda, para manter o platinado em dia, cuidados como evitar xampu com colorante ou mergulhar em piscina com cloro — o que, segundo ele, pode acabar deixando os fios no velho tom amarelado.

— O fio de cabelo tem sua cutícula toda aberta no processo de descolorir. Em alguns casos, o fio vai ser impregnado pela coloração, e isso provoca desgaste da haste. Como é um modismo, espero que seja algo a ser feito uma vez só. No caso das crianças, pode haver risco de queimadura ou alergia, entre outros problemas.


O Globo sábado, 07 de janeiro de 2023

MEIO AMBIENTE: CONHEÇA AS SETE MARAVILHAS BRASILEIRAS CANDIDATAS A PATRIMÔNIO NATURAL DA HUMANIDADE DA UNESCO

Por Rafael Garcia — São Paulo

 

Lençóis Maranhenses estão no páreo
Lençóis Maranhenses estão no páreo Elisa Martins

As ondulações branquinhas em contraste com o céu azul lembrariam o deserto se, entre uma e outra duna, não se avistassem lagoas de águas cristalinas. As ondas de areia poderiam remeter a praias, mas, ao tocar os grãos, quase integralmente de quartzo, a sensação é de nunca ter visto nada igual de tão fino e leve. Ao provar a água, ela é doce. O vento sopra as dunas enquanto o olhar se perde tentando alcançar o horizonte. Destino de tirar o fôlego, os Lençóis Maranhenses podem ganhar outro patamar para além da perfeição: é forte candidato a Patrimônio Natural da Humanidade no Brasil.

A lista com sete candidatos ao título, mantida em sigilo, deverá ser divulgada ainda este mês. Além do Maranhão, estão no páreo belezas de outros estados: a Serra da Capivara (PI), o Parque de Itatiaia (RJ), o Raso da Catarina (BA), as cavernas de Peruaçu (MG), os banhados do Taim (RS) e a serra do Divisor (AC).

A “lista-tentativa” elaborada pela ONG World Heritage Watch (WHW) dá suporte às autoridades que determinam quais serão os sítios eleitos. A indicação de cada um é feita pelo país que o abriga, para depois ser sancionada pela Unesco.

Embora não tenha caráter oficial, a lista da WHW tem grande influência. Criada há 10 anos, na Alemanha, a ONG tem avaliado o status de conservação dos locais que já são patrimônio da humanidade e prospecta novos candidatos.

Como a Unesco recebe pedidos de todos os países do mundo, sua equipe não consegue avaliar tudo com rapidez, e os países com presença da WHW têm ganhado agilidade.

— Quem controla a lista é a Unesco, mas a decisão na prática é tomada pelo país — explica José Pedro de Oliveira Costa, professor do Instituto de Estudos Avançados da USP e representante da WHW no Brasil. — Em todas as vezes que o Itamaraty fez sugestões à Unesco, nunca houve alguma que não fosse aceita.

Se levado em conta que o Brasil possui mais de mil unidades de conservação, a lista do WHW é pequena. Mas a inclusão de muitas áreas seria contraproducente. A Unesco adota a política de conceder um título por ano para cada país, e a decretação dos patrimônios naturais da humanidade se mistura à dos patrimônios culturais, alguns deles também pleiteados pelo Brasil.

Os critérios da Unesco não se limitam à qualidade da preservação.

— Aquilo que mais conta na tomada da decisão é a demonstração de que uma área candidata é realmente diferente e única. Ela precisa se destacar no âmbito mundial, seja do ponto de vista de biodiversidade, de paisagem ou de elementos de geologia — explica Angela Kuczach, diretora-executiva da Rede Nacional Pró Unidades de Conservação, ONG que realizou o trabalho de avaliação dos patrimônios naturais no Brasil em parceria com a WHW.

O critério de originalidade pesou desta vez, por exemplo, para inclusão do Raso da Catarina, já que o Brasil não tem ainda nenhum patrimônio da humanidade na Caatinga. O Raso é uma bacia de solo muito arenoso e profundo, na Bahia, onde surgem surpreendentes cânions.

 

Turismo cresce

 

A entrada de áreas naturais na lista confere um status de prioridade na conservação dos sítios relacionados, e costuma dar visibilidade turística aos sítios listados.

— Mas com o benefício, vem também um aumento da responsabilidade — diz Kuczach. — Com o título de patrimônio natural, o estado de preservação dos sítios fica sob maior atenção da comunidade internacional, e os governos se sentem meio que obrigados a cuidá-los. É por isso que muitos governos relutam em encaminhar novos pedidos de sítios, que foi o que aconteceu agora no governo Bolsonaro.

No Brasil, o título já foi dado ao Pantanal (MT/MS), Amazônia Central (AM), Costa do Descobrimento (BA/ES), complexo Ilhas Atlânticas (Fernando de Noronha e Atol das Rocas), Parque Nacional do Iguaçu (PR), Vale do Ribeira (PR/SP) e complexo Chapada dos Veadeiros/Parque das Emas (GO).

A Unesco prevê que, se um processo de deterioração for comprovado em um Patrimônio da Humanidade, o local pode perder o título. A Rede Pró UC e o WHW disseram ao GLOBO, porém, que têm recebido do novo governo sinais positivos em relação à preservação dos sítios já existentes e qualificação de outros a receberem o título. O relatório das ONGs com a nova lista tentativa deve ser lançado oficialmente em 23 de janeiro, em um evento no IEA-USP.


O Globo sexta, 06 de janeiro de 2023

JANEIRO SECO: OS BENEFÍCIOS DE INTERROMPER O CONSUMO DE ÁLCOOL POR UM MÊS

 

Por Giulia Vidale — São Paulo

 

Janeiro Seco. Foto: Freepik
Janeiro Seco. Foto: Freepik Freepik
 

Início do ano é um período de recomeço e muitas pessoas aproveitam esse momento para traçar novos objetivos e metas em prol de um estilo de vida mais saudável. Reduzir ou suspender a ingestão de álcool, mesmo que de forma temporária, costuma estar entre as metas estabelecidas para o período seja para compensar os exageros cometidos no fim do ano ou simplesmente para eliminar algumas calorias da dieta. Tanto que, nos últimos anos, o movimento “Dry January” ou “Janeiro Seco”, em tradução livre, que começou no Reino Unido, tem ultrapassado as fronteiras e alcançado novos adeptos em outros países, incluindo o Brasil.

O movimento, criado em 2012 pela Ong Alcohol Change UK, incentiva as pessoas a começarem o ano sem bebida alcoólica por um mês inteiro. Pode parecer uma atitude inócua, por ser pontual, mas a verdade é que mesmo um breve período sem álcool é suficiente para trazer benefícios para a saúde.

De acordo com o psiquiatra Arthur Guerra, presidente do CISA – Centro de Informações sobre Saúde e Álcool, muitas vantagens são observadas a curto prazo após a interrupção do consumo frequente de álcool.

— De maneira geral, a qualidade do sono costuma melhorar bastante, o que reflete em nas outras atividades do cotidiano, trazendo mais disposição. As relações sociais também tendem a melhorar, principalmente com as pessoas com quem você se relaciona frequentemente — afirma Guerra.

Há ainda melhora no desempenho em exercícios físicos, no bem-estar geral e nos sintomas de depressão e ansiedade. De acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS), não existe uma ingestão “segura” de álcool. Mas, o consumo moderado - definido como até duas doses de álcool para homens e uma dose de álcool para mulheres em uma única ocasião - está associado a menores riscos para a saúde. Uma dose de álcool é equivalente a uma lata de cerveja, uma taça de vinho ou um shot de destilado. 

O consumo de qualquer quantidade acima disso, já é configurado nocivo. Mas é claro que, quanto mais se bebe maior é o risco de problemas físicos e mentais, incluindo danos no coração e no fígado, maior risco de câncer, sistema imunológico enfraquecido, problemas de memória e transtornos de humor. O consumo abusivo, aquele associado ao maior risco, é definido como a ingestão de 60 gramas ou mais de álcool, o equivalente a pelo menos quatro doses, em uma única ocasião, ao menos uma vez por mês.

 

Sinais de alerta

 

No entanto, segundo Guerra, existem alguns sinais e sintomas que podem indicar a necessidade de repensar o padrão de consumo de álcool. São eles: sentir forte desejo de beber; ter dificuldade de parar de beber; priorizar a bebida alcoólica, relegando as outras obrigações e atividades; continuar a beber, a despeito das consequências negativas; e sentir abstinência física, ou seja, ter sintomas como sudorese, tremores e ansiedade quando não se está sob o efeito do álcool.

Para quem se identificou com os sinais acima ou simplesmente quer testar o autocontrole, desafios como o Janeiro Seco podem ser um bom incentivo para criar novos hábitos. Isso porque um mês de sobriedade não é tão longo a ponto de ser impossível de cumprir. Mas dura o suficiente para desencadear benefícios imediatos à saúde física e mental.

Além disso, de acordo com pesquisas, as pessoas que completam o desafio de ficar um mês inteiro sem beber, raramente retomam os velhos hábitos de consumo. Em geral, essas pessoas bebem menos a longo prazo e fazem outras mudanças que levam a melhorias notáveis ​​em sua saúde e bem-estar.

 

Benefícios de 1 mês sem álcool

 

Estudo publicado em 2018, na revista científica BMJ Open, mostrou que pessoas que abandonaram o álcool por um mês dormiram melhor, tiveram mais disposição e perderam peso, apesar de poucas ou nenhuma mudança em suas dietas, tabagismo ou níveis de atividade física. Eles também apresentaram redução na pressão arterial, nos níveis de colesterol, de resistência à insulina - um marcador de risco de diabetes tipo 2 – e de proteínas relacionadas ao câncer.

Elas também mantiveram uma redução significativa no consumo de álcool no longo prazo, saindo de um padrão classificado como “perigoso”, no início do estudo, para de “baixo risco”, oito meses depois. Outro trabalho, publicado em 2021 na revista Health Psychology, descobriu que a maioria das pessoas que aderem ao Janeiro Seco relatam, além das alterações acima, economizar dinheiro e uma melhor capacidade de concentração.

Benefícios adicionais incluem melhora do aspecto da pele e do cabelo. Para os fios, a principal consequência da ingestão excessiva de bebidas alcóolicas é o ressecamento e a quebra.

— O álcool é um diurético e a perda de água cutânea causa ressecamento e descamação da pele. A pele também tende a ficar avermelhada, pois a bebida dilata os vasos. Além disso, as rugas ficam mais visíveis, a pele fica mais oleosa e a rosácea piora. A produção de radicais livres também aumenta após a ingestão do álcool, o que favorece o envelhecimento precoce e a flacidez — explica a médica dermatologista Cintia Guedes, membro da Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD).

 

Dicas

 

Independentemente da motivação e do curto período, a mudança de hábitos não é uma tarefa fácil. O grau de dificuldade para reduzir o consumo ou parar de beber dependerá das características pessoais do indivíduo, da quantidade de bebida que costuma ingerir e da presença de algum nível de dependência. Mas existem algumas orientações que podem ajudar nesse processo:

  • Tenha metas claras, realistas e objetivas, com períodos de início e fim bem definidos;
  • Compartilhe essas metas com outras pessoas, tanto para obter apoio quanto para inspirar os outros a eventualmente participarem do desafio;
  • Afaste-se de pessoas que pressionam ou incentivem a beber;
  • Evite ocasiões em que o consumo de álcool é muito tentador;
  • Não tenha bebida alcoólica em casa;
  • Preencha seu tempo livre com atividades que sejam antagônicas ao consumo de álcool, como caminhar e fazer outros exercícios físicos;
  • Aproveite para adotar outros hábitos saudáveis, como ter uma alimentação equilibrada, dormir bem, praticar atividade física e beber água.

 

É importante alertar que pessoas que apresentam algum sintoma negativo por reduzir ou eliminar o álcool podem precisar de ajuda profissional. Uma pessoa com transtorno de uso de álcool, pode entrar em abstinência e apresentar sintomas físicos graves, como tremores, sudorese, batimentos cardíacos acelerados e até mesmo convulsões.

Para manter o consumo de álcool moderado após esse período, Guerra recomenda observar e praticar o aprendizado obtido durante a interrupção. Por exemplo, muitas pessoas podem sentir que é possível se divertir do mesmo modo com pouco álcool.

Além de apostar na moderação e não voltar a beber frequentemente, optar por bebidas que apresentam funcionalidades, como o vinho tinto e seco, que contam com o resveratrol, pode ser uma boa opção.

— Bebidas como cachaça, vodca, whisky e tequila tendem a ser absorvidas mais rapidamente e, no geral, são mais agressivas para o fígado. Ou seja, devem ser evitadas ou limitadas a quantidades menores que uma dose diária — avalia a médica nutróloga Marcella Garcez, diretora e professora da Associação Brasileira de Nutrologia (ABRAN).


O Globo quinta, 05 de janeiro de 2023

CURIOSIDADE: ATUM É LEILOADO POR R$1,4 MILHÃO NO JAPÃO

 

Por O Globo e agências internacionais — Rio de Janeiro

 

Chefes de cozinha observam o peixe comprado no início do dia por mais R$ 1,4 milhão no primeiro leilão de atum do Ano Novo
Chefes de cozinha observam o peixe comprado no início do dia por mais R$ 1,4 milhão no primeiro leilão de atum do Ano Novo Richard Brooks/AFP

Um atum-rabilho de 212 quilos foi leiloado no Japão por mais de R$ 1,4 milhão nesta quinta-feira, segundo informou o jornal local The Japan Times. Na moeda do país, o iene japonês, o peixe saiu por ¥ 36 milhões. A venda aconteceu no leilão de Ano Novo realizado pelo mercado de peixes de Toyosu, localizado em Tóquio. O valor pago pelos compradores é mais do que o dobro do preço máximo de R$ 691 mil pago no ano passado.

A espécie foi pescada por uma embarcação que opera em um porto da cidade Oma, situada na província de Aomori. O custo milionário do peixe entrou para a lista de mais caros da história do leilão desde 1999, ocupando a sexta posição do ranking.

O arremate foi feito pelo grupo atacadista de pescado Yamayuki, com sede em Tóquio, em conjunto com a empresa que opera o restaurante Sushi Ginza Onodera. Juntos, os dois venceram a licitação realizada em uma das atrações turísticas mais populares da capital japonesa.

— Eu queria criar algumas notícias positivas à medida que as consequências da pandemia de coronavírus diminuem gradualmente. O preço é justo para a primeira venda da temporada — disse ele ao The Japan Times.

Já o chefe de cozinha do Ginza Onodera fez questão de agradecer aos pescadores. 

— Quero agradecer a quem entregou este atum maravilhoso. As pessoas que comem com certeza ficarão satisfeitas — afirmou ele.

O leilão deste ano começou por volta das 5h10 no fuso do Japão, quando ainda era quarta-feira no Brasil. A licitação uma hora depois de o atum ter sido colocado em fila, provocando trocas de informação entre licitantes e compradores.

Apesar do preço impressionante, o recorde do leilão é um atum-rabilho de 278 kg. O peixe foi vendido por ¥ 333,6 milhões de ienes — mais de R$ 13,6 milhões — no leilão de Ano Novo em 2019, quando p evento foi realizado em Toyosu pela primeira vez após a transferência do principal mercado de peixes de Tóquio. Antes, o espaço ficava no município vizinho de Tsukiji.


O Globo quarta, 04 de janeiro de 2023

GASTRONOMIA: VEJA UM RANKING DAS MELHORES DIETAS, SEGUNDO ESPECIALISTAS

 

Por O GLOBO — São Paulo

 

Dieta mediterrânea foi eleita a melhor do mundo. Foto: Freepik
Dieta mediterrânea foi eleita a melhor do mundo. Foto: Freepik Freepik

Perder peso e ter hábitos mais saudáveis estão entre as principais resoluções de ano novo. Mas, qual é a melhor estratégia para fazer isso? Para ajudar nessa missão, a a revista especializada US News & World Report publica anualmente um ranking das melhores dietas para as mais diversas finalidades — perda de peso (claro), proteção do coração, evitar doenças, como diabetes e demências.

No ranking geral, a mundialmente conhecida dieta mediterrânea foi escolhida como a melhor dieta para 2023. Vale lembrar que ela também é indicada para quem quer apenas ter uma alimentação mais saudável e balanceada, com maior número de legumes, verduras e frutas, por exemplo.

A lista é elaborada por médicos e nutricionistas americanos de renomadas instituições, como as universidades Stanford e Harvard e da Academia de Nutrição e Dietética. Os profissionais deram notas de 0 a 5 para os seguintes critérios: perda de peso em curto prazo (probabilidade de perder uma quantidade significativa de peso nos primeiros 12 meses); perda de peso em longo prazo (probabilidade de manter uma quantidade significativa do peso perdido durante pelo menos dois anos); facilidade de ser seguida (baseada em fatores como saciedade, sabor, requisitos especiais) e, enfim, o fato de ser saudável (integridade nutricional, possíveis riscos para a saúde e capacidade de prevenir diabetes e doenças cardíacas).

Confira abaixo as seis melhores dietas para 2023.

 

Dieta mediterrânea

 

A dieta mediterrânea foi considerada a melhor dieta entre todas as outras por ter levado a melhor classificação em diversas categorias, incluindo melhor dieta vegetariana, melhor dieta para alimentação saudável e para a família.

Inúmeros estudos já comprovaram os benefícios desse tipo de alimentação. Além de reduzir o risco de diversos problemas de saúde, como diabetes, problemas cardiovasculares, demência, depressão e câncer, a dieta mediterrânea também está associada a ossos mais fortes, maior expectativa de vida e até mesmo perda de peso.

 

Dieta DASH

 

A dieta DASH, sigla em inglês para “dieta para combater a hipertensão”, ficou em segundo lugar. Esse é um plano alimentar flexível, equilibrado e saudável para o coração promovido pelo Instituto Nacional do Coração, Pulmão e Sangue para tratar (ou prevenir) a hipertensão.

Ela enfatiza o consumo de frutas, vegetais, grãos integrais, proteínas magras e laticínios com baixo teor de gordura, que são ricos em nutrientes que reduzem a pressão arterial, como potássio, cálcio, magnésio e fibras. Por outro lado, alimentos ricos em gordura saturada – como carnes gordurosas, laticínios integrais, óleos tropicais e bebidas açucaradas – devem ser limitados, assim como o sódio.

O primeiro estudo multicêntrico realizado sobre o assunto mostrou que essa dieta reduziu a pressão arterial sistólica em 5,5 milímetros de mercúrio e a pressão diastólica em 3,0 milímetros de mercúrio a mais do que uma alimentação convencional americana.

 

Dieta flexitariana

 

A origem do nome "flexitariana" está na união das palavras "flexível" e "vegetariana". O termo foi cunhado há mais de uma década pela nutricionista Dawn Jackson Blatner em seu livro "The Flexitarian Diet: The Mostly Vegetarian Way to Lose Weight, Be Healthier, Prevent Disease and Add Years to Your Life" ("A Dieta Flexitariana: o jeito vegetariano de perder peso, ser mais saudável, prevenir doenças e acrescentar anos à sua vida", em tradução livre).

 

Dieta MIND

 

A MIND é a união das dietas DASH e Mediterrânea. Esse plano alimentar tem como principal objetivo ajudar a prevenir demências. Embora não haja uma maneira infalível de prevenir a condição, comer alimentos saudáveis ​​– como folhas verdes, nozes, grãos integrais, feijão, carne branca, azeite extra virgem e frutas vermelhas – pode reduzir o risco de uma pessoa desenvolver o distúrbio cerebral progressivo.

A dieta MIND foi desenvolvida pela epidemiologista nutricional Martha Clare Morris, do Centro Médico da Universidade Rush, por meio de um estudo financiado pelo Instituto Nacional de envelhecimento. O estudo descobriu que a dieta MIND reduziu o risco de Alzheimer em cerca de 35 % em pessoas que o seguiram moderadamente bem e até 53% para aqueles que aderiram rigorosamente.

 

Dieta TLC

 

TLC é uma sigla em inglês para Mudanças Terapêuticas de Estilo de Vida. Essa dieta foi criada pelo Programa Nacional de Educação sobre o Colesterol dos Institutos Nacionais de Saúde (NIH, na sigla em inglês) com o objetivo de reduzir o colesterol como parte de um regime alimentar saudável para o coração. Esse plano exige uma alimentação abundante em vegetais, frutas, pães, cereais, massas e carnes magras, com uma ampla gama de possibilidades e alimentos.

 

Dieta da Mayo Clinic

 

A Mayo Clinic é uma renomada ONG americana da área de serviços médicos e de pesquisas médico-hospitalares. Seus profissionais criaram uma dieta que une perda de peso e um estilo de vida mais saudável. Ela preconiza a quebra de hábitos alimentares ruins pela substituição de bons hábitos, com a ajuda de uma pirâmide alimentar exclusiva que enfatiza frutas, vegetais e grãos integrais.


O Globo terça, 03 de janeiro de 2023

PELÉ: MAIS DE 700 CRIANÇAS COM O NOME *PELÉ" NASCERAM NO PERU EM 2022

 

Por AFP — Lima

 

 

 
 
Pelé, em foto de Ivo González Ivo González

O mundo perdeu o 'Rei' do futebol, Pelé, em 2022, mas seu nome continuará nas 738 crianças peruanas que nasceram no ano passado.

 

Segundo uma lista publicada pelo Registro Nacional de Identificação e Estado Civil (Reniec) do Peru no final de 2022, os bebês foram registrados como Pelé, Rey Pelé, Edson Arantes ou Edson Arantes do Nascimento, nome completo do três vez campeão mundial.

O ex-craque morreu no dia 29 de dezembro aos 82 anos e foi velado nesta segunda-feira no estádio do Santos, aonde milhares de pessoas compareceram para se despedir do ídolo.

Entre as meninas peruanas, 551 foram batizadas como Rainha Elizabeth, Elizabeth Segunda ou Elizabeth II, título da monarca do Reino Unido que morreu em setembro do ano passado.

No Peru, o nome famoso que liderou a lista foi o do craque português Ronaldo ou Cristiano Ronaldo (31.583). Também são 371 com o do argentino Lio Messi ou Messi, atual campeão mundial; e 229 com a estrela francesa Mbappé ou Kylian Mbappé.

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Entre as mulheres, o nome que lidera a lista é Rubí (24.980), seguida da cantora colombiana Shakira (1.787). Há também 250 Merlina, como é conhecida a filha mais nova da família Adams, Wednesday, em alguns países da América Latina, cuja série estreou em 2022.

Entre os nascidos no ano passado há também um com o nome do magnata dono do Twitter, Elon Musk, e outro batizado como "Catar", país-sede da Copa do Mundo de 2022.


O Globo segunda, 02 de janeiro de 2023

PELÉ: QUEM SÃO OS HERDEIROS DO REI D FUTEBOL

 

Por O Globo — Rio de Janeiro

 

Pelé teve sete filhos, mas uma delas morreu em decorrência de um câncer
Pelé teve sete filhos, mas uma delas morreu em decorrência de um câncer Reprodução/Instagram

Melhor jogador de futebol de todos os tempos, Pelé morreu na última quinta-feira, deixando um enorme legado. Com toda sua história dentro e fora dos campos, o atleta do século foi listado pela revista americana Forbes como um dos dez atletas aposentados com as maiores fortunas no mundo, em publicação de 2014.

Pelé, o Rei do futebol, segundo o levantamento, teria recebido no período 15 milhões de dólares, o equivalente a R$ 35 milhões naquele período. Para calcular os valores, a Forbes levou em conta salários, produtos licenciados, palestras e patrocínios recebidos no ano passado.

A fortuna do ídolo, no entanto, não é conhecida ao certo, bem como de qual forma será dividida entre os herdeiros. Pelé se casou três vezes, tendo firmado novo matrimônio pela última vez aos 75 anos, em 2016. Ele é pai de sete filhos, sendo que uma delas, Sandra, que enfrentou batalha judicial até ter a paternidade reconhecida, morreu em 2006, em decorrência de um câncer. Os dois só se viram duas vezes após o fim do processo. Sandra deixou dois filhos, Octávio, de 23 anos, e Gabriel, de 21.

 

 

Já Edson, conhecido como Edinho, seguiu os passos de Pelé e fez carreira no futebol. Passou por alguns times nacionais como goleiro e atuou até como técnico. Vivendo no Brasil e pai de duas filhas, ele também enfrentou problemas com a justiça, quando foi acusado de lavagem de dinheiro e associação para o tráfico por, segundo autoridades, envolvimento com uma quadrilha, em 2005. Passou um período na prisão e foi condenado, recebendo pena de 33 anos. Teve, porém, a pena reduzida para 12 anos e responde em liberdade.

Já Jennifer também vive nos Estados Unidos. Em suas redes sociais, costuma compartilhar trechos de seus trabalhos, publicações inerentes ao universo das artes, além de registros com a família.

Pelé também é pai de Flávia Christina Kurtz, de 43 anos. Nascida em Porto Alegre, ela é fruto de um romance do Rei do futebol com a jornalista Lenita Kurtz (na época, o craque ainda estava em seu primeiro casamento). Criada pelo padrasto, soube da paternidade quando tinha 18 anos. A história ficou em segredo até que ela pudesse decidir o que faria. Aos 20, decidiu conhecer Pelé. E foi muito bem recebida por ele. Flávia é formada em fisioterapia.

Em 1994, Pelé se casou novamente com a cantora gospel Assíria. Com ela, teve dois filhos gêmeos: Joshua e Celeste, de 24 anos. Os dois se formaram na Universidade de Tampa, na Flórida, em 2019. Celeste é discreta na web, enquanto o irmão divide com os seguidores cliques de viagens e do trabalho. Ele é atleta de levantamento de peso. Nas redes, Kely, a irmã mais velha dos dois, se referiu aos caçulinhas com um apelido carinhoso: "pintinhos".

Em 2016, Pelé se casou pela última vez, com Marcia Aoki, em uma pequena cerimônia no Guarujá, litoral norte de São Paulo, que teve a presença de 100 convidados. Eles não tiveram filhos.


O Globo domingo, 01 de janeiro de 2023

COLESTEROL ALTO: CARDIOLOGISTA ELENCA OS QUATRO PIORES ALIMENTOS PARA O PROBLEMA

 

Por O GLOBO — São Paulo

 

Cachorro quente e batata frita são exemplos de alimentos enquadrados como ultraprocessados.
Cachorro quente e batata frita são exemplos de alimentos enquadrados como ultraprocessados. Freepik.com
 
 

O colesterol em si é um lipídio essencial na formação da membrana de todas as células do corpo. Ele é 70% produzido no fígado, e os demais 30% são adquiridos pela alimentação. O problema é o excesso e alimentação desempenha um papel importante nessa questão.

A melhor forma de prevenir o aumento do colesterol no sangue é manter uma alimentação saudável rica em fibras, como cereais integrais, verduras e frutas. Reduzir o consumo de alimentos de origem animal, como carnes e queijos amarelos, dando preferência para carne branca e peixe.

A cardiologista Elizabeth Klodas, fundadora da Preventive Cardiology Consultants, listou ao site especializado Medical Daily os quatro piores alimentos para o colesterol alto e as substituições indicadas para cada um.

 

Carne processada

 

Não é novidades que alimentos processados, como bacon, cachorro-quente e salame são prejudiciais à saúde. Além de aumentar os níveis de colesterol, a Organização Mundial da Saúde (OMS) afirma que carnes processadas têm elevado teor de sódio, gorduras saturadas e substâncias cancerígenas. De acordo com a cardiologista, não há alternativa melhor do que evitar esses alimentos.

Carne vermelha

 

A carne vermelha, incluindo hambúrgueres, costelas, bifes e costeletas de porco, contém gordura saturada e eleva os níveis de colesterol. No entanto, como é quase impossível para muitos evitar esse alimento, a recomendação é limitar a ingestão para uma vez por semana. Klodas sugere optar por proteínas magras de peixes como bacalhau, robalo, linguado e tilápia, em vez de carne vermelha.

 

Frituras

 

Alimentos fritos são altamente calóricos porque as gorduras saturadas ou trans são absorvidas pelos alimentos no processo de cocção e isso favorece o aumento nas taxas do colesterol ruim. O ideal é dar preferência aos alimentos assados, como batatas, couve ou brócolis.

 

Doces

 

As guloseimas, incluindo biscoitos, bolos e doces, normalmente são densas em calorias e pobres em nutrientes. Os doces contêm muito açúcar e gorduras saturadas que se traduzem em altos níveis de colesterol no organismo. Não há substituto para os doces, exceto, frutas. Mas como isso não supre a vontade das guloseimas para muitas pessoas, a melhor forma é preparar esses alimentos em casa e controlar a quantidade de gordura e açúcar utilizada.


O Globo sábado, 31 de dezembro de 2022

O PAPA BENTO XVI SE ENCANTOU: PAPA EMÉRITO DEIXA-NOS AOS 95 ANOS DE IDADE

 

Por Renato Grandelle e Ana Rosa Alves

 

Papa Bento XVI na sacada da Basílica de São Pedro após ser escolhido para comandar a Igreja Católica
Papa Bento XVI na sacada da Basílica de São Pedro após ser escolhido para comandar a Igreja Católica Patrick Hertzog/AFP

O Papa emérito Bento XVI, que vivia praticamente em clausura desde que renunciou à liderança da Igreja Católica em 2013, morreu neste sábado aos 95 anos no convento onde vivia no Vaticano. Por décadas porta-voz do conservadorismo na Santa Sé, Bento tornou-se a primeira pessoa a abrir mão do Papado em quase seis séculos, admitindo não ter forças para lidar com os escândalos de corrupção e pedofilia em uma instituição cujos dogmas não raramente batem de frente com a modernidade.

Sete anos e meio antes, quando a fumaça branca saiu da chaminé da Basílica de São Pedro para anunciá-lo como Papa, o cardeal alemão Joseph Aloisius Ratzinger parecia uma escolha óbvia: era o decano do Colégio de Cardeais e um dos colaboradores mais próximos de João Paulo II, a quem sucederia. Após o longo e marcante Papado do polonês, prevaleceu o nome do homem que por quase 25 anos foi chefe da Congregação para a Doutrina da Fé e liderava a ala conservadora do conclave.

Nascido em Marktl am Inn, na Alemanha, em 16 de abril de 1927, Joseph Ratzinger teve uma trajetória similar à de outros jovens do país na sua época: integrou a Juventude Hitlerista e, depois, lutou na Segunda Guerra Mundial, mas desertou do Exército. Ordenou-se padre na década de 1950, e logo depois o doutorado em Teologia.

Foi um conselheiro teológico considerado liberal no Concílio Vaticano II (1962-1965), que efetuou reformas profundas nos rituais e nas pastorais católicas, mas adotou uma linha cada vez mais conservadora nos anos seguintes, durante os protestos de 1968. Nomeado cardeal de Munique em 1977, assumiu apenas quatro anos depois o comando do escritório de doutrina da Santa Sé, já sob o comando de João Paulo II, em que lutou contra o que chamou, em homilias, de "doutrinas" movidas por "correntes ideológicas".

Seu primeiro alvo foi a Teologia da Libertação, uma corrente nascida na América Latina que pregava a aproximação da Igreja e do Evangelho aos mais pobres. Ratzinger acusou seus líderes de deturpar os ensinamentos cristãos, manipulando seus fiéis com teses marxistas. Os mentores do movimento, como o teólogo brasileiro Leonardo Boff, foram punidos com o silêncio obsequioso — a proibição de falar — e deposição da cátedra.

Devido à influência de seu discurso no pontificado de João Paulo II, Ratzinger ganhou apelidos como "rotweiller de Deus" e, na Alemanha, de cardeal "panzer" — uma abreviação do substantivo panzerkampfwagen, que significa carro de combate. Ainda assim, os adversários consideravam o religioso que falava ao menos oito idiomas como um homem afável e culto.

 

 

 

Ofuscado por escândalos

 

Durante seus anos no escritório de doutrinas, Ratzinger produziu documentos e fez comentários reafirmando proibições como o uso de métodos contraceptivos, eutanásia, homossexualidade e aborto, por exemplo. Já como Papa, tentou em vão conter escândalos de corrupção e de sacerdotes pedófilos — muitos acobertados por bispos e herdados de décadas anteriores.

Em janeiro deste ano, um documento divulgado pelas arquidioceses de Munique e Freising compilava provas de 497 casos de abuso cometidos entre 1945 e 2019 por ao menos 235 religiosos e acusava Ratzinger de ter conhecimento de quatro desses casos, mas não fazer nada sobre quando era cardeal de Munique.

Bento esteve no Brasil como Papa apenas uma vez, em maio de 2007, quando participou da Quinta Conferência Geral do Episcopado Latino-americano e Caribenho em Aparecida do Norte. Antes esteve em São Paulo, onde se encontrou com o então presidente Luiz Inácio Lula da Silva, participou de encontros com jovens, visitou dependentes químicos e rezou a missa de canonização de Frei Galvão para mais de 1 milhão de fiéis no Campo de Marte.

Com pouca projeção internacional no cenário político, também cometeu gafes. Ao visitar o campo de concentração de Auschwitz, em 2006, decepcionou os judeus ao não mencionar o antissemitismo cristão. Em 2009, suspendeu a excomunhão de um religioso, Richard Williamson, que havia negado o Holocausto em uma entrevista. Em 2010, diante de suas notórias críticas ao casamento LGBTIQA+, viu um “beijaço” de 200 homossexuais ao passar com o papamóvel em Barcelona.

A maior crise de seu Pontificado, entretanto, foi o Vatileaks, quando seu mordomo, Paolo Gabriele, divulgou documentos sigilosos que traziam informações sobre corrupção, má gestão do Banco do Vaticano e conflitos por poder na Cúria. Estima-se que o conteúdo do relatório teria estimulado a decisão de Bento XVI de renunciar. O Papa, então com 85 anos, recolhia-se cada vez mais e afirmava não ter mais condições físicas de comandar o Vaticano.

Bento XVI foi o quarto Papa da História da Igreja a renunciar — antes dele, apenas Ponciano, em 235, Celestino V, em 1294, e Gregório XII, em 1415, deixaram o Trono de São Pedro. A decisão abriu caminho para que o Conselho de Cardeais optasse por inovar na sucessão: no moderado Francisco, elegeu o primeiro jesuíta e latino-americano a comandar a Santa Sé. 

 

Os dois Papas

 

O argentino faz reformas graduais na Igreja, buscando-a tornar mais diversa do ponto de vista geográfico e menos conservadora. Apesar das divergências, os dois mantinham uma boa e cordial relação, com diálogos e visitas ficcionalizadas no filme "Dois Papas", do diretor Fernando Meirelles, que rendeu aos atores Anthony Hopkins e Jonathan Pryce indicações ao Oscar.

Os obstáculos não foram inexistentes: figuras mais conservadoras resistentes às reformas de Francisco resistiram a reconhecê-lo e respeitá-lo. No início, teólogos respeitados defendiam que Bento passasse a ser chamado de bispo emérito de Roma, mas o alemão insistiu em manter o título de Papa emérito, alimentando temores de que a liderança dupla rachasse a Igreja.

Em janeiro de 2019, Bento divulgou uma carta culpando os escândalos de abuso sexual, entre outros pontos, a "ideias teológicas perigosamente progressistas", sem citar Francisco. O alemão, contudo, tomou a opção deliberada de evitar choques com o Papa atual.

Em janeiro de 2020, por exemplo, pediu para que seu nome fosse removido de um livro que gerou polêmica ao criticar a flexibilização do celibato de padres, iniciativa aventada por Francisco no Sínodo da Amazônia, como uma maneira de ampliar a presença de sacerdotes na região, que tem registrado o crescimento de grupos evangélicos.

A saúde de Bento XVI estava debilitada havia anos, e ele aparentava maior fragilidade a cada rara aparição pública que fazia — relatos indicam, no entanto, que suas capacidades mentais continuavam agudas até o fim. Uma de suas últimas fotografias foi tirada no dia 1º de dezembro de 2022, quando se encontrou com os ganhadores de um prêmio para teólogos batizado em sua homenagem.

Os primeiros sinais de que houve um agravamento de seu quadro vieram na manhã de quarta, quando o Papa Francisco disse que seu antecessor estava "muito doente" e pediu orações para que fosse confortado por Deus "até o fim". Pouco depois, o Vaticano confirmou a piora.

O velório público começará na manhã de segunda-feira, e o Papa Francisco rezará uma missa funeral na Praça de São Pedro na quinta, dia 5.


O Globo sexta, 30 de dezembro de 2022

PELÉ: A HISTÓRIA DAS FOTOS INÉDITAS DA VIDA PESSOAL DO REI DO FUTEBOL

 

Por Renan Damasceno e Thales Machado — Rio de Janeiro

 

Fotos inéditas trazem momentos da vida pessoal de Pelé
Fotos inéditas trazem momentos da vida pessoal de Pelé Editoria de Arte

Amigo pessoal de Pelé, o fotógrafo Luiz Alberto Andrade (1936-1998) teve acesso privilegiado à intimidade do maior atleta de todos os tempos, morto aos 82 anos na última quinta-feira. Um acervo inédito de quase 3 mil fotos do Rei do Futebol, ao qual a reportagem do GLOBO teve acesso, acaba de chegar ao Brasil, graças ao esforço dos familiares da viúva do profissional, a jornalista Eugênia Fernandes, que faleceu em setembro do ano passado. As imagens estavam guardadas em estantes no apartamento do casal, em Paris. E nunca tinham sido divulgadas até hoje.

 

 Luiz Alberto conheceu Pelé ainda no Brasil. Nascido em Santa Catarina, o repórter fotográfico se mudou para a capital francesa nos anos 1970, quando trabalhava para a revista Manchete. "(Luiz Alberto) 'descobriu' o Rei muito jovem e eles tinham laço de amizade bastante forte", escreveu a tradicional revista France Football, em 20/6/1998, em matéria sobre a morte do fotógrafo brasileiro. "Muitos jornalistas contataram Pelé graças à boa vontade de Luiz Alberto, e as entrevistas duravam muito mais tempo".

O acervo é composto por pequenos slides de fotos, separadas por caixas temáticas, com data e descrição datilografadas pelo próprio fotógrafo. Compreendem da década de 1970 à de 1990, quando Pelé teve uma vida intensa no exterior. Em 1974, após deixar o Santos, o Rei foi difundir o futebol nos Estados Unidos, onde defendeu o New York Cosmos (1974-1977).

Em solo americano, o jogador se dividia entre vários endereços, como o espaçoso apartamento em Manhattan, com bela vista para os arranha-céus da ilha, e a casa de veraneio em East Hampton, região próxima a Nova York. Lá, como fica evidente nas imagens, Pelé se sentia à vontade, como poucas vezes um astro de sua grandeza poderia estar devido ao assédio de fãs e imprensa.

Por causa dessa cumplicidade de Pelé e Lulu, como o fotógrafo era conhecido, esse acervo se difere tanto do que já foi visto sobre o Rei. Na calma de East Hampton, Pelé cuidava da casa, fazia churrasco, descansava à piscina e recebia amigos. Em uma dessas idas, em agosto de 1990, o ex-jogador se arrisca ao violão, aparece assando carne, alimentando os bichos e retocando a pintura da casa.

O fotógrafo também registrou bastidores de encontros de Pelé com personalidades, como Muhammad Ali, em 1977, ou Franz Beckenbauer, seu companheiro de Cosmos. Viagens a trabalho, de compromissos publicitários e até a intimidade na relação com seus filhos (há registros de aniversários e jantares) e esposas ou namoradas. Como a apresentadora Xuxa, com quem se relacionou nos inícios dos anos 1980. O fotógrafo registrou viagens do casal a lugares como Nova York, Paris e Berlim.

Preservação

 

Agora, os parentes buscam uma forma de preservar esse rico acervo, que estava arquivado em um apartamento em Paris, onde o casal viveu desde a década de 1970.

— Trouxemos quase 200 quilos de material fotográfico em malas. Uma revista francesa nos procurou para adquiri-lo, mas a gente acredita que essas fotos merecem estar no nosso país, onde nasceu Pelé, mas precisam ser preservadas — conta Rosina Wagner, única irmã de Eugênia, que guarda as imagens em sua casa em Copacabana, no Rio de Janeiro.

Luiz Alberto morreu pouco depois da partida entre Brasil e Escócia, na primeira fase da Copa do Mundo da França. Poucos dias antes, recebeu uma vista em seu apartamento que fez questão de fotografar ali mesmo, na sala de estar. Era Pelé.

 
 

O Globo quinta, 29 de dezembro de 2022

CINEMA: SAIBA QUAIS FORAM AS DEZ MAIORES BILHETERIAS DE CINEMA EM 2022

 

Por O Globo

 

O filme “Top Gun: Maverick”, imagem a esquerda, e “Doutor Estranho no multiverso da loucura” a direita
O filme “Top Gun: Maverick”, imagem a esquerda, e “Doutor Estranho no multiverso da loucura” a direita Divulgação

Alguns sucessos como "Top Gun: Maverick" e "Doutor Estranho no multiverso da loucura" bombaram as telas de cinema do mundo inteiro em 2022. O ano da retomada das salas de exibições cinematográficas, com o avanço da vacinação contra a Covid-19, devolveu ao público a sensação de assistir a diversos blockbusters comendo uma pipoca e compartilhando gargalhadas e momentos tensos com amigos ou desconhecidos nas poltronas ao lado. Mesmo atrasados, por conta da pandemia, os filmes não decepcionaram na bilheteria.

Os dez filmes mais populares de 2022 chegam a US$ 8,35 bilhões* de arrecadações somadas. E a conta ainda não inclui as duas últimas semanas deste ano, impulsionadas pelo filme "Avatar: o caminho da água" (que chegou à marca de US$ 1 bilhão em 12 dias de exibição). Em 2021, ao total foram US$ 7,63 bilhões já podendo contar com US$ 1 bilhão a mais este ano.

Para o mundo do cinema, o ano de retorno pós pandemia da Covid-19 foi também um ano que repetiu a força das franquias. Entre as 10 melhores bilheterias mundiais, só uma é de um filme não ligado a outro, que foi a comédia sci-fi chinesa "Moon man". A China, ao mesmo tempo, emplacou outro longa no top 10: a sequência de guerra “Water Gate Bridge”, que ficou colocada na oitava posição do ranking mundial.

Confira abaixo, respectivamente, a listagem dos filmes mais vistos no mundo e, em seguida, nos cinemas brasileiros (2022):

 

Mundo

 

 

  • “Top Gun: Maverick” somou US$ 1,49 bilhões nas bilheterias;
  • “Jurassic World: Domínio” somou US$ 1 bilhão;
  • “Doutor Estranho no multiverso da loucura” somou US$ 956 milhões;
  • “Minions 2: A origem de Gru” somou US$ 939 milhões;
  • “Pantera Negra: Wakanda para sempre” somou US$ 790 milhões;
  • “Batman” somou US$ 771 milhões;
  • “Thor: Amor e trovão” somou US$ 761 milhões;
  • “Water Gate Bridge” somou US$ 627 milhões;
  • “Avatar: O caminho da água” somou US$ 610 milhões (resultado até 22/12);
  • “Moon man” somou US$ 460 milhões.

 

 

No Brasil

 

  • “Doutor Estranho no multiverso da loucura” faturou R$ 169 milhões as bilheterias;
  • “Thor: Amor e trovão” faturou R$ 123 milhões;
  • “Minions 2: A origem de Gru” faturou R$ 122 milhões;
  • “Batman” faturou R$ 114 milhões;
  • “Top Gun: Maverick” faturou R$ 110 milhões;
  • “Pantera Negra: Wakanda para sempre” faturou R$ 105 milhões;
  • “Adão Negro” faturou R$ 80 milhões;
  • “Jurassic World: Domínio” faturou R$ 77 milhões;
  • “Sonic 2: O filme” faturou R$ 57 milhões;
  • “Animais fantásticos: Os segredos de Dumbledore” faturou R$ 51 milhões.

 

*Informações baseadas nos números divulgados em 22 de dezembro de 2022.


O Globo quarta, 28 de dezembro de 2022

SAÚDE: POR QUE BEBÊS SE MEXEM TANTO?

 

Por O GLOBO — Rio de Janeiro

 

Pernas e pés de um bebê recém-nascido.
Pernas e pés de um bebê recém-nascido. Freepik.com
 

Os movimentos espontâneos feitos por bebês ainda na barriga de suas mães ou quando recém-nascidos — como dar chutes e balançar os braços — preparam os corpos e os sentidos das pequenas crianças para outras ações, como engatinhar ou agarrar, à medida que se desenvolvem. É o que afirma um novo estudo feito por pesquisadores da Universidade de Tóquio. O trabalho foi publicado na revista científica Proceedings of the National Academy of Sciences. 

Segundo os cientistas, esses movimentos promovem o desenvolvimento do sistema sensório-motor, que inclui a coordenação mão-olho, atrelado ao controle corporal do bebê. Eles esperam que suas descobertas possam ajudar a detectar, mais cedo, bebês com condições de desenvolvimento que afetam o movimento e a coordenação, como paralisia cerebral.

Os especialistas acoplaram rastreadores de movimento a 12 recém-nascidos, com menos de 10 dias de idade, junto com 10 bebês de três meses de idade, para medir os chamados "movimentos espontâneos" que os bebês faziam.

Os cientistas então alimentaram os dados em um programa de computador que lhes permitiu analisar como os músculos de todo o corpo dos bebês estavam se comunicando. Eles descobriram que os padrões de movimentos espontâneos ajudaram a desenvolver o sistema sensório-motor — o nome científico da capacidade do corpo de controlar os músculos para movimento e coordenação.

O principal autor, o professor Hoshinori Kanazawa, especialista em desenvolvimento infantil, diz que a descoberta reverteu estudos anteriores que sugeriam que os bebês só desenvolviam seu sistema sensório-motor por meio de movimentos repetidos que tinham um propósito.

"Tem sido comumente assumido que o desenvolvimento do sistema sensório-motor geralmente depende da ocorrência de interações sensório-motoras repetidas, o que significa que quanto mais você faz a mesma ação, mais provável é que você aprenda e se lembre dela", explicou em um comunicado. "No entanto, nossos resultados implicam que os bebês desenvolvem seu próprio sistema sensório-motor com base no comportamento exploratório ou na curiosidade, de modo que eles não repetem apenas a mesma ação, mas uma variedade de ações."

O professor Kanazawa sugeriu que isso poderia, em teoria, ajudar a detectar bebês com distúrbios de desenvolvimento mais cedo. A equipe espera realizar mais pesquisas sobre como o movimento aleatório dos bebês afeta movimentos específicos, como caminhar.

O Globo terça, 27 de dezembro de 2022

CLÁUDIA OHANA: *ME SENTINDO BONITA E GOSTOSA*

 

Por Giulia Costa

 

Claudia Ohana
Claudia Ohana Reprodução/Instagram

Claudia Ohana completa 60 anos em pouco mais de um mês. Atriz consagrada, ela é ativa nas redes socais e não tem vergonha de exibir o corpo nas postagens. Em entrevista ao site, detalha a construção de sua autoestima:

— Tive uma infância muito complicada, de perdas e abandono. E isso pra mim foi muito complicado. Eu era uma pessoa muito insegura. O teatro me deu muita segurança como pessoa, como atriz, como tudo. Quando eu era bem jovem, não gostava de explorar minha sexualidade. Se eu tivesse Instagram aos 18 anos, jamais postaria de biquíni. Mas hoje em dia eu acho que estou tirando uma onda. É uma coisa realmente de autoestima. De chegar aos 60 anos me achando bonita e gostosa. 

Claudia conta que está solteira. Ela foi casada apenas uma vez, nos anos 1980, com o diretor de cinema Ruy Guerra. Desde então, teve alguns relacionamentos curtos:

— Estamos numa sociedade machista em que as pessoas acham que as mulheres solteiras "ficaram para titia". E isso a gente tem que mudar. A gente pode começar a namorar em qualquer idade. E não tem problema uma mulher estar solteira. Minha grande dificuldade em relacionamento é que eu gosto muito de ficar sozinha, e saber ficar sozinha junto com alguém é uma coisa muito difícil. Me divirto comigo mesma. Mas também adoro namorar.

Em 2023, ela retorna às novelas como a Dora de "Vai na fé". A personagem será mãe de Lumiar, interpretada por Carolina Dieckmann. As duas não trabalhavam juntas desde "Joia rara" (2013):

 

— Está sendo muito legal fazer a mãe dela. A Carolina é uma pessoa muito dedicada e disciplinada. Ela troca uma bola comigo.

Longe das novelas desde "Verão 90", em 2019, ela diz que se sente "retomando a vida normal" após a pandemia:

— Sou hipocondríaca. Para mim é muito difícil. Quando alguém tosse ou espirra, ainda fico com medo. Mas agora estou mais tranquila com a vacina. Não peguei Covid.

Claudia Ohana vai interpretar uma terapeuta holística em 'Vai na fé' na próxima novela da TV Globo — Foto: Divulgação/ TV Globo

Claudia Ohana vai interpretar uma terapeuta holística em 'Vai na fé' na próxima novela da TV Globo — Foto: Divulgação/ TV Globo

Claudia Ohana como Dora de 'Vai na fé'  — Foto: Divulgação/TV Globo

Claudia Ohana como Dora de 'Vai na fé' — Foto: Divulgação/TV Globo


O Globo segunda, 26 de dezembro de 2022

SAÚDE: PRECISO ME ALONGAR ANTES DO EXERCÍCIO?

 

Por Hannah Seo, The New York Times

 

A necessidade de alongamentos depende do tipo de treino que você está fazendo e qual condicionamento físico deseja alcançar.
A necessidade de alongamentos depende do tipo de treino que você está fazendo e qual condicionamento físico deseja alcançar. Freepik

A maioria de nós aprendeu que não se alongar antes ou depois dos exercícios é como um pecado mortal. Ignore sua rotina de alongamentos, segundo o senso comum, e você estará mais sujeito a lesões, dores e um treino geralmente pior.

Mas essa crença tem respaldo na ciência? Fazer alongamento antes e depois das atividades físicas é realmente recomendado?

— Uma forma simples de responder a essas perguntas é: não — afirma Samantha Smith, professora de Ortopedia e Reabilitação da Yale School of Medicine. Contudo, uma resposta mais completa, segundo ela, é que a necessidade de alongamentos depende do tipo de treino que você está fazendo e qual condicionamento físico deseja alcançar. Entenda o porquê.

 

Alongamentos antes dos exercícios

 

Se você irá fazer um exercício que não envolve grande quantidade de movimentos, como correr por alguns quilômetros em um ritmo relativamente constante, você não precisa fazer alongamentos antes, explica David Behm, professor de Ciência Esportiva na Memorial University of Newfoundland, no Canada. (Há diferentes tipos de alongamentos, mas, nesse caso, estamos falando de alongamento estático, onde você fica parado em uma posição para alongar um músculo.)

Com isso, um simples aquecimento com movimentos dinâmicos, como estocadas, agachamentos, chutes e joelhos altos, já preparará adequadamente seu corpo.

Enquanto algumas evidências são contraditórias, a maioria dos pesquisadores também sugere que os alongamentos estátivos não têm efeitos (ou podem até atrapalhar) na performance durante exercícios pesados e de força. (O treinamento de força envolve a execução de movimentos como saltos ou levantamentos explosivos para trabalhar a velocidade e a força).

O especialista também diz que o alongamento pode cansar levemente seus músculos e tendões, então se você alongar seus quadríceps e glúteos antes de fazer agachamentos, por exemplo, isso pode realmente atrapalhar seu treino.

Muitas pessoas se alongam antes de se exercitar para reduzir o risco de lesões, mas também há muitas evidências conflitantes sobre esse assunto, de acordo com Behm. Por exemplo, ele e seus colegas descobriram em uma revisão de 2021 que, embora o alongamento estático antes do exercício nem sempre diminuísse o risco de lesões, reduzia as lesões musculares e tendinosas quando feito antes de exercícios que exigem agilidade e movimentos explosivos, como correr, pular ou pivotante.

A preparação ideal para o exercício ocorre em duas etapas, explica Eduardo De Souza, professor de Ciências da Saúde e Desempenho Humano da Universidade de Tampa. Primeiro, você deve aumentar a temperatura corporal com um aquecimento, corrida leve, pular corda ou ciclismo leve, por exemplo.

 

Alongamentos depois dos exercícios

 

Muitas pessoas se alongam após um treino porque acham que isso ajudará na recuperação e minimizará a dor, explica Behm. Mas — A literatura é muito confusa sobre isso —, argumenta. Quando se trata de alongamento após levantar pesos para prevenir dores musculares, — Houve estudos que mostraram um benefício positivo e estudos que não mostraram nenhum benefício — diz ela. Da mesma forma, em uma revisão de 2021, os pesquisadores não encontraram evidências de que o alongamento estático após um treino acelerasse a recuperação (ou fosse útil). Dito isso, Smith não viu nenhuma evidência de que o alongamento como parte de um relaxamento após um treino seja prejudicial.

Depois de um treino, você deve fazer um resfriamento adequado, e o alongamento é uma maneira de fazer isso, afirma Souza. No entanto, acrescenta, não há pesquisas suficientes para determinar qual método de relaxamento fará com que você se sinta melhor após um treino.

 

Quando você deve alongar?

 

Se você deseja melhorar sua flexibilidade ou mobilidade, alongar vários grupos musculares por cerca de 30 a 60 segundos por dia pode ajudar com isso, de acordo com Smith. O hábito também pode ser benéfico de maneiras que você nem imagina.

As pessoas não costumam pensar em alongamentos como opção para melhorar a flexibilidade combinada aos treinos, mas criar uma rotina de alongamentos separada das atividades físicas pode ajudar a alcançar isso.

O alongamento também pode ajudar a soltar os músculos tensos. Mas tenha cuidado, alerta Smith, pois — Um músculo lesionado ou fraco é frequentemente um músculo tenso —. Se um músculo estiver tenso e dolorido, isso é um sinal de que pode estar lesionado, então você deve consultar um médico antes de começar a alongá-lo.

Outros benefícios do alongamento regular incluem melhor equilíbrio, bem como ajuda com dores nas articulações e músculos, afirma Behm.

Mas, em vez de focar no alongamento ou não, informa Smith, é importante olhar para o quadro geral da aptidão física. — Ser forte, ter bom equilíbrio, ter boa coordenação — são objetivos importantes pelos quais lutar. O alongamento pode fazer parte disso, mas se não se encaixar em sua agenda ou objetivos, você não precisa forçá-lo.


O Globo domingo, 25 de dezembro de 2022

SABRINA SATO: *NÃO PRECISO DIZER QUE TRANSO PARA MOSTRAR QUE ESTOU VIVA.*

 

Por Mariana Rosário

 

Sabrina Sato: tesão em realizações pessoais
Sabrina Sato: tesão em realizações pessoais Henrique Falci

Natal na casa da família Sato tem gosto de salpicão de frango, receita da incansável dona Kika, de 70 anos. Mãe de Karina, 43, Sabrina, 41, e Karin, 39, Kika se aprimorou no prato nos anos 1980, em Penapólis, interior de São Paulo, quando ela e o marido, Omar Rahal, jamais sonhariam em ser pais de uma das apresentadoras mais famosas do Brasil. Filha de um severo imigrante japonês, que era contra seu envolvimento com brasileiros, dona Kika fez exatamente o contrário: apaixonou-se por um ainda no colégio, namorou escondida, casou-se grávida e transformou sua casa na casa de todas as origens, raças e gêneros. Sabrina, a filha do meio, em torno da qual hoje orbita a maior parte da família, faz exatamente igual à mãe. Mantém a casa tão cheia — de amigos, parentes, assessores e stylists— que é como se ali fosse Natal o ano todo. Na entrevista exclusiva, Sabrina fala sobre vida profissional, sexo e maternidade e planos para o futuro: "Quero dar um festão de casamento com Duda e ter mais filhos, quem saber adotar".

  

Kika Sato: casa cheia de afeto — Foto:  Henrique Falci

Kika Sato: casa cheia de afeto — Foto: Henrique Falci

Domingo passado, no dia da sessão de fotos desta matéria, em um estúdio da Zona Norte em São Paulo, a energia também era contagiante. Chegava a dar vergonha demonstrar qualquer traço de impaciência diante de uma Sabrina tão alto-astral, capaz de atender aos anseios do maquiador, do fotógrafo, da repórter e, sobretudo, da filha Zoe, de 4 anos. Carinho, colo, calma e um pirulito a ajudaram a tirar um sorriso da pequena, sua filha do casamento com Duda Nagle.

Como se não estivesse há seis horas trabalhando em seu único dia de folga da semana, riu até quando precisou interromper a entrevista para atender a diversos chamados. Em troca, ofereceu uma conversa franca. “Falo sobre tudo, de boa”, explicou. E fala mesmo: Natal, machismo, maternidade, sexo, diferenças políticas. Dá, inclusive, uma opinião sincerona sobre sexo: "O tesão vai se transformando. A gente idealiza muito e cria expectativa desde cedo. Perdi a virgindade aos 20, tenho 41. A vida sexual vai mudando, o sexo pós-casamento é um, o sexo pós-maternidade é outro e o pós-crise é muito melhor que os anteriores (risos)".

Kika e Sabrina: bom humor de mãe para filha — Foto: Henrique Falci

Kika e Sabrina: bom humor de mãe para filha — Foto: Henrique Falci

Também fala da importância da comunicação para o sucesso de um relacionamento e como ela foi atalho para mais harmonia com o marido. "Hoje em dia, eu e o Duda falamos mais sobre o assunto. No fim, foi bom expor o tema (risos). Estamos até planejando um festão de casamento. É legal quando a gente conversa e cada um fala o que precisa para se acertar. Não quero decepcionar a moçada, mas o tesão que você tem aos 20 não é mesmo aos 41", pontua. "Na minha idade a gente tem tesão em outras coisas, na cerveja com as amigas, na realização profissional. Acho interessante aceitar isso. Não preciso dizer que transo para caralho para mostrar que estou viva. Não tenho essa vaidade", conclui. Confira a entrevista completa.


O Globo sábado, 24 de dezembro de 2022

BRIGAS EM FAMÍLIA NA CEIA DE NATAL: PSICÓLOGA DÁ 5 DICAS PARA EVITÁ-LAS

 

Por Victoria Vera Ziccardi, La Nacion

 

Parentes conversando após a ceia de Natal.
Parentes conversando após a ceia de Natal. Pexels
 

O Natal é uma ocasião que, às vezes, nos faz encontrar parentes conflituosos ou negativos e com ideologias diferentes das nossas. Não raro surgem perguntas incômodas e que invadem a privacidade do outro. Diante dessas situações, o verdadeiro dilema é como lidar com essas situações sem começar uma briga em meio a um jantar em família? 

-- Culturalmente, as comemorações são sinônimo de felicidade, e isso pode significar um fardo diante da pressão de parecer feliz. Especialmente se isso implica encontrar parentes com quem você tem diferenças — explica Ailin Gómez Mari, psicóloga.

Ao se preparar psicologicamente para retornar à casa da família, existem diferentes ferramentas que podem ser implementadas para prevenir um mau momento. Segundo Gómez Mari, é importante entender que esta época do ano muitas vezes implica enfrentar diferentes estados de espírito, como felicidade e tristeza, simultaneamente. A seguir, cinco boas estratégias para evitar conflitos.

 

Tenha baixa expectativa

 

Imaginar que a festa será perfeita como no cinema só leva à frustração. Cada um faz o que pode, aceitando os motivos de todos para comemorar a data.

 

Em vez de falar, aja

 

No caso de ter certeza de que as pessoas em conflito não vão mudar, estratégias evasivas podem ser implementadas. Você pode se oferecer para ajudar, seja arrumando a mesa ou fazendo as tarefas da cozinha. Desta forma, ao agir, evita-se falar, aplacando a discussão.

 

Encontre aliados ou comemore em um local público

 

Os especialistas sugerem que uma boa ideia é comemorar em um local neutro ou público. Evite ir a casas que trazem lembranças ruins ou onde você tem certeza de que vai acontecer uma briga. Outro recurso é trazer uma pessoa neutra para a mesa da família, como um companheiro ou amigo, para que as pessoas em conflito moderem seu comportamento.

 

 

Detecte o início do problema

 

As discussões podem não acontecer assim que a celebração começar. Muitas vezes, as brigas começam a aparecer aos poucos. Nesses casos, recomenda-se detectar o momento em que o debate começa a se transformar em discussão. E esse é o momento para a retirada ou encontrar formas amigáveis de desviar e acabar com a questão.

 

Reflita e planeje o futuro

 

Quando se percebe que a situação é irreversível e que a outra pessoa não tem intenção de mudar seu comportamento, deve-se planejar cenários mais favoráveis para o futuro. Quando ocorre uma briga, uma das partes deve apelar para a reflexão para determinar se o espaço e o momento são os adequados para resolver um conflito, pois se a situação descarrilar em insultos ou agressões, ela será arruinada.

Por fim, a especialista aponta que, apesar das circunstâncias, as festas de final de ano costumam ser uma boa oportunidade para refletir sobre as formas pelas quais se está vinculado e ao mesmo tempo se perguntar o que se pode estar por trás dos conflitos. É fundamental ter consciência de que cada família é diferente e que o anseio pela harmonia pode ser uma armadilha .


O Globo sexta, 23 de dezembro de 2022

RICHARLISON: VOLEIO DO CRAQUE CONTRA A SÉRVIA É ELEITO O MELHOR GOL DA COPA DO CATAR

 

 

Richarlison marca para a seleção brasileira contra a Sérvia
Richarlison marca para a seleção brasileira contra a Sérvia Giuseppe Cacace/AFP
 

O golaço de Richarlison na vitória do Brasil por 2 a 0 contra a Sérvia, pela estreia brasileira no grupo G da Copa do Mundo do Catar, foi eleito o mais bonito do torneio. O resultado da votação popular foi anunciado nesta sexta-feira, nas redes sociais da Fifa.

Já aos 72 minutos de jogo, quando o Brasil vencia os sérvios por 1 a 0 (com outro gol seu), o Pombo dominou um cruzamento de Vinicius Junior. A bola subiu e ele acabou virando um lindo voleio no canto direito do goleiro Milinkovic-Savic, que pouco pôde fazer. Richarlison terminou a Copa com três gols.

Estavam na disputa outro gol seu, contra a Coreia do Sul, nas oitavas, bem como o gol de Neymar, contra a Croácia, nas quartas. Veja os demais concorrentes:

 

  • Salem Al-Dawsari (Arábia Saudita x Argentina, primeira rodada)
  • Cody Gakpo (Holanda x Equador, segunda rodada)
  • Enzo Fernández (Argentina x México, segunda rodada)
  • Vincent Aboubakar (Camarões x Sérvia, segunda rodada)
  • Luis Chávez (México x Arábia Saudita, terceira rodada)
  • Kylian Mbappé (França x Polônia, oitavas de final)
  • Seung-Ho Paik (Coreia do Sul x Brasil, oitavas de final)

O Globo quinta, 22 de dezembro de 2022

BEM-ESTAR: COQUETEL AMAZÔNICO - CRESCE O NÚMERO DE ADEPTOS AO MIX DE ERVAS QUE PROMETE EMAGRECER; VEJA OS RISCOS

 

Por Eduardo F. Filho — São Paulo

 

 

Conhecido como coquetel amazônico, a bebida é uma infusão de cinco compostos já conhecidos pela nutrição. São eles: alcachofra, banchá, cáscara-sagrada, centelha-asiática e sene
Conhecido como coquetel amazônico, a bebida é uma infusão de cinco compostos já conhecidos pela nutrição. São eles: alcachofra, banchá, cáscara-sagrada, centelha-asiática e sene Renata Amoedo Martins/ Agência O Globo

Médicos afirmam que o chá causa uma falsa impressão de emagrecimento. Isso porque dentre os cinco compostos, três deles são laxantes, um antioxidante e um diurético. Ou seja, ao tomar o mix de ervas, a pessoa evacua e é estimulada a urinar muitas vezes, o que causa a perda de água e sais do organismo e promove a sensação de estar menos inchado. Mas não há a perda de gordura.

Os laxantes cascara-sagrada e sene são ervas usadas contra a constipação intestinal, ou prisão de ventre. Mas se forem consumidos com frequência e por longos períodos podem causar um desequilíbrio de eletrólitos, ou seja, a perda de potássio, zinco e magnésio, que leva a cãibras e aumento da pressão arterial. Além delas a alcachofra também pode ser considerada um laxante natural e antiflatulento, visto que é um importante auxiliador no processo digestivo, colabora na diminuição do colesterol e diminui a gordura no sangue.

— O segredo é o marketing. Esse chá nada mais é do que a junção de ervas laxantes, diuréticas e digestivas. Ele pode melhorar o trânsito intestinal e a constipação, mas não funciona como emagrecimento. Não existe um alimento, erva, fotoquímico ou bebida, seja chá, suco ou shake, com essa capacidade. Existe o déficit calórico, ou seja, consumir menos calorias do que gasta. Existe uma alimentação saudável e balanceada aliada a atividade física. Não podemos esperar que esse chá faça milagre — explica a nutricionista e colunista do GLOBO, Priscilla Primi.

A especialista afirma que apesar do chá unir compostos conhecidos para médicos e nutricionistas é necessário ter certos cuidados, principalmente na quantidade de uso, no tempo e quem vai utilizar a bebida. Gestantes e mulheres que estão amamentando não devem consumir, bem como pessoas que utilizam medicação anticoagulante ou que tenham pressão alta.

— Estudos mostram que as pessoas costumam apresentar reações adversas depois de seis meses de uso diário — diz Primi.

 

Riscos

 

Apesar de ser vendido na internet como um chá natural composto por “cinco ervas típicas da região Norte do país”, a médica nutróloga Isolda Prado, membro da Associação Brasileira de Nutrologia (ABRAN) e professora de Nutrologia da Universidade do Estado do Amazonas, afirma que “a origem de todas essas ervas não provém da região amazônica, sendo oriundas da região do mediterrâneo, Ásia e América do Norte”. Ela aponta que, por conta da perda de líquidos no processo, há riscos severos para a saúde do paciente o uso excessivo e sem acompanhamento médico.

A centelha asiática, mesmo tendo pouco efeito ativo, é considerada um termogênico, que aumentam o gasto energético do corpo do paciente. Seu uso prolongado pode causar arritmia cardíaca.

 

Obesidade

 

O coquetel ainda é descrito na internet como um tratamento para a obesidade. Fato rechaçado pela presidente do Departamento de Obesidade da Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia (SBEM), Maria Edna de Melo. Segundo ela, nenhum dos cinco componentes tem eficácia no tratamento da obesidade, evidência científica ou de segurança contra a doença.

— Pessoas obesas ou acima do peso comem por diversos motivos, os remédios para o controle da obesidade agem no sistema nervoso central do paciente regulando o apetite. Nenhuma dessas ervas exercem função ali. É preciso tomar muito cuidado ao fazer uso dessas bebidas milagrosas sem acompanhamento médico. A sociedade em geral e profissionais da saúde entendem que o tratamento do excesso de peso está na força de vontade, que é só fechar a boca que resolve, mas tem características biológicas e outros fatores que fogem da vontade própria — explica Melo.

Um levantamento conduzido em 2022 pela SBEM com 3.621 pessoas, sendo 89% delas mulheres, revelou que 93,6% dos entrevistados já tinham tentado perder peso. Destas, 31% admitiram ter tentado por conta própria, 55,7% recorreram a serviços privados e apenas 12,9% usaram o SUS. Entre as técnicas utilizadas para emagrecer, a mais comum foi dieta mais exercícios (65%), seguida de apenas dieta (15%). Outros 10% usaram medicamentos e, ao todo, cerca de 9% recorreram a chás, shakes, fitoterápicos e internet.

Morte

 

A endocrinologista cita o chá “50 Ervas Emagrecedor”, que no começo do ano foi a principal causa da morte de uma enfermeira em São Paulo. A profissional de saúde, que fazia uso desse suplemento com promessas de emagrecimento, foi diagnosticada com hepatite fulminante, passando a precisar de um transplante de fígado com urgência. O corpo da enfermeira rejeitou o órgão transplantado e ela teve morte cerebral.

Na época, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) publicou uma nota alertando sobre o produto e informando que eles estão proibidos no Brasil desde 2020 porque não têm regularização como medicamento.

"Não pode ser classificado como alimento, ou mesmo como suplemento alimentar, pois contém ingredientes que não são autorizados para o uso em alimentos", disse a agência.

No rótulo do produto havia compostos de ervas que são tóxicas para o fígado, entre elas a sene e a centelha asiática, ambas encontradas no coquetel amazônico.


O Globo quarta, 21 de dezembro de 2022

CULTURA: QUAIS OS MELHORES LIVROS DE 2022 PARA DAR DE PRESENTE NO NATAL? VEJA A LISTA

 

Colunistas do Segundo Caderno escolhem melhores livros de 2022
Colunistas do Segundo Caderno escolhem melhores livros de 2022 Fabio Rossi

Se você está em dúvida sobre o que dar de presente neste Natal, muita atenção a esta lista. Ela pode fazer um amigo, um familiar ou uma pessoa amada feliz. Nove colunistas do Segundo Caderno — Patrícia Kogut, Joaquim Ferreira dos Santos, Leo Aversa, Cora Rónai, José Eduardo Agualusa, Martha Batalha, Ruth de Aquino, Nelson Motta e Cacá Diegues — apresentam, cada um deles, cinco livros de cabeceira deste ano.

Gosto não se discute (e cada um tem o seu), mas há algo em comum na cabeceira dos nossos colaboradores. A literatura brasileira ocupa um espaço privilegiado, com muitos títulos e autores citados. Laurentino Gomes e Sérgio Rodrigues, por exemplo, estão entre os que receberam votos de mais de um jurado.

Escritora mais vendida de 2022, Carla Madeira impressionou Nelson Motta, que incluiu, inicialmente, três livros da mineira em sua lista brasileira, “Tudo é rio” (2014), “Véspera” (2021) e “A natureza da mordida” (2022). Mas, diante do desafio de escolher apenas títulos de 2022, incluiu o último e abriu espaço para “Via Ápia”, de Geovani Martins, e “A pediatra”, de Andréa del Fuego.

— Os livros da Carla me deram muita emoção e alegria em um ano tão analfabeto — argumentou.

Cora Rónai e Joaquim Ferreira dos Santos montaram listas bem variadas, com equilíbrio entre ficção, não ficção e literaturas de diferentes países.

Joaquim destacou o “momento de boa poesia” com a edição da obra completa de Caetano Veloso (editada por Eucanãa Ferraz) e “acontecimentos” literários como mais um lançamento de Joan Didion, que morreu no final de 2021. Já “O livro do disco: Nara — 1964”, de Hugo Sukman, ajuda a explicar “o contexto da cultura brasileira no início dos anos 1960”.

— Este foi o ano em que o Brasil descobriu Annie Ernaux. Vários livros dela chegaram às nossas livrarias pela primeira vez e, além de ganhar o Nobel, ela foi a grande estrela da Flip. Faz todo o sentido que esteja presente em tantas listas, ela tem uma escrita única e universal — diz Cora.

Por sua vez, o angolano José Eduardo Agualusa lembra que, em 2022, começaram a ser publicados em língua portuguesa livros de autores africanos que ganharam prêmios literários importantes em 2021. É o caso do Nobel tanzaniano Abdulrazak Gurnah e também o do senegalês Mohamed Sarr, vencedor do Prêmio Goncourt, o mais importante da França:

— Foi um ano de afirmação internacional das literaturas africanas, que em 2021 ganharam praticamente todos os prêmios literários relevantes, incluindo o Camões.

Martha Batalha, que também preferiu indicar apenas obras nacionais, acredita que “precisamos demais nos ler, entender e elaborar”:

— Foi outro grande ano para a literatura brasileira, com sólidos lançamentos de romancistas e contistas consagrados e iniciantes, e uma produção extraordinária de não ficção, com destaque para os excelentes livros sobre a história recente, baseados em reportagens investigativas.

 

Cacá diegues 

  • “Escravidão volume 3", de Laurentino Gomes (Globo Livros)
  • “Folias de Aprendiz” , de Geraldo Carneiro (História Real)
  • “Gótico nordestino”, de Cristhiano Aguiar (Alfaguara)
  • “O livro do disco: Nara Leão: Nara 1964”, de Hugo Sukman (Cobogó)
  • “Pequenas vinganças”, de Edney Silvestre (Globo Livros) 

Cora Rónai 

  • Quando deixamos de entender o mundo, de Benjamín Labatut (Todavia)
  • Sobrevidas, do Abdulrazak Gurnah (Companhia das Letras)
  • "Meu Muito Querido Pedro", de Fal Azevedo e Suzi Castelani (Drops Editora)
  • História(s) do Cinema, de Jean-Luc Godard (Círculo de Poemas)
  • "O Acontecimento", de Annie Ernaux (Fósforo)

 

Joaquim Ferreira dos Santos 

  • “Flâneuse” (Fósforo), de Lauren Elkin
  • “O livro do disco: Nara - 1964”. de Hugo Sukman (Cobogó)
  • “O Jovem”, de Annie Ernaux (Fósforo)
  • "Sul & Oeste”, de Joan Didion (Harper Collins)
  • “Letras” (Companhia das Letras), de Caetano Veloso (org. Eucanaã Ferraz) 

José Eduardo Agualusa 

  • “Quando deixamos de entender o mundo”, de Benjamín Labatut (Todavia)
  • "Pessoa: uma biografia", de Richard Zenith (cia das letras)
  • “Sobrevidas”, de Abdulrazak Gurnah (Companhia das Letras)
  • “O infinito em um junco”, de Irene Valejjo (Intrínseca)
  • “Futuro Ancestral”, de Ailton Krenak (Companhia das Letras) 

Leo Aversa 

  • "Vila Sapo", José Falero (Todavia)
  • "O fastio do diabo", Ana Luisa Escorel (Ouro Sobre Azul)
  • "A vida futura", Sergio Rodrigues (Companhia das Letras)
  • "Para ouvir o samba", Luís Filipe de Lima (Funarte)
  • "Solitária", Eliana Alves Cruz (Companhia das Letras 

Martha Batalha 

  • A vida futura”, de Sérgio Rodrigues (Companhia das Letras)
  • “Dicionário fácil das coisas difíceis”, de Débora Thomé e Lucio Rennó (Jandaíra)
  • “Diorama”, de Carol Bensimon (Companhia das Letras)
  • “O negócio do Jair”, de Juliana Dal Piva (Zahar)
  • “Tia Ciata e a pequena áfrica no Rio de Janeiro”, de Roberto Moura (Todavia) 

Nelson Motta 

  • "A natureza da mordida", Carla Madeira (Record)
  • "Os perigos do imperador", Ruy Castro (Companhia das Letras)
  • "A vida futura", Sergio Rodrigues (Companhia das Letras)
  • "A pediatra", Andrea del Fuego (Companhia das Letras)
  • "Via Apia", Geovani Martins (Companhia das Letras) 

Patrícia Kogut

 

 

  • "O acontecimento", Annie Ernaux (Fósforo)
  • "A vergonha", Annie Ernaux (Fósforo)
  • "A vida futura", Sérgio Rodrigues (Companhia das Letras)
  • "Escravidão volume 3", Laurentino Gomes (Globo Livros)
  • "Uma temporada no inferno", de Henrique Samyn (Malê)

 

Ruth de Aquino 

  • "Solitária", de Eliana Alves Cruz (Companhia das Letras)
  • "Estela sem Deus", de Jeferson Tenório (Companhia das Letras)
  • "A filha única", de Guadalupe Nettel (Todavia)
  • "A vergonha", de Annie Ernaux (Fósforo)
  • "Violeta", de Isabel Allende (Record)

 


O Globo terça, 20 de dezembro de 2022

COPA DO MUNDO 2022: CONHEÇA ANTONELA ROCCUZZO, MULHER DE LIONEL MESSI, QUE ROUBOU A CENA NO FINAL DA COPA

 

Por Yasmin Setubal — Rio de Janeiro

 

Lionel Messi e Antonela Rocuzzo
Lionel Messi e Antonela Rocuzzo Reprodução/Twitter

Não há como negar que Lionel Messi foi o grande protagonista da final da Copa do Mundo de 2022, que teve como desfecho a conquista do tricampeonato da Argentina, numa disputa levada aos pênaltis contra a França. Mas uma pessoa em especial chamou a atenção dos holofotes, e ela sequer precisou entrar em campo: Antonela Roccuzzo, mulher do craque.

Logo após a cerimônia de entrega da taça mais cobiçada do mundo entre as federações, viralizou a imagem de Messi tirando foto de Antonela beijando o troféu. Outros registros de momentos de carinho entre os dois também chamaram a atenção.

 

Messi tirando foto de Antonela beijando a taça — Foto: Reprodução/Twitter

Messi tirando foto de Antonela beijando a taça — Foto: Reprodução/Twitter

Nascida em Rosário, cidade portuária na Argentina, Antonella tem 34 anos e é a mãe dos três filhos de Messi: Thiago, de 10, Mateo, de 7, e Ciro, de 4. Os dois estão casados desde 2017, mas o relacionamento começou ainda na adolescência. Crescidos juntos, o jogador e a influenciadora se conheceram quando ele tinha 9 anos e ela, 7.

A fama de Messi também respingou em Antonela, que compartilha seu dia a dia com mais de 25 milhões de seguidores nas redes sociais. Ativa por lá, ela publicou fotos de sua família durante todo o mundial.

Entre seus amores, estão os livros, pets e a atividade física. Seus cães Hulk e Abu constantemente protagonizam postagens no Instagram. Ela ainda assumiu ser fã da saga "Harry Potter" e, no tempo livre, dedica-se a jogar tênis e a lutar boxe.

 

 


O Globo segunda, 19 de dezembro de 2022

CATAR 2022: SAIBA QUEM PODE USAR O MANTO DADO A MESSI PELO EMIR DO CATAR EM COMEMORAÇÃO PELO TÍTULO

Por Carol Knoploch — Rio de Janeiro

 

Emir Sheikh Tamim bin Hamad al-Thani veste Messi com um manto chique como o seu, em seda preta com detalhes em dourado, em homenagem ao destaque do Mundial
Emir Sheikh Tamim bin Hamad al-Thani veste Messi com um manto chique como o seu, em seda preta com detalhes em dourado, em homenagem ao destaque do Mundial AFP
 

Lionel Messi, capitão da seleção Argentina, levantou a Copa do Mundo, o trófeu mais cobiçado do planeta, com o bisht, um manto elegante, de sede preta com detalhes em dourado, usado por líderes governamentais e religiosos, em cima do uniforme azul e branco. Esta é uma vestimenta de cerimônia, para ocasiões especiais.

A homenagem foi feita pelo próprio Emir do Catar, Tamim bin Hamad Al Thani, que o vestiu, no palco da cerimônia de encerramento, igualando-o aos mais poderosos homens do país muçulmano. O Emir usava manto idêntico sobre a thobe, uma camisa branca, de mangas compridas, e que vai até os pés.

Segundo o Sheikh Ali Abdouni, presidente da Wamy (Assembleia Mundial da Juventude Islâmica), o bisht é usado apenas em ocasiões especiais, como se fosse um "traje de gala", como em festas e casamentos. Explicou que o gesto do Emir foi uma "homenagem especial" ao jogador.

 

O Catar é uma nação muçulmana (cerca de 70% da sua população), com leis, costumes e práticas enraizadas no Islã. Assim, a população local segue um código de vestimenta rígido (aos olhos ocidentais) baseado no alcorão, o livro sagrado desta religião, considerado a palavra literal de Deus revelada ao Profeta Muhammad (Maomé), sendo esse o “último profeta enviado por Deus”, segundo a tradição islâmica.

Essa foi a primeira Copa do Mundo realizada no Oriente Médio e que levantou questionamentos em relação às leis e costumes religiosos do país.


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